sexta-feira, fevereiro 29, 2008

BOM DIA

- oiem
- heyturistam.
- hasuashuashuas
- ticatarmmmm
- ahn, micataram?
- vai te catar, suellen
putaqueopariu
não é nem setemeiadamanhã e vc já cozormônios doidos né, bem?
- HAHAHAHA.
TALVEZ ATRAPALHA

Sem mais vontade de fazer. Sem planos, dinheiro ou você. Com a cabeça longe e o corpo risonho. Eu me encontro ao seu lado e me perco. Eu sorrio e paro. Paro e encosto a cabeça em pensamentos. O tanto que as coisas me interessam. E como tudo passa rápido demais com você por perto.

Hoje sorri com uma folha dobrada nas mãos. Uma frase em caneta azul. A minha amiga abraçou um Aquino e escreveu isso. Eu abracei aquino. Porque alguns dos meus amigos escrevem em guardanapos, escutam com o coração e vivem com a cabeça em sonhos.

As seis da tarde a vida pára de correr. Sentir verdade e a vida para viver. Isso é com você e todos os meus amigos. O tempo correndo em todas as direções e as seis horas nós nos encontramos em ligações. No meu caso, antes, pouco antes. E ainda posso abraçar a tarde em carinho no Guimarães. Com o dvd dos los hermanos que tocará amanhã e com quem aparecer. A saudades falando alto. A gastrite me irritando.

Pense bem ou não pense assim. Eu parei em uma cisma, eu sei. Bati piadas e escondi verdades. Não deixei cair. Segurei no ar. E hoje, eu sei. Quis nunca te perder. Então não falei e não ouvi. Arriscar o bem por uma razão que você não enxerga.

Não é fuga de verdades. Porque nenhuma verdade é imutável. Até as certezas mudam. O colorido dos olhos, a leveza dos meus atrasos pontuais, os meus dias com o tempo no lugar. Tudo já esteve tão bagunçado e agora eu dei um jeito no caos que eu sou. Continuo com a minha baderna arrumada, a minha mesinha mostrando pendências, o monitor e a capa do meu bloquinho com o post it onde lê-se "é você". O meu clichê número oitocentos.

Ai, ardido peito, quem irá entender os seus segredos? Quem irá pousar em teu destino e depois viver do teu amor.
COMO TODA PAULISTA

O gosto daquela viagem no lugar com prazer de aceitação. Os braços que não era o que esperava. E o jeito diferente do que sonhei. Mas sentir me deu uma segunda chance de tornar daquela a primeira vez. E então, no meio disso, eu percebi quanto gostar faz diferença. Toda a diferença. Um gostar despretensioso e simples. Sereno e assim foi. Só foi.

No lugar as lembranças todas daquela chuva e do meu medo atravessando a cidade. A insegurança gritando e o medo. Tanto medo. Tanto, e hoje ele não faz mais sentido. Eu fui, senti e fui, caminhei e não me arrependi. Dentro dos erros alguns acertos em frases soltas.

Meu sorvete mais colorido do que das crianças que entraram perguntando quantas bolas podiam pegar. Eu me enchendo do gosto da saudades. Cupuaçu, porque eu morro de dor de garganta e me entorpeço dessa droguinha branca.

A minha vida que no fim encaixa. Sempre encaixa. No bem e no mal. Nas incertezas e nas mais duras certezas. No que aparece e o que está sempre aqui.

E do amor fica o se isolar ou se render. A redenção e os seus males e delícias. Com a minha idade me impedindo de me esconder. Medo da adolescência inconsequente e feliz com minha coragem no lugar só dela. E tudo que faz parecer profundo. O róque. A vida. As palavras. Algumas pessoas e você.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

MAIS UM


Blog novo. Recorte aqui. Notícias, entrevistas, coisas e uma brincadeira mais séria de ser jornalista. Pra começar aquela tão falada entrevista com a Clarah Averbuck.


aqui.
SUCKER LOVERS

Já quis que tudo corresse e que o mundo parasse. Me senti sozinha entre a multidão e acompanhada sem ninguém. Queimei vida em papel e inalei minha própria fumaça. Errei incontáveis vezes e acertei de forma incomparável. O meu maior acerto vai ser sempre sentir. Por pior que vá ser no fim. Mesmo que eu fique andando em círculos pelo mesmo lugar. Escrevi para me entender e para confundir. Sorri para não chorar e chorei para não sorrir. Troquei passos com nada e parei no meio do turbilhão.

Senti tudo até o fim. Me anestesiei para ficar vazia. Já odiei tanto o vazio e olhei a vida cheia demais para mexer nela. Vivi um erro maravilhoso. Já quis que os acertos voltassem e outros fossem direto para as lembranças. Já quis muita gente e precisei ficar sozinha. Tive algumas pessoas. Fui de alguns. Fugi de outros. Entreguei coragem e colori sonhos. Dividi sonhos e quis descansar a cabeça em alguns ombros. Sentir o frio no rosto e o calor da pele.

Corri. Andei. Fui levada e me deixei levar nos caminhos das possibilidades. Ouvi música triste para sofrer e alegres para deixar o corpo ir. Trai letra com melodia e fui traída. Segui minhas vontades e aprendi a lidar com o novo. Conversei madrugadas inteiras antes dos países se separarem. Esperei, troquei mensagens, ouvi e falei muito para confortar a espera. Já fui mais importante do que foram para mim. E já não tive importância nenhuma. Desisti quando não conseguiram me parar. Não gosto de abraços pensando em outros braços. Pele querendo outra. Beijos trocados com o vazio de não ter quem importa.

Adquiri manias. Corri de calma e andei com a pressa. Aprendi a ler o seu olhar. Quis muito que meu celular tocasse e do outro lado a sis. Só a sis para me mandar e-mails brincando com a minha mania de ir. Até quebrar a cara. Até dar certo. Não importa. Eu vou. Eu continuo. Porque eu sempre continuo. ignorei as suas frases. Atendi os pedidos que você nunca me fez. Li tanto e tanta coisa que não me dizia nada. Achei em outras linhas as minhas palavras. Uma intensidade conhecida. Corri da solidão que pesa e construi a minha. Fiz de todos os tropeços, impulso.

Segurei linhas para não ferir. Contive algumas verdades para não ser caos e fui mesmo sem querer. A minha forma desgovernada de sentir virou paz. Sem parar. Nunca parar. Se parasse não seria eu. Sem ser eu, não interessa, nem pra você e muito menos para mim.

Abri mão de coisas para me dedicar a conhecer a mini me. Contei amigos em duas mãos. Cumprimentei milhares de pessoas com a cabeça. Aprendi a tolerar e fazer das diferenças alicerce. Fui intransigente. Mordi quem forçou aproximação. Senti mãos sobre mim que não me interessavam. E no fundo, eu sou sincera, leal e real comigo. Acima do mundo. Acima de quase tudo.

Queimei. Me queimei com a minha coragem falhando. Caminhei para abismos e pulei. Pedi mãos para sair e já gritei para ficar. Exclui gente inteligente da minha vida porque não era a inteligência que me interessava. É a mesma coisa da minha. As mesmas músicas. As mesmas verdades. A mesma coragem. A mesmice que transforma a vida nessa prisão. E eu não sei me sentir presa. Nunca soube. Tirei sorrisos do caminho. Fiz chorar e chorei. Quis magoar e terminei assim. Fui magoada pelos meus acertos e cresci nos erros. Caminhei junto com a minha vida. Corri junto com as possibilidades e conversas do caminho. Levanto se é assim que você quer. Não subestime minha percepção. Eu vejo vida onde você não enxerga. Ouço onde você não escuta. Caminho onde você não sabe como chegar. Se você quiser, se ai no meio valer, vem comigo e o silêncio.

Vou sempre ser a garota que cala quando não tem o que falar. Não comenta quando as palavras fogem. A menina que senta sozinha no banco. Que ouve o que ouve. Mesmo que até minhas músicas sejam insegurança nos olhos alheios. Pouco me importa. Pouco importa, virá palavra e mais certeza.

Os olhos me falam coisas que palavras não conseguem. Eu não sei viver sem enxergar. Não consigo. A miopia deixa tudo meio impressionista. Do mesmo jeito que os pintores faziam a sua arte. A lente, o óculos e o que tiro da minha frente mostra que existe formas para chegar. Fala, me fala tudo, conta os seus medos e eu te ajudo. Eu conto dos meus caminhos. Nada que te impedirá de viver. Vai lá. Eu sei para onde você caminha. Eu vejo, mesmo que você me ache ingênua. As piadas são verdades.

Continuo nos meus lugares. Com um outro para fazer bagunça. Com os meus medos escondidos na minha fortaleza. Essas coisas que você vê. Eu sei que você vê. E no fundo sabe que é só você. Hoje e pelo tempo das coisas passarem. Porque passa e vai passar. Morri algumas vezes e renasci. Agora, caminho sem arrependimento, com tudo feito e resolvido.













é pra você. mesmo que você não saiba. e erram. acham. ouvem. todos ouvem. as mesmas pessoas me falando as mesmas coisas. a sis me mostrando o meu passado e eu só enxergo o presente.






Sucker love, a box I choose
No other box I choose to use
Another love I would abuse,
No circumstances could excuse

In the shape of things to come
Too much poison come undone
Cuz there's nothing else to do,
Every me and every you.







é você.




ps: escrito na aula de telejornalismo. escrito nos pensamentos do filtro de um cigarro.
CORAÇÃO

Ai, dor de cabeça, garganta, febre. Dor, dor, dor.
Mas sempre tem um para fazer rir. Seis da manhã:

- su, tou com uma dor na mão, saindo dos dedos. acho que é tendinite.
- ixi, nem deve ser, ein? seria no pulso.
- é, não sei.
- deve ser coração isso aí.
- é, acho que não chego no fim dessa semana.
hahahahahahahaha


outro


- então podia! =)
- hahaha...
- ia ser a virgem maria [2]
- hahaha
- ia fazer fila pra olhar pra mim =)
iiiixi
- quimprovável
justo vc
nossa deve ser um porre
todo o povo
- néam oO

* justo eu nada.
GAROTO

Se depender da quantidade de estrelas no céu o dia de amanhã vai ser bom. Se depender de mim um sebo empoeirado. A reunião de trabalho. As músicas alto. O centro dessa cidade e o meu centro na mesma comunhão.

Se tudo dependesse só de mim. Eu teria aquele beijo na varanda e as nossas risadas quando a nossa amiga perguntou o que a gente fazia. Nós que riamos dos outros na rua. Nós que fomos sempre os mais livres e apegados. Nós. É garoto, você é um nós que me falta nos dias de caos. Agora você tem uma outra pessoa. Em um estado de diferença. Agora você se assume. Agora você é o meu amigo mais querido. Felipe, garoto, Felipe.

Então a gente conversa no msn e eu te conto dos meus erros. E você me fala de finais de semana. O Rio de Janeiro e quem te quebra em duas cidades. Você que me fez acreditar no amor em todas as suas formas. Não é só putaria. Não é. Com você, por pior que você seja, e você é, não é só isso.

Hoje eu recomecei a ler o livro que você me deu. No que você escreveu: 'vou deixar gravado aqui o que nada, nunca, vai apagar: te amo'. E sim, tudo igual, tudo sempre igual. O quarto no hotel e você falando o que eu sempre soube. Passaram outros amigos como você. Como a nossa amizade colorida. Mas, o que você me mostrou nunca ninguém vai substituir.


