quinta-feira, julho 31, 2008

Ironias e encontros

Queria te contar quem por ironia do destino encontrei. Não que vá se importar por eu ter encontrado, a segura insegurança, deve ser inabalável diante das certezas que te entrego enquanto me perco, mesmo que não seja sempre assim e não seja eu. Queria te contar e sorrir, te garantir pelos outros que tudo ficará sempre bem. O engraçado de ser irônico é que não possui limites. Nos meus ouvidos no instante seguinte tocou "oh, darling" e o resto você saberia.
É hora de se preocupar quando a sua melhor amiga diz:

۶.livya | diz:
meo, tô numa noite suellen!
sue. diz:
por que?
۶.livya | diz:
master atacada!
۶.livya | diz:
maaaster
۶.livya | diz:
sério, num ficava tão irritada assim há MUITO tempo
sue. diz:
HAHAHAHAHAHAHAHAHA!


Só para deixar claro: não me irrito fácil.
Graças a Clarice

Precisava de um movimento único, exato e libertador. E então conseguiria se desvencilhar daqueles sentimentos conturbados para atingir a paz. Se debatia em medo, se contorcia confortavelmente, esquecia do mundo e dos outros em troca de uma coisa que não sabia enumerar. Vez ou outra, aparecia um pouco de coerência diante do seu riso e eram desses momentos que sorria.

"Mas Ulisses, entrando cada vez mais plenamente em sua vida, ela, ao se sentir protegida por ele, passara a ter receio de perder a proteção. Embora ela mesma não soubesse ao certo que idéia fazia de "ser protegida": teria por acaso, o desejo infantil de ter tudo mas sem a ansiedade de dever dar algo em troca? proteção seria presença? se fosse protegida por Ulisses ainda mais do que era, ambicionaria logo o máximo: ser protegida a ponto de não recear ser livre: pois de suas fugas de liberdade teria sempre para onde voltar."

Sabia de certo o que queria quando fugia. Embora continuasse a fuga.

" - não poderei ir, Ulisses, não estou bem.
Houve uma pausa. Ele finalmente perguntou:
- é fisicamente que você não está bem?
Ela respondeu que não tinha nada físico. Então ele disse:
- Lóri - e de repente pareceu grave embora falasse tranquilo - Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurrra para frente. Foi o apesar de que me de uma angúistia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso não faz mal que não venha, esperarei pelo tempo que for preciso".


Trechos de Clarice, o meu presente depois da briga com o médico. Porque eu vou jogar uma bomba em todos os hospitais do planeta. Muito bom, agora eu sou uma peneira e ninguém fala nada. Injeção na mão deve ser tipo injeção na testa, ridículo.

quarta-feira, julho 30, 2008

o essencial é invisível aos olhos

Se eu fui feliz com tão pouco de você, era porque não precisava de nada, te ter naquela noite fria rodeada por pessoas queridas. A ausência sempre fala alto com as coincidências rindo. Mas você tirou tudo dali para colocar o seu abraço. O suficiente pra me trazer de volta. Mesmo que veja as suas costas longe e nos vejamos daqui a dois ou mais anos tudo foi tão inesperado como nossos encontros.

Certa de que várias coisas voltaram a brilhar, as minhas certezas foram revigoradas diante daquele garoto que de tão diferente é mais um amigo.

Então, passei o começo da semana diferente. Os meus maus hábitos esquecidos. Meus sorrisos trocados. Cansaço acumulado para fazer tudo caber nos próximos dias. As conversas com as meninas e todas elas me falando do meu tempo gasto nisso. Eu ali acreditando que perdia, sem lembrar daquele livro que hoje me fez chorar sozinha entendendo as estrelas, mas antes disso a sábia Raposa falou:

- ... cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...


É por isso que a cada vez que fecho a porta, abrem-se janelas. É preciso respirar e ter paciência. Até quando? Eu falei que ia ser sincera, te prometi em silêncios tudo que só seria capaz de cumprir para você, toda minha verdade é descartada nas suas mãos. O seu jogo. Nossas cartas. O prêmio, surpresas.

cansada, é verdade.

terça-feira, julho 29, 2008

I swore I would be true

Eu gosto de sorrir. De histórias. De ficar quietinha ouvindo. De falar. De cantar alto. Ouvir música e dançar sem saber dançar. Ler um monte de coisas. Gosto de amores complexos e de como tudo é simples diante de um sorriso. Gosto da razão mesmo que não saiba usar. Gosto das emoções mesmo que elas falem alto demais. Gosto da noite e do dia. Dos desenhos na tv. Dos filmes no cinema. Das músicas dos Beatles e da Fiona Apple, além de todos os outros, que estão em cds que espalhei pela vida. Gosto dos meus amigos e de sair sem rumo. Gosto de me perder e me encontrar em um abraço. Gosto de beijos ritmados pelo desejo. De olhares sinceros. Das coisas meio ditas e meio guardadas. Gosto do mistério e do jeito que cada um usa a vida para se proteger. Gosto de poder confiar. Gosto da confiança. Gosto de ter duas pessoas para falar tudo. Gosto da minha melhor amiga. Gosto... Gosto de tudo junto e da liberdade. Tudo que me prenda sem eu notar. Gosto das pessoas que eu gosto conhecerem as outras. Sei que simplesmente sou livre e é justamente a liberdade o que me prende. Que seus olhos brilhem, enfim...




