terça-feira, abril 29, 2014

E no final, assim, calado

Você apareceu quando tudo parecia fora do lugar. Trouxe de longe o que deixei em outra cidade. Provocou um encontro esperado e necessário, coloriu meu carnaval e me deu a mão em silêncio. Não me cobrou posições, nem quis nada além do pouco que tinha para dar. Aceitou de imediato que estamos sempre vivendo processos e sorriu diante das minhas infinitas dúvidas.

 Queria poder resolver tudo por decreto, daqui por diante, os caminhos vão ser mais simples e vou conseguir entender cada coisa que sinto. Daqui por diante viveríamos novidades. Daqui por diante nenhum "e se" me incomodaria. Nenhum fantasma me assombraria.

 Mas, o caminho é conturbado. As questões são muitas. Os quilômetros são vários. O meu não saber não é mal te querer. Te quero bem, te quero aquém, te quero longe de mim porque perto sou furacão e com você a vida merece ser calmaria.

 Apenas, te quero bem e agora não posso ser esse um bom alguém. Ainda preciso me perder para encontrar o caminho. Vou errante, errada e distante. Vou só.


 

terça-feira, abril 15, 2014

TENHO 25 ANOS DE SONHO


O que eu ganhei? Tanto e tantas coisas. Shows incríveis, noites memoráveis, sessões de cinema impressionantes. Ganhei em vida e arte. Ganhei tanto e perdi também algumas crenças. Quase não acredito mais em pessoas. São pouquíssimos que ainda me ganham em sorrisos simples. Desconfio e confio pouquíssimo.

 Uma parte é só decepção e medo. Outra é só um lado que vai duvidar sempre de amores fáceis. Não vai ser fácil sentir. Como nunca foi antes. Sou de leveza certa e brisa que bate intensa. Me ganha quem me tira sorrisos, quero da vida vários alegrias mansas e algumas pequenas certezas. Quero muito pouco do que não posso ter de certo em mim. Do mais, corro atrás e percorro quaisquer que sejam os caminhos. Não durmo ou acordo na madrugada derradeira. Não temo trabalho desde que dentro dele me caiba pequenos sorrisos para que eles me levem, sempre.

 E quem em mim ainda acredite ter certeza aviso apenas que nem mais eu tenho. Em mim sou incerta e só incerteza me cabe. Amanhã, quem sabe?

terça-feira, abril 01, 2014

Solidão eu já vivi na cidade que não volta

É muito louco. É tudo muito louco. Meus dias tem passado sempre mais rápido. Me divido entre contas, coisinhas para o apartamento novo, trabalho que paga todo mês e os trabalhos que aparecem a cada novo mês, esses que me permitem comprar mimos novos fora do meu orçamento.

Aliás, orçamento? Eu tenho isso agora. Quanto preciso guardar e quanto posso gastar em mimos novos para casa nova.

 É muito louco como cinco meses atrás jamais pensei que minha vida fosse ser assim agora. Estou cada vez mais feliz. Cada dia uma alegria nova, como uma cafeteira ou por finalmente ter achado a colcha perfeita. Parece bobo, mas diante de milhões de flores, achar uma colcha na cor perfeita sem flor nenhuma me fez sentir como ter vencido a Copa do Mundo. Aliás, a Copa do Mundo, essa coisa que fez os aluguéis serem mais caros no Rio, aluguéis? Não me imaginava cinco meses atrás pensando neles também, não aqui, não no Rio, não na cidade que escolhi para escrever minha independência e que me acolheu como sua.

 Tive desilusões e quem não tem? Aprendi a duras penas e também a leves. Conheci pessoas incríveis, estive em lugares absurdos, me apaixonei a cada novo dia pela vida que escolhi e continuo me apaixonando.

Vivi tantos momentos mágicos. Trabalhei em projetos inimagináveis e cresci, dia após dia, tombo após tombo, riso após riso.

 Meus finais de semana sempre tiveram um motivo para ser e eles chegam com a leveza de dias sem compromissos embora eles se amontoem ao redor dele. Chegam cheios de paz. Nos meus dias cabem tanta coisa inclusive amor.

Depois do Rio descobri como tem valor as coisas pequenas, as coisas menores, a presença de um amigo querido nos seus dias e os risos que ele te tira nas histórias tortas que escreve na sua breve passagem. E estamos todos passando, sempre, passando porque no Rio também se corre e como corre. No Rio não é sempre dia claro e os dias claros apagam os nem tanto. No Rio se guarda o que é bom e aí está a diferença. O que é ruim, a gente manda o mar levar e ele se encarrega de colocar longe ou em manchas de protetor solar na sua camiseta preferida. Ele se encarrega de deixar a vida mais leve e que ela me leve, dia após dia, como deve ser.

Por mais loucura, mais paz e mais amor. :)