sexta-feira, fevereiro 22, 2008

DE SACO (muito) CHEIO

As pessoas me perguntam. E falam, falam, falam. Um monte de coisas que eu não quero escutar. Um monte de pergunta que eu não quero responder. Um monte de gente que não importa. Não importa porque poucos me bastam. Eu conheço muita gente. Posso ir em uma festa com pessoas, bebidas, papos e lugares diferentes toda a noite. Se eu tivesse um pouco mais de idade e dois fígados no lugar do coração. Mas, são três ou quatro pessoas no mundo que me acalmam aos poucos. Me fazem encostar a cabeça quietinha. E ficar, só ficar. Nas minhas melhores relações não existe cobrança. A gente dividi muito bem o certo, errado, o que eu faria, o que você faz. Eu ouço o certo, olho o errado, entendo o que você faria e faço o que quero.

Quando eu cair, lá embaixo, quando todas as palavras sempre aparecem. Essas que saem dos meus dedos. É sozinha ou com uma pessoa que aguenta. Quem já me viu dormir, acordar, ficar bêbada, chata, legal, quem dividiu tudo isso desde o começo. Desde quando eu comecei a viver a minha vida. Dezesseis anos talvez. Nem tanto tempo assim. Mas, já vivi coisas que nem minhas avós viveram. Eu grito, mordo, me defendo, bato o pé. Faço cara feia para quem não importa. Sorrio sem jeito para quem importa e por qualquer motivo dividi a calçada como estranho.

Sabe por que muita gente não entende? Porque não tem nada para entender.

Eu devo parecer uma menina fraca sentada com fumaça saindo entre os dedos. Os olhos perdidos. Meu fone amarelo. Alguém triste berrando nos meus sensíveis ouvidos. Eu devo parecer tanta coisa. E acabei sem querer jogando com o imaginário dos outros. Não importa mesmo. Está escrito. Se existe, existiu ou é mentira não importa. Porque eu não ganho cinquenta centavos com essas palavras. Agora, tirarem a minha paz é que não vão. Não mesmo. É para ser lida? Talvez, mas desde que leiam em silêncio ou digam quando tenham o que dizer. Opiniões sobre minha vida não são bem vindas.

Não é o bbb das palavras, meu amigo, você não pode me mandar para o paredão. Você pode ser mais querido, carismático, engraçado, simpático. Mas, não é o líder. Vai ter que confabular, eu vejo que você faz, talvez consiga mesmo. E se eu tiver que sair, eu saio. Nunca tive problema nenhum com mudanças. Nenhum.

Ela falando, ela cantando e a sis gritando sem ouvir nada, pelo barulho ou porque eu falava rápido demais: acalmaram tudo.

E pra você: vai se fuder, obrigada.

Hoje vai fazer uma noite linda na praça rusvel e eu tenho aula. ôcaralho.