ps: o título é Linger do Cranberries, meses sem ouvir.

segunda-feira, julho 28, 2008

Cause when I'm with you it seems so easy

Aquele que escuta suas histórias grandes e a sua fantasia. Pra quem você tira muito mais do que te cobre, quem com um esforço mínimo te desfaz inteira em palavras. Aquele que te acorda com um toque no celular só para falar alguma coisa qualquer e você fica brava pelo seu sono interrompido e ri da besteira qualquer dele. Quem não te deixou esperando ali só porque é mais simples te calar a ouvir os seus pensamentos que sempre saem alto quando são silenciosos. Quem segurou as suas mãos destrambelhadas e sorriu quando você quase derrubou tudo naquela mesa. Aquele que te mostrou estrelas enquanto te tirava em silêncio dos outros. Mesmo que continuasse no mesmo lugar, os dedos dele apontavam uma direção que você nunca imaginou existir e que não existiria longe, dele.

Ele te conta tudo porque sabe que é esperta o suficiente para descobrir sozinha. O errado dos mundos falaram baixo diante dele. O maior erro e o mais doce acerto de uma vida morna. A sua vida parada mudava quando ele resolvia aparecer e mudar tudo. A tormenta vestida de calma. Ele que inventa os dias e a vida a cada nova surpresa boba. Os olhos que falam mais do que as vezes que ele fala como um adulto, conhecedor do futuro e da sua cor.

Diferente. Não só mais um. Porque apareceu para mudar tudo enquanto você finge continuar no mesmo lugar. Os ouvidos dele parecem entender, a boca fala como se soubesse o que dizer, para não dizer nada porque ele entende os silêncios. Ele existe, tudo existe, com a cor certa do acaso. Os seus olhos se encontram e nesses dias vocês sabem que existe algo nunca dito.

Os dias passam e a falta, o riso, o jeito, os defeitos e as qualidades falam alto. É ele e mais ninguém. Dele você seria garota e mulher. Seriam juntos um segredo em uma noite de frio nessa cidade pecaminosa, dois corpos consumidos pelos outros, são novos se encontram a verdade. Esses corpos são os mesmos diante dos braços um do outro, fechavam os olhos para sentir o cheiro e ficar mais perto, quando se encontravam tudo parava e não era só o mundo.

domingo, julho 27, 2008

Presente

Tudo muito rápido. Mão, boca, pernas, corpos, tudo virando um, sendo um naquele ritmo assustador dele. Ele que parecia ter esperado há tanto tempo por ela notar aquele garoto no canto da sala. Ele sabia mais dela. Sabia quem tinha tido os beijos dela, os sorrisos dela, achava coisas e começou a conversa com aquela pergunta de quem sonda o território:

- E o namorado?
- Ahn? Namorado? Que namorado, tá maluco?
- Aquele dia você tava de mão dada com um dos caras que estavam com você.
- Ah, não, não estava. Meus amigos e um é como um irmão.

Mais piadas, conversas, minutos, as pernas se tocam e eles saem do meio dos outros. Um canto para chamar deles e o começo da história é o fim dela.

Pensou em como ignora sinais e nem percebe tanta coisa, prefere o jogo aberto, mesmo que guarde suas cartas na manga. Foi quando lembrou da frase daquele desenho que tinha assistido na tarde daquele dia: "o passado é lembrança, o amanhã mistério, o hoje uma dádiva por isso chama presente". Sorriu para o seu presente e se despediu com um beijo.



a minha sorte de hoje não podia ser mais oportuna
Sorte de hoje: O coração é mais sábio do que a razão
;)

sexta-feira, julho 25, 2008

Carnaval

O amor pode levianamente ser comparado ao carnaval. A espera de um para o outro, a duração, o clima e o sofrimento. Aquela nostalgia de um carnaval bom. O sofrimento dele terminando. A certeza de que o ano que vem terá outro. O ritmo leve de um samba-canção. A nostalgia animada do carnaval de rua do Rio. O compasso acelerado dos desfiles. A calma de um feriado no interior. O beijo de um dia em Salvador. E a certeza, gostamos realmente de gostar, pelo tempo que durar o carnaval ou só até o fim da próxima música.


