quinta-feira, janeiro 31, 2008

ARMA BRANCA



Então eu ando como dá. Escrevo o que posso. Cuido de mim para deixar os outros mais perto. A minha cabeça deixa eles longe e eu gosto de alguns deles. Os outros fazem um favor em ir. Mas, no fim, ela explica tudo em palavras. Ela e o Caio. Meus cês.

para acabar com argumentos:
Se tudo existe é porque sou. Mas por que esse mal estar? É porque não estou vivendo do único modo que existe para cada um de se viver e nem sei qual é. Desconfortável. Não me sinto bem. Não sei o que é que há. Mas alguma coisa está errada e dá mal estar. No entanto estou sendo franca e meu jogo é limpo. Abro o jogo. Só não conto os fatos de minha vida: sou secreta por natureza. O que há então? Só sei que não quero a impostura. Recuso-me. Eu me aprofundei mas não acredito em mim porque meu pensamento é inventado.

para incompreensão:
Flores envenenadas na jarra. Roxas azuis, encarnadas, atapetam o ar. Que riqueza de hospital. Nunca vi mais belas e mais perigosas. É assim então o teu segredo. Teu segredo é tão parecido contigo que nada me revela além do que já sei. E sei tão pouco como se o teu enigma fosse eu. Assim como tu és o meu.

pro silêncio:
Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.

De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
e que é linha sub-reptícia.

Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.



o próximo texto é trezentos do claritromicina.
OBSTACLE 1



Então eu corri e você ficou parado esperando mais palavras. Outra evidências de que você é o 'você' de tudo que eu escrevo. Então eu corri e você ficou parado. Não entendeu que essa era a senha. Era só você segurar o meu braço com força e tirar o medo do seu olhar. Mas, você não entendeu. E hoje, vejo que continuo correndo. Vou para longe e você não tem nenhuma palavra para me segurar firme pelo braço.

Todos eles são iguais. Nenhum é você. Nem eu. Então pela impossibilidade do ser, eu aceito o provável. Deixo o sentimento sair pelas beiradas. O vazio volta dia após dia. Como se sem ser os dias não existissem. Você não sai pura e simplesmente da minha vida. Carrega com você o resto e a vontade. Outra vez penso em só viver. Sem nada para esperar, nem um gesto, uma palavra ou um amanhã turbulento.

Penso no livro que ficou com alguém do meu passado. Talvez eu deva ligar e retomar uma parte do que já foi.

Com você o medo sempre fala alto demais. Passar a manhã revirando passado me fez lembrar do quanto eu tinha e o quanto tudo está melhor depois que aceitei todas as possibilidades. Talvez, arrisco um provavelmente, você nunca vai saber. Medo demais. Certo demais. Percepção de menos.

Vi e vivi muito cedo aquelas coisas. Hoje sentimento não me choca. E, sem um sinal, não sei se vale a pena te esperar.

"Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor.
Que tem que ser vivido até a última gota.
Sem nenhum medo. Não mata."

Clarice Lispector

quarta-feira, janeiro 30, 2008

CAN YOU FIND ME SPACE INSIDE YOUR HEART?


Eu quero sair daqui. Quero uma coisa com mais coração e menos cabeça. Quero uma pessoa que seja capaz de esquecer o tempo lá fora. Mesmo com um monte de obrigação. Quero alguém que se atrase porque não consegui ir embora. Quero alguém que eu faça ir embora, o mundo não entende quase nada dessa vida. E nós saberíamos. Nós sabemos. Eu e você. Do nosso jeito a gente entende tudo isso. Eu quero alguém para me dar a mão quando eu falar que quero ir sozinha. Um pedaço de paz no meio do caos que eu sou. Eu quero alguém que me chame de dramática e sorria, porque no fundo sabe que drama acontece o tempo inteiro. Caos é ordem. Eu quero alguém que entenda que o nosso caos é ordem. E da nossa ordem nós sabemos. Eu quero alguém que não ache que é só vazio. Quero alguém que saiba que tudo é só vazio. Só que não tem uma forma, nem um encaixe e nem nada que transforme uma pessoa em uma peça. Porque não existe tempo, chuva, calor ou frio lá fora. Não existe ordem. Eu queria uma pessoa. Eu queria você. Mas, e você?
JUST BE IN LOVE WHEN YA SCREAM THAT SONG - FREE


A minha liberdade. Eu respiro a minha vida sozinha. Porque tem que ter força para arrancar as mãos dos outros. Essas pessoas que eu não sei quem são e não sabem quem eu sou. Por pura pretensão da humanidade algumas tem certeza de que entendem e acham que eu entendo. Não, eu não entendo. Nunca entendi, é verdade. Mas, eu preciso da liberdade que vocês tentam colocar debaixo das suas palavras. Tirem as palavras de cima de mim. Caio, meu querido, o meu maior amor de todos os outros, chega de me fazer tão menina. Seu livro fica guardado até você resolver ser legal comigo e eu prometo ser boa de volta. E todos os outros, tirem seus livros de perto, porque eu decidi que vou ficar quieta.

E a minha liberdade fica no café, ou já na mesa do bar, quando ela me falou: "suellen, chega, concentra nos defeitos". Porque ela já viu um filme muito parecido e eu lembro o final. O meu travesseiro lembra o final. E todo o resto também. Mas, o que fazer se o começo faz com que eu queira ficar revendo isso quinhentas vezes. Como se isso fosse acabar um dia. No dia que decepção ou sentimento chegar ao fim, acabou, porque tem uns sonhos dos outros que eu julgo: o fim da minha vida.

É só o começo. Só. Então, todos os "chega" que você ler é só um começo disso e o fim do meu juízo.

Mas, o que importa é a liberdade e o quanto eu gosto do cheiro dela.
COINCIDÊNCIA



totalmente ao acaso. Isso é um tcc de rádio/tv da Anhembi Morumbi. Mayra Gonçalves é uma amiga do Marcelo, a conheci na funhouse, de um jeito que ela não deve lembrar e eu só lembrei porque perguntei no msn pra ele: "má, é aquela que tava na fun?". É. Isso é para contar que tudo é estranho. Ludov, ibotirama, o livro, o tênis, as unhas, loja de cd na frente do bovinu's. Ludov nos primeiros acordes e eu pensando: "ah, pera lá". Abre maior. Opa, opa, opa.
É, estranho, coincidência.


