quarta-feira, abril 29, 2009

A little gambling is fun when you're with me

E se eu te falar que não consigo explicar os sentimentos, talvez porque eles quase não existam, estão guardados para um dia voltarem a brilhar nos meus olhos. Pelos motivos certos deixo eles longe do meu alcance. Se as coisas forem acontecer, terão o movimento do acaso, como nos grandes jogos, nem sempre ganhar é a recompensa. Eu sempre preferi o caminho a chegada.

E mesmo perto, sabemos que longe é mais seguro.



*o título é Lady Gaga, admito que ando achando ela ótima, haha.

terça-feira, abril 28, 2009

Pelo tempo que precisar


Tem horas, como agora, que queria me desculpar por não poder me entregar. Queria deixar a minha história nas suas mãos e, te deixar, livre, para mudar tudo de lugar. Abrir os meus sonhos, alargar minhas certezas, me desarmar de toda essa alegria fria que me tomou. Queria ser a velha menina para você transformar em uma nova mulher.

Formando novas palavras, vou me despedindo do passado e entrando no futuro, que ainda está sendo reconstruído das ruínas que ficaram. A arte de me reinventar a partir de um ponto final. Afinal, a linha de chegada pode ser a linha de partida, depende da perspectiva.

Enquanto juro para todos que esqueci, lembro em não deixar de sentir e, desse pensamento doce começam a aparecer novos sonhos.

Que eu nunca perca a capacidade de me entregar, embora, não (consiga) ainda.

quarta-feira, abril 22, 2009

try to see it my way*

Era uma garota acostumada a sonhar. Cresceu em volta dos livros. Leu todos os clássicos até os quinze. Acompanhou séries até os dezoito. Se apaixonou por música e por ele aos vinte. Sentiam que o mundo poderia parar enquanto conversavam naquele mesmo café de sempre. Almoçavam em um restaurante bonito quando queriam se ver e, em um outro, quando precisavam discutir, tinham o cuidado de separar as lembranças boas e ruins.

A certeza dela foi estremecida por um sonho. Alguém do passado a tirava do rumo, dentro de um trem eles partiam sem destino e então ela era beijada sem chances de recusa, mesmo que ela quisesse e, não queria. O beijo do sonho, foi tão real, tão estranho, tão forte. Foi tomada naquelas mãos que a tiveram uma vez, mas dessa vez tudo estava mais forte, mais simples. Ela esqueceu da música e de Jude. Acordou atormentada por um sonho.

Escolheu o restaurante da discussão e o contou do sonho, de como se portou em sua ausência, afinal Jude ficará envolto em suas próprias dúvidas durante os últimos onze meses. Lucy o havia aceitado, porque sentia falta de tudo que foi interrompido quando ele resolveu partir.

Diante do sonho, ela não sabia se era ilusão ou se esperava um segundo beijo real. Amava Jude como a música e os livros da sua infância, como cultivava sonhos, amava a simplicidade do seu olhar e como suas mãos conheciam os caminhos do seu corpo.

Entretanto, Lucy pergunta-se: poderia aquele sonho ser mais forte que a realidade?



* Beatles

domingo, abril 19, 2009

Expectativas

A música era muito alta, as pessoas precisavam falar ainda mais alto e cada tom acima do normal fazia da cena, caótica. Ele olhava as mãos dela sobre o colo e se sentia acolhido dentro daquele olhar sereno. Já não existia algo entre eles, porque João conseguiu reverter todas as certezas em dúvidas, não conseguiu se desgrudar da sua própria liberdade para compartilhar com ela os seus sonhos, os seus anseios, as dúvidas.

O que João queria de Marina não existia.