Orquestra imperial e "carnaval só o ano que vem" (nome do cd deles).
Melhor show da virada cultural :)

quarta-feira, julho 23, 2008

u m d i a u m a n o

Tentei por tempo demais controlar os meus próprios passos, dançar conforme a música, falar de um mesmo assunto em linha reta até que ele aparecesse na sala para mudar o destino do meu olhar e a direção da minha voz, claro que ele passou e a minha voz ficou sozinha enquanto ria de qualquer coisa. Depois dele teve alguns, mas na verdade, o que era dele nenhum tirou, minhas palavras sinceras, minhas mãos carinhosos, meus ouvidos atentos, meus que tão dele, viraram nossos, nossos sonhos, segredos e casos.

E eu sempre soube que quanto mais fugisse, me escondesse, tentasse me livrar, estaria próxima. É como areia movediça afundo no ritmo dos meus movimentos, talvez ficar parada seja um jeito de aceitar e ter antes, paz.

f a l t a d e f a l a r e f i c a r e m s i l ê n c i o, sua.
Better version of me

A ficha caiu quando procurava passagens e maneiras de ir. O que eu fiz? E se nenhum dos jogos que domino valer a pena? Quando todas as palavras acabarem e todos os dias forem bons, eu poderei enfim te contar: diante dos meus caminhos, palavra nenhuma fala mais do que o silêncio.

c a n s a d a...

terça-feira, julho 22, 2008

Talking only me and you

Se eu tivesse te contado tudo antes, como eu costumava ser, você viria junto com alguém como eu? Se palavra por palavra você conhecesse minha história, iria com alguém como eu? Eu fiz antes, caminhei sozinha, mas iria junto com alguém como você. Não importa o que tenha feito ou com quem tivesse passado seu tempo, poderíamos ficar por aí e ver uma noite inteira. Sem se importar, falando sobre o estilo jovem ou velho, sem se importar com nossas próprias faltas, falando sobre nosso próprio estilo. Além dos olhos, das mãos, do jeito calmo, tudo que importa são conversas, eu e você.

Quando as coisas vão para longe e todos costumam desaparecer, nada me surpreenderia a menos que você fizesse. Algo parece ter acontecido, todos tem desaparecido e eu ainda estou aqui. Sem se importar com o que fazemos, poderíamos ficar por aí e ver uma noite inteira.

Deve ser porque a cada nova frase te conheço menos. Ainda mais por isso. As palavras escapam e me enganam. Os jogos que não são mais do que parecem ser, se encerrarão sozinhos. Fale com a sua voz de esperança sobre uma fase desconhecida na sua vida. Você já brigou com si mesmo e é hora de ganhar, de novo, escolhas.




She wasnt raised by the way
That the emperors put traps in the cage
And her days she being dull
Lead to nights reading beer bottles
You're such a fugitive but you don't know what you're running form
You can't kid us yeah you can't trick anyone
Houdini, love you don't know what you're running from
(...)
But Dorothy was right though...



não é por loucura que canto até ficar sem voz, músicas sempre falam mais.

domingo, julho 20, 2008

Eternal sunshine of the spotless

Enquanto ele dirigia sem sentido jogando fitas e lembranças na chuva daquela noite, eu pensava em uma cena muito parecida, na qual eu andava com aquelas músicas falando alto nos meus fones e os fatos inteiros iam caindo ao meu lado. Com a seleção natural só os mais fortes continuam a caminhar. Banho de chuva e o cheiro de terra de um fim de tarde em um sítio escondido, uma cena desenhada para falar baixo enquanto alguns gritam.

As brincadeiras e os textos fazem das paredes expectadores atentos. O mundo inteiro podia olhar dentro dos meus olhos e desses eu só veria o seu. Tarde demais para chamar de meu. Seria melhor apagar e ser como os esquecidos que apagam seus equívocos, Nietzsche, como a frase que eu falei de tatuar um dia. Então, o meu amigo me falou que "feliz é quem tem o coração tão aberto que faz do essencial um detalhe" e sem saber ele fechava a noite de nostalgia com chave de ouro.

Enquanto as coisas não acabarem, não chegou a hora de parar, é a ordem do rei e a palavra do Coelho Branco, que assim seja.




na falta de histórico o blog virá um:


Toad diz:
ahahahahahahahaha entendi
Toad diz:
vc que é feliz, sabe?
Toad diz:
sério
Toad diz:
pq vc tem o coração tão aberto
Toad diz:
que certas coisas são detalhes
Pois é,

Quando a razão e os fatos se metem no meu acaso, lembro disso e sorrio:

O Coelho Branco colocou os óculos e perguntou:
- Com licença de Vossa Majestade, devo começar por onde?
- Comece pelo começo - disse o Rei, com ar muito grave - e vá até o fim. Então pare.