E para você: você acaba com tudo. Você faz isso do seu jeito mais idiota. O começo do fim daquilo que (parece) não chegar a ser.
C H E G A?
PACIÊNCIA

Então eu corro com meu lado ariano irritado com aquele ser humano tentando me assaltar na esquina da consolação. Meio dia. Chovia em São Paulo ontem. Chovia MUITO em São Paulo ontem. Eu estava atrasada. Tinha alguém me esperando. E graças a minha chefe, eu estava atrasada, e os minutos demorariam mais do que o comum sem nada para queimar entre os dedos. Daí o cara chegou querendo me assaltar. Eu deveria ter perguntado se era brincadeira. Mas, chovia e eu achei melhor sair de lá. Ele só tentou, porque eu estava atrasada, com a cabeça cheia e paciência nenhuma. Às vezes, eu sou assim e outras vezes você quase morre atropelada na consolação. O resto é só história.

terça-feira, janeiro 29, 2008

ORGULHO


Hoje eu andei com a minha amiga e o meu guarda-chuva vermelho. O mesmo desde do segundo ano. E agora, eu estou no segundo ano da faculdade e tudo já mudou tanto. Ainda é a mesma amiga e o guarda-chuva. O mesmo orgulho de conhecer a garota mais inteligente de todas essas outras. Porque ela não lê o que eu leio, nem escuta tudo que eu escuto, porque ela é única nas nossas diferenças. Ela sabe tudo desde o começo e o começo faz tanto tempo. Ela conheceu todas as pessoas da minha vida. E a gente errou e acertou juntas. Foi pra ela que eu contei tudo antes de contar para mim. Porque ela é o meu passo para aceitar e o último antes de sair.

Eu fiquei tão feliz por ela. Tão feliz que ela sabe que é ela.

sis, te amo tanto, tanto, tanto. meu orgulho, meu orgulho.
parabéns, eu não esperava menos de você, mesmo que não espere nada das pessoas. =)

segunda-feira, janeiro 28, 2008

EU ACEITO A CONDIÇÃO


Você sorri do jeito mais perfeito. Sorri de alegria. Sorri de tristeza. Sorri de desespero e de contentamento. Sorri com medo de pular dessa plataforma além de você. Então, eu deixo você ir e escolher. Eu respeito suas escolhas e ouço os seus casos. Sorrio de tudo isso do meu jeito. E você está a milhas de distância da minha cabeça. Do meu jeito de pensar. Mas, do seu jeito, entrou e, não sai. Nem quando eu decido que 'já deu'. Não consigo decidir nada com seriedade.

Eu sempre achei que era faro para problema. Passou. Porque eu enxergo a vida calma perto de você. Por maiores que possam ser as dificuldades. E os nossos medos misturados. Por mais difícil que isso pudesse se tornar. Eu pagaria a conta e sorria, como você, eu sorriria.

Então, você me mostrou a vida por outros olhos. Sem querer me arrancou da mão deles. E eu não consigo voltar. Por mais que tente. Mesmo que eles liguem ou eu procure o número na minha agenda. Os nomes estão embaralhados. Como tudo. Os nomes e a coragem se embaralham. Não sei.

Você é inteligente, mas não esnoba os outros e nem usa de piadas sem graça. Você sabe quem são as pessoas. Você lembra delas mesmo que elas tenham esquecido você. Você sabe o que é certo e errado. Você está sempre do lado certo e eu do errado. E a possibilidade de mudança é pular e se arriscar a cair no abismo. Talvez, fosse um jeito de estarmos juntos. Dentro dele. Ou, você conseguiria pular e vir ver como é a vida desse lado. Não acostumaria do lado do certo. Porque meus amigos estão quase todos aqui e eu sei que você não ia querer uma menina emburrada ao seu lado. Ou talvez você fique bem se eu sofrer um pouco mais.

Então, eu fiz de tudo para você perceber que era eu. Olhei por todos os cantos dessa cidade. Caminhei por cima dos meus passos do passado querendo achar a fórmula dos meus acertos. Não encontrei nada. Nenhum registro de nada vivo ou morto que me certifique do certo. Então, eu caminhei. E com a cabeça longe encontrei seu sorriso. Sem querer. Não sei o que é isso. Nem consigo falar que seja só a sua falta. Deve ser a sua e a do passado que não consegui registrar naquele longo cartório da vida. De papel passado eu não tenho nada mais do que o seu nome no meu bloco. Mesmo que eu jamais tenha por uma vez escrito ele. Ele está solto na caneta azul acabando e nos meus olhos perdidos nas estações.

___Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga

domingo, janeiro 27, 2008

FUNHOUSE


Sem eles, sem a sis, sem o copo na minha mão as coisas ficariam muito mais difíceis.

ALGUÉM

Eu queria acabar com o seu medo e as suas palavras. Os seus olhos só para mim e as mãos juntas. Eu queria parar o mundo só para te fazer parar. Fim da linha. Começo da reta. O fim e o começo. O fim espera a minha paciência ir embora. Mas, eu não consigo ir embora. E eu tento. Eu venho tentando. Tudo seria mais fácil, mas quem disse que eu sei viver do lado mais fácil?

Ah, você.

sábado, janeiro 26, 2008

LIVED IN BARS


Eu começo a mesma coisa vinte vezes. Ensaio outras cinquenta sair por aquela porta e não mais voltar. Deixar o sentimento com um bilhete de despedida. Esquecer as lembranças boas, a falta, o arrepio. Essas coisas dou para quem pode viver. Ensaio isso e as começo. Nunca termino. Quase nunca termino. Porque no fundo eu vivo em bares. Escrevo em guardanapos. Guardo carinho, estoco amizade, compartilho fumaça. Então, eu penso outra vez em você e meus olhos brilham. Não sei mais se é prazer ou é culpa das lágrimas que começam a querer cair.

