sábado, dezembro 29, 2007

TCHAU

Desce um pouco, vai em '2007 não foi um ano ruim'.
Reforço aqui todos os agradecimentos de lá.


O blog entra de recesso até quarta quando eu volto do sertão.


Feliz ano novo, ein

sexta-feira, dezembro 28, 2007

um certeiro texto (dela) sobre tudo de ontem

e assim o ano vai estar indo embora


minhas pernas perdidas pelas ruas quentes de são paulo, enquanto a garganta implorava pelo primeiro gole do líquido amargo. sede, sede, muita sede. os lábios secos informam que estou ficando desidratada, ou seja, o sangue precisa de cerveja. minha paz de espírito é financiada pela malboro e minha tranquilidade é gentilmente engarrafada pela skol. só consigo esquecer o calor escaldante da cidade quando sento em uma das cadeiras daquele bar com nome de escritor. guimarães rosa.

o dia de ontem foi daqueles que fazem a vida, por mais miserável e triste que ela possa parecer às vezes, valer a pena. e desde sempre eu tenho consciência de que para isso não é preciso muito; vai ver que por esse motivo, a palavra ambição nunca tenha feito parte da minha filosofia. e ontem eu tive tudo daquilo que mais gosto: umas (duas) pessoas agradáveis, umas (oito) garrafas de cerveja, uns (cinco) maços de cigarros, uns livros, uns textos, um boteco escondido no meio dos prédios velhos da praça, algumas histórias sobre paixões mal resolvidas e o coração feito samba, batendo forte no peito.

e a diferença das garotas que compartilham fumaça comigo é que os caras não são NUNCA o centro da discussão. a gente gosta, é verdade, e fala muito deles, é claro, mas o importante, mesmo, é saber como aquele vídeo do michel gondry foi feito. ou então planejar com os olhos tinindo trincando a viagem do próximo feriado e, com toda a gentileza que nos é familiar, barrar o tempo e qualquer tipo de tristeza na porta do lugar.

_ babe, aqui você não é bem-vinda. apareça, sei lá, na próxima véspera de natal. beijo.



agora, por mim, todas as tardes podiam ser como a de ontem.




É, eu ouço 50 vezes a mesma música. E, penso umas 80 vezes na mesma coisa. Só deixo o passado quieto. Ele vai ficar melhor lá. Vai. EU sei, que vai.


Feliz ano novo.
O meu e o dos meus vai ser. Vou continuar não confiando em gente muito feliz. E fazendo as coisas que faço. Pelos lugares que vou. Tudo diferente, tudo igual. O mundo resolveu cooperar, valeu.


terça-feira, dezembro 25, 2007

SHADOW BOXER

Eu tenho dezoito anos e a história acabou de começar. Começou devagar a cair a ficha de todos aqueles livros sobre liberdade que li. Os caras que falam de amor sem usar a palavra. Os sonhos infanto-juvenis e a compreensão da tristeza que senti quando fechei 'Pollyana'. As muitas lágrimas dos 'miseráveis'. Eu sei. É, ainda bem que eu sei ler.

O resto? O resto entra no próximo tempo dessa vida sem fim.

Agora, o Gabriel apareceu me xingando no msn. Nós temos um carinho em forma bruta. Achamos o colar dele. Achamos, o Bruno achou, porque ficou na casa da Liu. Depois do in-cidente fomos tomar banho para trabalhar dali 15 min. Eles rejeitaram minha vontade de comer na Bella Paulista. Eu e o Gabriel queimamos quem salvou nossa vida. Foi graças a eu falar: "Beesha, vai devagar se não derrama tu...". Que ele desacelerou e o carro não capotou. Foi graças ao erro como tudo nessa vida. Como sempre.

É o meu amor correspondido.

Depois de quinta-feira e dos meus erros. E do acerto em falar pra ele andar devagar naquele momento. Eu tenho medo de perder uma coisa. Uma coisa que eu ganhei de graça. Uma pessoa. Pronto, eu tenho medo de perder as pessoas. Carinho. Porque é assim: se você conquistou o meu carinho, fodeu. Fodeu. Eu reviro o mundo para te ver bem. É assim. Então é por isso que eu fico fodida com o Yuri. É por isso que eu falo pro Bruno que o problema dele é insegurança. É por isso que eu bato forte na soulsister. Daí, eles vão lá e fazem umas coisas. Mudam outras. E eu sento na mesa do bar com o copo da amizade. Porque eu sei que o mundo às vezes pode ser muito filho da puta. Mas, tem pessoas que conseguem ser mais. Então, eu só tenho medo de histórias mal-contadas. Só. O resto resolvo do jeito que der para resolver.

Dezembro saiu do trilho.