Esperava que ela o surpreende-se, Marina que nunca sabe onde deixou as chaves e o pedia todos os dias para deixar o apartamento aberto, não percebeu que ele queria surpresas. Esperava que ela falasse dos seus sentimentos, Marina que vivia espalhando cds pela casa, mas ele não percebeu que era essa a sua forma de falar. Esperava que ela ficasse brava após uma discussão, Marina que parecia ter um estoque dos chocolates preferidos dele, e sempre deixava alguns pela casa após as discussões. Esperava que ela gostasse de músicas tristes, Marina que adorava sair para dançar, e até o acompanhou em um show que detestou. Esperava que ela não fosse tão inteligente e o fizesse se sentir estúpido, Marina que falava quatro línguas e conhecia metade do mundo, se esforçava para parecer menor ao seu lado. Esperava que ela não dormisse de meias todas as noites, Marina que não sabe dormir sem elas desde os cinco anos de idade, João não notava que ela esperava ele dormir para vesti-las. Esperava que ela não perdesse horas na frente do computador, Marina que sempre adorou assistir séries e filmes com seu notebook nas pernas, João não soube que ela pensou em vender o computador. Esperava que ela não fosse tão feliz, Marina que descobriu cedo o valor do seu lindo sorriso, João não notou quando perguntaram o que havia acontecido com a alegria dos seus olhos e Marina sorriu para escapar da resposta, antes que ele pudesse ouvir a conversa. Esperava que ela conhecesse a tristeza e vivesse dias na escuridão, Marina que não conhecia dor até trombar com João e achar que poderia se adaptar.

João queria se desculpar com Marina, contar que seus olhos ainda eram serenos e por isso continuava esperando dela, a cumplicidade. Queria contar que se sentia egoísta porque ela estaria melhor longe daquilo. Talvez, encontrasse alguém que pudesse querer dela, o que poderia dar. Músicas substituindo algumas palavras, chocolates no lugar de rancor, alegria em noites coloridas mesmo que fosse durante um filme debaixo do edredom comendo pipoca doce, a inteligência e o silêncio, um verdadeiro desfile de meias coloridas, spoilers de muitas séries que demorariam décadas até chegar no Brasil, sorrisos iluminados pela pureza que ele quase conseguiu apagar.

João queria ver Marina feliz, mas sabia que não podia sentir nada perto dela além de calma, só que ele não queria isso. Precisava encontrar em alguém tudo que Marina não tinha. O rancor, as palavras, as mesmas músicas tristes, conhecimentos menores que os seus e os olhos tristes. Ele sabia que Marina poderia se tornar tudo aquilo, mas era justo querer Daniela no corpo de Marina?







ps. ficção.
Você

Entre o que eu sinto de verdade e o que eu preciso pensar, existe você. Entre o que é o simples para mim e o que envolve outras coisas, existe você. Entre o real e a ilusão, existe você. Entre o que eu posso ter e o que preciso persistir em errros, existe você. Entre todo o resto e a verdade, existe você.

Muito maior e quem sabe mais forte do que o inteiro...
Você.

sexta-feira, abril 17, 2009

She’s got to do the best that she can, yeah!


Foi o tempo que a fez crescer antes de se sentir próxima, se desfez das dores antes que pudesse de fato senti-las e, sempre esteve alguns passos à frente das suas próprias vontades. Importava-se com o caminho e não com a linha de chegada. Estudava cada uma das ações e verificava, mesmo que não parecesse, se o chão não a derrubaria, esbarrou muitas vezes, bateu o dedinho na quina de algumas portas, machucou-se (é claro), mas não caiu. Segurou-se em cordas bambas, se muniu de indiferença e fingiu, muito bem, que nada mais importava.

Sentia falta das coisas simples. Das noites frias. Da cumplicidade. Sentia falta da humildade dele, pra quem ela, muitas vezes, tentou mostrar todas as coisas que enxergava em seus olhos. Sentia falta de mostrar para ele que, além de tudo que podiam ver, havia o horizonte e era dali, que os sonhos dela partiam.

Talvez, ela simplesmente tivesse notado a ausência, de sentir.


(apatia é um estado de espírito irritante)

ps. foto e título são um oferecimento Cat Power.

terça-feira, abril 14, 2009

Conversa de botas batidas*



Eu queria sentir que posso sentir tudo outra vez. Quero o meu estomago revirar com um e-mail, mensagem de celular ou porque a janelinha do msn piscou. Quero pensar em coisas que podem roubar um sorriso. Quero um abraço sincero no fim do dia para garantir que o dia seguinte vai ser melhor. Quero fugir de frases prontas e de como todos se acomodam com a segurança. Quero sentir medo de me entregar e, notar que não é uma escolha. Quero uma pessoa que faça a minha história acontecer sem palavras. Quero o silêncio preenchendo a respiração acelerada. Quero contar e ouvir histórias sem que ninguém se canse. Quero conhecer cada um dos caminhos que alguém escolheu para chamar de felicidade e, mostrar os meus. Quero alguém que não pense durante cada segundo que eu vou fugir ou me desinteressar. Quero acreditar e que acreditem em mim. Quero companhia e quero solidão. Quero respeito entre cada uma das diferenças e solidariedade nas igualdades. Quero entender cada uma das particularidades que escondemos a princípio. Quero um beijo roubado em um noite linda. Quero a calma de mãos dadas. Quero simplesmente sentir que tudo é outra vez possível.