Mas, eu vivo em bares e entre uma garrafa e outra a esperança aparece. Entre mojito com muito hortelã encontro pessoas no sobrado da diversão. Enxergo a luz e a escuridão dentro da inocência. Conheço a casa. Respeito os pedaços. Falo pra ele não apagar o cigarro perto do tapete. Cuido do lugar como se fosse eu. Lembro o monte de histórias que deixei ali. As lágrimas que fiz alguns derramares, às vezes sou inconsequente. Não sei gostar no meio termo. Gosto e dou a vida por um sorriso ou não. Se não troco sanidade por um você, sigo sem pensar. Ao lado das vontades e dos sorrisos. O lugar. E o passado. O aniversário do hank. E as outras coisas.

Continuo ensaiando. Mas não tenho mais a força dos meus quinze anos. Nem a vontade. Ou melhor, tenho mais vontade, só que troco ela por te ver bem. A sua felicidade vale mais. Mesmo que eu vá ser para sempre a mesma garota cheia de certezas. A garota que cai da mesa sorrindo. A menina que pula por último no montinho de amigos. Aquela que os olhos entregam a verdade das palavras não ditas. Então, eu continuo vivendo em bares, coleciono passado, penso nas possibilidades do futuro. Largo a mão do presente e deixo ele tomar forma sozinho. Depois é hora de levantar. Recolher as minhas peças e caminhar com as mãos no bolso e o cabelo preso no fim de uma noite boa.

Quem sabe seja mais fácil deixar para lá. Provavelmente. Então, um beijo sincero e fim.

We've lived in bars
And danced on tables
Hotel trains and ships that sail
We swim with sharks
And fly with aeroplanes out of here

(a mais linda) - Cat Power

nota - comassim essa garota tem quinze anos?
folk maravilhoso de ouvir com olhos fechados. eu assino embaixo do que a leemaria escreveu aqui. - agradecimento a ela que encontra umas coisas e pessoas ótimas.

I SAID...


Eu queria controlar tudo isso. Deixar de ser ariana. Arrancar todo o impulso que guia minha vida. Pensar. E depois não ouvir aquele cara falar que eu sempre ando a dez passos dos outros. Enquanto eles pensam, eu tenho um filme com final feliz pronto. Mas, as pessoas não aceitam a minha direção e o filme nunca sai. Ou sai, mas eles esquecem que o final era FELIZ.

Oka, eu aceito, eu paro, eu fico quieta. Tudo bem. Eu quero as coisas agora, , mas não estou com a menor pressa. Queria. Mas não tenho pressa. Tem as coisas que eu sei. Tem as certezas juntas. Os amigos pertos. O sobrado na Bela Cintra. Os blogs de pessoas que me fazem sorrir no msn e na vida. Os meus amigos descobrindo que eu sou técnica de informática dentro de todo esse turbilhão. A caixa de cerveja, o mojito, os amigos e o lugar falando alto. Um barulho ensurdecedor. Eles gritando: "It's 1, 2, 3, take my hand and come with me". Eles gritam, a gente canta, todo mundo pula. Tudo pisca naquele lugar com chão quadriculado.

Eu andaria por todas essas ruas. Pararia o mundo. Mudaria a cor de tudo que eu sinto. Aprenderia cinco línguas simultaneamente. Voltaria pro curso de libras. Faria código morse. Se algum desses jeitos fosse capaz de ser o suficiente. Eu devo gostar de me sentir assim. Uma dose de auto sabotagem e masoquismo, por favor. Juntas e dupla. Sem gelo. Bebo tudo de uma vez e sinto meu corpo arrepiar. Minhas mãos esfriarem. Meus olhos ficarem fora da órbita. Dentro dos seus.

Nesse instante o meu amigo lembrou o nosso código. O que fazia o outro saber que pensávamos nele. Um toque no celular. Eu ia tirar o fone. Mas só precisei abrir e ver o nome dele. Sorrio com a saudades.

O tempo é capaz de acabar com tudo. De mudar os planos. O tempo vai fazer tudo passar. Mas, o tempo, esse também é quem faz o 'muito' fazer sentido. Eu queria por muito tempo. Sem conseguir pensar até quando. Tudo é bom. Tudo.

Agora, chega. Porque eu parei. O impossível é filme no dvd nessa tarde fria.
SOULSISTER,


Ontem eu senti sua falta. No meio daquela luz e pessoas. Com a alegria liquida nas mãos e umas pessoas importantes no alcance do braço. Mas, você fez falta. Não consigo lembrar de um momento bom ou ruim que você não estivesse por perto. Eu precisava de você entendendo tudo. Eu precisava de você por perto. Mas, é o começo. Você vai embora e eu tenho esse ano para aprender a lidar com a sua falta. É como uma morte anunciada. Mesmo que nada vá mudar tanto assim. Um ano para você aprender, crescer e voltar falando muito melhor do que você vai. E você é a garota que melhor fala.

Não que eu tenha feito nada ontem. Os mesmos problemas de sempre. O mesmo desequilíbrio da minha mãe. As mesmas coisas e a incapacidade dela em aceitar a minha liberdade. Por opção e por falta dela. Não tenta me prender, não tenta me deixar por perto a força, me conquista e me faz querer ficar. Mas, ela não sabe. Então erra mais. Acaba mais com isso que é tão frágil. Nossas famílias são o caos. E as que nos cerca. Realmente, é pura invenção aquela coisa dos livros infantis. É por isso que nunca acreditei em conto de fadas. Por isso meu espaço é grande e eu me protejo como posso.

Você me conhece. E percebeu antes de todo mundo. Fala em paciência enquanto eu penso em deixar para lá. Agora, eu não consigo fazer nada. Porque eu posso ser muito filha da puta. Mas só até ser pega por um sentimento verdadeiro. A partir dali nada importa tanto assim. E os outros viram os outros e só. Você sabe. Você viu tudo isso acontecendo duas, três vezes, talvez menos e nas outras eu tenha imaginado muito mais do que a realidade. Soulsister, sinto sua falta de todas as formas.

Falei com o Felipe e a Letícia. Rindo dele e com orgulho dela. Nunca acreditei que ela fosse enfrentar tudo aquilo. E agora, apesar de toda dificuldade, apesar do caos ela esta reluzindo felicidade. No fundo, é tudo que importa. Ele continua como sempre. Eles continuam como sempre. Deve ter sido eu que mudei outra vez. Voltei a ter medo como não tinha quando estávamos juntos. Devia ser a força que eu pegava emprestado de vocês e a loucura que compartilhava com ele. Ninguém nunca vai substituir vocês. Porque vocês entraram dentro do meu espaço. Mesmo que fiquem nesse entre e sai.

