sexta-feira, maio 29, 2009

Verbo transitivo direto

Quero alguém que seja como os meus amigos, que se divirta com muito pouco e goste de sair para jantar em lugares legais, que seja feliz em um inferninho e não se importe em ir a baladas caras, que não pagaríamos, porque a profissão nos permite pequenos luxos. Alguém que encontre piada na própria desgraça e que se ama antes de me amar. Que se respeite antes de me respeitar. Que conheça seu próprio valor antes de procurar o meu. Alguém que recuse os meus programas e proponha fazer nada em uma noite de sábado. Que me mostre coisas que nunca veria. Que goste da minha família e que eu goste da dele. Alguém para entender que nada é tão simples quando se trata de sentir, mas não existe escolha a não ser aceitar que...

Alguém com histórias que não me cansem nunca, com amigos com assuntos engraçados e de quem, com o tempo, seria amiga também. Ninguém seria importante para mim sem conhecer a sis, sem respeitar a falta que sinto dela, todos os dias. Alguém que entenda a minha semana mágica do mês, quando eu realmente quero atenção, diferente de todas as outras, quando costumo ser simplesmente indiferente.

Alguém que não está no meu agora. Sem rosto, forma ou nada que defina um objeto transitivo para o meu verbo direto. Amar?

Diferente de tudo que senti (tanto tempo), hoje, você me fez indiferente. Sua presença ou ausência não me disse nada. As suas cores não me mostraram luz. A sua forma de ser, não me importou. "Mas bobagem, quanta amargura,eu já sei que a vida é dura, agora é pura questão de se acostumar. Basta ter coragem e finura e o jogo de cintura aprendido dia a dia, bar em bar. Pra que reclamar se tem conhaque, se na tevê tem um craque e o meu Timão só entra pra ganhar? Pra que imitar Chico Buarque, pra que querer ser um mártir se faz parte do momento se entregar?". O pullovers fez poesia em frases simples e eu, com as palavras deles, fiz piada com um garoto. " e a consciência pesada a cada nova vontadinha que surgir de outra mulher, de liberdade, de um amor de verdade, de poder fechar os olhos e sorrir, pensando que então, dali pra frente, seja qual for tua idade, o melhor ainda vai estar por vir!"

E então, sem planos, eu simplesmente volto a me entregar, a vida. Por fim...

quinta-feira, maio 28, 2009

"S e m a n i n h a j ó i a"

Essa semana conseguiu me tirar do meu centro. Esquecer durante todos os minutos porque um dia gostei tanto do meu livro de criança que rege minha vida adulta. Ver o lado bom das coisas mesmo quando isso parece quase impossível e, foi. Fazia tempo que não animava tanto para uma coisa como para palestra, que perdi. São como os planos que não faço, as viagens que não programo, as coisas acontecem e são boas, por fim; mas algo programado pode sempre gerar essa sensação de perda que me incomoda. Depois a festa que tanto queria ter ido e por fim, mas não menos importante, adiar para mais uma semana assistir o filme do livro que li mês passado, aquele com uma dedicatória feliz que ganhei quando fiz dezoito. Essa semana foi de planos adiados e outros desfeitos. Perdi a paciência com quem jurei tentar ser tolerante. Desisti de enfrentar os obstáculos, mesmo que seja necessário perder, mais uma vez. Não quero, não consigo, não sei lidar com tantas coisas (ruins) ao mesmo tempo.

A sis falou que eu não consigo simplesmente porque não tento, será isso mesmo? Eu não tento ser tolerante? Por que todos simplesmente são e, para mim, é algo que preciso tentar? E sem ela aqui, fica tudo um pouco mais solto e sozinho.

Consegui, nessa semana, tratar mal metade das pessoas que me fazem bem. Ela me pediu para confiar que resolveria tudo e, eu não confiei, porque não confio desde quando me decepcionei com a minha mãe e a minha vó (por adoção) que sacrificaram o pastor alemão que era minha vida quando era pequena, até os dezesseis achei que tinha sido a veterinária a culpada por ter dado uma injeção errada no pobre cachorro. Ele passou e, eu nem se quer lembro como se chamava. É essa sensação de perda que dura por alguns dias, talvez anos, mas passa.

Não confiei, insisti, perguntei. Só que ela realmente se virou e resolveu, fez tudo que falou, me mostrou resultados ao invés de problemas e, se irritou com a minha insistência em deixar o passado influenciar tanto no meu presente. São essas algumas das pequenas coisas que me farão sentir arrependimento no futuro. Porque tento arrumar o passado, clarear o futuro e esqueço que estou no presente.