Minhas paradas são só vírgulas até o ponto final.

sábado, julho 19, 2008

Some piece of mind and clarity


Nada estava mais aqui, porque eu tinha dissolvido os pensamentos em líquidos e bebido tudo de uma vez. Cedo demais para acreditar que nada voltaria a incomodar se as consequências arrastam-se a longo prazo, com um prazo, porque tudo isso parece vencido. Ouço as vozes da minha preocupação me contando do dia e sinto falta de estar por perto. Penso no meu dia longe e como pensei em contar com você para explicar direito para mini me a história do diário de Anne Frank e como ele se liga aos judeus e todo aquele momento que ficou misturado a algum filme que eu vi com alguma coisa muito parecida, daí eu expliquei mais ou menos e prometi dar o livro para ela um dia.

Teve também o harry potter versão britânica com capa dura e marca texto naquela versão bíblia/livro antigo que deixava o lado dele meio dourado, ela não entendeu porque achei ele lindo e eu não consegui explicar como uma bobeira da minha juventude falou tanto. Talvez eu fique o tempo inteiro sorrindo do acaso e pulando a minha vida, simplesmente porque não aceito ninguém, nem nada diferente do que eu quero para mim. Me interessar pelo outro é muito mais do que querer a presença. Tem coisas que eu nunca vou conseguir explicar.

Nesse sábado à noite faz falta os domingos.
Dentro de mim

Se eu tentei por tanto tempo esconder é porque sempre soube que dentro das músicas que eu te disse você encontraria a verdade sozinho. De todas as palavras ditas as mais significativas foram as que calei diante de um sorriso. É fato que cansei dessas madrugadas frias em ausência, cansei desses meses de busca repentina, porque sempre encontrei paz nas noites frias, nos bares, na ausência certeira de conteúdo. Não queria ouvir e nem falar nada. Não queria. Não podia. Não faria. E diante do que eles tiram de mim, as lembranças me devolvem a você. O seu corpo resolveria os meus problemas com um maior. As minhas mãos nas suas acalmam o mundo e sorriem para o acaso naquela cena que inventei para nós dois.

Quando corro me perco em velocidade, percorro caminhos que não queria, só porque fugir é sempre mais simples, diante de você tudo que deveria ser dito se cala. Medo de destruir toda uma construção. Medo. Só um monte dele e eu busco lugares inexistentes, como se o maior deles não fosse sempre ao seu lado. Te diria que as opções ainda estão aqui, mas diante de tudo, o melhor é fugir desse país e ir, como todos vão. Sem você notar olhar para trás e sorrir, porque você sempre será o erro mais belo e a verdade mais colorida. Sempre que uma banda falar demais você estará lá, nesse ou em qualquer país, porque você já vai comigo pra onde for. Até...

sexta-feira, julho 18, 2008

Paint the silence

Como poderia dizer que a minha vida está vazia se vivo tão atrasada e entre compromissos e escolhas faço do meu dia um quebra cabeça montado no vento ao acaso. Por que ficaria mais um segundo pensando nas peças que você pode levar? A sua visão no meu caminho, mais um segundo vivido.

Vamos colorir o silêncio, fazer dos dias a poesia que criamos. Viver ou morrer é uma escolha, a diferença é que sempre escolhemos as mesmas coisas em tudo. E se não conseguirmos fazer diferente, nada mudará. Abandonando sentimentos por paz de espírito simples, ficamos na beirada enquanto existe um mar inteiro, rimos dos tolos enquanto existem inteligentes para conhecermos, brincamos com rimas simples enquanto as complexas se escondem e são assim só por serem simples demais, os melhores poemas tem poucas linhas e quase nenhuma palavra difícil, deixaram a dificuldade para quem precisa se agarrar em alguma muleta da inteligência artificial, os melhores jogos são fáceis e você conhece as regras, mesmo fazendo deles o seu próprio.

Não vejo a mesmice brilhando ao seu lado, mesmo que falemos e façamos as coisas tão parecidas todos os dias, sempre há algo novo. Algo... Qualquer coisa. Uma coisa, que faz dos dias, diferentes.

quinta-feira, julho 17, 2008

Perdas

Para perder seria preciso ter tido. Para ganhar nessa balança imprecisa me dizem que é preciso perder. E me dizem tantas coisas enquanto o mundo gira, enquanto nada faz sentido, eles falam, como se tudo pudesse ser falado em uma mesa de bar. As pessoas afogadas em lugares rasos. Alguns se esquecem enquanto se dão e outros passam a vida inteira tentando se entregar, soltar das amarras do acaso, tentando. A maldição da humanidade deve ser o gerúndio, "estou fazendo", "estou tentando", quase ninguém faz ou tenta, fica sempre "ando".