Tem as pessoas novas. E o quanto eles são importantes. Não sei o que teria sido de mim sem eles ontem. Aquela garota falando para eu parar de misturar qualquer coisa entorpecente. Nas conversas. No carinho. Não sei o que seria de mim sem um sentimento verdadeiro. Não consigo mais lidar com a solidão. Ela não me dá paz como naqueles dias. Agora sufoca, agora prende, deve ser culpa da impossibilidade de ter o que eu quero. Ainda preciso deles e do sobrado do róque na bela cintra.

Você sabe. Você sempre sabe. Soulsister, MUITO que só isso.

Eu ainda preciso de você me pedindo para ter paciência. Ainda preciso da pessoa que me faz calar a boca e abrir os ouvidos. Tá foda. E, eu realmente achei que demoraria para tudo isso voltar a acontecer. No fundo um sentimento verdadeiro sempre é o suficiente para o nocaute.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

COM AÇÚCAR


O que é isso. Essa coisa grande como nunca antes. Esse medo misturado a um sentimento confortável lutando pelo mesmo espaço. O lugar que já é seu.

Você chegou com o melhor sorriso. Andou com a melhor letra. Cresceu com aquela melodia. Um grito. Quase como um grito no meio dos prédios da minha cidade. Da nossa cidade. Tudo que não consigo explicar derramado em palavras.

Essa dor sem fim. Me sentindo quase sufocada. E, perfeitamente calma e quieta.
Você acordou comigo. Levantou das minhas três horas de sono. Me lembrou que o chuveiro estava frio nos primeiros segundos da manhã. Desceu as escadas do metrô. Entrou no primeiro vagão para o paraíso. Queria te deixar caminhar pela liberdade mas você resolveu que iria comigo para onde fosse.

Confundiu meus sentidos. Me fez perder o ponto e o juízo. Caminhei pela Augusta te carregando no fio do ipobre.

Ando cansada de ser assim. Como o Bandini um monte de palavras. Muito mais palavras. Você é quase o produto final da minha imaginação com defeitos e qualidades que eu não consegui criar. Seu medo e o andar são calmos. E, eu tão garota.

Percebi que gosto de segurar a xícara com as duas mãos como fazia com o chá da minha avó. Continuo brincando com o açúcar, com as duas mãos, com o corpo no mesmo lugar e a cabeça despregada.

Enquanto eu me exibo para solidão você pula corações. Controla os sentimentos. Segura as linhas. Eu, aqui, continuo me riscando inteira. Seguro a xícara com as duas mãos. Procuro seus olhos. Eu continuo sempre igual. E o que ficou diferente dessa vez?


ps: se você não perceber e eu nunca te contar, a gente fica assim, carregando esse monte de coisa que não foi.

terça-feira, janeiro 22, 2008

ALL OF ME


Aqui também existe esse medo que faz seus olhos brilharem e sua boca entreabrir. Só que desse lado pesa a responsabilidade. E uma dose extra de ingenuidade juvenil. Eu, depois dele, prometi que não deixaria mais ninguém me levar pela mão até tão longe.

Desmontei as armadilhas. Congelei os segredos enquanto os passava pelo nosso olhar. Coloquei carinho na ponta dos meus dedos. Guardei aquelas risadas e todas minhas palavras para agora. A sua insegurança é como imã. Não consigo deixar de olhar para você cheio de si e essa alguma coisa faltando. Enquanto todos te olham e perguntam o que falta. Enquanto outros nem percebem a falta. Mas, a falta existe, como existe em algum lugar entorpecido do meu corpo. Eu sufoco sentimentos. Embebedo minhas vontades. Enxergo vida em linhas tortas de um bloco manchado com tinta azul. Procuro paz para te entregar. Procuro nessas ruas qualquer coisa que deixe isso mais fácil.

Por mais um milhão de dias eu te carregarei na lembrança. Por outros meses eu te mostrarei sorrindo que é tudo simples. Mais alguns anos.

Trabalhei com a cabeça pesada e o corpo leve de saudades. Aquela coisa que me leva enquanto continuo sentada. Rindo deles. Rindo de nós. Rindo porque só assim eu torno isso uma coisa melhor.

Não consigo mais arrastar o mundo comigo. Só se o mundo só tiver você. Os problemas e as outras coisas são pequenas. Isso parece minúsculo sem você para me preencher.

Daí o telefone toca. A janela do computador pisca e eu sorrio.

Só.


segunda-feira, janeiro 21, 2008

DO I MOVE YOU?


Você lembra o quanto sorria? Não era para mim, mas você sorria, e os seus dentes pareciam guardar a sinceridade do mundo. Os olhos eram a janela da verdade. As mãos o paraíso da impossibilidade.

Você lembra quando sorria e era para mim? Eu sempre fui a menina. Aquela menina perdida, que sorria e depois se recolhia a sua cadeira. Sentada com as mãos balançando no vento enquanto ouvia aquela garota triste falando de sacos e papel. Do saco de papel e da sujeira que ela era e ele não queria limpar. Você lembra quando me dizia que aquilo era só tristeza? Voltei a ouvir aquela música. Muito mais do que antes. Pelos mesmos motivos. Mas, agora não tem mais você e a incompreensão. Entendo. Enxergo cada peça dentro do seu lugar. Vejo minhas mãos trocando tudo. Procuro os olhos que um dia foram de censura e agora enxergo carinho. Encontro as mãos que foram de repulsa e agora é esperança.

Tiveram aqueles dias de sol e chuva. De muita chuva e pouco sol. Das poças puladas enquanto eu equilibrava o guarda-chuva vermelho. De quando eu quis pular na linha do trem e você me segurou pelo braço com o olhar sério e medroso. Talvez, você também tivesse medo, só que eu iria e você nunca foi. Eu iria daquela vez que você me segurou firme pelo braço.