São tantas coisas simples que resolvo em palavras, mas que na vida, na hora de agir, no vamos ver... É essa minha mania de "pensar".

Entre tantas coisas ruins, nessa semana, ele sumiu...

terça-feira, maio 26, 2009

If you were never aware of what was around you

Queria sentir a paz daquele café. Ouvir a forma que ela me acusa com razão e me diz, sem julgamentos, que me avisou em silêncio. Ela sempre foi capaz de entender cada uma das minhas loucuras, das minhas ponderações, do meu sentir sem sentido. Nenhum julgamento, nada, nada, nada. "Todo mundo tem uma pessoa no mundo. Uma pessoa pra tudo, todas as horas, a sua correspondente no mundo. Você é a minha". E a falta da presença dessa amizade nos meus dias e, a sensação de como norte e sul podem estar perto, me faz perceber que ela é a minha. A minha correspondente no mundo. Só que tive que deixar ela se corresponder por outros meios, mais muitos meses até o abraço e, esse um ano ter só passado.

Queria colo. Contar tudo que estou sentindo e ela notar sem nenhuma palavra o que não contei, o que não sei. Queria falar que ela se enganou, que a pessoa de quem ela mais me alertou, é a que mais está aqui para todas as horas. E, fazer ela ir desistindo da implicância.

Quero ouvir ela falar que o meu problema é acreditar nas pessoas. Que devia reconhecer que nem sempre amizade é uma via de mão dupla e, que eu, sempre que encontrar estradas assim devo simplesmente mudar o percurso.

Traz dois cafés e a conta pra mim?


ps. o título é de "Marching bands of manhattan" do Death Cab For Cutie.
ps²: e a minha pessoa é a
melhor amiga.

domingo, maio 24, 2009

Vários mundos, poucas regras e alguma liberdade

Se olhou no espelho naquela manhã e decidiu que iria se sentir bem. Tomou banho enquanto pensava na roupa, leu algumas notícias enquanto esperava o café, sorriu enquanto se sentia leve. Se vestiu com todo o cuidado de deixar os cabelos com aquelas ondas que gostava e de um jeito que não parecesse nenhum animal silvestre, queria controlar aquela onda, embora pretendesse soltar todas as outras.

Fez um telefonema apressado antes de sair de casa, marcou um lugar comum e foi, sem saber se ele realmente iria, mas quem sabe fosse hora de explicar porquê foi embora.Ela nunca quis se entregar para alguém que estivesse entregue a ela. Gostava daqueles jogos complicados, queria conquistar e ser conquistada, nunca foi uma pessoa fácil, já ouviu reclamações o suficiente e mudou, porque admitia que mudava o tempo inteiro, desde que as mudanças não fossem uma ameaça externa. Preferia se não participar a se adequar aquelas regras dos outros. Queria que todos esses que fazem as regras, inventassem uma simples, que um dia, o proibissem de amar. Quem sabe um amor proibido faria muito bem...

Saiu, apressada, ainda decidida a se sentir bem, disse bom dia para o maior número de pessoas possível, brincou com as crianças na rua, estralou os dedos para um cachorro, se sentiu em contato direto com todas os vivos que não conhecia, talvez fizesse parte do dia e eles soubessem da sua decisão.

Percebeu em salto que esteve dormindo por tempo demais, pensando no passado, calculando o futuro, esquecida de que era hora de lembrar do sabor de viver.

Encontrou ele, que ainda a fazia se sentir bem, conversaram e decidirão deixar o tempo decidir por eles. Não fizeram nada, nem ao menos um beijo selaria o compromisso, ela precisava pensar em como era acordar daquele sonho pesadelo e ele precisava decidir se queria entrar em um novo mundo, o dela.


31/03/09


ps. texto guardado porque na época poderia dizer demais de algo que não queria falar nada.

quinta-feira, maio 21, 2009

White Flag

Vamos nos esvaziando do passado, guardando as lembranças boas, descartando as mágoas, nos limpando para um futuro que nem sabemos qual. Esquecendo velhos abraços, procurando novos olhos, mais possibilidades e outros sorrisos. Tive que sentir alívio na forma de um beijo para notar que nada do que procurava estava, definitivamente, fora do meu alcance. O alívio anunciou o fim da urgência e, o começo de uma nova fase, sem necessidade, nem precisão, com a vontade controlada demais para se tornar atitude. E, a vida começa a andar, sem avisar e sem ninguém notar. Ewige wiederkunft.