Enquanto confesso faço alguém sofrer, digo que não posso ser nada para você porque estou de mãos dadas a condição de nada ao lado de outro alguém. Meu comodismo barato me reduziria a um personagem que não quero interpretar, como se escrevendo as falas dela pudesse assim acertar o passo da minha vida. Trazer a ficção para vida é um jeito de fugir do real. E, já não fujo mais, prefiro os momentos em paz divididos e as risadas, histórias, planos, futuro, passado compartilhados em uma mesa. Todos eles são nada diante de um sorriso e já não é só isso. Confesso que perdi. Confesso. Confesso e me retiro. Memórias. Memories of you.

But all these thing are careless things
I want them
But always night, I close my eyes
I want to run
Run to you...........in dreams

quarta-feira, julho 16, 2008

One day more

Dias de dúvidas e mania de contestação. Dias de calma e sorrisos. Dias de alegria. Dias de tristeza. Dias de caos e paz. Dias. Dias. Dias. Tantos dias e agora eles são mais leves diante dos sorrisos, nossos.

segunda-feira, julho 14, 2008

Voltei...

Segurou o meu braço na hora de atravessar a rua, uma das minhas manias é não prestar atenção nos carros. Sorriu quando disse que estava com saudades e nunca me entregou um "eu também". Deu passos minúsculos de tão diretos, caminhou por uma estrada só, me viu passar por aquela porta naquele dia, entre sorrisos me ouviu sair e sem saber o corredor ficou maior, os passos eram maiores e o meu paradeiro era cada dia mais distante. Caminhei até a exaustão, encontrei meus erros, desfiz meus acertos, só para quem sabe com isso voltar.

Mas quanto mais caminhava, mais me afastava, burocratizava todos os momentos, marcava hora de chegar e sair, era medo de tornar isso mais sério e ir de vez.

Gostava de me sentir mimada por você, te ver correr, reclamar do cronômetro do tênis quebrado há semanas e sem ele, porque você exagerava como mulheres, não podia ser. Seus olhos da cor do céu era o cenário perfeito de qualquer conto de fadas que não soube contar. Suas bandas, suas músicas, suas palavras, suas mãos, seu sorriso, seu e tudo que era meu, porque de tanto ser, éramos personagens de uma história.

Te procurei naquele apartamento, fui até a porta do seu quarto, procurei suas manias, dei risada com as histórias e as metáforas que criávamos para não falar. E percebi naquele momento, não tinha porque não te esperar voltar. Voltei; a sonhar.

domingo, julho 13, 2008

Inesperado

Veio um vento forte e mudou todas as peças do lugar. Tão forte e inesperado, que não sei dizer quando e nem porquê tudo, absolutamente, tudo ficou diferente


pra mim...



Deve ser um dos sinais que não ouço, o último anúncio da minha partida, parece o fim das palavras... suas.

sábado, julho 12, 2008

All i really want 2

Te inventei e reinventei, mudei o meu jeito de te olhar, tirei você do meus olhos, refiz hábitos e exclui você. Mas você ainda é aquele que fala da minha mania de deixar o blazer com a gola virada e arruma, meio bravo, meio doce.

Você fala das discussões e conversas, reconhece, desconhece, e deve perceber o quanto é necessário não falar disso hoje, vê que não quero implicar com você? Mas é sempre inevitável, então eu saio antes que o mundo desmorone, fico esperando encostada na parede, ouvindo algo alto, para não tirar de dentro nada além de você, só você, sem nenhuma outra pessoa, te resgatar com as lembranças, cuidar de possíveis marcas, ouvir sua experiência e falar que você precisa ir, fazer tudo acontecer, vai, pra longe de mim; mentira, fica perto. E nem ao menos posso caçar o caçador.

Tudo que realmente precisamos, juntos ou separados, sempre, é um pouco de paciência, um modo de acalmar a calmaria, e não sair dali, só porque tudo devagar demais é tão sufocante quanto uma montanha russa, com a diferença, que nela existe emoção. E tudo que realmente queremos chama liberdade.

Isso está desgastado? Sabemos coisas demais. Lutamos demais. Pode se perguntar porque sou implacável e rude com os outros.

Somos alguém para entender tudo isso. Fala de você por um minuto, esquece, fala do mundo, dos conflitos, de toda essa loucura em conta-gotas.

Tudo que realmente quero é encontrar um lugar comum e alguma sintonia, algum conforto, e uma maneira de estar. Queria um pôr-do-sol e o mar, quieto, sem calor ou frio demais, queria a paz, queria v...




ps: Alanis Morissette, saudades da sis.

sexta-feira, julho 11, 2008

Livre...

