sexta-feira, dezembro 28, 2007

um certeiro texto (dela) sobre tudo de ontem

e assim o ano vai estar indo embora


minhas pernas perdidas pelas ruas quentes de são paulo, enquanto a garganta implorava pelo primeiro gole do líquido amargo. sede, sede, muita sede. os lábios secos informam que estou ficando desidratada, ou seja, o sangue precisa de cerveja. minha paz de espírito é financiada pela malboro e minha tranquilidade é gentilmente engarrafada pela skol. só consigo esquecer o calor escaldante da cidade quando sento em uma das cadeiras daquele bar com nome de escritor. guimarães rosa.

o dia de ontem foi daqueles que fazem a vida, por mais miserável e triste que ela possa parecer às vezes, valer a pena. e desde sempre eu tenho consciência de que para isso não é preciso muito; vai ver que por esse motivo, a palavra ambição nunca tenha feito parte da minha filosofia. e ontem eu tive tudo daquilo que mais gosto: umas (duas) pessoas agradáveis, umas (oito) garrafas de cerveja, uns (cinco) maços de cigarros, uns livros, uns textos, um boteco escondido no meio dos prédios velhos da praça, algumas histórias sobre paixões mal resolvidas e o coração feito samba, batendo forte no peito.

e a diferença das garotas que compartilham fumaça comigo é que os caras não são NUNCA o centro da discussão. a gente gosta, é verdade, e fala muito deles, é claro, mas o importante, mesmo, é saber como aquele vídeo do michel gondry foi feito. ou então planejar com os olhos tinindo trincando a viagem do próximo feriado e, com toda a gentileza que nos é familiar, barrar o tempo e qualquer tipo de tristeza na porta do lugar.

_ babe, aqui você não é bem-vinda. apareça, sei lá, na próxima véspera de natal. beijo.



agora, por mim, todas as tardes podiam ser como a de ontem.




É, eu ouço 50 vezes a mesma música. E, penso umas 80 vezes na mesma coisa. Só deixo o passado quieto. Ele vai ficar melhor lá. Vai. EU sei, que vai.


Feliz ano novo.
O meu e o dos meus vai ser. Vou continuar não confiando em gente muito feliz. E fazendo as coisas que faço. Pelos lugares que vou. Tudo diferente, tudo igual. O mundo resolveu cooperar, valeu.