Tudo mais difícil. Mas, vai ficar melhor. Dezoito anos é pra isso mesmo. A cara no mundo. Sem melindre de merda. As pessoas não podiam ser assim? Por dez minutos? Ein?




ps: eu vou trabalhar daqui até o final da semana. a tarde é dos meus amigos. queria (mesmo) ver algumas pessoas antes do fim desse ano.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

2007, não foi um ano ruim


Dezembro é o meu mês da saudades. Os sentimentos apertam devagar o meu corpo e eu só consigo falar "pára, que o maior de todos não mora mais aqui". Sinto tanta falta daqueles natais que fatalmente passaríamos rindo e minhas tias fariam dancinhas ridículas. Eu sentaria achando tudo meio engraçado, feliz, sem saber eu sentava cheia de felicidade.Esse dezembro foi fatalmente ruim. O acidente. Que me tirou duas coisas de uma única vez. O que eu pensei nos três segundos de um barulho ensurdecedor? Ainda não é a hora. E nos outros dias ruins a certeza voltou. Ainda não é hora de desistir.

Ainda terei outras tardes no guimarães rosa. Meu sagrado sorvete de cupuaçu no Soroko. As peças no Satyros, no Parlapatões, nos teatros escondidos cheios de paz e arte. As bandas em porões aqui e fora daqui. Os sons misturados a vozes embriagadas e sobriedade em forma de melodia. Os meus amigos. As piadas com toda a desgraça entalada na garganta. Porque a gente faz piada de si mesmo. Passamos o natal conversando no msn. Juntamos pedaços e escolhemos o presente. Escolhemos presentes na estante da L&PM da livraria cultura. Abaixados procurando aquele cara que um dia mudou a nossa vida e vai mudar a dos nossos.

Os bolsos não estão cheio de vida e nem morte. Os bolsos estão carregados de esperança. Uma esperança juvenil de que tudo ainda pode dar certo.

Eu faço a faculdade e caminho para profissão que foi meu sonho de criança. Desde sempre. Porque eu sou uma romântica desenfreada com as minhas convicções. Eu mordo quando colocam os dedos imundos nas minhas certezas. Só os meus podem. Só os meus enfiam o dedo na minha cara e falam que é isso mesmo. Trabalhar um monte. É isso mesmo, garota. Não lembro do primeiro semestre. Como se ele tivesse se dissolvido do começo de setembro até novembro. Dezembro tem aquelas coisas. Fazia tempo que não me sentia bem com pessoas. Parte de um todo maravilhoso e particular.

Dois mil e oito chega. Quase chega. O natal passa. E o melhor dele foi um telefonema que me deixou sem fôlego de rir das lembranças. Eu AMO Salvador. Eu AMO a Bahia. Eu AMO (parte) da minha família. Eu amo essas pequenas pessoas e as que escolhi. Meus amigos de hoje e sempre. Nas ruas do centro, na praça, no guimarães rosa, no sobrado da Bela Cintra, no lugar indefinível da Frei Caneca, no campus da faculdade, no apartamento da tata, na casa do bruno, na vida e o mais importante: MUITO além dela.

Agradecendo:

Livya, minha soulsista, por não me deixar desistir e isso você sabe o quanto vale.
Lucas pelo cd da nêga e por me devolver o sorriso.
Bruno, meu hermano, meu querido hermano.
Talita por ser a minha menina.
Milla o ser humano de preto mais colorido.
Yuri porque a gente sabe o quanto vale a sua tatuagem.
Toad já passou de só agregado do Susi.
Lee Maria pelas leituras nos botecos, a vida na praça e por carregar o Bukowski desenhado no braço.
Carla pelo zine, pela oportunidade, pelos e-mails matutinos e pela diversão. Um dia Maceió fica mais perto.
Rafa porque eu queria ouvir ele se virar no Canadá. Depois dele ninguém nunca mais perguntou se casa é com 's' ou com 'z'. haha (brinks)
Sabrina porque ela tá lá na Alemanha e ela diz que tudo fica lindo no Natal. Esquia nos Alpes e traz um roxo para vermos.
Martchelo, meu querido, foi graças ao seu aniversário.
Dani, o bourbon street fest foi um ótimo dia, sumida.
Pucca, saudades.
Felipe minha puta.
Letícia sempre sempre sempre desde o 228 e as calcinhas na piscina do hotel.
Juliana pelas baladas e o carinho.
Fernanda dona dos olhos verdes mais sinceros.
Flavinho, sua grosseria não esconde o ser humano.
Toda a família 'Fábrica de Animais': carinho.

Eu vou ser injusta e deixar alguns nomes de fora. Não dá para lembrar de todo mundo. Mas, os agradecimentos ficam nos abraços que eu deixo a cada um de vocês.

Feliz Natal.