Sorri. Sorri como quando não encontro palavras. Quando meus amigos estão ocupados demais com a cabeça deles. Então, eu procuro música ruim para passar o tempo sem pensar em você. As boas tem a sua cor. O seu cheiro. Música boa tem o seu nome.

Você arrancou a paz em ouvir a minha nega. Transformou letra em verdade. Destruiu ilusão e agora, agora, agora eu só queria tudo aquilo que não foi.

SPEAK FOR ME


As coisas acontecem uma ao lado da outra. Uma perto da outra. O passado de braços abertos e eu olho o presente. Sem vontade de melhorar aquilo que já foi bom um dia. Você por perto. Eu cada vez mais longe. Meus olhos perdidos no futuro. Minhas mãos no presente. A lembrança pregada no passado. Gestos, gostos e o cheiro. A pele e o cheiro. Aquele turbilhão de possibilidades.

As unhas vermelhas como sempre. O esmalte descascando como sempre. A cabeça cheia como sempre. Os sentimentos serenos como nunca.

Você entende. Do seu jeito você entende. Do nosso jeito você entende. Das nossas risadas e seriedade você entende. O metrô parece devagar. Uma estação atrás da outra. O paraíso e a liberdade não ficam assim tão longe. E eu te entregaria os dois do nosso jeito.

Ainda daquelas coisas que talvez nunca cheguem a ser.


"Speak for me; you’ll see the same signs
Do you know how to read between the lines?"

Cat Power

domingo, janeiro 20, 2008

ALL I REALLY WANT


Odeio o jeito que você corta minhas frases. O seu olhar indefinível. Odeio todas as formas que você esconde as minhas palavras dentro do seu medo. E os meus livros dentro do seu paraíso. O meu carinho dentro do seu porto-seguro. Odeio a fortaleza que você ergueu sobre esse mundo que você está preso. Odeio quando ele liga e eu me convenço que tudo pode ser verdade só para não ter que enfrentar tudo daqui de dentro. Odeio quando você não acredita que eu seja o mais verdadeira possível. Odeio quando as pessoas não acreditam e não aceitam o que eu posso dar. Quando eu só tenho isso. Quando por enquanto ou para sempre é só isso. Porque é assim que as coisas são. E para quem não é, o mundo só permiti isso. Bem pouco para quem se esvai. E eu me gasto em mesas, teatros vazios, blocos sem pauta, pedaços sem vida.

Isso é muito pouco para quem olhou a vida no olho daquela vez. Para quem sentiu tudo isso de uma forma mais doce daquela outra. E sem chegar a ser tudo permanece imóvel. Os olhos, mãos, carinhos, gestos, gostos. Tudo é só doce lembrança em uma confusão mental provocada pelo álcool e pela música. Porque você não entendeu quando falei que precisava de uma taça do vinho branco ruim que fica ao lado do microondas. Não entendeu quando eu falei que trocava desespero por palavras. Ilusão, vontade, carinho, medo, sono. Para tudo eu entrego as palavras. É assim que eu sou de verdade. É assim que não tem jeito de não ser.

Na mesa eu posso ser atriz e usar um dos meus milhares de personagens. escrevendo eu sou só o meu primeiro personagem. Eu. Aquele que o Leminski disse ser o primeiro que a gente inventa. A nós mesmos. Talvez, eu me invente um pouco e desinvente o resto para deixar tudo mais simples para você.

A bem da verdade tudo isso é aquilo que talvez nunca chegue a ser.




ps: devia ser proibido gravar músicas assim.
excesso de Alanis se explica em: saudades da soulsister.

HANDS CLEAN


Achei que era hora de ficar sozinha no meu canto. Acabar com aquelas ilusões e comprar outras. Conseguir paz do meu jeito. Eles apareceram e mudaram tudo outra vez. E mais uma ainda. E continua a cada nova tarde ou noite dividida. Bar, festa, filme, sinuca, silêncio. Talvez, ainda não tenha desistido de ficar sozinha porque às vezes é só assim que dá para ser. Então, eu saio caminhando distribuindo fumaça no mundo. Com a cabeça doendo. O all star branco desamarrado. O celular para falar com ela mesmo que não tivesse vontade. Eu precisava, era aniversário do garoto que dividi comigo as tardes e escuta minhas verdades com paciência budista. A avenida paulista fica pequena. Os prédios se esmagando e eu pisando firme para acabar com tudo de dentro da minha cabeça. De dentro das minhas dúvidas. Tentando mudar essas verdades tão grandes, as quais desfilo em companhia dessas pessoas que apareceram quando acreditei que era melhor estar sozinha.

Eu resolvi me fechar como achei que pudesse. Por todos os lados. Sem saber que baixava a guarda para o que não tem como fugir. Porque a amizade entrou sem eu perceber. E de repente o carinho é tão grande. A ponto de desmarcar passado para viver o presente como ele merece ser vivido. Parei de me preocupar até quando. Sem essa história de decepção, de um dia mais cedo ou mais tarde o especial aparecer cheio de erros, como se eu fosse certa. Como se eu não fosse uma das primeiras a decretar o 'tá bom' no final de uma discussão. Como se tudo isso estivesse sempre no outro. Não procuro salvação. Só o que recebo deles desse modo simples. Em uma garagem com luz e fumaça. Música e uma alegria simples. Eu sou agressiva, chata, persistente, irritada, irritante, eu sou talvez a pessoa mais diferente do que aparenta que você vá conhecer. Eu sou o que eu posso ser. Como dá para ser. Com o que o mundo libera de espaço e o que conquisto pulando as convenções. Largando abraços em tardes ensolaradas. Dividindo o guarda-chuva. Irritando com quem joga o meu jogo. Persistindo nesses erros todos que você enxerga e de algum jeito se identifica.

Talvez a minha pouca idade faça da maturidade uma peça largada no meio do excesso. Isso faz de você uma carta que eu queria no meu baralho. Talvez você seja capaz de se controlar e depois enxergará a dúvida na janela do quarto. Olhando a rua e pensando em que carro eu passo. Em que vida eu estou. Quantos momentos eu já vivi e quem é agora. O que é agora. Como alguns deles devem pensar vez ou outra quando chove ou quando faz sol demais. Minhas pequenas manias ligadas a tanta vontade. Meus olhos brilhando no meio dessas ruas sujas. Dessa cidade carregada de medo. Meus olhos mostrando os seus. Como é. Como parece que ainda vai ser.

