sábado, maio 31, 2008

Em breve,


Uma frase que me cale. Um sorriso que me faça sorrir. Aquela história que eu ouviria concordando com a cabeça. Os problemas com as soluções mais foras do comum. As diferenças, me tragam diferenças, porque de igual a vida tá cheia. Longe de mim os dramáticos, aqueles que nunca consegue enxergar colorido ou sorrir por coisas simples.

É preciso me fazer querer parar, até lá...



nesse mesmo bat-blog, quando eu não estiver irritando a garota e a Milla porque atrasarei, em breve.

quinta-feira, maio 29, 2008

Tecnicolor

Procurou teus olhos no meio da multidão. Enquanto todos falavam as mesmas coisas, riam das mesmas coisas e as piadas se repetiam como o mesmo, como tudo era calmo e simples, nada era complexo ou misturava os sentimentos, nem era capaz de trocar a razão de lugar. A razão dela nunca funcionou. Ficou na janela aquele dia contando as estrelas, guardando nelas os seus segredos, tirando delas o enigma que ele cria quando sorri. Sem ligar para o tempo lá fora, estar ali enquanto ele fazia qualquer outra coisa com o seu silêncio, com a solidão cheia de companhia que escolheu pra si, alguns livros, várias músicas soltas. Até que ele parou ao seu lado, sem a tocar, sem se tocar daquela mágica que cobria os fatos e o medo de qualquer depois insignificante naquele instante.

Eles falaram sobre coisas que não pensavam jamais falar. Tocando as coisas como faziam em sonhos. As luzes, fotografias, os risos, a cumplicidade, a trama em leveza juvenil seria um daqueles filmes com diálogos longos feitos em silêncios. Ele nunca quis saber quem mais foi 'você'. Um sentimento para não sentir. Uma vontade para não ser levada a sério. Um momento para sorrir da lembrança. Esquecerem onde tinham colocado a chave e sem querer ela estava presa ao seu lado, estaria se as palavras continuassem a faltar. Porque sempre soube que só a teria aquele que fosse capaz de calar e ter em silêncio sua compreensão. Mas já não reconhecia mais os seus olhos, o brilho dele abafado, as suas frases truncadas, as palavras faltando no incomodo, como se algo mais houvesse para ser dito e por um instante tudo fosse cortado, por um outro momento em paz que ele trocava pelos seus motivos. Acharam a chave e foi melhor ir e o deixar. Seria melhor, mais fácil, resolveria todos os problemas em um abandono. Largaria as mãos do nada para segurar lá fora a vida que a viveu por todos estes anos. Os anos que procurou em vão tanta coisa. Os anos que tanta coisa foi motivo para nunca parar. Através da janela as coisas agradáveis da Terra passavam pelos seus olhos separados pela distância da confusão de pensamentos desconexos, não foram feitos para fazer sentido ou descodificar a vida.Tocavam o mundo sem se preocupar com a forma de ser utilizado.

Quando a olhou nos olhos fez do silêncio música, aquela música que sabiam juntos qual era, e porque era. Cantou enquanto falava, traduzindo as palavras para enfim falarem a mesma língua.

- Mas você, mas você...
Você escreve tão belas palavras
Mas a vida não é um livro
O amor é uma desculpa para se machucar
E para machucar...

As reticências mudavam o giro do mundo, a janela, as estrelas, o silêncio. Foi quando ele perguntou.

- Você gosta de machucar?

Com a empolgação juvenil que pareciam ressurgir de todo aquele comodismo barato no qual ela se prendeu nos últimos meses, veio a confirmação que ele fazia em silêncio. Bastava olhar a história e os momentos de paz que haviam sido desperdiçados.

- Talvez, parece, é, eu gosto.

A envolveu em um abraço de compreensão e carinho de quem aceita a condição por um dia, uma noite, um fim selado com um beijo doce. Seria o fim do caos e da incompreensão dos outros e finalmente um começo para eles. Sorriu e disse:

- Então, me machuque.




música: lover, i dont have to love - bettie serveert ou bright eyes

quarta-feira, maio 28, 2008

Born for this?