And when we meet which I'm sure we will
All that was then will be there still
I'll let it pass and hold my tongue
And you will think that I've moved on....

quarta-feira, maio 20, 2009

"só vive e vai vivendo"

Em uma caixa guardo todos os meus defeitos e o maior deles é essa preocupação infinita com os outros. Procuro deixar todos em posições confortáveis, não descartar nenhuma das pessoas que passaram pela minha vida, não magoar e principalmente não ignorar ninguém. E, no meio disso, passo horas pensando em como fazer tudo caber, não quero ou consigo, me virar para quem esteve por perto quando eu teimava em estar longe e, ainda mais alguém que notou antes de tudo, que era preciso alimentar minha coragem e por desprendimento, me mandou ir atrás do que eu quero. Pela falta de um lado, fico no meio. Queria, apenas, somar sem precisar dividir.

Em outro lado dessa caixa está minha intolerância, meu humor ácido, meu sarcasmo sem limites. Uma dose de drama. Um monte de piadas sem graça. Entre os meus defeitos encontro a falta de tato com certos assuntos. Uma vontade enorme de me arriscar, de deixar que o mundo me acerte, da falta de auto-proteção. Simplesmente sigo as minhas vontades, assumo meus erros, me orgulho do meu passado ainda que ele fragilize o meu presente.

Entre os meus defeitos está minha falta de atitude em relacionamentos. Posso falar muito, escrever mais ainda e, nenhuma atitude além dessa é tomada. Embora isso seja controverso porque já me falaram que eu tenho atitude. Depois de beber, nada gerencia os atos além de um desejo quase reprimido, embora eu tenha certeza que nem bêbada tomei atitude alguma. Eu sou (meio) mané.

Quero tirar dos outros a tristeza mesmo que tenha que lidar com ela. Quero me sentir grande e viva. Quero ser uma mulher sem nunca deixar de ser menina. Lido com as responsabilidades como quem lida com a diversão. Transformo tudo em uma rima que não sei continuar.

Penso em milhares de coisas ao mesmo tempo. Começo coisas sem nunca chegar ao fim. Esqueço de mandar um e-mail importante. De ligar para falar de algo realmente relevante. O meu julgamento de importância é diferente dos outros. Me sinto sozinha rodeada de gente demais.

Não suporto que me interrompam. Não sei ser cobrada. Nunca pegue meu celular sem que eu deixe ou interrompa uma ligação. Não me pergunte para quem estou escrevendo. Não me irrita com coisas óbvias e não me deixa esperar. Embora, eu, faça esperar.

Já levei muito tempo para estar pronta até dar um passo a frente. Demorei demais para dar o meu primeiro beijo porque queria que fosse especial. Guardo as primeiras vezes, a primeira música, o primeiro texto, o primeiro sorriso. É um desafio me regar de novidades.

Dentro de uma caixa mantenho defeitos e recolho qualidades.
Pela ausência de um fim melhor, faço dessa a minha caixa favorita, o exato momento que me procuro e reconheço a imperfeição.

terça-feira, maio 19, 2009

Equalizar

Basta eu me soltar para chegar tão perto. E, na minha cabeça começa a passar aqueles filmes que gravamos em frases soltas. Se eu pudesse te transformar em uma frase com sujeito, verbo e predicado seria uma bem curta, simples e sem nenhum sentido só para esconder tudo que não posso falar. Lembro dos seus olhos pertos dos meus e quando eles se fecharam em um instante (quase) perfeito.

Você decifra os meus sonhos, sabe do que eu gosto e me abraça fazendo o tempo ser só meu. E tudo, de repente, parece mais insignificante. Os medos, os lados, as mentiras e entre tudo que acontece todo o tempo, entre guerras e a fome, você poderia ser a paz; só que é particular, meu momento de paz insegura, quando questiono todas as minhas vontades e relembro das verdades.

Adoro essa sua cara de sono
E o timbre da sua voz
Que fica me dizendo coisas tão malucas
E que quase me mata de rir
Quando tenta me convencer
Que eu só fiquei aqui
Porque nós dois somos iguais

Até parece que você já tinha
O meu manual de instruções
Porque você decifra os meus sonhos
Porque você sabe o que eu gosto
E porque quando você me abraça
O mundo gira devagar


Música breguinha que lembra mil coisas e me dá saudades das histórias contadas enquanto eu não parava de tomar chá com (muito) limão na ETE. haha!

domingo, maio 17, 2009

Novo capítulo

Na prática as coisas são bem mais simples do que nas teorias que a minha cabeça, sem motivo, cria. Eu só precisei notar quais são os meus direitos e o maior deles é: ter os meus amigos e, se para isso tiver que relevar uma diferença dessas que a gente simplesmente suporta, vou fazer isso. Não ignoro o meu passado, só não preciso alimentar as mágoas. Vou voltar a ser a menina que quer um sorriso depois de uma discussão com lágrimas. A mesma que se entregava pra vida sem medo, desde que meu porto seguro mudou de país, me mantive longe de tudo que pudesse me derrubar, caminhei por caminhos seguros, só que, eu não fui feita para ficar no chão, se cair bastará levantar. Não será a primeira, nem tão pouco a última.