Agora, eu vou pegar o meu espaço, e só meu. Perto da janela. Com a música que lembra tudo que passou. Como a música que tocou na casa dela ontem. Toda aquela adolescência perdida. Os milhares de erros em que me perdi e nos permiti. Os meus amigos crescendo ao meu lado nas suas experiências. Com lealdade às vontades. Os olhos e a cabeça carregando o universo de possibilidades. Sinto falta deles e do quanto sentíamos que era possível. Hoje, alguns são estranhos porque a vida trata de mudar as peças. E outros caminham ao meu lado mesmo que a milhas de distância. Alguns tomaram outros rumos, outros foram para sempre, e eles apareceram quando eu achei que era mais seguro ficar sozinha.

essa música aqui.
e essa outra aqui.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

A DOR ENTÃO,

Sem explicação. Só isso. Foi essa coisa sem sentido que senti quando abri o orkut e tinha um testimunial diferente. Pensei que era piada. Ela sempre faz piada e a gente se encontrou há 10 dias e eu perguntei dele. Achei que fosse brincadeira. Daí você procura o profile e vê que a brincadeira é verdade e hoje faz uns 25 dias. O que eu senti? Não o mesmo de quando minha mãe falou que ela tinha ido. Porque a gente esperava. Sabia. Via dia após dia acontecer aos poucos debaixo dos nossos olhos longe das nossas mãos. Sabíamos que mais cedo ou menos tarde acabaria e o choro seria de tristeza e alívio. Não havia mais força para continuar por muito tempo. Nem a dela e a nossa dava sinais de fracasso. Lidar com a morte dá aquela cotidiana sensação de fracasso. Acordava e passava as tardes no técnico esperando um telefonema no qual alguém falaria: "vem pra casa, ela foi". Foi isso. Um dia o celular tocou, alguém me pediu para ir para casa, sem falar porquê. Eu sabia. Então, entrei no ônibus preparada para encontrar as pessoas na sala. Meu pai no telefone. Minha mãe fazendo café para irmos. E fomos. A noite no cemitério. Pessoas chegando, indo, alguns chorando. A raiva de toda família que eu tive por ela. Raiva com as lágrimas que eu derramava em silêncio. A falsidade. Meus primos que jamais souberam quem ela foi gritando e montando o circo da dor. Como se dor precisasse de circo e nos tivéssemos que ser o espectador.
Dei um jeito de ir até em casa. Dormir, tomar um banho, trocar de roupa e ver se era verdade. Só quando fechou o caixão e meu pai segurou em um dos lados carregando a irmã dele. Ele que a carregou pelos corredores de hospitais. Que guiava o carro enquanto minha mãe segurava a mão dela gritando de dor. Meu pai, que segurou a corda quando todo mundo deixou que ela naufragasse sozinha.Eu gosto da família do meu pai? Não. Não gosto. De um deles. Um deles que é irmão do meu pai. O resto são laços consangüíneos desses que você consegue em um banco de sangue. Tipo a, b, o. Não importa. Eles não importam. Não gosto. Não vou gostar, porque é dela que eu lembro quando olho nos olhos deles. Ela que poderia ter estado sozinha quando pedia para uma garota de quinze anos: "me ajuda". E uma garota de quinze anos. Corria atrás de ajuda. Atrás do seu pai que parecia não chegar nunca. Ou de um táxi. De qualquer coisa. Corria atrás da ajuda dela mesma. Porque não é tão simples quando a corda aperta seu pescoço.
Falam de religião. E quem explica o que é o departamento de oncologia da santa casa? Quem explica o hospital de câncer infantil do hospital das clínicas? Quem explica quando tudo é verdade demais?
E daí, o garoto perdeu a vida no trânsito de alguma maneira estúpida. O menino que viajou com a gente há um ano. Um garoto que poderia ter sido eu naquele acidente na Rebouças no dia que tudo resolveu ser errado. Tem pessoas que NUNCA vão saber como eu me senti quando não PUDE falar. Pior do que quando eu achei que não conseguiria. Eu consegui graças a tantas coisas. Mas, nenhuma delas foi o motivo certo. Não foi porque o motivo certo é só esse: eu posso morrer amanhã e eu gostaria que você soubesse.

Sinto que aqueles dias voltaram...


Um mês de paz é realmente muito para minha cabeça liberar.

terça-feira, janeiro 15, 2008

DO MESMO LADO


Vou me aventurar a escrever sobre o que não escrevo. Porque tem um monte de mentira ou tudo é sempre vestido de ficção. Um jeito melhorado de contar pros outros o que não dá mais pra ficar aqui dentro. Mas, tem pessoas que são de verdade demais. Com olhos sinceros demais. E algumas coisas ficam claras quando são demais.
Em um bar, no bar que me perguntaram como achei, claro que perguntaram tirando onda com a agenda, me dando apelidos, rindo de tudo que encheu o mesmo lugar de uma alegria inexplicável.
Talvez eu vá passar mais alguns anos batendo na mesma tecla. Até eu levantar e ter coragem, de verdade, de ir pro mundo e sentir a vida bater. Lá fora tudo me derruba e eu me reconstituo com meu hd despregando as músicas pelas beiradas. É muito confortável. Tudo é exatamente confortável. Um castelo militricamente calculado para cair. Não demora muito. Não demora e tudo volta para o lugar de onde nunca deveria ter saído.