Faz dias que eu me recolho, me guardo, resguardo a falta de tanta coisa e separo cuidadosamente o que importa e o que deixou de ser. Por força do destino as portas bateram nas minhas costas, e o meu recolhimento fazia um barulho ensurdecedor, música sempre alta, pensamentos mudos gritavam, só que era para dentro. E então eu vivia por ali, por aqui, refazendo e me desfazendo. Mudando a cada novo sorrir. Porque era preciso acostumar e não conviver. O costume é das coisas mais fáceis de conseguir nessa vida. Um costume virá um hábito e por hábito a gente carrega tanta coisa sem sentido, junto da vida que se encarrega sozinha de fazer o resto. Acostumei e desacostumei do teatro. Cansei de peças ruins mal encenadas, as quais eu protagonizei tão mal, porque meu teatro é amador, como eu prefiro seguir na vida. Garota, aprendiz, menina, ouvinte, falante, sorrindo, trocando passos com o silêncio, cantando as músicas que ficam na minha cabeça por dias, falando as frases presas, sendo de verdade até que algo me toque e retoque tudo.

O meu signo insisti há semanas em falar que é hora de fazer escolhas, como se eu não fosse levar as coisas abertas, porque as cartas estão baixas e algo me impede de virar a mesa, acabar com o jogo, desconstruir o difícil em troca do fácil que consegui naquele abraço.

Por falta do certo os erros me entertrem. Bom...







ps: ironia pouca é bobagem, agora apareceu aqui, aceitar um estágio de informática ou continuar procurando outro estágio com jornalismo?
aiaiaiaiai, não devia abrir e-mails perto da madrugada. dúvidas, dúvidas, dúvidas.
Ah, é, eu fiz técnico de informática, não que signifique grande coisa.
Para um novo amanhã

Sai desse deserto de palavras, apaga o silêncio dessa solidão, mesmo que acompanhado. Sorria quando tudo tiver graça a simplicidade dos sentimentos sem explicação. Muda de direção se isso não importar. Apaga o comodismo das situações já vividas, abre a janela do novo, apresente os seus olhos brilhantes naquele novo dia. Largue o seu medo do abandono e do fim antes do seu. Isso chama orgulho, não faça dele sua dor.

Deixe de fora do seu paraíso todos que não consigam enxergar colorido no cinza do caos de um dia ruim. E todos aqueles que acreditam em verdades sólidas demais. Desconfie dos seus pensamentos e confie mais nos instintos.

Larga tudo antes dos seus olhos perderem a cor. Quando entrar, procure a cumplicidade no olhar que é seu. E, continue...

terça-feira, maio 27, 2008

No one has won this war this time*

Preferia ser sozinha a aceitar as imperfeições que a irritavam profundamente e nenhuma delas era grande o suficiente para explicar, o respirar, o jeito que mexia no cabelo, os pêlos do braço, o sorriso forçado. Não sabia ao certo um defeito que destruía cada um dos que entrava na sua vida. Na porta da frente estava toda sua angústia, as suas escolhas tinham sido feitas e ela sabia que por aquela não passaria aquele, com os defeitos certos, que faria dela a única mulher do mundo. Não sabia aceitar ser tratada como única, pensava que era falso ou que tudo aquilo não passava de um jogo que ela já havia jogado. Mal sabia, que o jogo terminava e começava a cada respirar, seu, e que era mesmo a única. Só que ele desistiu daquela porta e andou por noites e noites, por todos os bares da cidade, deixando em cada mesa um pedaço do seu abandono e um sorriso que seria dela.

Deixou seus braços em outras cinturas. Seus olhos em outros olhos vazios. Via nada em cada novo olhar, porque tinha sido dela tudo aquilo que pudera um dia existir dentro dele, para alguém, por alguém. Já não existia mais porque ela esperar na porta. Nem descartar os próximos. Não havia razão que explicasse. Mas... Ele voltou.

Diante dela em silêncio, segurou seu rosto, a olhou e esperou qualquer mínimo gesto que esboçasse alguma reação diferente da indiferença.

E o depois...
Nem eles souberam.
Decidiram 'perder as palavras e viver como música'**.