MAIS DO MESMO


"O que um indivíduo pode ser para o outro, não significa grande coisa, no fim cada qual acaba só. Ser feliz, diz Aristóteles, é bastar-se a si mesmo."


eu sempre soube que um dia ia fazer filosofia, acho que adianto os planos para o outro ano.
MESTRE


“Sentimos a dor mas não a sua ausência.”
Arthur Schopenhauer


ps: vou comprar um livro dele HOJE.
PENSAMENTO ALTO

A mesma coisa sobre duas pessoas diferentes vindo da mesma pessoa.
Tem pessoas extremamente previsíveis e para filhadaputisse. O que pode ser ainda pior.
É ASSIM

Loucura e liberdade só me permitiram o erro em dobro.
Eu, que sempre achei que sendo leal a mim, as coisas no unitário iam dar certo, doce engano.
Doce. Doce...
Amargo. É, por fim é só isso.

sábado, dezembro 22, 2007

Ele explica:

Por outro lado, o que faz dos homens seres sociáveis é a sua incapacidade de suportar a solidão e, nesta, a si mesmos. Vazio interior e fastio: eis o que os impele tanto para a sociedade quanto para os lugares exóticos e as viagens. O seu espírito carece de força impulsora própria para conferir movimento a si mesmo, o que faz com que procurem intensificá-la mediante o vinho. E muitos, ao tomar esse caminho, tornam-se alcoólatras. Justamente por isso, os homens precisam sempre de estímulo exterior, e do mais forte, ou seja, dos seus iguais. Sem ele, o seu espírito decai sob o próprio peso, prostrando-se numa letargia esmagadora.

Arthur Schopenhauer
Depois de Nietzsche,


Eu percebi: abraçar as minhas pretensões é o meu segredo para aguentar a solidão.
DOIS CORAÇÕES EM DEDOS BÊBADOS

"você pode não acreditar nisto
mas há as pessoas
que passam pela vida com
muito pouca
fricção de angústia.

eles se vestem bem, dormem bem.
eles estão contentes com
a família deles.
com a vida.

eles são imperturbáveis
e freqüentemente se sentem
muito bem.
e quando eles morrem
é uma morte fácil, normalmente durante o
sono.

você pode não acreditar nisto
mas tais pessoas existem.
mas eu não sou nenhum deles.

oh não, eu não sou nenhum deles,
eu não estou nem mesmo próximo
para ser um deles.

mas eles
estão lá ...

e eu estou aqui."
Charles Bukowski

a tarde de sábado me reserva a rede no quintal de casa e um livro dele.
Do que vejo,



....é melhor o palco vazio.



Em muitas palavras:



No começo da minha adolescência li "Pollyana", senti o peso das palavras e aprendi que ficção e realidade iam ser para sempre diferentes. Um dia a realidade bateu na minha porta e eu não precisei ler sobre morte. Não foi de repente, todos vão falar que perder alguém de repente dói mais. Eu peço a vez para discordar, o susto é maior, mas ver a morte chegar devagar não é melhor. Sem méritos para sofrimento. Sem pedidos para usar o clichê.
Eu não gosto de quase nada da nova 'literatura'. Não gosto e mando um vai 'tomar no cu' para quem me pedi para procurar minha turma e geração. Não quero (quase nada) da minha geração. Minha chefe me apresentou pro amigo dela: "nasceu no tempo errado". Achei engraçado. Agora, eu entendo. Mas, eu ainda acho que não era lá. Antes de 90 a coisa já tinha desandado. E, por fim eu nasci no tempo certo, ainda há dias para mudar ou melhorar o curso da nossa história.
Quanto ao jornalismo. Escritor não é jornalista. E não digo isso por falta de um diploma. Nessa profissão que o erro tira honra, caso da escola base, e deixa vida. O diploma vive caindo. Afinal, formação e responsabilidade são duas coisas diferentes. Fazer jornalismo e escrever: você faz uma e quando olha a outra, nem as palavras parecem ser tão amigas assim.
Jornalista olha a vida como jornalista. Escritor como escritor. Os dois precisam olhar a vida. E visão não se dividi. Então, editor da Folha, a menos que você tivesse dado para essa garota uma coluna, você errava. Está errado porque tem pessoas ótimas, escritores um ou outro, que tem faro para falar de música. Se contradizer e falar que o cara não vomita mais no palco, infelizmente. Ou queo cara tem uma barriga peluda. Tudo dá uma história. Falta de que? Tino, faro ou capacidade? Uma amiga dela te responderia.
Jornalista e escritor? Vamos lá. Uma menina de Porto Alegre. Uma mulher:
Eliane Brum. Ela tinha uma matéria, a pauta, percebeu quanta coisa existia para contar. Ainda foca, foi falar com o editor. Conseguiu um especial de vários dias e depois juntou o material e fez um livro sobre o outro lado da Coluna Prestes. Saiu por um Brasil sem memória e pouca instrução atrás de personagens. Percepção de jornalista e de ser-humano. Entendeu? Ela escrevia para o Zero Hora, no estado onde até os jornais são pretensiosos. Ainda, se tratam como capital. Tanto que achei estranho quando li há poucas semanas: "o dia da primeira dama na capital". Pensei, nossa que importante sair de POA para ir a Brasília (na minha cabeça é a capital, nenão?) atrás do dia dela. Mas, não, eles falavam de si. Okay, cada um com suas convicções.
Jornalista é jornalista. Escritor é escritor. Eu admiro os dois. Escolhi a primeira opção porque é o jeito que eu sou melhor. 'Groo faz o que groo faz melhor'. Medo, insegurança, certeza vazia e ainda assim a minha certeza. Não permito que enfiem o dedo nas minhas coisas. Só permito quando não tem jeito. E, milagrosamente, sempre tem tido um jeito.
Quando misturam tudo. Nada sai direito e daí eu vejo essas meninas lendo Hell's, Fugalaças e outras coisas que me fogem da memória. Hell é marca. Mas, dessa geração não é o pior. Porque a menina viveu para fazer. Não é só ficção. Se quer falar que escreve realidade e ficção que ao menos EXISTA realidade.
Eu não sou escritora. Ainda não sou jornalista. Mas, eu achei o caminho quando vi que era impossível falar de amor sem citar a palavra como o Bukowski. Deixa para quem sabe. Mesmo que eu veja pouquíssima gente que sabe.
Nova garota:
Bruna Beber. Vi pouco, li menos ainda, mas ela tem uma coisa que falta em uma parte dessa nova geração e eu não conto o que é. E para minhas amigas que escrevem: não seriam minhas amigas, se não fossem tudo o que são.
Chega. Tudo isso para falar: 'o resto não me importa em nada'.