CERTEZA NUNCA MUDA


Não sei o que eu quero. Nem mais o que esperar. Sei tudo que não quero e infelizmente isso parece muito pouco quando abro a janela e vejo uma cidade de possibilidades. Faz dias que estou presa no meu quarto, nem para trabalhar preciso sair dele, a minha vida limitada a janela. Os passarinhos do clube que acordam junto comigo e ficam brincando perto do quintal. O silêncio eu encho de música. Os sentimentos eu misturo e me deixo sentir. Coisas estranhas. Pessoas indo e voltando. Passado, presente, passado. Brincando com os nós dos meus dedos. Os meus olhos limpos e descansados das lentes e da vida.
Há dias só tenho paciência para aquilo que chega perto da minha verdade. Em silêncio. Pessoas que são porque não teve jeito de não ser. Coisas que aconteceram porque não tinha jeito de não acontecer. Os encontros que foram jogados no mundo. Seguindo leis. Colocando papeis nas minhas paredes. Post it no computador. Certeza na minha coragem. Acordo pedindo para ficar mais um pouco com a lembrança boa. Segurando a mão da saudades enquanto o fim de semana não chega e é dia de viver.
O jogo de acertar bolas coloridas. Ganhamos no erro do outro ou no acerto sem querer. Na mesa profissional ou na riscada com o endereço dos nossos blogs. Garrafas e fumaça. Carinho e amizade. Me arrastei no domingo para sorrir no meio da minha tosse. Para conversar com a minha rouquidão. Para ouvir.
Tudo é tão verdade. É tudo isso. Deve ser isso que eu quero mesmo sem saber que é. Acabou a época de ficar por aí sentindo suas palavras como navalhas. Acabou.
Porque quando cheguei estava tudo virado. Apenas viro me viro.

por fim, isso que a lee escreveu importa:

"no canto do cisco, no canto do olho, a suellen dança. e dentro da menina, a suellen dança.

até o sol raiar
até o sol raiar"

segunda-feira, janeiro 14, 2008

SOUL MEETS BODY

Agora, eu consigo levantar o olhar quando vejo essas frases soltas. Quando encontro uma verdade cantada em algum sotaque estranho. Levanto o rosto. Mas, fazia tempo que não esboçava esse sorriso contido e sentia os olhos arderem cheio de lágrimas que não consigo soltar em um pranto silencioso.
Eu ainda queria falar ou seria ouvir?
Não sei.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

MISTÉRIO DO PLANETA


Talvez uma palavra resuma o que sinto com esse fone e um samba calmo com letra certa. Tranquilidade. Dois mil e sete foi intenso em tantos aspectos e esse tapa no começo de dois mil e oito me fez ver o quanto isso é importante. Viver. Arrumar mágoas, esquecer passado e deixar o futuro aparecer a cada vez que respiro fundo. Os meus amigos dispostos nessa cidade. O ensaio da peça que não teremos tempo de encenar. Estamos muito mais preocupados em continuar os ensaios. Mudados as cenas, trocamos de cenário, colocamos garrafas e fumaça. Destruímos nossos corpos e fortalecemos nossa alma.
Daí, uma carta amarela me mostra que a coisa toda não é assim tão simples. O corpo se revolta e a cabeça começa uma luta na falta de sono e ansiedade, medo, medo de ter que enfrentar tudo que sei o que é. Eu entro na luta derrotada. Eu não tenho forças para lutar como ela lutou, em vão, como ela lutou para no fim carregar sobre seu corpo aquelas rosas.
Mas, foi uma batalha e nada do que eu pensei, nem a noite interminável me preocupa mais. O dia regado a pessoas que importam. No almoço com risadas e a frase que vai e volta na minha cabeça. Minha piada mais batida. Enquanto atravessamos a Consolação ela descobriu tudo, então com uma naturalidade esquisita falou: 'você enche o saco, mas porque gosta, você sabe que não liga para quem não gosta'. Concordei. Por isso que eu prezo meus amigos. Respeito. Os que estão na roda, os que preferem sentar no bar e os que como eu, precisam ficar sozinhos. Como naquelas tardes caminhando pelo centro velho. Até ficar sem bateria no ipobre e força nas pernas. Até encontrar um sorriso naquelas caras marcadas. São Paulo pode ser ingrata com esse coletivo trabalhador. Aos meus amigos reservo mesas e garrafas para o meu aniversário que ainda está longe. Mas, daqui a pouco chega, garrafas no Guimarães Rosa e o samba como esse que embala a minha calma para viagem.
Agora, vou ali conversar com o meu sono atrasado.


Exatamente isso com um violão ao fundo:
"Vou mostrando como sou e vou sendo como posso.
Jogando meu corpo no mundo, andando por todos os cantos.
E pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto. E passo aos olhos nus ou vestidos de lunetas.
Passado, presente, participo sendo o mistério do planeta.
O tríplice mistério do "stop", que eu passo por e sendo ele no que fica em cada um.
No que sigo o meu caminho e no ar que fez e assistiu.
Abra um parênteses, não esqueça que independente disso eu não passo de um malandro.
De um moleque do Brasil, que peço e dou esmolas.
Mas ando e penso sempre com mais de um, por isso ninguém vê minha sacola."

Novos baianos

quarta-feira, janeiro 09, 2008

MEDO

um tapa no meio da minha coragem dentro de uma carta amarela da santa casa.
Amanhã.
É, amanhã eu sei o que é.
Doar sangue pode ser assustador, ainda mais quando você ganha uma carta amarela.
Muito mais.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

I LEARN

O último tranco doeu. Mas, eu resolvi que ia levantar e voltar para a roda praticamente sozinha. Sem falar muito, sem ficar assoprando ferida, sem enfiar dedo ou coisas em lugares que é melhor deixar para lá. Então fui deixando os problemas quietos e a cabeça cada vez pior. Saindo e bebendo e vivendo e fazendo tudo no demais. Alguns finais de semana com quatro quando feliz cinco dias. Todo dia era desculpa para ajudar um pouco tudo passar. Eu sou bastante cuzona para aceitar o entorpecimento. Cmo alguns deles foram. Mesmo que ele não tenha sido.
Então fui mais e mais. Sem rede. Sem proteção. Vulnerável a pequenos gestos de carinho e atenção. Carência não é bem a palavra. Carinho eu consigo sendo afagada, apelidada, regada de risadas pelas pessoas no sítio ou na funhouse ou na augusta. Essas pessoas que alguns acham que passam. Passam, todo mundo passa, mas eu tenho certeza de que três ou mais delas conquistaram um daqueles lugares com vista privilegiada.
É diferente de usar um blog. De me mandar me mandar um e-mail. Tem que bater, tem que olhar no olho e me fazer falar a verdade. Tem que me fazer acreditar que acredita em mim e eu posso... É, você sabe.
Daquilo tudo, levo o que você me deu sem querer. O que me ensinou sem usar uma palavra. Levo o ontem e a esperança do amanhã diferente. As boas notícias chegam. Com ou sem aquelas coisas dando certo, fim do ano me mando daqui. Por alguns meses ou quase um ano. Não importa. Eu vou pro mundo dourar a pele de experiência. Na mochila meus livros e os cds que não consigo abandonar. As lembranças, porque eu estou irremediavelmente confusa e, quem sabe no fim tudo seja diferente.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