* Cardigans
** Sartre
Da paz que precisamos para continuar


Em uma noite fria todas as conversas despregam calma e carinho. Ah, tem textos engraçados que fazem bem e naqueles motivos onde vemos tanta piada, existe o melhor fundo de verdade.



Com a tarde de domingo, ele, fez ver como tudo faz/fez falta.

domingo, maio 25, 2008

Uma pirueta, duas piruetas, bravo! bravo!

Ninguém pode dar uma resposta que cale todas as perguntas. Uma frase que construa uma cidade inteira. A compreensão calma e serena existente em tudo que não deixa de existir. Os sonhos são contados, antes de partir, e no rosto um sorriso é parecido com arrependimento. Quase como um ponto final, que se transforma em vírgula porque o incerto esbarrou no braço naquela hora de tudo fechar em um ponto. Os pontos finais já foram espalhados no mínimo duzentas vezes. Cheguei a porta em outros momentos, até senti falta de outro abraço, outro braço. Mas a proximidade me coloca longe. Tudo que é, simplesmente, igual demais, cansa.

Não preciso, não consigo, não sei lidar com o igual. Só a compreensão muda e os olhos falando que tudo está certo, mesmo quando o mundo desmorona. E tudo se mistura em nada. Quando não me interessa o assunto, nem o mundo, nenhuma das coisas despregadas em piadas sem a graça de quem olha a vida com doçura de criança e experiência de adulto. A linha entre triste e alegre é tênue, e é preciso reconhecer nos outros o desespero, para não rir do que machuca.

O circo me mostrou vida além dos nossos preconceitos. Como vive esse povo que usa o seu dia para divertir e indignar os possíveis com a mágica do impossível, como a trapezista que desafia a gravidade e a força. O palhaço com olhos tristes que ganha vida fazendo sorrir. Dos que desafiam a morte em um globo.

E nós, normais, quase nada desafiamos; e pior, tem gente que faz menos ainda.





ps: inesquecíveis os olhos tristes do palhaço meu entrevistado e a angústia e quase lágrimas entrevistada pela garota.
Sobre ter mais o que fazer...

No circo hoje, eu pensei sozinha enquanto subia aquele barranco e quase (mesmo) caía que algumas pessoas vão passar a vida inteira sem ver mágica em nada. Ótimas conversas, companhia melhor ainda, um trabalho saindo em um dia. E esse é o gancho para falar que o texto começava com "tenho preguiça de picuinha" e terminava com "brigue sozinha".

Começa e termina assim:
Preguiça
e
fale...

SOZINHA!

BEIJOS

sábado, maio 24, 2008

And the dream I am not apprehensive,

Se meus medos falassem alguma língua seria uma daquelas que não conheço. Hebraico, talvez, francês que luto sozinha para aprender ou latim, a base de todas as outras, e quase ninguém conhece. Alguém, no meio do mundo, falaria a minha língua. Um monte de palavras juntas. Palavras minhas, letras juntas. Escrevo com a sua caneta preta, essa que agora pinta páginas em branco sem você. Os outros se materializam em nada. Como estará a minha caneta azul? Esquecida sob uma mesa? Guardada em uma bolsa, solta entre papeis que você não vai preencher, linhas que você não vai escrever, descoloridos que você não vai colorir.

Uma porção de coisas que não serão feitas. Os riscos brilham como estrelas, como aquela lua que brilhou só para você. Aquela lua está dourada e pela metade no mesmo céu. O céu não mudou e as mesmas coisas continuam diferentes.

E então ela falou do caminho que fez para fugir de você em seus cadernos e os cadernos de alguém fizeram qualquer percurso para fugir dela. Falou de não saber onde colocou cd-r's. Não sei onde coloquei os meus cds que seriam seus se algo mais houvesse para ouvir, antes de qualquer decisão que não merece ser tomada. Ante uma palavra que morrerá enroscada em sua garganta. Uma frase embriagada que você falará para alguém enquanto se perderá em outros ouvidos. As suas mãos passam, passaram, passariam por outros corpos. E as minhas palavras descansarão outro dia em outros olhos, que não são só seus. Desprego alma em papéis em branco.