Sis, caraleo, saudades. Saudades. Saudades.
Podia pular a quinta e chegar sexta. E o guimarães, as garrafas, a fumaça e você entendendo tudo em me olhar.



ps: depois de uma aula passada no bar e o pensar em nada, tudo encaixa. sempre encaixa.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

'SEM MAIS IDADE PRA SE ESCONDER'

Aqueles dias que gastei me afastando
Boba
Eu sabia que não conseguiria
Já aconteceu antes

Mas nunca olhos falaram tanto
E palavras ficaram no vento
Os enigmas, as brincadeiras e a independência
A vontade de te ter perto
O respeito em te ver longe

Os dias que eu gastei
As conversas no meu bar
Na minha praça
No meu porto seguro de concreto

As coisas que eu não disse e ficaram entaladas
Palavras não ditas
Verdades ouvidas
Algum achismo barato de quem não importa

A minha vida é minha
A sua é sua
É a liberdade e o resto
É a simplicidade
As palavras não ditas
As escritas
As ouvidas
É o que você vê

As coisas que você pode receber
Tudo que eu tenho pra te dar
Você conseguiu o meu melhor
E eu nunca tinha experimentado esse pedaço
Você pegou
Me mostrou
Me fez esperar com a paciência

Você deixou o jogo sério
A vida leve
De sacanagem pegou as minhas cartas
As marcadas
E as que não conhecia
Agora o meu jogo é seu

Com as coisas que não mostro pra ninguém
E as que você vê nos meus olhos
Os seus sorrisos
Os seus braços
Você
Poderia ser simples
Mas, ninguém nunca falou que viver ia ser fácil




ps: eu ainda vou ter algum problema sério com ctrl v. quase foi agora, quase.
SOLTA

Tudo leve. A confusão continua por perto, obrigada. Mas é assim que é. Assim que vai ser. Não importa. Os dias estão leves. As certezas enfileiradas. A paciência mostrou que existe. E tudo, quase tudo, faz sentido agora.
Só queria falar pro mundo: não importa. Você pode complicar tudo. Revirar tudo. Achar que sua ordem é o descontrole. Fazer tudo como uma filhadaputa faria. E escrever demais, não dormir, perder e ganhar. Pode tudo. Porque do meu jeito eu vou continuar. Mas, uma hora a vida mostra que pode ser mais simples e foi.


O que existe
Existe porque as palavras não podem desmentir
O que a verdade vê
Enxergar a verdade é fazer existir
Aquilo que não existi
Porque certas coisas existem e só


Perdido no bloquinho. O bloquinho acabando e vários parágrafos soltos. Frases, sentimentos, lugares. Tudo solto naquele bloquinho com um post it amarelo escrito de canetinha preta: é você.

terça-feira, fevereiro 26, 2008

VOCÊ

Você queria ouvir
Talvez você quisesse falar
Você queria acreditar
No fundo você queria uma das minhas coisas simples

Mas simplicidade ficou na conta
Uma daquelas que deixei pra depois
E depois eu prometi que voltava
Falei que esperava

Todas as coisas que todo mundo fala
Simplicidade é o lugar raso do mar
Onde você fica quando é criança
Simples é o brilho dos teus olhos

As luzes, os cheiros, a vida
Os outros e nós mesmos
O sentido
Tudo vazio de sentido quando você sorri

Eu sou a menina de botas
Agora, sem longos cabelos
Eu sou a menina que não é doce
Mas seria o seu sentido mais sincero

A menina cresceu
Quase uma mulher
Complicada
Intensa

A menina que queria ser mulher
Um dia ela viu que olhar você
E só você
Fazia dela a menina que ela queria ser
E foi

De todos os erros infantis
Dos gostos que ela não experimentou
Da paciência que ela teve
E da liberdade que ela nunca conseguiu soltar

Você é o acerto mais colorido
O erro mais bonito
A mentira mais verdade
Os seus olhos
As pontas dos seus dedos
Tudo que é só você
Só você dentre todo os outros
As línguas misturadas
As vidas faladas
Essa verdade
Uma mentira
Que ela dizia em pensamento ser só você.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

SEM O MAR

Chuva, sol, frio. Tudo que eles falam é do amor. Eu sentada, ali com as pernas cruzadas e a saia cumprida. As pernas que trocam passos com o silêncio nessas ruas. Em cada poste ou outdoor dizem o que eu já sei de cor. Aquela imagem da Virginia Woolf no muro perto da Soroko. Você lembra? É, eu também. E aqueles haicais. A vida. Os momentos. Essas paredes que já me virão com outros. Esses passos que já seguiram outros. Essa mentira que nunca foi essa verdade que é só sua, hoje e pelo tempo que durar, porque tudo é serviço pra você. Peguei na sua mão. Então, eu fui a tormenta de risadas que eu sei ser. E a intensidade te fazem brilhar os olhos. A incompreensão e os sentimentos se despertando. Eu te falei, o amor verdadeiro não tem vista para o mar.

Toda vez que te vejo é como a primeira que vez. Ou o dia que eu percebi que você era diferente dessa gente toda. Essas coisas que você esconde entre os seus sorrisos. Era 1932. Os primórdios de uma menina cheia de sonhos. Aquela que tentava endurecer e não suspirar. É 2008. Essa menina já estaria uma senhora, se os anos não passassem em segundos pela cabeça. Todas as canções são amor. Tudo igual, virei no fundo do sentir e me lembrei de você.

Eu olho e você nada. Vou te ajudar. Te colocar perto e deixar tudo o mais perfeito que você imaginou. A perfeição que eu imaginei entre sorrisos, dificuldade, bebidas. Talvez, vinho, a única coisa que não bebo a esmo. Tem história e o corpo despedaçado em lembranças. Eu quero mudar. Eu preciso fazer o vinho ter o mesmo gosto bom da adolescência. Assim como eu preciso e não tenho problemas em mudar. É só o teu olhar para que eu me entregue alegre.

Então, vem fazer parte dessa história.


ps: pedaços soltos de quatro músicas do cd conseguido graças a boas amizades (néam, pree) agora é esperar eles lançarem e escrever mais com nome e itálico nos pedaços. em breve, em breve.

domingo, fevereiro 24, 2008

Susi não anda sozinha



Aqui tem outra edição. Como era no começo. Quase como era no começo.

É tudo mentira.
Verdade.
Ou não.
Ou é.
Vai ser.
Um texto pode só ser um texto ou não. Mas é.
TEMPO

Mais de 200 vozes na minha cabeça. Organizadas. Formando pedaços inteiro de vida. Tempo nenhum. Preciso sentar e passar coisas para ficção e transformar tudo em realidade.

Enquanto isso mais da garota.

sábado, fevereiro 23, 2008

SIMPLES

Depois das manhãs os dias ficam melhores. Sábado e uma aspirina.
SEM NORTE/SUL/LESTE/OESTE

As coisas saíram do rumo. De leve tudo ficou fora do lugar. A minha sorte é a minha nova obsessão chamada: paciência. É que eu resolvi pular para fora desse carrinho, em outras palavras decidi ir devagar. Comecei a andar com as pernas. O carrinho parece ser mais divertido. Talvez, eu volte. E tudo fica outra vez rápido. Forte. Maluco. Maluca. Garota, garota, garota. Como será tudo daqui dez anos? Melhora? Piora? Fica assim?

Daqui a pouco aquilo passa. Sem ciúmes. Sem esperança. Sem coragem. Sem eu. Ficou só a necessidade de buscar o meu livro. Eu vou pra Augusta amanhã só buscar meu livro e quem sabe entre no Outs. Quem sabe eu durma hoje. Ou não. Tchau, vou assistir mais desenho. Tv a cabo é vida, Brasil. Será que a mini me fica brava se eu chamar ela pra assistir 'procurando nemo' pela milésima vez? Eu não gosto de ver desenho sozinha, síndrome de filha única por oito anos, pensando bem: uma e trinta e quatro da manhã não vai ser uma boa hora para despertar a sagitarianazinha.
OBSERVAR

Talvez se eu soltasse o muito. Aceitasse as coisas devagar. Tudo devagar. Como eu juro que estava acontecendo. Com certas coisas a paciência continua. Mas com o resto ela, realmente, saiu do lugar. Eu não sei viver no meio de um monte de gente me perguntando coisas. Querendo saber coisas. Achando coisas. Eu juro que não tenho problemas em puxar a barra da sua calça quando precisar. Mas, agora, nesse instante, me deixar quieta, é o melhor a fazer e ainda deixa seus medos de eu estragar o mundo fora de cogitação. A menos que você me prenda demais. Me sufoque e eu acabe falando porque não confio. Não é bem falta de confiança. É só porque eu soube antes de acreditar. Das coisas que eu não aceito. Das poucas coisas que eu não aceito.

Me falam tanto de sinceridade. Porque eu uso meias palavras, e isso, aquilo, o resto e o inteiro. Quem precisa entender, entende, não cobra, espera. As coisas tem o tempo delas. Eu tenho o meu. Daqui há um tempo a gente pode beber todo esse caos diluído em álcool. As coisas que eu só consigo resolver sozinha. Ou com tão poucos que é indiferente contar. E as pessoas defendem as outras. Como se defesa fosse adiantar e eu não fosse sorrir e concordar com a cabeça discordando com os sentimentos.

Alguns acham que nasci ontem. Tem pouco tempo, é verdade, mas o suficiente para colocar coragem na bolsa. Carregar o entorpecimento. Sorrir, andar e ao lado da mini me, ser a pequena. A pequena dela. A garota deitada no sofá voltando no tempo. Com um sanduíche de queijo branco e um copo de coca cola. Isso e o cd mais perfeito tocando. E a tv. E o caos que eu sou. É hora de ser minha. Eu sou. Seria sua. Mas, ser minha por enquanto, me basta.




acabou o bolão, as brincadeiras e espero que a curiosidade. acharam, acharam tanta coisa errada. eu falei e enrolei. eu não falei e disse muito mais. o mais destrutivo é tentar entender. quem senti, senti e ponto. sabe e ponto. entende e ponto. e sim, eu tou bem, muito obrigada. só não acha que eu não sei, eu sei e uso ponto e vírgula quando pedem para não me falar nada.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

AGORA

Com a leveza dos primeiros dias. Não é o fim. Nunca é. Podia ser o começo. Mas pode ser para outros vocês. Muita vida para respirar e músicas para balançar o corpo devagar. Outros braços, mais abraços, uma cabeça sensacional cheia de música boa, gosto bom, idéias e ideais. Algumas certezas imutáveis. E principalmente coragem.

Sis, te amo tanto, tanto, tanto. Minha vida seria impossível sem você.
E a garota sueca é MAIS do que sensacional. céus.
DE SACO (muito) CHEIO

As pessoas me perguntam. E falam, falam, falam. Um monte de coisas que eu não quero escutar. Um monte de pergunta que eu não quero responder. Um monte de gente que não importa. Não importa porque poucos me bastam. Eu conheço muita gente. Posso ir em uma festa com pessoas, bebidas, papos e lugares diferentes toda a noite. Se eu tivesse um pouco mais de idade e dois fígados no lugar do coração. Mas, são três ou quatro pessoas no mundo que me acalmam aos poucos. Me fazem encostar a cabeça quietinha. E ficar, só ficar. Nas minhas melhores relações não existe cobrança. A gente dividi muito bem o certo, errado, o que eu faria, o que você faz. Eu ouço o certo, olho o errado, entendo o que você faria e faço o que quero.

Quando eu cair, lá embaixo, quando todas as palavras sempre aparecem. Essas que saem dos meus dedos. É sozinha ou com uma pessoa que aguenta. Quem já me viu dormir, acordar, ficar bêbada, chata, legal, quem dividiu tudo isso desde o começo. Desde quando eu comecei a viver a minha vida. Dezesseis anos talvez. Nem tanto tempo assim. Mas, já vivi coisas que nem minhas avós viveram. Eu grito, mordo, me defendo, bato o pé. Faço cara feia para quem não importa. Sorrio sem jeito para quem importa e por qualquer motivo dividi a calçada como estranho.

Sabe por que muita gente não entende? Porque não tem nada para entender.

Eu devo parecer uma menina fraca sentada com fumaça saindo entre os dedos. Os olhos perdidos. Meu fone amarelo. Alguém triste berrando nos meus sensíveis ouvidos. Eu devo parecer tanta coisa. E acabei sem querer jogando com o imaginário dos outros. Não importa mesmo. Está escrito. Se existe, existiu ou é mentira não importa. Porque eu não ganho cinquenta centavos com essas palavras. Agora, tirarem a minha paz é que não vão. Não mesmo. É para ser lida? Talvez, mas desde que leiam em silêncio ou digam quando tenham o que dizer. Opiniões sobre minha vida não são bem vindas.

