Ser ou estar?
Esse ano vai me matar de velocidade. Tudo acontecendo em um ritmo alucinante. Informações, oportunidades, planos, ideias, paixões que duram os minutos de uma conversa e evaporam em segundos. Me pego pensando em quanto disso me tem. Quais são as coisas que dizem mais do que apenas palavras, o que traduzo em sentimentos e decodifico em emoções desconhecidas.
Foi preciso perder tudo para dar lugar a algo que não possuo ainda. E, me pego mais uma vez na beira do precipício, já quis tanto pular. Mudar de país, de língua, de vida. Mas, será que ainda quero? Demorou tanto para me sentir parte do meu lugar. Será saudável deixar de. Será que nunca vou apenas conseguir lidar com o que tenho sem precisar procurar algo que não tenho ainda. Essa doença que consome Cristina, que inspirou Woody Allen, que acusou Maria Elena e que me tem em chamas: insatisfação crônica. Mas, hoje, queria só um abraço e sentir que o caminho é apenas deixar estar. Enquanto há onde estar, é aqui que quero, é disso que preciso, são esses sorrisos, são essas palavras, é esse agora até que ele não seja mais presente e me torne passado, na sua vida, enfim.