segunda-feira, fevereiro 18, 2008

'PARA ABRIR OS OLHOS'

Hoje eu caminhei pela cidade sentido os cheiros da saudades. O cheiro daquela viagem sensacional. O cheiro do mar agitado de Salvador. O cheiro do sorvete de cupuaçu com o gosto que não existe aqui.

Na fila do banco eu percebi que vou viver sempre quebrada em dois tempos. Como eles falam que o que importa é o que te quebra em duas cidades. Eu esqueci a minha cabeça. E vou seguir quebrada por toda essa cidade. Passado e presente se equilibrando. O passado me pega pela mão com a seriedade. Me fala: 'senta, garota, lê nessa tela o que eu tenho para te falar'. E me agradece por um bem que eu não sabia ter feito. Me enfeita de coisas que talvez não mereça. Porque eu devo milhares de agradecimentos a essa pessoa. Se hoje eu me quebro, se hoje eu espero, se hoje o mundo é um campo cheio de possibilidades coloridas. Eu agradeço. Agradeço os e-mails impressos e guardados que eu vou xerocar, eu apaguei, apaguei porque não queria outros olhos nesse passado que guardo na memória. A preocupação de eu não me machucar e gostar de quem não merece. De falar que eu sou especial quando eu tenho dúvida disso. Tanta dúvida.

Os meus novos conceitos desfilam pela vida. Meu caminhão de possibilidades. Eu vou voltar para vida. Não que eu tenha estado longe da roda. Sem saber se você quer o meu tempo. Mesmo que você e metade das pessoas que lêem essa verborragia em forma de blog queiram saber. E se você fosse o você? E se eu te contasse, se te dessa essa certeza que você procura, você conseguiria segurar? Eu vou com a minha vida junto. E os meus amigos que podem me ligar quando quiserem. Os meus sonhos que podem falar alto. Os meus medos que me escondem em fone e livro. Eu vou com um monte de coisas. Eu vou. Mas, eu vou.

Deve ser só essa a diferença. Não sei ficar esperando o acaso se mostrar. Nunca soube. Mas, o que você tá fazendo? Como você me deu a paciência que eu JAMAIS tive na vida. Então eu brinco com o meu amigo falando da eternidade de cento e vinte dias, mais ou menos horas, não importa. Foi em um dia qualquer e um involuntário gesto seu.

Mas, hoje o mundo me fez bem. Eu ouvi que sou especial. E li um poema que fizeram para mim. Não sei do que mais você precisa e como você não sente. Talvez seja só eu que sinto demais. Mas, eu me senti a pessoa mais importante, lembrada, querida, mesmo que seja no fundo pura brincadeira. Porque a gente vive de "brinks". A menina carioca que alegra as tardes com conversas. Li meu nome no blog da minha amiga. A que eu cobro e compreendo. Cobro porque ela entra dentro dela e eu não faço igual. Entendo porque a minha fuga é outra, mas também existe. Então, ela voltou para roda e no fim dessa semana a gente acerta a nossa conta na mesa do charm ou do samba na praça.

E você? Você continua sendo você. Não tem mais o que ser dito, trocado em palavras escritas, as faladas tem medo de como você vai ouvir ou de como eu falaria. Não sei. Falta alguma coisa. Falta mesmo. Falta você perto e os medos na mesa ao lado.



ps: não vou linkar ninguém, preguiça, tá tudo ali do lado.