Não é o bbb das palavras, meu amigo, você não pode me mandar para o paredão. Você pode ser mais querido, carismático, engraçado, simpático. Mas, não é o líder. Vai ter que confabular, eu vejo que você faz, talvez consiga mesmo. E se eu tiver que sair, eu saio. Nunca tive problema nenhum com mudanças. Nenhum.

Ela falando, ela cantando e a sis gritando sem ouvir nada, pelo barulho ou porque eu falava rápido demais: acalmaram tudo.

E pra você: vai se fuder, obrigada.

Hoje vai fazer uma noite linda na praça rusvel e eu tenho aula. ôcaralho.
TARDES

saudades desses dias (2004)

Olha no fundo dos meus olhos e diz que não compartilha de um milésimo desse sentimento. Diz que não é nada disso. Me faz viver em paz. Preciso pegar aquelas cartas que escondi entre o passado, revirar o meu outlook, descobrir alguns passos que não vi antes e recomeçar. Mas, antes de recomeçar, antes mesmo de pensar em qualquer coisa. Queria olhar no fundo dos seus olhos. Te ver sorrir. Brincar com as pontas dos seus dedos. Queria olhar tudo aquilo que sempre gostei de ver voar. Aprecio a sua liberdade.

Ontem, eu sentei na Augusta com a garota da assessoria. Conversas de quarta à tarde: os relacionamentos, as pessoas, o entra e sai. E esse cair, levantar, cair, levantar. Deve ser falta de procura e um gostar tímido das sensações que sentir empresta. Chegamos na liberdade. No quanto gostamos da nossa. Eu realmente acredito que as coisas caminham juntas quando a liberdade importa pouco. Tão pouco que seria mais fácil continuar junto porque sozinha o mundo fica menor. E eu gosto dele enorme.

Andei na chuva com meu guarda-chuva vermelho e o meu amigo. Rindo das piadas do nosso passado. Lembrando do dia que a Lee perdeu a dignidade na correnteza da Augusta. Rindo, rindo, rindo. Porque ontem aquela água toda entregou leveza ao dia. Chorei de rir. Chorei por não acreditar no que falei pra sis. Chorei e ri mais. O cara lá na frente nos pediu atenção. Mas, tinham as canetas novas e agora preciso de um lugar para guardar. Devia ser isso. Deve ser isso. Você é o lugar que eu queria guardar. Resolvo. Me resolvo. Transformo esse sufoco em letras. Cada vez que eu fujo, me aproximo mais, as minhas lembranças tentam suprir o que eu não quero mais de você. E os seus olhos vão e voltam.

Talvez não dormir seja o jeito de não sonhar. Você foi dos mais complicados e o mais simples para mim. Um dos meus maiores erros e a mais estranha história que eu escrevi. Mentira sincera, brincadeira séria. Das lembranças de agora você é a saudade que vou gostar de ter.
OH SAILOR

Se tem alguém aí, vamos ajudar a acabar com a palhaçada? Mas, é mentira, não deve ter mesmo ninguém controlando alguma coisa aqui embaixo. Se tiver, esqueceu de dar um jeito nos meus caminhos. Largou tudo para eu resolver sozinha e sozinha eu vou rápido demais. Sem cinto, sem medo, sem jeito. Sozinha eu desisto rápido demais. Mentira. Você acredita mesmo? Será que no fundo eu acredito mesmo que dessa vez minhas definições vão funcionar. Talvez daqui a alguns dias. Quando a falta passar.

Agora? Eu vejo várias coisas fora dos seus lugares. Um pouco é raiva; o resto é rima. O ruim é pensar que você mentiu. Sim, porque você poderia ter dito quando te perguntei. Poderia ter contado. Eu ia ouvir e falar que você errava. Porque você realmente erra. Eu vi essa mesma história acontecer e o final não foi feliz. Mas, você não me perguntou e não precisa ser genial para perceber. Leva o seu sorriso para longe. Segura a confusão que você vê acontecer. Abraça essa possibilidade. Dá risada das piadas iguais. Dos problemas iguais. Da história triste de abandono que está escrita. Seja o ombro e a leveza. Só não entrega seu braço aos cortes. O garoto que queria me ajudar a estacionar o carro no muro. Mais para fundo com essas palavras. Longe, tão longe. Não é bonito. Não era para ser. Não é para o seu ego inflar. Mas, você estourou esse balão que construiu com uma frase que não percebeu.

É, talvez, eu deixe você deitar a cabeça no meu colo qualquer dia desses. Quem sabe eu doe os meus sentimentos verdadeiros em qualquer lugar com pessoas que use eles com mais cuidado. Não, eu não vou desmoronar, o meu castelo não é de cartas. Precisou muito para cair da última vez e mais ainda para levantar. Precisa, quase sempre, de muito. Você conquistou a simplicidade de quem há muito não deixava as coisas acontecerem. Sem eu perceber você mudou umas peças certas, sem perceber mexeu. As mesmas peças que você destrói aos poucos. Ou talvez, tudo tenha sido de uma vez. Só não quer sair de uma vez, só não vai de uma vez. Porque uma parte ainda é emoção. E, o resto é sua razão. Ainda, por mais algum tempo, você. Quem sabe.

Sabe olhar no fundo dos olhos de outra pessoa e lá no fundo o medo e impossibilidade piscarem? Sabe o que é sentir o peito doer e a cabeça ir para longe enquanto qualquer um fala fala fala ao seu lado. E você ri para não contar que não é ali o seu lugar. Mas, algumas vezes a gente acaba achando que é melhor ficar para não enfrentar a vida. Lidar com os sentimentos nunca foi fácil. E eu volto. Eu sempre volto. Para recolher as coisas importantes que eu deixo quando saio. Tirar as palavras que larguei. Os medos que escondi debaixo daquele livro na estante. Eu sempre volto. Mas, antes eu preciso ir. E eu saio das suas mãos como entrei. Sem que você perceba. Ou se percebe deve pular de satisfação com o meu corpo fora dos seus caminhos. A cabeça eu te empresto mais um pouco, bem pouco. Eu realmente espero que consiga ser tudo isso que acham de mim. Que a sis falou e eu ouvi. Concordei. Balancei a cabeça. Sentei de preto na escada. Encostei o celular e o corpo na parede. Enquanto tudo apitava e ela falava. Eu dei sorte de encontrar uma irmã no meio de toda essa gente. Eu quase tenho sorte no meio dessas coisas todas.


Oh sailor, why'd you do it?
What'd you do that for?
Saying there's nothing to it then lettin' it go by the boards

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

PIOR E MELHOR

Aprendi a esconder o olhar. Guardar a palavra. Esquecer os gestos. Aprenderei. Guardarei. Esquecerei. No tempo que as coisas tiverem. Porque ontem quando eu decidi, acreditei que ia ser simples, mas simplicidade não existe. São só as pessoas escondendo os pensamentos. Minha vida só foi simples quando eu não ligava para uma vírgula dela. Era mais fácil? Sim. Mas, é melhor assim. Porque as coisas ficam piores e mais produtivas.

Sabe o que é mais estranho de tudo isso? Essa preocupação repentina de algumas pessoas. Eu não sou de vidro. Eu já quebrei. Já levantei. Já cai de novo. Tudo pode ter sido só uma desculpa para escrever. Tudo pode ter sido o nada que eu inventei para enfeitar você. Tudo é só a parte que você não aceitou. E de volta, eu não quero nada, que não seja interesse seu me dar.

Eu vou me irritar com várias pessoas por esses dias. Porque eu não acho que preocupação seja ficar discutindo a minha vida. O blog não é um diário. Parece. Mas, eu não canso de falar que nem tudo é o que parece. Nem tudo, mesmo.

Os meus peões desse xadrez já foram. E desse jeito, eu não sei se quero arriscar as outras peças. Xadrez se joga em duas pessoas. A terceira só atrapalha e desconcentra. Sem cortes, por favor.




ps: não é para os meus amigos, quem é sabe, a preocupação de vocês me deixa feliz de saber que há com quem contar. Mas, meus amigos não são tantos assim. Não há auditoria pública para decidir o meu próximo passo. Eu só decido quando toco o chão e é sentindo ele que caminho para onde for.
CLICHÊ



If you had only seen, take control and don't be afraid of me.

Nos mesmos momentos, mesmo que os sentimentos sempre sejam outros. As coisas dependem de quantos sorrisos levam e da intensidade que acontecem. O resto, é invenção da mídia.
Extraordinary Machine


O que foi aquilo? A minha tarde de todas as semanas. Ir, desistir, voltar e dar de cara com o passado. Nem tão passado, o ponto final mais parece um ponto e vírgula. Só dividiu em versículos a confusão. Parar, andar, fingir que não vi. Tudo muito rápido e a sis do meu lado me falando da minha família e de quanto tudo consegue ser errado. A necessária união com a mini me. A faculdade de jornalismo contra a vontade. A liberdade forçada.

O dia podia terminado ali. Mas, sempre tem o resto. É você, era você, já não sei. Talvez eu tenha entendido hoje o que isso significa. As minhas palavras, os meus textos, as letras pretas nesse fundo branco. E o ego alheio. Eu coloquei flores no seu, é verdade, mas não vou continuar. Não é para continuar. Seria como ouvir um garoto maldoso ajudando a estacionar o carro. Vai, vai, vai e bateu. Porque vai bater.

Metade já nasci morto. A parte que o passado impede de entrega. E a minha liberdade não vale de nada. Frases bonitas também não. A persistência nesse erro sem fim. Os mesmos olhares. Não te importo como você me importa. No fundo tem gente que me vê como uma máquina de escrever. Só que eu sou quem está sentada atrás dela. Sentindo tudo em doses enormes e agoniantes. Eu queria ver tudo dar certo e sorrir no fim de contentamento. Mas, 'não há nada mais desgastante do que insistir sem fé nenhuma'. Como o Caio escreveu e eu acredito nele. Como alguns acreditam em deuses eu acredito em palavras. Escritas, é assim que eu sei ser só eu, que eu não cubro o rosto com as mãos e nem fico com a bochechai vermelha.

Uma parte disso é a minha cabeça e essa avalanche sentimental. As mudanças que já não eram tão constantes. As insônias que não mais sentia. E isso por esse mês, talvez o próximo, tudo bom ou ruim. Só que não existe mais só subidas e descidas a pista cresceu e parece que os loopings aparecem um na frente do outro. Preciso subir mais. E não descer. Ficar em uma reta. Simples. Complicado vindo de mim não é mais novidade. Nunca ninguém falou que viver ia ser fácil. Mas, esqueceram de contar que tinha essas coisas no meu caminho.

Meus olhos caminham nas músicas, nos livros, na profissão que me escolheu, nas certezas que me ganharam, no passado do qual falo com carinho. Do meu carinho largado em algumas vidas. Do abraço carregado de abandono que troco com alguns.

Saudades da leveza do começo do ano passado e da saudades apertada. Do medo e da certeza. E do que aconteceu depois no meio de um monte de sentimentos. As coisas passaram. Se apaziguaram. Deixaram a liberdade voltar ao lugar dela. E as lembranças para esquecer dos dias que seguem o seu curso de decepção. Só isso. Pior do que a falta de fé, o desânimo em andar, os olhos ressecados pela lente é perceber que não te importa. Tudo em vão. Ou não. Porque a vida é como aquela música dos novos baianos que eles cantam os encontros. Eu deixo e recebo um tanto. Disso eu recebi a certeza que eu preciso ser menos eu, por mais que me falem que não sou, menos intensa em sentimentos. Menos compulsiva por palavras. Eu vou te deixar caminhar sem estar por perto.