Procurava nos seus passos onde tinha deixado as certezas caírem. Deixou certas coisas passarem. Tinha dentro de si as justificativas que preenchia suas dúvidas, falava medo e incerteza, escondia-se enquanto sorria com os lábios e guardava os olhos para algo que se movia longe. No olhar dele encontrava dúvida e as mãos que a paralisavam. Beijos na testa cheio de respeito enquanto suas mãos faziam carinhos infantis, fazendo-a sentir querida e protegida, segura e forte.

De tudo
Ela sempre quis mais


Entregava a ela as mãos na cintura tímido no meio da multidão, a envolvia em um abraço como um laço, colocava seu rosto perto de seu pescoço, como se de lá viesse o cheiro do mundo, falava as coisas que ela sonhava um dia ser verdade.

Do incerto
Ele era o mais natural


Olhava os passos dele e media o descontrole, sabia que diante dela, ele se deixava ser criança. Ela sempre gostou do poder e sentir que tirava dele as máscaras, te entregava alguns.

Diante de tudo
Ela não sabia querer


Contava os passos, desfazendo as rotas, com medo de tê-lo e ser dele, por uma noite ou uma tarde ensolarada, temia a sua poesia tanto quanto temia a vida.

Por falta de culpados
Viam a si mesmo


Não era um erro, nem tão pouco chamariam aquilo de acerto, sabiam que era o certo, porque a falta e a vontade de estar por perto sempre falava alto demais, foi quando ela resolveu ser surda que deixou claro: seria dele, sempre, mesmo que longe.

Um beijo mudaria tudo e disso, nem eles sabiam.




ah, que hoje acabe, com ficção e alegria. exausta.

quinta-feira, julho 10, 2008

Manhã

Morango com leite
Strawberry fields forever

dois belos jeitos de começar um dia
e junto deles
uma linha inteira de lembranças

bom dia, tédio mortal matinal no trabalho.
Funcionalismo

Conseguiu fazer com que o real a entregasse paz, fez de outros dias juntos a extensão natural daquele começo, nunca chegaram a ter um fim, os dias empurraram a situação para um abismo inevitável. Não queriam pular, não sentiam um pelo outro, nada além do superficial de uma relação. Se falavam para marcar o amanhã, quando se veriam outra vez e os toques tomariam conta de mais um dia, conversavam das piadas de uma noite passada, do jeito que ela era estabanada em qualquer situação, falavam dos dias passados juntos, porque em separado as vidas de tão diferentes pareciam desinteressantes quando olhavam um nos olhos do outro e as contavam, não queriam ou podiam se entregar, misturar vida fariam deles um e, não seriam, sabiam desde sempre que viver aqueles dias e o gosto com vontade de quero mais na boca duraria pelo sempre que precisassem de um corpo, seriam corpos consumidos, outra vez, porque não iam terminar ou começar nada além dos toques emergenciais. Tentaram, depois de um ano, voltar, recomeçar, mudar uma coisa aqui a outra ali, mas no fundo sabiam: não duraria, não resolveria, continuariam sem olhar um ao outro quando virassem as costas, não sentiriam falta de falar, a falta tinha o tamanho exato da superfície de um relacionamento, raso.


But all these thing are careless things
I want them
But always night, I close my eyes
I want to run
Run to you...........in dreams

quarta-feira, julho 09, 2008

Especiais

Não se entendiam por se entenderam, desentediam-se o tempo inteiro, irritavam-se vez ou outra, até aquele dia, no qual ela saiu brava com o que ouviu, preocupada em não dizer mais do que não importava, nervosa por se importar e irritada. Poderia ter batido as portas pela casa, mas era essa a marca da felicidade da garota no seu livro de infância, ela disse que as pessoas batem as portas quando feliz e ela não queria esboçar reação nenhuma, felicidade ou tristeza, não importava. Ficaria em silêncio, até uma coisa extraordinária acontecer diante dos seus olhos e como sempre, era ele de quem lembrava e pra ele queria contar, mesmo que não entendesse ou risse, mesmo que achasse diferente do jeito que ela via, porque as diferenças também importavam. Só precisava comentar daquele amor juvenil e diferente que viu entre dois adolescentes especiais, ao ponto de alguns chamá-los de excepcionais, não diria doentes, porque eles a mostraram a simplicidade do gostar quando ela pediu que a garota o ajudasse com o papel e o braço dele sujo de molho, e então ela o repreendeu como gente grande por ele ter gritado no shopping, talvez pensasse que alguém se importaria com os gritos mais do que pelo fato deles serem lindos. Levantou com vontade de falar isso para eles, mas por serem especiais, não eram diferentes. Eram como os casais verdadeiros, lindos e só.