Começa mais uma das páginas da minha vida a ser escrita e o capítulo chama: acaso.

Chega de pensar ou levar as pessoas a sério. É a hora de voltar a ser adolescente com a vida. Ser adulta demais, com responsabilidade demais, com cuidado demais não faz parte da minha personalidade. Afinal, o demais me cansa. Gosto de sentir a calma do equilíbrio.

"Tudo mudou, menos o que ficou igual", já diria alguém.

sexta-feira, maio 15, 2009

So hello, good friend, i wanna be next to you

Tenho medo de ouvir um pedido, desses que a gente não espera, e preferia que não existisse: "é hora de você voltar pro seu lugar". Pro lugar que criaram para me deixar, onde eu fico em silêncio e longe. Mesmo que, eu sempre volte para o meio do caos, para pegar coisas que não derrubei, para arrumar a bagunça que daria a vida para não criar. Só que dessa vez, não me esforçaria para reconquistar algo que provaria não valer a pena existir.

Minhas últimas noites tem sido calmas, meus sonhos desapareceram. Não tenho força ou vontade de lutar por ninguém ou por nada que não envolva uma linha de chegada concreta. Queria a paz da minha garota sagitariana, da irmã que escolhi, dos cafés e das broncas em tom de "sabedoria" que só ela sabe me dar. Quero um abraço onde caiba tudo. E a certeza, que dessa vez, não vai ser como no passado.



ps. é the rocker summer, o título.

terça-feira, maio 12, 2009

All my thoughts were real

O que me importa chama: verdade. Sou capaz de perdoar erros quase imperdoáveis, desde que sinta sinceridade e não usem o drama como chantagem. Sou capaz de assumir meus erros e, lidar com as consequências. Sou capaz de passar dias feliz porque uma criança sorriu para mim. Uma noite com estrelas e uma lua brilhante pode me fazer acordar feliz no dia seguinte.

Perdi a razão sem um porquê. A vontade sem uma explicação. Estaria condenada se fizesse e, continuaria assim, se não tivesse dado um passo a frente. Fui sincera e nunca neguei que poderia te dar a superfície, mas as minhas palavras, os meus verdadeiros sorrisos, a minha calma e a forma como tudo parecia simples, jamais faria parte do que tivemos. Você nunca foi capaz de fazer os meus dias começarem sorrindo, por ironia, as duas músicas que me acordam são controversas, cada uma lembra alguém e, é sempre quando toca Beatles que eu levanto.

A Cat Power canta com seu coração de metal que "uma vez estive perdida mas agora sei que estive cega, mas agora te vejo... que egoísmo seu acreditar no significado de todos os pesadelos". E, todas as vezes que acreditei nas suas palavras de destruição, de que meus sonhos estavam errados e, o meu jeito de acreditar era, simplesmente, um erro, deixei uma parte de mim apagar. O céu, esse mesmo, cheio de estrelas, me diz agora, que você valeu meu fim e criou meu novo começo... The problem is for many years I lived my life, publicly.

domingo, maio 10, 2009

You try at working out chaotic things


Vestido do melhor sorriso ele diz:

- levei um fora super bonito seu.

- Sou chata e complicada, o melhor é fugir de mim e dos problemas. Gosto de poucas pessoas, respeito o silêncio, vicio em séries, gosto de músicas da minha adolescência até hoje, iria em shows que todos consideram ridículos, perderia dias dentro de um lugar com livros e música, posso discutir a formação nuclear do ar ou a crise financeira. Já me magoaram de tal forma que pensei nunca mais ser capaz de me entregar e magoei, como agora, alguém. Prefiro ferir com a verdade do que acariciar com a ilusão. Não te dei um fora, não. Não te quero para mim, simplesmente porque gosto de você. Uma distância segura nos fará muito bem. Nunca achei que isso pudesse ser verdade, que podemos estar longe de alguém, mesmo se queremos estar perto, que essa coisa de proteção é a falta de coragem de admitir que não quer. Mas, não é isso.

- eu não quero me proteger de você. se são só essas as condições, eu aceito.