Isso vai fazer crescer o comprimido para dor de cabeça que ainda não passou inteiro pela minha garganta. E sufocar o peito. Nessas horas em que a razão quase não mostra sua cara. As pessoas falam comigo de como ando armada pela vida. Protegida por esse castelo, mesmo que não tenha tido nunca vocação para princesa. Eu só sei ser assim. Porque eu cresci me protegendo aqui dentro para conseguir sair depois. E agora, eu me protejo, até quando isso acontece sem eu perceber. Sem que eu talvez quisesse mesmo sentir. Mas, o sentimento é bom, o contexto é o que eu sublinhei nas minhas possibilidades. Só nas minhas.

E por que eu não consigo mesmo fazer tudo que pensei? Onde é a fila do guichê para trocar sentimento por razão? Tá enorme, eu vi. Pois é. Todos eles também acham que a vida seria mais simples. Vou sentar ali com a minha senha na mão. Sua vez de me chamar ou eu espero a vez da fila.

Não há mais NADA a ser dito. Nem esperado. Nem tão pouco desesperado. Há só sinais de repulsa evidente. Mas, e o resto? Ah, claro a fila andou, mais alguns passos convertidos em textos e é minha vez. Só mais algumas mordidas nessa maçã pecaminosa.


Extraordinary Machine - Fiona Apple


um pouco menos de infantilidade da minha parte me deixa concordar com ela.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Anyone Else But You

Os pedaços se juntam e em um quebra-cabeça de palavras você decifra o enigma. Procure os mesmos lugares ainda que os sentimentos sejam outros. Pense nas suas verdades concretas e nas novidades.

Eu ouvi as frases que você me disse daquelas vez não fazer sentido. Mas, faz, faz e infelizmente eu não costumo errar quando prevejo sentimentos.

Enquanto olhava o céu cheio de estrelas e ele me contava de um eclipse lunar por esses dias. Esses dias de leveza. Da garota maluca que fica vermelha com tapas de brincadeira. A garota maluca que não se acostumou a acertar. A menina que revira o mundo atrás do seu sorriso. Aquela que sou o tempo inteiro. Andando de montanha-russa sentimental. A que não espera e, tenta, mesmo, não desesperar.

Você não vê meus sinais mas compartilha dos silêncios. Então eu olho para você rindo das coisas que aquela pessoa diz. Um monte de coisa diferente de mim. Nem sempre eu entro em competições. Meu lado ariano não gosta de brincar sem desafio real. Não faço piadas na pura esperança de te fazer sorrir. E nem te olhar nos olhos com expectativas juvenis. Mentira. Eu te olho nos olhos, ainda sem esperar, e quase sem querer. Eu gosto, sim, de te ver sorrir. Penso nos encontros e no passado que marcará o final dessa semana. Queria o seu presente. Mas, o meu amigo falou da minha liberdade e eu percebi, por mais que já tenham me entregado isso nas mãos, eu acabo jogando pro alto, não sei segurar a liberdade alheia. E as possibilidades de erros e acertos nos outros lugares.

Eu gosto de passarinhos soltos, vida solta, sorrisos sinceros, Eu gosto de toda aquela sinceridade de mulher que conquistei com minhas verdades.

Tem aquela menina que é tão parecida com os meus dezesseis anos, e isso faz menos de três. A mesma insegurança envolta em palavras, muitas vezes, mais diretas que as minhas. Pequena, seria bom dividir a minha cidade cinza. Eu talvez erre ao te bombardear com novidades do meu você. Mas, você escreve coisas lindas e eu tenho carinho por palavras.

Tem a grande falta de todo aquele passado das manhãs frias com sol e a grama. O zip de fotos para ajudar alguém a dar um presente lindo de ganhar. O meu computador travado. As mensagens da madrugada no msn. O relógio me mostrando a insônia, ou que deveria ir para faculdade. E as obrigações. A atuação no horário de trabalho. Mas, tem o meu amigo que pedi para me cuidar.

Cuido, de mim, dos outros, de você. Me cuido porque no fundo eu não sei ser de outro jeito.


ps: escrever em carros em movimento, no escuro não é boa idéia, fica praticamente impossível decifrar a letra.

terça-feira, fevereiro 19, 2008

CANETA AZUL

Ontem, acabou a caneta azul da sorte. Porque eu tenho umas frescuras fudidas na vida. E hoje, apareceu uma caneta igualzinha no meio das minhas coisas. Estranho. Só que não é essa e agora eu preciso de outra caneta azul da sorte.
POSSIBILIDADES

Quando eu pensei tudo isso foi mais fácil. Uma mão era só uma mão. Um olhar eram só dois olhos. A boca era só um espaço. As palavras eram só os dois ouvidos que queria atingir. Os dedos eram só calafrios. Tudo era explicado de forma simples. Os sentimentos, os medos, os dados. Eu cataloguei a vida da minha forma. Deixei tudo acessível. Mas, sempre tem a hora que alguém resolve revirar o arquivo e bagunçar tudo. Alguns até tentam arrumar, mas sou eu que já esqueci os lugares certos. Depois de cada um que passou na minha vida eu fechei uma porta. Só que elas abrem dos dois lados. Eu aceito visitas e às vezes vou para ver o que já fiz.

Não que eu volte. Porque voltar não faz partes dos planos. Tem esse lugar que eu deixei você entrar e agora olho as suas costas enquanto você brinca com o nó dos dedos. Se diverte com enigmas que eu criei. Com os jogos que eu invento. E as palavras que eu nem sempre digo. Você e só você. Mesmo que o passado tente voltar com frases bonitas e lembranças boas. Eu coloquei tudo aquilo nas coisas vividas. Não apago vida. E nem passado. Mantenho a amizade no lugar dela. Todas as minhas relações são fundamentalmente de amizade. E o resto é só consequência do que pode ser melhor ainda.

Só importa o seu olhar e a vontade de te levar. Os seus olhos sorriem enquanto você se perde nessa confusão. Quando falo dos seus medos, guardo os meus, não comento com você que não quero ser mal na sua vida. De você espero coisas novas e a possibilidade de isso ser bom. Então, eu olho as suas costas, as suas mãos, seus olhos fugitivos, as palavras não ditas enquanto eu escrevo as que gostaria de falar. De te falar com suas mãos segurando as minhas quando eu ficar nervosa. Sem razão e motivos para explicar. E as nossas diferenças tem encaixe, as frases se unem, os amigos se misturam, os modos se entendem, as frases se completam em pensamento. Fica o dito pelo não dito. Fica o impossível pelo possível que você guarda no seu olhar.
HERE COMES THE SUN


Você consegue ser a melhor confusão e a mais dolorosa. Odeio ler suas palavras para mentiras. Odeio o pouco com que você se contenta, embora goste de ver você contente. Odeio o jeito que você sorri de nervoso e adoro o seu sorriso. As suas caras de indefinição e o jeito que mexe a cabeça para espantar os pensamentos. A maneira que me chama de complicada e essa forma simples que você tenta se convencer de ser seus olhos.

Odeio te ver queimando. Acabando com toda essa lenha que você carrega em beleza. Odeio o jeito que controlo o fogo. Os passos. Deve ser a primeira vez na vida que controlo alguma coisa. Aprendi a lidar comigo. Um pouco mais de segurança para trocar por palavras. Conheci um pedaço de mim adormecido no meio da tormenta e da pressa. E as nossas enormes diferenças. O meu sentir, o seu pensar, as minhas frases encaixadas em silêncios, o seu falar e sorrir, a minha cara fechada pros outros e a sua reciprocidade, a minha plena intolerância e a sua maneira de tolerar.

Talvez eu guarde as suas verdades no mesmo lugar que nunca abri para ninguém. Mas, não abri porque você guarda as chaves. As chaves que você perde dentro dessas ponderações. Here comes the sun. E começa a derreter o passado. Transformar tudo no rio que leva o desconhecido.

Se você sentisse eu prometeria ser verdadeira. Como eu tenho sido. Transparente e franca dentro do possível. Até onde você me deixa mostrar. Eu sei que você já sentiu antes e percebeu que não ia ser simples. De outras formas você criou os seus modelos. Eu te dei coisas sem ter certeza que você queria. Porque eu pulo e quando volto a margem sorrio para não ter que perguntar se fiz certo. Os caminhos, a paciência, o carinho, a certeza. É você.

É.

Só não me pergunta, não dúvida da certeza que você constrói ai. Dentro dos seus medos mora a certeza de que é você. Me dá a sua mão quando todo mundo for. Me olha nos olhos quando todo mundo estiver ocupado demais. Esqueci os outros. Esqueci o resto e vem. Só vem.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

'PARA ABRIR OS OLHOS'

Hoje eu caminhei pela cidade sentido os cheiros da saudades. O cheiro daquela viagem sensacional. O cheiro do mar agitado de Salvador. O cheiro do sorvete de cupuaçu com o gosto que não existe aqui.

Na fila do banco eu percebi que vou viver sempre quebrada em dois tempos. Como eles falam que o que importa é o que te quebra em duas cidades. Eu esqueci a minha cabeça. E vou seguir quebrada por toda essa cidade. Passado e presente se equilibrando. O passado me pega pela mão com a seriedade. Me fala: 'senta, garota, lê nessa tela o que eu tenho para te falar'. E me agradece por um bem que eu não sabia ter feito. Me enfeita de coisas que talvez não mereça. Porque eu devo milhares de agradecimentos a essa pessoa. Se hoje eu me quebro, se hoje eu espero, se hoje o mundo é um campo cheio de possibilidades coloridas. Eu agradeço. Agradeço os e-mails impressos e guardados que eu vou xerocar, eu apaguei, apaguei porque não queria outros olhos nesse passado que guardo na memória. A preocupação de eu não me machucar e gostar de quem não merece. De falar que eu sou especial quando eu tenho dúvida disso. Tanta dúvida.

Os meus novos conceitos desfilam pela vida. Meu caminhão de possibilidades. Eu vou voltar para vida. Não que eu tenha estado longe da roda. Sem saber se você quer o meu tempo. Mesmo que você e metade das pessoas que lêem essa verborragia em forma de blog queiram saber. E se você fosse o você? E se eu te contasse, se te dessa essa certeza que você procura, você conseguiria segurar? Eu vou com a minha vida junto. E os meus amigos que podem me ligar quando quiserem. Os meus sonhos que podem falar alto. Os meus medos que me escondem em fone e livro. Eu vou com um monte de coisas. Eu vou. Mas, eu vou.

Deve ser só essa a diferença. Não sei ficar esperando o acaso se mostrar. Nunca soube. Mas, o que você tá fazendo? Como você me deu a paciência que eu JAMAIS tive na vida. Então eu brinco com o meu amigo falando da eternidade de cento e vinte dias, mais ou menos horas, não importa. Foi em um dia qualquer e um involuntário gesto seu.

Mas, hoje o mundo me fez bem. Eu ouvi que sou especial. E li um poema que fizeram para mim. Não sei do que mais você precisa e como você não sente. Talvez seja só eu que sinto demais. Mas, eu me senti a pessoa mais importante, lembrada, querida, mesmo que seja no fundo pura brincadeira. Porque a gente vive de "brinks". A menina carioca que alegra as tardes com conversas. Li meu nome no blog da minha amiga. A que eu cobro e compreendo. Cobro porque ela entra dentro dela e eu não faço igual. Entendo porque a minha fuga é outra, mas também existe. Então, ela voltou para roda e no fim dessa semana a gente acerta a nossa conta na mesa do charm ou do samba na praça.

E você? Você continua sendo você. Não tem mais o que ser dito, trocado em palavras escritas, as faladas tem medo de como você vai ouvir ou de como eu falaria. Não sei. Falta alguma coisa. Falta mesmo. Falta você perto e os medos na mesa ao lado.



ps: não vou linkar ninguém, preguiça, tá tudo ali do lado.
JIGSAW FALLING INTO PLACE


Certo. Errado. Certo. Errado. Errado. Certo. Certo. Errado. Certo. Certo. Errado. É você mexendo no fundo da minha cabeça enquanto nem sabe que está aqui. E apertando os botões, remoendo meus acertos, rindo de tudo que deixei para arrumar depois. Uma grande confusão dentro de mim. E eu perdida dentro dos seus olhos. Enquanto eles sorriem e você fica em silêncio.

