domingo, dezembro 09, 2007

QUEM LÊ O QUE NÃO QUER, ESCREVE...

Sabe o que pode ser tudo isso? Eu carrego a coragem que você não teve para continuar. Porque eu carrego os objetivos enfileirados e deixo um de cada vez mostrar a cara. Fucking go. Eu vou me ferrando, com as costas doendo, com broncas de todos os médicos. Com os livros que EU quero ler. Com os amigos que EU quero ter. NADA é calculado pra dar certo. Nada é mentira ou nada pretende agradar ninguém. Comigo, andam os que sabem quanta verdade tem por aqui.

Eu faço faculdade de jornalismo? Ótimo. Thompson, meu caro, que vergonha você também foi jornalista? Mas, você se drogou até a última gota. Aê cara, você é meu orgulho. Brinca de extremos e se mata de tristeza. Você realmente frequentou a Universidade Columbia, puta que vergonha, meu caro. Eu sempre achei que aqueles com alma demais aprendiam TUDO sozinhos. T.U.D.O. Mas, eu respeito quem se mata de tristeza.

A minha época. Desculpa, mas não há centenas de anos nos separando. E nem a morte. A nossa diferença é coragem. E não falo da coragem em se foder e tirar força de qualquer lugar que não me interessa. A época ainda é a mesma. As pessoas, ainda caminham por essa cidade, e o que você faz não deixa minha vida melhor. Quase todas as que se foderam pra abrir essas portas da literatura, já morreram. É ruim ver que quase nada mudou.

As pessoas se julgam tão diferentes. Talvez, ninguém saiba que o Bukowski teve um receio gigante em conhecer o Fante porque ele sabia que era dele aquela fórmula de períodos curtos e capítulos pequenos. Mas, ele sabia que havia mais alguém antes dele. Faz tempo que a revolução só acontece por dentro. E uns cantam com raiva sua dor. Outros cantam devagar a sua própria mágoa. Eles cantam. Eles escrevem. Diferente ou igual.

Alma? Desde quando alma se mede com essa distância? O que as pessoas sabem de mim que eu não queira mostrar? N.A.D.A

As ruas me escolheram e não o contrário. Eu trabalho na oscar freire. Desço pela Augusta. Subo pela Consolação. Caminho pela praça porque os meus fizeram ou fazem isso. Sabe aquele conto do Caio que ele fala de uma puta parada na porta de um bar na Augusta? É, pois é.

São Paulo? Eu NASCI aqui. Eu CRESCI aqui. Eu MORO aqui. Eu sou DAQUI.

Simples.

Não é cantando desvairadamente que você encontra sua voz. Não é ficando rouca que você sabe algo a respeito de si. Cantei desvairadamente até agora. Sem me dar conta que não descobria nada de mim. Porque eu não QUERO ser eu. Eu SOU eu. Não tem tanta diferença? Claro que tem. Não precisei do processo de aceitar ser eu. Aconteceu. Uma hora eu levantei e percebi que tinha uma vida. Umas coisas para pagar, uns sonhos, umas pessoas que eu gosto e me gostam de volta. Tudo fica mais simples quando você não fica por aí achando que precisa SEMPRE achar os botões. Porque eles são como os gatos. Se encontram sozinho e vão embora do mesmo jeito. Tem que sentir a vida. Tem que sentir que cada gota disso vale a pena. E vai valer, vai valer do meu jeito. E eu, realmente, sinto muito. Retas paralelas não se cruzam.


beijo, darlin'


ps: picuinha de internet me cansa. então, na boa, eu só falo quando falam antes. pra me arrancar das minhas certezas, hoje em dia, tem que se esforçar no mínimo, muito.