Duas mãos se encontram, outra segura o pescoço dele com o carinho reprimido, a respiração acelera ditando o ritmo e, finalmente um beijo. Perceberam, não adiantava fugir, era real.





ps. a segunda frase eu ouvi, mas respondi com uma piada qualquer, os outros paragráfos chamam ficção. já o título é Radiohead, porque eu gosto de variar. hahaha
where we gonna go from here

Queria fazer cada uma das mágoas aprendizados e não, marcas. Cada uma das dores lembrança e não, proteção. Queria conseguir me entregar infinitas vezes para sentir a alegria dos primeiros dias e, que sempre, fossem os primeiros dias. Queria alguém que conseguisse reinventar a história a cada nova manhã. Uma pessoa que acabasse com a minha urgência de viver e, me fizesse sentir bem, protegida, calma, acolhida. Que a preocupação fosse consolo para solidão e, não, amarra para liberdade. Vamos juntos enxergar a beleza dos transtornos. Ganhar mais a medida que nos entregamos para o acaso, mudar as certezas, refazer as dúvidas, construir uma nova verdade. Vamos conquistar o prazer sem limites e, a liberdade sem condição, acabar com a urgência estando em paz. Posso fazer o que quero, mas não é mais o suficiente, simplesmente notei que um dia depois de ontem não me diz mais nada, além de ser amanhã. Não quero nenhuma das ligações, nenhum abraço, nenhuma palavra que me tire dos meus pensamentos. Quero te ter perto, signifique o que significar.

Mesmo que existam belas palavras, não teremos um livro de história, quem sabe, apesar de tudo, possamos ser a nossa salvação.

domingo, maio 03, 2009

Come and be free, you know who I am

Talvez pudesse resolver todas as incertezas por decreto. A partir do momento agora, esqueceria de uma vez por todas, como é bom me sentir em paz ao seu lado. Como o seu sorriso pode iluminar qualquer lugar e as minhas dúvidas, de repente, virão certezas irredutíveis. Cansada de procurar verdade em tanto lugares errados, fico com a inércia, embora saiba que não me satisfaz apenas continuar.

Então saio por aí, como se não houvesse um amanhã, conheço pessoas que não me interessam em nada. Arrumo o passado que tanto já me incomodou e, percebo como o tempo pode ser um bom remédio. Faço tudo para fugir do que um dia senti, tudo que ficou subtendido em frases pela metade.

Vestindo ironia encontrei um amigo em um show ontem, ele estava com uma camiseta escrita “distraídos venceremos”, adoro esses garotos vestidos sem pretensão, distribuindo ironia e me lembrando do Leminski.





ps:O título é Maybe Not da Cat Power.
ps²: O meu amigo que tem a camiseta bacana publicou "Passageiro de mim mesmo", eu que (quase) nem gosto de poesia, curti. Quem quiser, pode comprar no sebo do Bac na Praça Roosevelt.
and after all... you're my wonderwall

Não tenha medo do destino, os caminhos certos podem te manter aquecido, seus olhos brilhando devem bastar para guiar seus passos.

Pegue apenas aquilo que precisa e, siga em frente.

sábado, maio 02, 2009

Gordinha

Eu sei que se você estivesse aqui, teria ido para minha casa, deixado suas coisas no meu quarto. A gente se maquiaria por lá enquanto eu mudava de roupa umas 30 vezes e você ia perdendo a paciência porque queria ver algum show e, eu, estava atrasando.

Se você estivesse aqui, eu não teria passado em um lugar para jantar, lido no metrô, não teria mudado os meus planos de ver uma peça antes do show da banda que você também ia querer assistir.

E se eu estivesse aí, iria amanhã, com você, assistir o show do No Doubt, meio cansada, porque teriamos passado o dia no festival em Tribeca, se eu estivesse aí, teriamos ingressos porque não teria deixado você esquecer de comprar.

Nós iriamos virar a noite com a pulseira de imprensa, enquanto eu fazia algumas entrevistas pra matéria do concurso e você iria sorrir, feliz por eu ter encontro o meu caminho.

Mas, você não está aqui. Não posso ligar e ouvir o "hey", não posso te apresentar como "a sis".

Sabia que ia sentir a sua falta e o Estados Unidos ia parecer cada vez mais longe. Notei que além do que imaginei, os nossos respectivos aniversários, não ter você para ir na virada, me faz lembrar que provavelmente não vou passar a madrugada inteira na praça roosevelt com os meus amigos que sempre tem formas de felicidade em estados "sólidos".

Sem você aqui, as incertezas são maiores e, a palavra saudades faz mais sentido.


Sis, amo tanto que nem cabe.