"A harmonia secreta da desarmonia: quero não o que está feito mas o que tortuosamente ainda se faz. Minhas desequilibradas palavras são o luxo de meu silêncio. Escrevo por acrobáticas aéreas piruetas - escrevo por profundamente querer falar. Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio."
Clarice Lispector


ps: o casal realmente existiu, eles tinham síndrome de down e mais ou menos a minha idade, no shopping santa cruz, enquanto eu almoçava depois de ver wall-e e por muita sorte minha, eles sentaram ao meu lado e eu pude levantar e entregar o papel. o resto é ficção, ou não.

ps²: ai, disputa no rodízio de pizza NUNCA termina bem se na sua mesa tem a Le, amor, garotas.

terça-feira, julho 08, 2008

Metáforas e beatles

Chegaram juntos naquele momento em que é preciso atravessar a ponte, antes que tudo seja tomado pela água desse lado, onde parados, esperam o sol se pôr e opor a vida um do outro. Precisavam os conflitos frequentes, sentiam que podiam contar a vida inteira e sorrir das escolhas um do outro, do dia um do outro, das coisas que o outro queria dentro daquela pose de dono da verdade, contemplavam os olhos tentando um convencer ao outro que nada daquilo não passava do momento agora e dali a segundos poderiam se separar nessa ponte. Um ficaria esperando a água subir e o outro se juntaria do outro lado a alguém. O que não sabiam, não queriam, não fariam era dissociar de um jeito simples e frio os pequenos casos desse, que era de tão completo, seguro. Quando tudo naufragasse sabiam exatamente para onde correr, daquele lado que alagaria naquela ponte, estariam um a espera do outro.

Os sonhos deles eram água, quanto mais sentiam que aquilo acontecia, a maré subia e daquele lado quase alagado, os sonhos todos. Deles.


Living is easy with eyes closed
Misunderstanding all you see
It´s getting hard to be someone
But it all works out
It doesn't matter much to me

segunda-feira, julho 07, 2008

Story

Talvez fosse a minha vez de sentar e te explicar como traia sem trair. Como anulava sem tirar. Como somava sem acrescentar. Como deixava tudo mais simples diante daquele sorriso que já significou alguma coisa e apagou o tempo longe com mais um. Não era uma traição, só com aquele que não sabia que era você quem ocupava meus pensamentos até então, desculpa, te tiraram de um pedestal e deixaram em uma mesa secundária. Caído no chão quando ninguém se preocupou em levantar.

Você poderia ser o caminho para seguir sem pestanejar, mas diante disso, o outro parece mais seguro, diante do desconhecido, o meu velho conhecido poderia me trazer dias de paz, diferente de todos que você me mostrou, porque a sua paz me divertiu, me fez sorrir, mesmo nas discussões quando tentei procurar o outro lado.

Agora, tudo foi balançado pelo acaso, e no caso, me faltou coragem. Simples, baixo as cartas, coragem, sempre falta e, longe talvez seja mais seguro. Te deixo diante das piadas sem graça, dos contos sem moral, do acaso raso que você navega. Boa sorte, para nós.

E obrigada, por fazer parecer que o tempo não passou.


I don't i don't know know
Just try just try
To lean away
Take me to another place
Where i know i know
What's happening
To my head and to my dreams
Cuz i want i want
I need i need
Some piece of mind and clarity
So just take take my hand
And let's leave



ah, feliz um ano.

sábado, julho 05, 2008

Para alguém partindo,

Eu não queria que tudo terminasse assim, sem uma frase para pontuar o meu outro começo, o recomeço na verdade, das palavras que voltavam e os sorrisos simples, onde talvez vá para sempre procurar o seu. Porque é fato, você me mudou de um jeito que ninguém nunca fez, de uma forma simples que ninguém foi capaz. Mesmo dentro do caos, me abrigou em segurança, em um abraço, sem saber a gravidade dos problemas, me pedindo para ficar bem, e quando soube, a surpresa e a falta de remédio, te fez me levar para uma discussão qualquer que diminuiu no ato o mundo. Sabe, eu queria realmente ficar, talvez morar por perto em algum lugar chamado sonho, mas não dá mais, a vida grita ao meu lado e me chama para longe, como é melhor pra você, pra mim. Vamos facilitar as coisas e sermos apenas um ou fim.



arrá, por que eu preciso estar 15h do outro lado da cidade e ainda tou aqui?
você, vamos ao seychelles?

sexta-feira, julho 04, 2008

Ciência

Porque eu fazia dos dias um calculado errado. Achava que ignorando tudo, as coisas passariam. Somava espera com comodismo. Tirava paciência da calma. Dividia erros. Multiplicava silêncio. Até que eu percebi, cálculos nunca foram meu forte, por isso eu vejo você guiada pelas ciências humanas. Exato, só na condição de ser abstrato, além disso, todas as histórias do mundo para fazer do seu dia, novo.