ps: o link da Eliane Brum é um link de uma matéria Revista Época. É isso. Jornalismo é fazer recortes precisos da realidade e ir atrás da verdade. É usar as palavras sem a liberdade de criar.
ps2: tem MUITA gente boa na literatura. Mas, homens vivos/mortos e mulheres que largaram os livros na eternidade. De vivas tem gente que eu não falo mais sobre. Chega, já deu.


Por fim, eu recomendo - Tudo no Balaio
ATEMPORAL


aos dias que foram
deixo a saudades.

A BATUCADA

pelos caminhos que ando
um dia vai ser
só não sei quando
Paulo Leminski

e as músicas continuam na minha cabeça...

pra quem sabe que é:
preciso de vocês hoje, como naqueles dias que não sei explicar como preciso dos meus amigos,
mesmo que eu saiba do silêncio e tudo o mais.

tou naqueles dias que a vontade é dormir a eternidade.
deve ser por isso que eu já dormi 18 horas.
eu sei para onde caminham esses dias e eu não quero estar lá.

beijos, ein.
Por agora,

Tudo poderia ser diferente. Daí não seria eu. Mas, já me basta.
O tempo, o mundo, essas coisas. Me bastam.
O que vem depois, só quando subir a cortina.
Voltar, andar por mais alguns lugares, refazer a minha rota, com a minha banda do brooklyn, garotos de niúork. Garotos. E a negra com voz de Nina e banda da Amy. Na idade dela tudo vai ser diferente. O descontrole é imaturidade e tudo acontecendo muito rápido. Ouvir que você tem talento de quem paga suas contas no fim do mês não tem preço. Festa do estágio: o lado de fora errado e lá dentro tudo certo.
EU DIGO:

Você pode julgar o que/quem não conhece mas, tem a obrigação de manter-se longe das minhas certezas e dos meus amigos.
O resto não me importa em nada.
SAUDADES NÃO SE EXPLICA,


simplesmente, sinto falta da seriedade e doçura do "se cuida, menina".
TRAUMA - AMU ART