Talvez seja irreal demais acreditar que...






não acredito.




* Los Hermanos

sábado, abril 11, 2009

Um dia, velho será

Tem horas que eu penso em como tudo mudou tão rápido. Uma luz iluminou todo o caminho, o mesmo antes tão cheio de incertezas e simplesmente me fez caminhar, sem esbarrar em nada, sem derrubar, mas também sem arrumar ou ter cuidado com o que se passava ao lado, segui a luz, mesmo sem saber aonde ia dar.

Sabíamos que a estrada iria se dividir em algum ponto onde a incerteza se tornasse insustentável. Talvez parar no meio, fosse um jeito de nunca terminar. Era como se déssemos uma continuação selada pelo mesmo. Guardando sempre os mesmos respiros, esperando os mesmos toques, sendo daquele jeito inteiro que sempre reclamamos na vida: cheio de marasmo.

Somos tão jovens ainda, que o melhor é caminhar, mesmo sem saber aonde vai dar.

quinta-feira, abril 09, 2009

Sonhos não envelhecem



Os anos passam e a cada novo aniversário, pode tudo correr muito mais rápido, de outro jeito, em um dia de trabalho eu só consigo pensar em como tenho sorte de com 20 anos, fazer o que gosto, em um lugar em que gosto de estar e com pessoas que a gente aprende a gostar um pouquinho por dia.

20 anos.

Como sonhos não envelhecem, espero para sempre ser a menina em corpo de mulher.
“Que coisas maravilhosas aconteçam especialmente no seu dia e que você consiga carregá-las, ou pelo menos suas sensações, pra sempre!”

E ouvi o melhor “hey!”, que deixa tudo muito melhor simplesmente porque existe. Sis, amo!


Primeira festa amanhã (10) no astronete.
8 reais
Lista para cá: claritromicina@gmail.com
Quem passar por aqui e for ficar em São Paulo no feriado, manda o nome pro e-mail e seja bem-vindo ;-)

domingo, abril 05, 2009

It was a small mistake

Sou uma menina feita de piadas guardadas em um sorriso. Sou uma garota de fases esperando que os meus amores mal-resolvidos simplesmente se resolvam. Sou uma garota escolhendo músicas para montar a trilha sonora imaginaria de um beijo que não vai acontecer. Sou aquela que escreve histórias e reinventa o fim, só para acreditar que ainda existem sonhos e, que as pessoas em um futuro próximo serão simplesmente felizes.

Ainda gosto das histórias cheias de magia que lia quando era criança, é uma forma de não cair de vez no real, porque já é um fato que é preciso dormir pouco, se esforçar muito e se esquivar de pessoas com a energia ruim durante o dia inteiro. Eu tenho um problema com pessimistas ou otimistas demais, considero que tudo possa ser um erro, mas gosto de achar que podemos estar certos.

Sou menina por cinco minutos do meu dia, o tempo de cinco abraços especiais, quando eu simplesmente acredito que estamos no caminho certo. Depois, sou mulher resolvendo problemas, pensando em como será o próximo fim de semana, o que é preciso comprar e do que eu já não preciso. Sou adolescente viciada em um personagem com a ironia e a arrogância que eu suporto em pessoas inteligentes demais.

Sou criança, adolescente e mulher. Sou a garota que gosta de estar perto... de você.

sexta-feira, abril 03, 2009

Saudades

Eu queria me sentir segura, centrada e menos vulnerável como naquelas tardes de conversas com a sis.

quarta-feira, abril 01, 2009

Trabalho

Porque além de escrever, eu falo. ;-)



Os novos rumos no rap para o radiojornal da Metodista, com muita ajuda do Eduardo Ribas.