"Que coisas são essas que me dizes sem dizer, escondidas atrás do que realmente quer dizer? Tenho me confundido na tentativa de te decifrar, todos os dias. Mas confuso, perdido, sozinho, minha única certeza é que de cada vez aumenta ainda mais minha necessidade de ti. Torna-se desesperada, urgente. Eu já não sei o que faço. Não sinto nenhuma alegria além de ti. Como pude cair assim nesse fundo poço? Quando foi que me desequilibrei? Não quero me afogar: Quero beber tua água."
Caio F.
supremo :)
relendo...

quinta-feira, julho 03, 2008

Maior certeza

Se eu tivesse que escolher o lugar da minha casa que mais gosto, falaria sem pensar o quintal e a rede que vez ou outra pára lá. Acho que depois de hoje passo a gostar mais, a lembrar mais daquele lugar que sempre foi meu canto de paz aqui dentro, quando eu chego sem chão é lá que procuro equilíbrio, mostrei pra sis onde fiquei daquela vez, você não faz idéia do quanto foi difícil continuar depois, mas eu recarreguei força e paz, sozinha, parada ali. Hoje as conversas foram tantas, a gente dividindo a rede, os pés congelando com o frio e as palavras se confundindo, a minha mania de sonhar e a dela em ser prática. O jeito que eu vejo as possibilidades e ela enxerga os fatos. Como tudo é tão diferente e se completa sem igual. Sem ela não seria metade do que sou. E a gente se acusa do que a outra faz. Contestamos a nossa própria vida, enxergando além dela, mudamos nossas escolhas ao ver as coisas não funcionando ali, refazemos e desfazemos tudo. Mesmo que minhas teorias falhem e as certezas dela não encontrem nenhum porto. Sabemos, que no fim, cada uma vai fazer o que acha melhor, liberdade, e ainda mais além, estaremos ali para sorrir dos erros e acertos.


Soulsister, é irritante como vocês se parecem, e engraçado ver como você me completa. Love, sis.



Todas as tardes podiam ser como hoje, (muito) fondue e amigos, video-game, paz, conversas, comidas aiaiai... E mais uma outra pessoa.
Arrá, dessa vez o Moriya [finge que não tive culpa, também, da primeira vez] não queimou o fondue, ficou jóia. =D


quarta-feira, julho 02, 2008

near to you


Deixe o seu último olhar sobre mim depois de virar essa página, acabar com essas canetas, descansar esse sonho. Dá o seu último sorriso. Ouve a última música. Conta do seu último dia. Refaz os seus últimos passos. Me presenteia com lembranças. Volta, paz.


Porque quando tudo passa é nos seus olhos que escondo minha paz. E é dessa independência que sinto falta. Dos seus olhos brilhando, como antes, e os seus sorrisos. As suas mãos se mexendo rápido, seus pensamentos afugentando os meus, os enigmas. Sinto falta. É verdade... Tantas coisas para serem ditas, mas o tempo sempre trai e eu fico quieta, olhando, você.


















na foto: hermione e hagrid, haha. piada besta ¬¬'
amanhã é dia de apanhar no guitar hero, deles =\

terça-feira, julho 01, 2008

don't forget to check the obvious*


Alguns dias quando deito no fim da tarde na minha cama ao lado da janela, com o sol se pondo e as cores misturadas, deixo a minha cabeça ir até você. Digo, sempre longe, porque temos uma distância que precisa ser mantida. Daí noto que diferente dos outros, de você, não sinto falta só quando não tenho o que fazer, nem acho nenhum contato obrigação, tudo é mais simples e livre, deve ser essa liberdade do meu tempo, mesmo que o jogo seja todo seu.

Tudo complicado ou simples, é sempre bom, estar por perto.


* Cute is what we aim for
hahahahaha

ps: ahê lentes de contato novas, agora cuidar bonitinho delas pra não morrer de infecção na córnea. =D
here



there


[and]


everywhere



Dorsal

antes de morrer deixa pra mim os seus cadernos
quero saber como se sentiu em cada folha
e ver como se acostumou no mês seguinte

aposto que ainda gosta de azul e se arrepia
com gosto de limão, lágrimas, lágrimas
muitas lágrimas de cebola

o sorriso apertado nos olhos, a vergonha
ao dizer "falei de você ontem"
pros seus amigos na saída do teatro

e depois o caminho que fez pra fugir de mim
pros seus cadernos, o caminho que fiz
pra fugir de você nos meus cadernos

toda paixão, uma receita de brigadeiro de panela,
um discurso sobre a importância do filtro solar
numa cidade que não tem praia

te perdi no trajeto, papel de bala, não sei onde guardei
aquele cd-r. Mas antes de morrer vou deixar
separada pra você esta folha.

[Bruna Beber]