Dormir dezoito horas para curar todas as ressacas que um corpo é capaz de produzir. Mandar um e-mail que te deixa em paz consigo.
O silêncio é sempre o mais importante. Mas, tem que saber usar dele para que ele seja nocivo ou carinhoso. Tem que ter trato com a vida como algumas pessoas tem com as palavras. É preciso cuidar do mundo para que ele não caia sobre as nossas cabeças. Um pedaço de madeira em cada extremo do quarto que forma a minha vida. E as pessoas que eu gosto dentro dela. Os cantos abertos. Os lados recebendo os convidados (in)desejados. Eu nunca vivi em uma bolha porque nunca fechei os caminhos. Sempre aparecem pessoas pelos lados. Algumas entram e derrubam tudo. E aqueles, os amigos, as pessoas que eu amo e me amam de volta colocam as coisas no lugar.
Desde que ela foi, natal tem um significado novo. É o dia que a minha família se veste de saudades e da dor de não ter comemorado o último como deveríamos. É a saudades dela que bagunça todo meu alicerce no fim de ano. É a promessa de que eu irei doar sangue outra vez, mas como só pode entrar no banco de médula em UM lugar dessa cidade inteira e esse lugar é justo o que prometi jamais voltar: adio há dias. Não voltaria porque ele não resolveu, mas eu vou por ela. Como se fosse visitá-la. A simples possibilidade de um líquido salvar uma vida. E não é um líquido embriagante.
Eu já sei que muito pouco vale a pena. Umas certezas, algumas palavras, outras pessoas, os sonhos, a vida leve e a arte.
No estado bruto: viver é saber usar a arte.


ps: título em homenagem a tatuagem do Yuri. tem que entender para gostar de uma pessoa que tatua trauma no braço. tem que olhar pelo outro lado e no contrário ele disse tudo: amu art; tra -uma.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

sem fígado, estômago, orgulho e parte da dignidade.


e pra coroar, apreciar a vida em três segundos no carro (quase) virando a mureta da Rebouças.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

EVERY MINUTE IS MINE

Dois minutos de uma música e eu notei quais são os meus problema. O meu problema. É o descontrole. A presença do muito. Se eu gosto, eu gosto muito. Se eu quero, eu quero descontroladamente. E isso vale pra tudo, de pessoas a bandas, música a livros. Tem alguns vários livros que estão aqui esperando o ritmo das coisas para serem lidos. Mas, eu queria muito, então comprei tudo de uma vez. Tem algumas pessoas que não entendem de jeito nenhum, o quanto são importantes e desprezíveis com a mesma intensidade. Eu tenho o problema com o muito. Tem o cd novo do Radiohed, rá, não o In Rainbows, esse eu já ouvi de trás pra frente, é a segunda parte porque ele é duplo, pra quem mora em marte. uow. E os livros, bom os livros eu preciso de duzentos para uma pessoa que mora no muito ACHAR que eu tenho tino. Enfia o 'achismo' no meio da sua pretensão.
O problema do descontrole é a raiva se dissolvida rapidamente. Os passos apertados. A vida grande mas e a teimosia em enfia-la no meu mundo. O meu mundo é aquele trabalho, os textos, as palavras, as músicas, os meus amigos, alguns bares e as ruas dessa cidade que eu amo e odeio com a mesma força.
Na base do clichê: a chuva me entregou o sono daqueles dias. Dormi desde a hora que voltei do trabalho. Dormi, sentei, li e ouvi algumas coisas. Achei o problema. Mas, e agora como resolve?

Dearest, I should’ve known better
But I couldn’t say hello, I didn’t know why
But now I think, I think you were sad
Yes you were, you were, you were


papapanpapapanpapapan (o piano parcialmente reproduzido)

uma vez esquisita e boa: Blonde Redhead
REASSURED

Algumas pessoas simplesmente vivem a vida que dá para viver. Andam por onde dá para andar. Comem o que tem para comer. Trabalham com o que sempre quiseram e se matam um pouco a cada dia. Volume de trabalho nunca foi um grande problema. Eu gosto de me perder no meio daquelas coisas, esquecer o começo dessa semana e só pensar que o final tá logo ali. Ainda tenho todas aquelas coisas no canto, um dia foi raiva, hoje é rancor. Péssimo sentimento. Não daqueles que essas minas escrevem em seus livrinhos que se transformam em cortes profundos e cocaína na veia para mamãe ver. Não, não fico pelos quatros mendigando atenção. Não a dela. Não porque ela me deu o que tenho de melhor. A liberdade. Eu sou livre para errar. Errar até a última gota de erro daquele copo fundo.
Tem dias que eu ando com a certeza de que deixo para trás o mundo e todas as coisas. A tarde inteira com o meu amigo e a Fiona naquele bar que tem o nome de escritor. E, depois tudo termina como começou. É um ridículo. Claro, que é ridículo. Fingir que não conhece dá menos trabalho e me evita segurar tudo que ainda tenho para dizer. Um café com meu orgulho, por favor? (ei, lee, adorei a expressão)
Sem café, o bar, as músicas, o orgulho, a pizza , os amigos e no outro dia ainda a é quarta.
Preguiça, eim?