Quando você pega na minha mão no escuro e eu te sinto perto. Tão perto que as mãos já quase não conversam. E o quebra-cabeça se encaixa. Assim que a sua música favorita toca. Eu pego minha bebida. As luzes piscam. O chão fica ainda mais quadriculado. Os outros mais insignificantes. Eu segurando a sua mão no escuro. Eu vou me cansar. Antes disso, o seu sorriso desfoca tudo ao redor e, nada importa tanto assim. Os seus olhos se perdem nos outros rostos que não te olham. Enquanto eu procuro qualquer outra coisa para entorpecer a sua falta e a minha vontade de estar mais perto.

Antes de fugir. O barulho te leva para dentro dele. Antes de você atravessar aquela porta. Eu te conto. Eu falo. Palavras são balas perdidas. E parece que atingi tanta gente antes de passar por você. Está escuro e eu estou confusa. Sem conseguir pensar em como começar. A luz pisca. Eu me perdi em outras mãos. A gente se olha quando cruza. Uma vez. E várias outras. A gente se olha quando cruza. Faça o medo desaparecer. Vou procurar mais copos, falar com mais pessoas e fazer o medo desaparecer.

A noite vai acabar e o quebra-cabeça não se encaixa.



ps: era o texto do zine. mas, tem coisas que só me sinto a vontade em falar aqui.


para você ouvir.
ALGUNS DOMINGOS

Um dia daqueles que você respira sinceridade e fica vermelha. Porque eu tenho vergonha, mesmo que o mundo ache o contrário. Respondi tudo e agora, talvez, me conheçam mais do que boa parte do resto. Ainda com certas coisas escondidas. Porque me pedem para falar quem é o você e insistem, perguntam, fazem piada. Seria mais fácil falar "eu te amo, ué". Mas, não sei se amor. Porque eu não acredito em amor desse jeito. Não sem que você saiba e, retribua ou não. É o gostar mais sincero que já experimentei na vida, é verdade, e a felicidade mais simples. Em estar perto, dividir, sorrir, ser segura para chorar se for preciso. É um gostar sincero e o resto eu não sei explicar.

Vou contar uma coisa que só eles e alguns vão entender. Porque eu nunca coloquei em palavras. Eu tenho a terrível mania de só contar o que eu quero. Minhas palavras não são toda minha verdade. É só até onde minha sinceridade chega, ou até onde os outros podem enxergar. Como foi? Foi bom, mesmo que o começo tenha sido péssimo, eu me sentia condenada por gostar. E beleza, burrice ou qualquer coisa não importava. Eu odiava a minha cabeça por pensar e só. Então, eu quis que tudo corresse e eu pudesse experimentar o "maior" erro da minha vida. Porque tudo sempre teve proporções desastrosas, muito mais aqui dentro, do que para o lado de fora.

Então, eu fui, fiz. Não é ruim. Não é preferência. É só minha outra terrível mania de ser livre. E procurar a felicidade nas coisas que são certas para mim naquele momento. E naquele momento eu precisava ir. Por que não contei antes? Porque não precisava. Não precisa. E porque eu vou continuar procurando verdade onde existe para mim. Pelo tempo que for, com a intensidade que tiver, com os olhares e as mãos que me interessar. Essa coisa entre certo e errado não importa. Não foi fácil, mas foi tudo que eu precisava sentir, e se hoje eu sou assim, um tanto eu devo a ter aceitado aquilo.

O meu você não está no passado. Eu não vou falar sério com ninguém que não me interessa. Meu você tem sorriso e olhar incógnito. E medo, tanto medo, que me faz sorrir.


ps: o melhor foi não ter ido ao show de hoje. o passado não interessa tanto assim. e tem coisas que ainda não é hora de resolver.

sábado, fevereiro 16, 2008

As long as I have you near me

Nossas conversas me dão força para continuar acordada quando o sono aparece. Até que suas frases me fazem querer ir para debaixo do meu cobertor até o seu medo do desconhecido ir embora. E seus olhos brilharem sem essa névoa de proteção. Até seus passos alcançarem os meus. Talvez você sabote a si com medo do que a felicidade poderia causar. Medo da solidez e de ser importante. Medo nas suas formas mais complexas esquecidas dentro da sua simplicidade.

Você realmente não me deve nada em troca. Eu dou atenção a todos seus direitos adquiridos e os apoio, se você quiser. Te dou a coragem para escolher o seu caminho, eu falar, não te impede de viver. Poderíamos deitar com nossas raivas, dúvidas, medos e loucuras misturadas nas nossas certezas vazias. Você pode me contar seus erros mais vergonhosos e eu não vou julgar. Sem laços para prender, sem nada de volta, você não me deve nada por eu me importar.

Você pode pedir um espaço só para você e eu vou sair com a minha cabeça para procurar solidão em outro canto dessa cidade. Eu quero ver você com a sua liberdade e o meu ciúmes sorrindo na outra mesa. Você pode viver e amar outra pessoa. Eu te apoio, eu guardo dentro dos meus sorrisos toda raiva. Raiva, dos outros lábios que encostam nos seus. Outras mãos que apertam as suas.

Eu te mostro a única forma de gostar na qual acredito. Suas verdades mais profundas mesmo que signifique perder. Abismos mais escuros no caminho da felicidade. Você pode largar tudo e ter uma crise de idade, e eu vou ouvir.

Seria mentira te falar que tudo é sanidade e eu estou salva pelas minhas certezas. Poderia te provar com silêncio ou esconder certeza na não reação. Não posso deixar de pensar em porquê você me perguntou.

Todas as vezes que entramos em conflito eu imagino um final diferente. Longe da rotina e da enorme frieza. Sua tendência em querer terminar aparece naturalmente. Enquanto eu sonho com lugares mais leves. Todas as vezes que estou confusa, penso que há de haver meios mais simples. Enquanto estamos perplexos procuramos fuga das dificuldades.

Eu não consigo mentir para você. Nem guardar na bolsa qualquer verdade que possa ser vista. Os meus olhos me traem. Minhas mãos se perdem. Os sorrisos se encontram e é outra vez como se nada disso importasse.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

LAZY CONFESSIONS

Você contêm todos os sentimentos. Medi cada milímetro. Tem o corpo sem marcas e a vida coberta por uma névoa de proteção. Uma mania evidente de querer tudo no lugar, deve dormir e acordar do mesmo jeito, como se estivesse em uma propaganda. Nada de muito verdade nos seus sonhos coloridos. E, eu. Eu sou a verborragia em forma de adjetivos. Poucos verbos, já deu para notar que agir não anda sendo o meu forte. Então, eu fui até a porta, andei até o portão, fiquei brava porque minha mãe saiu com a minha chave e o meu chaveiro de coração todo cortado, todo dentro um do outro. O fundo preto e as partes rosa.

Mas, daí, não queria. Encontrei a mini me e voltei para casa carregadas de sacolas com a nossa janta. Eu fui fazer pizza, ouvir Madonna e depois o 'is this it' dos strokes. Quase como quando ele existiu. Como você existe agora, nessa noite quente de sexta, com beatles no ouvido direito, o esquerdo foi quebrado (o fone), naquele dia do quase assalto da consolação. Eu vou ficar surda, doida, e feliz. Porque tá tudo uma merda, mas ainda assim é bom.

Só não espere que eu fale o óbvio. Não vou falar. Não sai voz e nem palavras. Não deu, não dá, preciso achar mais verbos.
Tá ficando chato:

Eu falando com você. Sempre com você. Olhando pra você. Só você. Mas, você precisa de outras coisas. Um cartão assinado com meu nome entregue na sua casa. Porque você nunca ouve. E, quando ouvir, eu paro.



Mentira.



Mas, ouve? Fora de brinks.
THAT'S ALL I DO


"E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o Zen de repente escapa e se transforma em Sem? Sem que se consiga controlar".

Então tudo que senti nas últimas horas é mentira. Porque precisa muito pouco para transformar raiva em palavras e outra vez os sorrisos. E a leveza da menina que anda pelas ruas do centro com a cabeça longe. A garota que perde o crachá do prédio na reunião de trabalho. Uma mulher que precisa resolver a vida e as coisas em uma mesa com água e assuntos sérios. Porque a mulher é menina na doçura das noites quentes. Não para de se mexer, ver você se mexendo e mudando as peças do lugar me dá vontade de fazer isso também. Não adianta ficar tentando encaixar as mesmas coisas em lugares que já não existem. Perdi algumas peças pelo caminho, é verdade, deixei outras. Culpei pessoas pelo fim das minhas mais verdadeiras paixões. Quando na verdade, não era isso. Nem nada parecido. Foi duas ou três vezes. Talvez seja essa também.

Ainda sorrio com meu passado e as pessoas que não estão longe demais para serem esquecidas. As palavras de oráculo que alguns guardam e a sinceridade de outros. Meu passado é a minha escolha e o meu presente me escolhe. Sem perceber alguns sorrisos e lágrimas me prendem.

Talvez querer outro fosse uma opção para a sair da minha solidão. Mas, eu voltaria, porque eu vivo voltando. Ou hoje, não seja uma opção. Eu preciso dos meus amigos. Só eles são opção para a solidão que você entorpece aos poucos com sua ausente presença. A simplicidade daqueles dias de frio com sol. As mochilas no mastro, quatro se amontoando deitados uns nos outros. Eu amarrando os cadarços deles no outro sapato, para alguém levantar atordoado com o sinal e eu rir daquela pequena desgraça. Garrafas, carinho, trabalho e esperança. Hoje cada um tem uma vida. Cada um é aquilo que pode ser. Todos sorrindo a sua maneira. Sem mais cadarços amarrados um no outro.

Para você, a minha desistência te soltaria um mar de dúvidas, porque eu realmente não valeria a pena e o resto você já viu acontecer. Uma equação qualquer que você fechou os olhos. Mas, não desistir é a única coisa que posso te dar. Mesmo que isso possa me machucar, é a única coisa que posso oferecer a mim e a você no momento, mesmo que isso possa matar é a única salvação possível. Cansei do resto e do imaginário. De onde nunca tem nada no fim. Das frases feitas e de pessoas que procuram me falar o que eu gosto de ouvir. Você não fala. Talvez, porque às vezes não fale nada e me deixe trocando frases com meus mortos . O seu não esforço é quase a certeza e o sinal que esperei para virar as costas. Talvez, o dia chegue e um outro qualquer, seja o corpo que eu procurei. Mas, cansei de corpos também. Eu cansei de quase tudo e não de você. No agora eu só quero ser como sou. E, esquecer que existem outros olhos me perseguindo, esquecer que não é você e que se não é, pouco importa. São os resto e se é resto, não importa. É passado e se não tem cicatriz, passou. É amizade e se não tem carinho, é vazio. É amor e paixão, silenciosa, diferente. Eu deixo os meus dias não serem iguais e abro o peito a vida e confusão. Sinto muito, eu só sei ser assim.

"À medida em que o tempo passava tudo caía num espaço enorme, amar esse espaço enorme entre eu e você, mas não se culpe, deixa eu falar como se você não soubesse"

As frases são Caio F. Abreu


Hermano, te dedico.
Rá. Eu não acho nada dessa música. N A D A. Até que provem o contrário. Podiam P R O V A R do contrário, aprovo. haha
PENSAR, NÃO

"Em luta, meu ser se parte em dois. Um que foge, outro que aceita. O que aceita diz: não. Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é. Agora. No que está sendo. Pensar no que ainda não veio é fugir, buscar apoio em coisas externas a mim, de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço. Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar, mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem. Pensar é ainda fuga: aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar. Entrar nela significa viver." Caio Fernando Abreu


Quando eu me parti em duas na porta dessa situação. Deixei a que ia pensar esperando e fui com a que diz não. Caminho então, sem pensar, vez ou outro ouço o chamado na porta. Já cheguei a ouvi-la. Até quis realmente trocar quem caminha comigo por aquela que pensa. Mas, no fim, as duas sou eu. E dentro do não o pensamento em aceitar e ter coragem. E na que pensa a porta, o pensar é o meu não. Por tudo que pode ser. Ou por nada. Não sei quais são as cartas que guardo. Nem onde espalhei as minhas cinquenta e duas cartas para enfrentar a vida. Os meus amigos vão ao lado. Enquanto eu sigo, no meio, sozinha. às vezes não e às vezes pensando. Mas, todas as vezes, são vezes que eu queria te emprestar coragem e deixar a vida simples.
Antes disso

"Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque assim que és..."
Caio (supremo) Fernando Abreu

muitas palavras. depois disso o silêncio...
EVERYWHERE

Eu esperei tanto até esse pega pega de palavras acabar. Na esperança de encontrar calma no piques. Mas, parece que a corrida acabou de começar e ainda existem palavras e silêncio para dividir. E risadas no caminho. Todas essas coisas que importam mesmo e o resto, eu realmente, penso depois.