COMEÇOU

A primeira crise do ano. Gastrite fala alto. Olhos ressecados e irritados graças a lente. O corpo encolhido. Cinco páginas de exames e uma bronca do meu médico desde os 2 anos? Deve ser isso. Desde sempre. O meu médico. Ele sabe de tudo. Resolvi que vou fazer os exames, dar um jeito na gastrite, voltar ao oftalmologista e maneirar na diversão auto-destrutiva. Ou não.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

SEM SAÍDA

Parei na porta. Pensei um pouco e não teve outro jeito. Entrei. Agora, finalmente não há o que fazer. Vou ir lá. Estudar e ir. Viver. Fazer o que eu já fazia. Sem tentar fugir. Nem andar por duas horas para colocar as coisas na cabeça. Simplesmente ir pelos caminhos que ando. Não sei até quando.
Tudo seria mais simples se você ficasse mais longe. Mas, é assim que é.

'A sua arte não permite dois amores'
João Antônio

quarta-feira, janeiro 02, 2008

EIS QUE,


É hora de levantar com o copo vazio.
Quase nada do que passou importa. O que importa faz parte do presente.
Chega, já deu, compliquei tanta coisa nessa vida. Acredito na seda dentro do meu livro escrito: SIMPLES.

Assim.

Sem passado e sem esperar nada das pessoas. Porque elas são só pessoas e amor ou o quer que valha não tem forma. 'É acordar no lugar certo, com as pessoas certas, sem pensar que poderia ser diferente'. É amar. É viver. É tudo que importa hoje. E amanhã?
Amanhã eu embaralho o presente. O passado, aquele, foi queimado na praça rusvel junto com um pedaço de papel. Com tudo que já foi. E as pessoas aparecem para segurar a minha mão sem mover um dedo. Por fim, quem sabe não seja tudo só ilusão.

terça-feira, janeiro 01, 2008

Não venha dividir comigo sua auto-censura

SAUDADES

Todos os sonhos e aquelas coisas. Tudo que jamais aconteceu de fato. Você por perto. Ou era só eu fingindo que estava.
Completar frases, mostras bandas, ler minhas coisas. Tudo era tão perto que eu preferia longe. Daí você foi...
2008 ES GENIO, PODE HABLAR.

Tem gente que não esquece e outros que não aprendem. Eu aprendi e ainda tem gente que não esquece. Então ficam por aí gastando seus últimos segundos de dois mil e sete destilando veneno em blogs. Sinto tanto, por quem não tem a sorte que eu tenho. A sorte de se deixar levar pela vida.
Viajar para um lugar que mal se sabe qual. Com pessoas que você viu duas vezes na vida, outras que você nunca viu e uma que você conhece. E, disso fazer amigos na virada de um ano turbulento. Vazio até setembro. Bom e intenso de setembro a novembro e desastroso em dezembro. Eu gastei os últimos dias de dois mil e sete sentada entre latas e fumaça. Sentindo o cheiro bom do campo sem me importar com os mosquitos. Ouvindo música boa. Cantando deitada na varanda olhando as estrelas. If you need my shame to reclaim your pride and when I think of it, my fingers turn to fists. Cantando, sentindo e esquecendo devagar todas aquelas coisas que você falou. Mas, tudo volta. Tudo volta porque você não esquece e quer o que? Que eu peça desculpas? Ah, não vou. Não vou porque isso daí é caso para mais comprimidos.
Não vou ser o seu placebo. Então, se virá com o que você precisa. E me DEIXA. Sem mais alfinetadas. Eu SEI ser chata e você parece esperar a hora que eu empurro tudo em cima do muro. Você é frágil. E, vai cair. Melhor só me deixar aprender.
Três dias como há tanto tempo eu não sentia. Sempre uma pessoa para dividir palavras. Livros e coisas nas mãos. E carinho. Carinho nos abraços de ano novo/feliz aniversário. Ainda tento entender de onde vieram os ovos e porque meu cabelo virou o bolo de limão. Mas, não importa. Dia trintaeumdedezembro é meu (novo) aniversário. Foi o meu aniversário.
Importa as coisas e as risadas. Importam aquelas pessoas que sem querer me ganharam. E tudo isso é diferente de ficar em casa remoendo passado. Costurando feridas abertas. Arrumando o que o tempo dará jeito. Não, não dá para colocar tudo na estante. Não tem como acreditar tanto assim nos problemas. Se você acredita se envenena e aparece para reclamar. E reclama do tempo e a todo tempo. E, não me importa. Não importa. Nada do que você fala importa. Porque a sua insignificância é clara. Bem clara.
Aos loucos entrego os meus amigos. Aos céus agradeço aos caras certos já terem ido. Menos chances de trombar com eles aqui. Eles lá, sem ver o que fazem das palavras. Eles lá reclamando a própria sorte.
Ao presente deixo as latas, fumaça e o carinho. Na lembrança aquele lindo lugar, o rio, as risadas, conversas, músicas, dancinhas, birimbinhas, fogos, bexigas, brincadeiras e alegria embriagada. Eu nunca, eu já, eu bebo. Vódega e o que tiver no tubo de ensaio. Amizade e carinho no sofá ao lado. Verdade nos olhos a frente. E o resto faz parte de um momento revirado.


2008, por favor a hora é essa, ano par. Os anos pares e as coisas dele. Tanta coisa boa. Poucos planos, muitas vontades. Ao mundo eu peço: música, amizade, amor, fumaça, sapatos e as calçadas para me guiar.


Não, a virada não poderia ter sido melhor. A viagem e as pessoas. E quem ainda acha que é tão importante assim fazer escolhas?


Lee, Pree, Caitu, Caio, Raffitus, Ju, Lourenza, Leo, Angelo: valeu.