Here's another speech you wish I'd swallow
Another cue for you to fold your ears
Another train of thought too hard to follow
Chugging along to the song that belongs to the shifting of gears
(...)
I just need to be reassured
Fiona Apple
trabalho


MUITO


TrabalhO.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

FALA HANK:

Uma Palavrinha sobre os Escrevinhadores de Poemas Rápidos e Modernos



é muito fácil parecer moderno
enquanto se é na realidade o maior idiota
jamais nascido;
eu sei: eu joguei fora um material horrível mas não tão horrivel como o que leio nas revistas;
eu tenho uma honestidade interior nascida de putas e
hospitais
que não me deixará fingir que sou
uma coisa que não sou –
o que seria um duplo fracasso: o fracasso de uma pessoa na poesia
e o fracasso de uma pessoa
na vida.
e quando você falha na poesia
você erra a vida,
e quando você falha na vida você nunca nasceu
não importa o que digam as estatísticas nem qual nome que sua mãe lhe deu.
as arquibancadas estão cheias de mortos
aclamando um vencedor
esperando um número que os carregue de volta
para a vida,
mas não é tão fácil assim –tal como no poemas
e você está morto
você podia também ser enterra
de jogar fora a máquina de escrever
e para de se enganar com
poemas cavalos mulheres a vida:
você está entulhando
a saída –portanto saia logo
e desista das
poucas preciosas
páginas.

Charles Bukowski
passou.

domingo, dezembro 16, 2007

Sufocando com o que não consigo falar.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

I GOT MY OWN HELL TO RAISE


Se você me perguntasse, diria que já é a hora de você se perder. Sair dessas linhas retas que você tenta se equilibrar. Você não consegue mais andar por elas. Eu sei, você sabe. Sinto sua falta. Mas, tem tanta coisa que era melhor não sentir. Era melhor não sentir nada. E passamos na frente de todos os lugares fingindo que não é com a gente. Precisa muito pouco até eu perder o chão. E você assopra devagar só pra me deixar longe de mim, de nós, de tudo isso que não vai chegar a ser. Porque não pode. Você não vai poder e eu não quero mais o impossível que sempre aparece quando resolvo andar pelo caminho mais fácil.
Segura sua vida na ponta dos seus dedos. Deixa tudo perto. Mas, me deixa ir para longe dessa confusão. Não inventa mentiras para me convencer a ficar. Me deixa longe de tudo, antes que eu resolva ser ariana, antes que eu resolva escutar o velho. Antes que eu resolva, tentar e ir até o fim. Eu não quero esse jogo e essas coisas recomeçando na minha cabeça. Acho que você entende tudo. Eu sei que em silêncio você consente os seus problemas. O seu encanto é toda essa desgraça, o drama, você ama o drama e eu amo isso em você. Eu amo te ver sentindo sentado em silêncio. Eu gosto tanto dessa mentira que transformo em verdade. Eu deveria deitar, dormir, levantar e ir trabalhar. Não consigo descer as escadas da minha casa, minhas costas doem porque eu carrego o nosso peso nela. And I've been swinging around at nothing, I don't know when you're gonna make your move. Eu continuo por esses dias, nessa cidade, com aquelas coisas. Sem o que eu queria usar junto com você. Ah, garoto, nunca achei que ia ser fácil. Mas, eu juro, nunca achei que fosse ficar tão difícil assim.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

SEMPRE

Hoje eu percebi como sinto falta dele. Só queria não pensar no quanto isso é perigoso. Mas, eu sempre brinquei com fogo, sempre me queimei, sempre foi assim e dessa vez não ia ser diferente. Bem, as coisas não costumam ser assim tão diferentes para mim.