Desde o início procurei certeza nos seus olhos. Mas, eu não sei ficar quieta. Não consigo esconder dos outros quando descubro em mim. Você só deve saber que não faria mal a você e o resto são todos os clichês desses livros que acreditamos no final. Onde tudo é possível e mágico. Parecido com os filmes da sessão da tarde que dividiu nossa adolescência entre quadrinhos, computador, livros, computador, e finais felizes.

Deve ser algo no jeito simples como você vê a vida e como eu complico. Deve ser a minha constante confusão. O seu pensar demorado. Queria estar aí, com as mãos no seu cabelo pensando que tudo poderia só ser simples. Mas, daí talvez não fosse virar isso. Tantas palavras. Tanto tempo. Faz algum tempo. A paciência que você sem querer me ensinou a ter. E tudo que foi dividido até aqui. I hate waiting, but I'm not complaining.


frase dos garotos de niuorkêcit: locksley
qualquer semelhança com beatles não é mera semelhança, eles são mais "conhecidinhos" pelos covers. dois clipes: esse e esse que eu adoro.
SOMETHING

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

CAOS

Me diz se é isso?
Só diz e depois eu te deixo.
Eu prometo que não procuro mais. Não falo mais. Nem escrevo. Você pode continuar procurando verdades onde quiser.
Mas, me diz. Só porque eu só consigo fechar portas com certeza.
Se você não souber, não diz nada, eu prometi esperar. Eu espero.


INTERNAL DIALOGUE


Eu acho que sinto a sua falta. Eu que sempre detestei rotina. Qualquer que fosse e principalmente se fosse a minha. Eu que nunca fui pura e simplesmente eu para (quase) ninguém, sou assim para você, mesmo que viva coberta de mistério.

Talvez você me veja como uma garotinha. A que senta segurando as pernas ou tira o sapato quando coloca os pés debaixo do corpo quando veste shorts branco e a pulseira de mesma cor. Sinto falta da rotina e dos dias todos iguais. Os dias voltam aos poucos a ser assim. Se eu sinto falta é porque gosto do meu agora. Do meu novo corte de cabelo e do jeito que ele me fez parecer menos menina até quando cai no olho. Das unhas vermelhas sempre descascando e a caneta azul já no fim escrevendo o que coloco nessa tela agora. Gosto do jeito que escrevia no metrô esperando a Saúde chegar. E depois pouco até o Jabaquara e os dias que só te tinha no computador.

Eu gosto de atravessar a Paulista de ônibus. Parada olhando os lugares que já fui. Todos os lugares dessa avenida. As pessoas que conheci. O passado que vivi. Aquela vez que andei com amigos até a IBM para rir com a Letícia. Sinto falta também daqueles outros dias iguais. Minha cabeça em outro você. Um que vive voltando e me chamando para ir em lugares que já não fazem mais sentido. Porque não é o você que interessa. Você, o que interessa, apagou parte do passado para roubar meu olhar pro hoje. Sem cinemas, casas, dúvidas e acertos. O meu único jogo está nas suas mãos. Com seus medos e palavras de fuga.

Já senti pelo seu você não ser eu. E pedi para muitas pessoas procurarem algo que não consegui ver e provavelmente não existe. A caneta vai acabar, minha casa vai demorar para chegar. Vou encostar a cabeça no vidro e pensar com as palavras da Maria Mena, falando em perder o controle. Enquanto você guarda o seu, perto, tão perto que irrita. Se perde, me encontra e vamos. Só vamos.



ps: escrito na rua. no ônibus e em qualquer outro lugar. porque eu virei (por pouco tempo ainda) a abobadinha das palavras. escrever saiu do controle para o resto entrar. troca justa e assim eu te presenteio com mais e mais palavras.
palavras, palavras e mais palavras. SÓ PALAVRAS. se fossem boas, seria quase como Bandini, mas eu vivo em São Paulo não no Bunker Hill. Cada um tem da vida o que merece. Eu sei.
Agora, vou dormir, sono, dor de cabeça, frio(?), sabe por que? Porque amanhã é sexta. Daí essas coisas aparecem pra encher o saco. Repito amanhã é sexta e eu tomo cinquenta aspirinas se for preciso. Fim de semana. Depois da reunião de hoje, e os mesmos problemas de sempre. O cara perdeu a linha com o "garota, você é muito mimada". HAHAHAHA. Tá, eu adoro meu trabalho e tem dias que alguns merecem ouvir. De verdade. E eu nem precisei falar. :)

Maria Mena
MSN

Eu e a gina/mia/tantofas no emêssénê dias desses -

mia says:
sue, vou desistir das pessoas.
sue. says:
é? vai tentar o que agora: plantas ou animais?
mia says:
plantas, sou vegetariana não rola comer animal.
sue. says:
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA.

emêssénê agora-

sue. says:
ah tava postando no fotologuei de valentine's day.
mia says:
eu ia postar uma foto de uma árvore
mia says:
achei melhor não
sue. say:
HAHAHAHAHAHAHAHAHA!
sue. diz:
verdade, vc tá nas plantas
mia say:
é
mia say:
não dá pra comer animais
sue. diz:
HAHAHAHAHA
happy valentine's day
I PROMISSE TO BE TRUE AND HELP YOU UNDERSTAND


A minha vida é a repetição das cenas do passado. E eu olho e vejo tudo igual. Mas, com você eu realmente acho que pode ser diferente. E se for igual, esses dias bons, que meus sentimentos se encostam na vida para olhar a menina andando leve pelas ruas do centro valem a pena.

Não, eu não sei o que acontece comigo. Vou sair daqui a pouco sem saber. Vou andar sem saber. Vou beber um pouco para procurar verdade no fundo de algum copo, talvez eu vá ao cinema ou ao teatro. Talvez eu volte para casa e fique escrevendo mais para você. Até você finalmente cansar de fingir que não sabe. Porque eu poderia escrever um livro só com essa história e jogar na tua cabeceira. Mas, ia demorar muito e tem horas que tempo é pele. E a minha pele gosta das suas mãos. Ou é minha cabeça. Ou meu coração. Qualquer parte do meu corpo gosta de você. Talvez todas elas. Mas, eu não te diria que gosta de você. Porque isso também me assusta. Gosta dos momentos com você. Porque isso é um dia atrás do outro e mais um e finalmente outro. Mais confusão, mais coisas, mais você, mais Suellen.

Porque eu fui feita para isso da cabeça aos pés. Não tenho medo. Tenho, todo mundo tem. Mas, é diferente do seu. É, nunca mais é a primeira vez, então eu não tenho medo de água fria e da vida.

Quanto mais confusão, mais palavras, quanto mais indefinição, mais palavras, quanto mais nada, mais palavras. Tantas palavras vazias trocadas com uma tela em branco. Vou escrever até acabar. E daí, depois, não vai sobrar nada para você. É melhor você fazer minhas palavras mudarem. Então vai ser menos e melhor. Porque daí eu te mostro tudo e faço você acreditar que é só você. Dentre todos. Dentre qualquer pessoa desse mundo enorme e injusto é só você. Mesmo que você nunca acredite no que eu falo.

Me faz perder o ônibus como ele fez da primeira vez. E eu sem saber o que fazer depois. Menina, toda menina com um garoto completamente avesso ao que eu sempre fui. E nossas horas no telefone, nossos milhares de e-mails, nossas conversas enormes e o final cheio de carinho. Não acaba. Amor não acaba. Se transforma ou volta de onde saiu. Mas, eu realmente, não consigo ver depois agora.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

SILÊNCIO

Hoje, eu durmo. Como antes as horas necessárias para tudo ficar no lugar. Então eu dormi hoje à tarde com a janela do quarto aberta e todos os bichos do planeta pousando em mim. Minha mão, meu braço e minhas costas coçam. Minha alma se eu conseguisse tocar, coçaria.

Entre um sonho e outro você aparecia. No sonho que esquecia de uma reunião importante. Você falava: "corre, garota, ainda falta meia hora". Mesmo que em meia hora eu jamais fosse estar lá. Seus olhos me acalmando enquanto eu inventava uma desculpa e falava que ia ficar porque a sua presença valia aquela reunião hoje. Desmarcaria e pediria desculpas pelo nó que está minha cabeça e a vontade nenhuma de discutir as mesmas coisas de sempre.

Então, eu te abraçava forte, como se fosse entrar por baixo da sua pele e correr junto com sua confusão. Nisso não há lugar para dúvidas. Com as minhas mãos preenchendo o seu coração de sonhos inteiros e a sua cabeça de certezas diferentes. Duas vidas salvas do marasmo em forma de tédio e sono. Cansaço acumulado recuperado com as suas mãos.

Não sei as regras desse jogo. Até onde é seguro pisar. Quando é a minha vez de jogar. As suas jogadas me confundem e eu sei que nada daquilo é para mim. No fundo eu gostaria da menor reação. Minha amiga apareceu fazendo piada da quantidade de textos e disse que se fosse pra ela, ela estaria entregue para o "mentor do textos" - mentor é foda - mas, eu só escolho as pessoas mais difíceis ou me escolhem com sorrisos confusos e indefiníveis. Com olhares vagos. Com mãos seguras.

O que eu faço a você, deve fazer você se ver como algo diferente, apesar de eu tentar falar coisas com sentido. Eu simplesmente não consigo falar e você vai embora? Eu não sou boa com confissões, meus olhos são, mas as palavras me traem quando precisam sair. Gastei tudo que tinha e agora parece que sinto a rejeição batendo na porta. Enquanto eu olhava com calmo afeto, você procurava defeitos, para não se deixar levar e tornar tudo muito mais fácil para você. Você continua nesse jogo desengonçado de fuga e medo. Mas, eu respeito os seus limites, os medos e enquanto isso continuo de braços dados com a liberdade. Até que não me importe mais, a liberdade, não você. Enquanto isso me recolho em palavras enigmáticas e esse gostar calado.


ps: sis, parabéns por ser bixete, sabe.
ela vai ser a melhor advogada que esse país conheceu. porque ela é a garota mais foda e seria foda até se fosse fazer biomedicina, não é piada e nem tem trocadilho. eu juro. (essa nem ela vai entender, porque eu esqueci de contar, duas coisas)
WAITING


Os dias corriam. E eu vivia tudo de uma vez. Sentia tudo ao mesmo tempo. Me perdia em olhares que nunca foram como os que você não segura. Um turbilhão em forma de garota bem resolvida. Era o que eu achava e fazia os outros acreditarem. E eles acreditaram, achavam que o meu sorriso e o dele eram alegria, nós dois sabíamos a confusão e o caos que desenhavam nossos finais de semana. Garoto, você sempre foi eu um pouco piorado. Sinto falta de você entendendo tudo e ouvindo aquelas coisas que eu detestava e aprendi a gostar. O seu livro ficou aqui, assim como as lembranças de você me derrubando na frente do bloco três.

Meu dia de hoje se dividi entre lembranças e incompreensão. Sem você, meu medo, fica enorme. Se você não descobrir, e aceitar, e me aceitar com alguma confusão. Mesmo que eu não consiga pensar no depois. Agora, só penso nas horas que seguem. Depois a gente decide junto. Sem mais eles para entorpecer a impossibilidade. Por um longo tempo, espero você.
PAZ

Eu era tão menina, não entendia, eu fui. Só isso. Tive minha fase hedonista de mãos dadas e sorriso estampado com ele no mundo. Mas, ele foi mais longe e eu parei. Porque pra mim ainda é tudo muito complicado. Não é só diversão. Não consigo ser hedonista com os sentimentos. Sem eles, sou menina pulando sarjetas e corações. Trato mal quem gosta de mim. Porque eu só vejo você. E os outros me ligam, os outros procuram minhas mãos, os outros voltam no passado quinhentas vezes. Onde eu já estive e de onde sai para parar aqui. Te fazer ver que o mundo não é tão idiota. Te mostrar os sentimentos. Te fazer entender que dá para ser feliz sem jogar a vida pela janela.

Já perdi a minha paz:

"Paz ?!

Neste começo de ano eu só queria uma coisa. Paz. Pra pensar em nada e não ser invadida. Pra fugir das loucuras do mundo. Pra me enterrar em loucuras que são minhas e só minhas. Paz. Pra dormir. Pra deixar minha gastrite ir embora.
Paz.
O que eu quero não é aquilo que é melhor para mim e eu sei. O que eu quero não é "normal" e eu sei. Eu tenho medo do que eu quero e eu também sei.

Tá tudo tão enrolado, que nem escrever resolve. E isto sempre resolveu minha vida.
03/01/2007"


Parei para pensar hoje e, encontrei tudo igual ou melhor. Porque hoje eu não tenho preconceitos, porque hoje eu vejo amor onde as pessoas não conseguem enxergar. Porque hoje eu tenho deveras a minha liberdade pregadas aos meus pés.



sis, brigada por lembrar o quanto eu (também) fui cabeça dura. e neguei pra mim e pros outros. até quando não deu mais para segurar.
SIMPLES

É bom. Ainda que você ganhe todas minhas palavras. E as leve sem me contar se gosta. Você me mostra que tudo pode dar certo, mesmo que não esteja e tenha um caminhão de complicações me esperando no portão. Não me importo. Sentir essa leve felicidade e pensar que ai você sorri. E, do resto, nada preocupa. Nunca ninguém falou que ia ser fácil. Sem pensar em nenhum pecado, nem em nada que seja estranho para os outros, é simples para mim: eu gosto e ponto. Gosto, sereno, sem desespero e com o silêncio dividido. É a melhor coisa, poder dividir o silêncio, as piadas, as risadas, os medos e o resto. Pelo tempo que minha paciência me encontrar torcendo o nó dos dedos.

A sis falou que está ficando repetitiva nas falas. Minha incompreensão atingi essas pessoas ao redor. Essas poucas, três pessoas, me protegem do medo me engolir. E me repetem entre sorrisos o que eu sei: o seu tempo, o seu medo, o seu sorriso. Essas coisas que eu aprendi a conviver.

Se por qualquer motivo as palavras se perderem ou eu sair pela porta dos fundos. Alguém fica encarregado de contar tudo. As coisas que eu fiz e as que eu teria feito se tivesse dado tempo. Inventem para o mundo o meu personagem mais perfeito. Conte para quem interessa, que eu mostraria devagar como se faz, que diria com carinho o que não falei.

Mantenha seus olhos em mim quando eu for para longe. Minhas mãos soltarem as suas. Seus olhos perderem os meus. Suas risadas ficarem longe. A sua reação é o que medi minha ação.

Eu vou te mostrar que atrás da minha tristeza, existem coisas realmente engraçadas, já não fujo com meus livros e cds. Fico perto para sentir você. Te apresento meus melhores amigos, os mais inteligentes, os queridos e achados nas ruas que ando. Deixo eles ao seu lado. Que eles te dêem a coragem que me dão. Incríveis presenças. Junto com você, perto de você.


Uma doce garota com um violão.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

JOGO

Eu acho que cansei dos outros. Porque eu procurei tanto tempo verdade nos outros e você apareceu e de um jeito simples complicou tudo. Com o seu sorriso você complica tudo e eu faço muito pelo seu sorriso. Um jogo perigoso.

Eu sou a pólvora e você a mina. Precisa de pouco, uma bituca de cigarro tímida e isso explode. O nosso jogo perigoso combina. E talvez eu vá desistir e não vá rolar. Não, não vou desistir eu só sei viver dando cabeçadas arianas. Esperando até o: "suellen, não" ou um abraço sincero. Que eu gostaria muito mais e me faria escrever mais e mais. Porque é quase efeito colateral escancarar a minha vida. Defendo a identidade. Já é um pouco demais as pessoas virarem pra sis e falarem: "oi, você é a soulsister?". Só falta alguém perguntar: "oi, você é você?". Tem louco para tudo no mundo. Eu sei que tem. Eu sei MESMO que tem, para reforçar e me incluir no grupo.

Acabaram de me ligar e falaram assim: "eu acho - todo mundo acha alguma coisa - que você deveria tentar". Porque eu acordei achando que devesse ir conhecer duzentas pessoas que seriam nada como as outras todas. Eu posso ser bem idiota. Mas, só até você decidir. Eu sirvo para bagunçar a vida dos outros. Mas, que seja uma bagunça que te arranque sorrisos, mesmo que eu seja amarguinha e fique querendo não estar nos lugares com as pessoas que não deveriam estar ali.

Para você: não se preocupa, só ficou um exemplar, desses que não saem muito. Só em noites nas quais você esquece ela em outros braços. Porque coragem é um negócio bonito de se ver. Mas, não sei se é isso. Não sei se você chega a querer ter coragem. E se for tentar, é bom saber: o resto todo continua depois. Porque eu gosto de ser amiga dos vocês que passaram por aqui. TODOS. Mas, eu não consigo ver depois até o antes começar a ser.


garotaíncrivel


ps: agora vou ir fazer a mesma coisa. faculdade, casa, estágio, msn, você, faculdade, casa, estágio... para o futuro e avante. ser jornalista sem alma, porque tem gente que acha isso - tem gente que acha tudo - mesmo.
PORTUGAL

O tédio inteiro fez uma nuvem sob a minha cabeça e parou. Agora, eu fico aqui, revirando arquivos atrás de todos os sentimentos do mundo que não esses. Claro que tem o dessa época exata do ano passado, e mesmo assim: foi diferente. Mesmo tendo sido a primeira vez de uma porção de coisas. E o meu medo pulou sem cordinha, lá foi normal, dias bons como alguns poucos e o final daqueles vazios de rancor.

Agora, eu fico aqui com essa maldita distância. Com os olhos pregados em palavras alheias. Me repetindo inteira. A gina falou que é a mesma coisa desde a semana passada. Eu falo 'chega' e volto cinquenta vezes. Eu paro na porta para pensar se tem jeito ou a minha cabeça vai continuar seus passos a frente e meu medos milhares de atos atrás. Parece uma peça mal ensaiada, erro as cenas, adianto a marcação. Engasgo com as falas. Depois, improviso para ficar menos feio para platéia. Essas pessoas que me olham sem saber porquê. E acham que entendem tudo. Eles achando que entendem tudo e você sabe tudo. Mas eu vou confundir, até você ter certeza porque certeza nunca muda.

Enquanto isso escrevo mais, vivo mais, sorrio mais, erro mais, peco mais, faço tudo: mais. É o controle mostrando que é o meu melhor amigo e não me larga nunca. O meu controle está nesses excessos. Claro, que é ironia. Um traço fino de ironia, sadismo e sarcasmo. Piadas inteiras me usando como personagem principal. Nas piadas de portugueses vão substituir pelo meu nome. Porque eu sou a burra da história. A burra que vive demais e só saber ser assim.
Do you believe in what you feel?

Hoje a fé me abandonou. Acordei querendo não querer. E se eu quiser com força, quem sabe uma hora, eu não queira. Vou me iludir com o fim dessas coisas estranhas que acontecem a cada dois segundos. Do misto de paz e guerra. Do meu masoquismo risonho. Das minhas brincadeiras de segurar o olhar. Os bravos são escravos. A vida vai seguir e ninguém vai reparar. Porque só eu reparei. Só eu olhei. Só eu quis. Só eu fiz.

Só. As pessoas tem a péssima mania de achar que eu sei. Não, eu não sei, alguém acha que eu escolheria mesmo isso para mim? Na fila das escolhas eu só quis pegar as mais complicadas e transformar minha vida em um nó. Sempre. Será que alguém acredita que eu goste mesmo de me apaixonar pelo erro cinquenta vezes. Será que alguém acha que eu faço piada de tudo porque a vida tem realmente graça?

Não. Não é possível que alguém ache. Não pode ser possível. Mas, tem ela e ela entende quanta piada há no desespero. Tem ela para me falar: chega. Mesmo que eu não ouça. Tem ela ali para falar: você não fez certo, tá vendo, roda o açúcar, tira outro envelope. Isso. Aquilo. Rá, talvez. Não. Tudo ao ponto de partida e piorado.

Eu gosto tanto da liberdade. De ir sozinha e de te ver descendo as escadas. Mas, era tarde demais e eu já tinha feito tudo errado. Brincar com ciúmes, mata, me mata. E eu tentei fazer você ver o que eu via. Mas, nunca funciona, porque eu devo ter nascido para viver com essa solidão e a falta. Uma enorme falta que você preenche tão bem. Mas, não pode ser você, porque você não pode. É muito. Eu devo ser confusão demais na vida de qualquer um. Mas, na sua, eu consigo ser um pouco além.

Queria o começo de volta e não deixar chegar a ser. Quero os meus amigos de volta. Quero o gordo entendendo como ele entendeu. O gordo me defendendo, enquanto escondia dos outros, que aquilo era defesa própria. Quero a sis muito mais perto. Mesmo que ela viva praticamente dentro de mim, porque é para ela que eu ligo sempre que qualquer coisa aperta demais e eu me sinto sufocada. Queria, queria, ainda queria você, é verdade.
CRAZY INTENTIONS

As coisas vão andar devagar. No seu tempo. Todo o tempo do mundo para ele perceber que mais cedo ou mais tarde vai ser diferente. O que eu espero de tudo, às vezes, é tão pouco. Me sentir sozinha em um turbilhão de pessoas pela sua ausência. E as coisas se complicando. Tudo melhor. Tudo diferente. Então, eu brinco mais e me importo tanto que é melhor você não enxergar.

Nenhuma falta é pior do que aquela do corpo presente. Me divirto, entorpeço, converso com o meu amigo que não via há meses e sem quem aguentei tudo que ele entende.

Suas mãos em outras. Seus olhos perseguindo outros. Sua preocupação em outra cabeça. Tudo isso, que aos poucos me despertam o ciúmes, mas enxergo sua liberdade. Eu gosto da liberdade que você desprega. Eu gosto das imperfeições certas, dos defeitos calculados, das reclamações devidas e dos olhares perdidos. Mesmo que eles perseguiam outros que eu sempre disse. E suas mãos encontrem outras que sempre temi. E sua cabeça se perca em confusão.

É verdade. Detesto o jeito que você pouco liga. Você me inspirar é bônus e blog o lugar onde todos vão ler. É verdade, de um jeito qualquer, tenho menos coragem do que a garota de dezesseis anos que também escreve. Cubro a minha vida para só quem pode enxergar. Uso da prolixidade para manter distância dos outros. No fundo, você entende. Eu acho. Eu espero. E seria mais fácil se fosse.

As palavras saem e os dedos percorrem o teclado. Errando os botões, rodando na linha dos sonhos, esperando na fila enquanto ninguém me ouve e eu só ouço a música do outro lado. Você apareceu e me fez querer menos. No lugar só essa coisa complicada. Eu espero menos dos outros. Procurar diversão é minha forma estúpida de disfarçar o resto.