OUTRA VEZ

139948 é o número que destrava o computador. devia ser o número pra me destravar. devia resolver os meus problemas. as palavras deviam devolver a minha sanidade, mas elas tiram mais, me arrancam mais, devolvem mais. e eu vou sempre caindo por todas as sarjetas da vida. trocando morte e vida. trocando o meu trago pela fuga. trocando medo por certeza. tirando verdade e me vestindo de mentira.
comprei aquele livro e eu já li metade. chupo uma bala com gosto ruim que teoricamente me salva da gastrite. me salva da vida. me salva da dor. um vazio tão grande que eu quase consigo enxergar o meu centro. tanta falta de alguma coisa que nem as palavras conseguem me devolver. eu amo só você e você não acredita que é só você.
e as suas palavras me dizem tanto quando tento não ouvir nada. e as suas palavras me entregam vida quando eu queria a morte de presente. os meus presentes todos perdidos, o meu quarto todo perdido. hoje eu dormi e acordei achando que tinha se passado um dia inteiro. doce ilusão de que um dia tivesse simplesmente passado nas minhas duas horas de sono. doce ilusão acreditar que seria assim tão fácil. dor não é dessas coisas que sai fácil. dor não sai fácil. gritos não saem fácil se já não há mais voz aqui.
tudo mentira, a minha verdade. e eu queimei vida naquele papel. achei que o fogo fosse levar umas coisas para longe. doce ilusão achar que o fogo te queimaria. imaculada desgraça. aquela praça e a minha ilusão. as minhas doces ilusões.
então eu leio e ouço ela. me ame ou me deixe. me deixe errar por todos os anos que ainda me faltam. por todos anos que vão se arrastar enquanto eu acho que já consegui dormir por todos eles. quando eu acho que encontrei as respostas. voce que me propõem soluções e as arranca sem aviso prévio. eu te amo por tudo que você consegue ser. por tudo isso que eu tenho um medo filho da puta de me tornar um dia. e todo o seu papo vago e toda sua mentira que eu consigo enxergar só de olhar suas frases. as suas frases todas encaixadas para causar efeito. os seus defeitos. os meus excessos.
a salvação na ponta de um cigarro. vou até o filtro e quase me iludo que consegui liberdade. mentira. mentira. tudo mentira. não existe liberdade. não existe liberdade para mim. estou presa. presa nessa faculdade falsa. queria ser como as frangas que apareceram quando subia até o café. mentira. elas são de mentira. tudo uma fraude e você prefere as farsas. tudo tão mais fácil se eu pudesse só me calar.
a febre voltou. a febre vai e volta. e tudo queima. eu tremo de frio e teimo em tirar as duas jaquetas para sentir. nem precisa. não preciso tirar as jaquetas para sentir. eu sinto sem tirar nada. o frio vem de dentro. sem um isqueiro que ilumine. sem um trago que me empreste calma. sem você notar.
é um novo dia de uma nova vida e eu realmente me sinto bem.
18/10/2007

terça-feira, dezembro 11, 2007

HOJE,

Eu ando a tapas com o futuro.
E, agora tudo fica mais díficil e melhor.
Eu sei...

segunda-feira, dezembro 10, 2007

SEM IGUAL

Ela bate forte.
Fala o que todo mundo fica pelos cantos pensando. Porque eu entro com o pé na porta. E todas as coisas da minha vida. Mas, ela sabe EXATAMENTE como me fazer parar.

Sem você isso, aquilo, tudo seria mais díficil.
Minha irmã-salva-vida.

domingo, dezembro 09, 2007

QUEM LÊ O QUE NÃO QUER, ESCREVE...

Sabe o que pode ser tudo isso? Eu carrego a coragem que você não teve para continuar. Porque eu carrego os objetivos enfileirados e deixo um de cada vez mostrar a cara. Fucking go. Eu vou me ferrando, com as costas doendo, com broncas de todos os médicos. Com os livros que EU quero ler. Com os amigos que EU quero ter. NADA é calculado pra dar certo. Nada é mentira ou nada pretende agradar ninguém. Comigo, andam os que sabem quanta verdade tem por aqui.

Eu faço faculdade de jornalismo? Ótimo. Thompson, meu caro, que vergonha você também foi jornalista? Mas, você se drogou até a última gota. Aê cara, você é meu orgulho. Brinca de extremos e se mata de tristeza. Você realmente frequentou a Universidade Columbia, puta que vergonha, meu caro. Eu sempre achei que aqueles com alma demais aprendiam TUDO sozinhos. T.U.D.O. Mas, eu respeito quem se mata de tristeza.

A minha época. Desculpa, mas não há centenas de anos nos separando. E nem a morte. A nossa diferença é coragem. E não falo da coragem em se foder e tirar força de qualquer lugar que não me interessa. A época ainda é a mesma. As pessoas, ainda caminham por essa cidade, e o que você faz não deixa minha vida melhor. Quase todas as que se foderam pra abrir essas portas da literatura, já morreram. É ruim ver que quase nada mudou.

As pessoas se julgam tão diferentes. Talvez, ninguém saiba que o Bukowski teve um receio gigante em conhecer o Fante porque ele sabia que era dele aquela fórmula de períodos curtos e capítulos pequenos. Mas, ele sabia que havia mais alguém antes dele. Faz tempo que a revolução só acontece por dentro. E uns cantam com raiva sua dor. Outros cantam devagar a sua própria mágoa. Eles cantam. Eles escrevem. Diferente ou igual.

Alma? Desde quando alma se mede com essa distância? O que as pessoas sabem de mim que eu não queira mostrar? N.A.D.A

As ruas me escolheram e não o contrário. Eu trabalho na oscar freire. Desço pela Augusta. Subo pela Consolação. Caminho pela praça porque os meus fizeram ou fazem isso. Sabe aquele conto do Caio que ele fala de uma puta parada na porta de um bar na Augusta? É, pois é.

São Paulo? Eu NASCI aqui. Eu CRESCI aqui. Eu MORO aqui. Eu sou DAQUI.