É, você deixou tudo mais complicado e melhor, como tinha que ser.


ps: eu quero ir ver a mallu no studio sexta, foda-se que é hype, foda-se o que os outros acham. eu acho que essa garota faz folk como ninguém no país hoje, não é só a garota de quinze que canta, é a garota de quinze anos que toca folk e me faz ter vontade de abraçar e fechar os olhos no seu ombro.
OLHA

E,

percebe que eu falo dos outros para você perceber quem só importa. Então, vou dormir pelas próximas cinco horas porque você dá paz, mesmo que tire em um caminhão de impossibilidades, pouco importa.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

SIMPLES

Eu devo ser confusa. Prolixa. E todo o resto que torna as palavras dispensáveis. Se nem com os últimos 36 textos me fiz entender. Ou é você que não quer ver, e quem não quer, não vê e ponto.

siderreta

POR FIM

Para quem se preocupa - um ou outro recado fofo - tudo está bem. Nem sempre parece, mas eu garanto: é o melhor que poderia estar. Sério. Ou não, poderia ter você e é outra história.

Foi 'candy' e o passado mostrando que passa e deixa marcas. Foi perder de repente quem sempre esteve a minha disposição. Foi a insônia mais forte dos últimos meses. Foi essas coisas e outras. Mas, eu dormi e isso resolve todo o resto. Fim.

Rá, garoto, ganhei. Dormi quatro horas. Consegui sem dose nenhuma de nada, e depois você me diz como sobrevive, realmente você merece admiração.

Agora, vou trabalhar. Sorrindo, ouvindo beatles e pensando...
Fernando Pessoa

Põe-me as mãos nos ombros...
Beija-me na fronte...
Minha vida é escombros,
A minha alma insonte.

Eu não sei por quê,
Meu desde onde venho,
Sou o ser que vê,
E vê tudo estranho.

Põe a tua mão
Sobre o meu cabelo...
Tudo é ilusão.
Sonhar é sabê-lo.


SABE

Eu sou muito inconstante. Isso fodi um pouco. Mas, ajuda outro tanto e agora eu sinto calma. Como se uma hora de sono tivesse me dado paz. E, eu pudesse outra vez acreditar em tudo. Eu iria acreditar mesmo se não pudesse. Eu sou essa montanha-russa e queria te trazer correndo, sorrindo na chuva como se tudo estivesse certo, mesmo quando está errado e não é assim. Isso é certeza. Certeza nunca muda.

Talvez, esconda tudo de você para poder sorrir e não te deixar entender. Porque um cara falou ontem que eu tinha o sorriso lindo e eu acreditei. Eu sei que você não acredita em tudo que eu falo. Você sorri com os olhos, os mesmos traidores que entregam o que você não fala, raiva e rima. O cara, eu não sei quem é, um ninguém que falou, falou, falou e eu fingi que ouvi. Porque você resolve sair de shorts quando finalmente para de fazer frio e chover, chover ainda chove, mas a cidade está abafada e o diabo. Daí você sai de shorts. As pessoas que nunca viram pernas na vida, falam, pessoas que nunca viram pernas me irritam, mas eu finjo que gosto e me divirto. Na impossibilidade de ter o que eu quero, fico com a diversão. Entorpecimento de chateação. Porque eu não vou virar uma pessoa que reclama e se carrega pelos cantos. É só minha cabeça me deixar dormir. Essa semana parece ser daquelas que tudo corre. Diferente das duas últimas que passaram.

Percebe, que eu iria adorar te ter sempre por perto e nem tudo que eu pergunto gostaria de saber?

domingo, fevereiro 10, 2008

BREVE

Quando você entrou eu folheava livros sem interesse, ouvia sem prestar atenção, sorria sem nunca saber porquê. Então, você trouxe a confusão para porta e se retirou. Me deixou aqui revirando palavras atrás de verdade.
MAYBE NOT

Okei, eu poderia fazer tudo certo, mas eu fiz tudo errado. Porque é assim. Eu vou fazer tudo errado sempre e depois vou sorrir e fingir que não aconteceu. Então, eu vou pedir desculpas para mim, porque eu odeio errar comigo. Se não existe nada desse outro lado, considero a traição própria. É quando você se engana que quer um qualquer, porque um qualquer vai tirar de você qualquer coisa da carência do complicado, e você tem o qualquer e o qualquer te liga no dia seguinte e você pensa 'bela merda você fez, garota'. Bela merda. Daí, minha amiga aparece e me dá a mais bela lição de moral por palavras no msn e eu penso outra vez: 'bela merda, garota'. Agora, eu poderia consertar tudo, mas você erra também. Porque dói aqui também. Porque aqui dói muito mais do que aí, ou não, mas eu sei o que sinto e você entorpece os seus sentimentos com medo.

As páginas virando. Nenhum minuto de sono. Eu já deitei e levantei cinquenta vezes. Já chorei de raiva por não dormir. Já liguei para todas as pessoas do mundo. Quase sai e fiquei aqui. Porque eu vou ouvir algumas músicas e entender tudo como eu entendia antes disso enrolar demais.

Eu vou pular pro futuro, a decisão é sua, vem comigo e eu prometo te ajudar a entender ou fica aí procurando verdade onde você nunca encontrou. Talvez, porque você procure nos lugares errados. Com as palavras erradas. Sentimentos errados sempre te enganando, sempre se enganando, o que consegue ser pior.

Não consigo decidir. Tenho medo de julgar errado e perder. Talvez devesse mudar de idéia. We all do what, we can so we can do just one more thing, we won’t have a thing so we’ve got nothing to lose. We can all be free. Maybe not with words, maybe with a look but with your mind.
TALVEZ

Um dia, essa música vá doer como essa doeu ontem. Mas, hoje ela diz tudo.
CAFÉ


Nada. Absolutamente nada, é mais enlouquecedor do que não dormir. Minha vida e meu corpo são enlouquecedores por natureza ariana. Mas eles andam passando dos limites. Foram cinco dias sem ver ninguém, sem querer ver ninguém, muito bem com meu quarto e nada. Agora eu saio para o mundo como se pudesse resolver tudo e transformar o tempo em dois.

Eu durmo uma hora de um sono agitado. Acordo como se tivesse dormido um dia, o corpo pronto para tudo de novo, tirando o fato que, de verdade, parte do meu corpo dói. Só para lembrar o quanto eu sou idiota.

Acordei com vontade do domingo de café e sinuca. E as conversas, e o carinho e os sorrisos e tudo sendo simples porque uma hora precisa ser. Mas, daí meu celular vai tocar e eu não vou ter um domingo desses. Talvez sim, mas a companhia é outra, fumaça demais, e conversas que talvez me acalmem.

Tudo é culpa dessa inconstância. Por que diabos isso? O que é isso? Por que não posso ser inconstante com esse gostar? Seria mais simples e causaria menos confusão.
LAURA MARLING




A garota mais íncrivel do começo desse ano. Impressionante essa música e essa voz. Sotaque delicioso. Depois coloco o cd aqui, salvei o link errado que a sis subiu, coisa de gente que faz cinquenta coisas ao mesmo tempo em um computador que já não aguenta mais.
PARA QUEM VAI CONTINUAR SEM ENTENDER:

BOM DIA, INSÔNIA

As coisas não chegam a ser simples. Então eu erro como prometi não fazer. Falhei. Falhei comigo e isso é o pior que poderia acontecer. Deixei aquela música destruir a estrutura que demorei tanto para construir. Irritação é visível, felicidade é visível, raiva é visível, por que só esse sentimento não é?

Não sei falar. Sem palavras que expliquem. Não chega a ser impossível, mas não consigo deixar as coisas simples, nem transformar tudo em letras. Então, eu talvez vá me arrepender ou amanhã pense que era só o que poderia ter feito. Mentira. Não era, nunca é, só o mais fácil iludindo verdades.

Meus olhos já não falam mais. Meus gestos não são suficientes. Queria te proteger do resto desse mundo. Mas, o melhor é deixar você perceber sozinho. Olhar a vida nos olhos e eu te contar não evita você de viver. Porque eu fiz tudo começar diferente do que foi para mim. Eu perguntei, interroguei, quis saber detalhes. Você é diferente. Me confundo, me perco e erro.

Peço para ela me deixar em paz com minha consciência. Só que não fico em paz de você. Porque eu te procuro no meio da bagunça com o meu melhor abraço e um sorriso para te emprestar alegria.

Vai, você precisa ir, desse lado fica quem faz tudo errado te dando liberdade. Ou talvez é só a ilusão, no fundo a sua cabeça te tira isso e, entrega a história uma dose de indefinição.

É simplesmente complicado. Ninguém nunca falou que tudo seria fácil.

sábado, fevereiro 09, 2008

ALL OF ME

Os minutos se arrastam e eu penso se no dia em que te falar, eu vou ouvir. Ou seria um dos momentos que eu falaria, falaria, falaria e você manteria seus olhos e atenção em mim. Até que falaria mais e não esperaria uma resposta imediata. Será que quando levantasse, te deixasse com o fim do seu café, e os seus pensamentos desorganizados, eu lembraria do que falei?

Não entendo praticamente nada disso. Sempre estive no seu lugar. Fingiram que eu controlava, quando o que eu menos tinha era controle, e eu acreditava e ia. Agora a situação é minha, a vontade é minha, ir ou nunca tentar chegar a ser. Não por covardia ou qualquer outra coisa. Por necessidade de aceitar a impossibilidade. Mesmo que eu não acredite no impossível. Tento ter preguiça, mas você acaba com ela de um modo irritante. Tento ficar brava, mas você destrói os argumentos. Contrário todo o tempo as verdades e minto que é tudo mentira.

Mesmo que eu não minta. Não aprendi. Não dá. Eu fico vermelha, sem graça, rindo antes do tempo. O pior, meus olhos não sabem mentir, não consigo olhar no olho e nem congelar a atenção por muitos segundos sem carregar culpa. Por isso guardo o passado em caixas. Parte do recente ainda não acabou, por isso aceito visitas diárias e o silêncio carregado de orgulho. Tirando esse pedaço, o resto, eu consigo encontrar fácil no meio do caos que eu sou.

No fundo, tudo é fácil, é só um passo até o lado de cá. Prometo te ajudar a entender porque nunca foi certo, mesmo que para nós também não vá ser pela eternidade, prometo. E, eu levo a sério promessas.


ps: hoje (já é sábado) eu mato a saudades da funhouse e de vocês.
AO PASSADO


Não que eu não tivesse medo. Mas eles sempre foram diferentes. Nunca temi o tempo das coisas. Se durariam uma noite ou uma década. Nem esperei nada dos outros. Aceitei os finais como necessidade de mais espaço. Foi assim desde a primeira vez. Ele queria jogar e eu queria ficar nas externas sem ter que segurar a camiseta ou esperar ele voltar suado. Na verdade eu desisti dele no dia que ele discutiu com os outros, com a ex. Porque minhas amigas provocaram a menina que já não gostava de mim, e pouco me importava. Mas ele me defendeu e eu não quis ficar para ver o resto.

Das outras vezes a vida se encarregou. Eu sempre temi não saber começar. O tempo é tão indiferente. Tudo depende da intensidade dos dias e da força que eles despregam em continuar. Ontem, a minha amiga ligou e por quatorze minutos eu estive com a garota mais feliz do condado. Tá tudo difícil. Ela reclamava e fazia piada da vida. Ela me fez uma pergunta dispensável: 'sue, você já acostumou?'. A pergunta é dúbia em dezoito letras. Desprendi a resposta em um sorriso e ela entendeu. A nossa adolescência foi uma piada e hoje os dias são mais leves porque o peso ficou naqueles dias. Os erros e os acertos. As confidências silenciosas no quarto de hotel. Eu levantar e pegar ele pela mão. A gente sentado na porta e eu tentando entender que sentimento o tinha nocauteado. Não era o meu garoto sorridente, o mesmo que me derrubava na frente do bloco três. Tinha confusão no seu olhar e felicidade nos gestos. Eu tenho tanto orgulho deles. Eu tenho orgulho de todos que conheci e por opção, ou falta dela, são o que são.

Os ignorantes não são mais felizes.



ps: você não frequenta os mesmos lugares e nem queria nunca mais ver. Mas, eis que encontro o suado em questão, no MEIO de São Paulo. E eu, realmente, sei quando não devo esperar.