Simples.

Não é cantando desvairadamente que você encontra sua voz. Não é ficando rouca que você sabe algo a respeito de si. Cantei desvairadamente até agora. Sem me dar conta que não descobria nada de mim. Porque eu não QUERO ser eu. Eu SOU eu. Não tem tanta diferença? Claro que tem. Não precisei do processo de aceitar ser eu. Aconteceu. Uma hora eu levantei e percebi que tinha uma vida. Umas coisas para pagar, uns sonhos, umas pessoas que eu gosto e me gostam de volta. Tudo fica mais simples quando você não fica por aí achando que precisa SEMPRE achar os botões. Porque eles são como os gatos. Se encontram sozinho e vão embora do mesmo jeito. Tem que sentir a vida. Tem que sentir que cada gota disso vale a pena. E vai valer, vai valer do meu jeito. E eu, realmente, sinto muito. Retas paralelas não se cruzam.


beijo, darlin'


ps: picuinha de internet me cansa. então, na boa, eu só falo quando falam antes. pra me arrancar das minhas certezas, hoje em dia, tem que se esforçar no mínimo, muito.
MAIS UMA EDIÇÃO


http://www.susinaoandasozinha.blogspot.com/



na casa dele para nunca esquecer como ele faz falta
fora da brincadeira por tempo indeterminado

COM AGÁ


essa história rendeu tudo isso aqui.
sempalavras.

inaugurações e blabla whiskas saché blabla são um saco.
mas, todos eles descobriram as maravilhas de um BOM barman e a sagatiba.
sorte a nossa.
NOTAS DE UM BOTECO



"eu bebo no copo da saudade"
"give me the first taste, little boy"
"talvez um dia eu fale ou tudo vire SÓ palavras"
"fugir do silêncio é só um jeito de conseguir mais problemas"
"se ele quisesse ouvir TUDO seria diferente"
"que tudo se foda
disse ela
e se fodeu toda" (Leminski)
"e daí, um monte de gente fala. uma porrada de gente acha que sabe. mas, toda verdade está em umas garrafas presas na praça rusvel e nos livros presos na estante deles"
"no copo da saudade queima os dias que tive e acende o que estão por vir"
"MAYBE"

sábado, dezembro 08, 2007

here, there and everywhere

a av. paulista
a rua augusta
a praça rusvel
sempre me dão
o que a vida é
incapaz de tirar

quinta-feira, dezembro 06, 2007

PRA QUEM NUNCA OUVIU FALAR EM AMIZADE

Eu escolhi que vai ser do meu jeito. Um dia qualquer, acordei, desci a Augusta com a certeza de que tudo seria do meu jeito. O meu jeito vou escolhendo com o passar dessas descidas na Augusta e subidas na Consolação. Continuo todos os dias, procurando a decisão entre dormir mais ou levantar e, encurtar o caminho da minha preguiça.
A bolsa carrega meus melhores amigos. Só não consegui colocar a soulsister lá dentro e arrumar do jeito que eu quero. Daí, a gente conversa uma tarde inteira para perceber que as coisas jamais estarão como queremos. Porque a gente realmente precisa viver como dá. O bom, é que do meu jeito sempre dá.



um analgésico pra dor nas costas, porfavor, o que fazer com os anos?
ai, ai, ai.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

eu simplesmente preciso ver a soulsister e passar uma tarde no vanilla vendo os carros e a vida passar.

só isso
o resto (rapidamente) fica fácil demais...

domingo, dezembro 02, 2007

PARECE POUCO

Nesses dias que passam se arrastando, percebo o quanto apoio é mais importante do que ombro. Tenho ombros longe demais, então, contenho as lágrimas e encostada em alicerces firmes não desmorono.
O importante em continuar de pé é manter meus olhos na linha dos seus.

da (nova) série "eu converso com pessoas fodas no emêssénê":

linda king says:
TUDO vai começar diferente
menos o que ficar igual

(haha)
metal heart says:
adouro, adouro, adouro. e se bater o bode, não alimenta a cria.
metal heart says:
manda pastar.
linda king says:
HAHAHAHAHA
linda king says:
ótima essa
metal heart says:
hahahahahhahaa =)
metal heart says:
vc é foda, garota.
metal heart says:
vai pra ***** e peloamordedeos, só volte com o morrissey na mochila!



as estrelas é um lugar que fica em off até segundo plano.
linda king, uma das móleres do meu velho safado, a própria.
sou mais ela do que a linda lee, pronto falei.

sábado, dezembro 01, 2007

"Embora eu possa gostar muito de indivíduos específicos, a humanidade em geral me enche de desprezo e desespero."

Robert Crumb

Como algumas pessoas,


tem gente que não respeita nada, mesmo, sem dúvidas.