Continuaria ali enquanto todos dormissem. Olharia os seus olhos enquanto você dormisse, riria das suas manias, entenderia os seus medos, compreenderia seus modos, implicaria com tanta coisa para te ver nervoso, sem vontade e me falando que "pode ser". Tudo poderia ser. Tudo sempre pode ser. Ou não.

Discussões caladas em letras. E, sobre aquilo que ela disse, ela, Bruna Beber que sem querer falou para você, também.






alguém explica porquê faz falta?




ps: Tapes é a música mais filhadaputa do cd novo da Alanis, puta.

sexta-feira, maio 23, 2008

Problemas (deles, nossos)

Quebrou, eu cortei o pé, meus pais passam de todos os limites da sanidade. E continua engraçado se não fosse trágico. Com tudo isso eu ainda não entendo as pessoas. Os dramas, os medos, os receios. Drama, "ah, minha família é o problema", te dedico os cacos no chão da cozinha e o meu pé inocente que nada tinha a ver com a história.

Não entendo como um vidro minúsculo entrou no meu pé e parece que chegou na alma, porque dói e sangra, lindo.

Foda-se.

Então...
De vento, certezas e mudanças...

Um vento bateu as portas e parece que levou tudo para o lugar certo.
O vento sopra forte quando as certezas balançam e tudo cai.

Será que dessa vez quebrou?
Janelas

O outro lado da cidade e tudo parece ser igual da janela do quarto do irmão que escolhi para ser. Cigarros acesos com o fogo da saudades, das dúvidas, da razão falando alto, sempre ela agora, lembra quando falei que não sabia usar? Parece que aprendi e como você me falou: ela fode tudo. Fode a minha voz presa na garganta enquanto queria mesmo se misturar a sua. O que é isso?

Me explica? Mesmo tudo certo, tudo que eu preciso, a paz que eu procuro em janelas esquecidas estão aqui, meu amigo fuma enquanto eu escrevo, porque eu falei "bruno, vou escrever" e ele falou "então vou fumar". Vai lá, tudo bem, tudo certo.

Amanhã é outro dia, dia de poesia e paz em letras, dos outros.

Até.

quinta-feira, maio 22, 2008

These are things that I miss

Falta do cheiro, do jeito desinteressado, das fugas, dos sorrisos e daquela pureza coberta de esperteza. Dos outros serem piadas do nosso convívio. Falta de como você encara a vida e do jeito que cuida sem ninguém saber daquilo que só a gente sabe. Saudades daquelas histórias de guardar, esquecer, e depois ter de volta a única coisa que nunca te abandona. Das piadas e das filosofias em metáforas. Falta do jeito que tudo funcionava ao seu lado. Como um sorriso me acalmava e um pedido era aceito. Sinto falta de topar tudo, de pensar nas próximas músicas, de escrever mais e mais, falta das coisas que me saboto para não mais serem. A indiferença se torna diferente quando você a procura. Mas não me pedi para agüentar mais do que dá agora. Fico com o que sou obrigada e evito o que posso ficar sem. Fecho a porta e te cubro antes de não mais olhar.

Sinto falta das gargalhadas e dos papos no fim do dia, que estão cortados, esquecidos, guardados para outro dia.

Os momentos que tenho saudades foram cortados. Alguém amassou aquela folha antes dela acabar. Mentira, alguém deixou isso guardado em pedaços minúsculos, em uma caixa no alto do armário, alguém sabe que ela existe só que não olha, não vê. Nunca pensei que fosse assim desse jeito.

Falta do jeito que você caminha e do cadarço sempre desamarrado na chuva. Das coisas que você escreve, da leveza, da compreensão em palavras, poucas, cada vez mais escassas e com um mesmo personagem, você sabe. Falta de você caminhando pela casa para tudo ficar certo, preocupado com as coisas fora do lugar, com os amigos, com os detalhes.

Falta das suas histórias, das viagens, da diversão, da simplicidade, de olhar a lua, apontar estrelas, ficar em silêncio, dos meus amigos adoráveis.

Outro passo, mais uma música com alma demais, me mantenho firme, simulo, esqueço, sorrio, lembro, uma lágrima, outro sorriso, mais um passo, conversas, papos, voz, um sorriso, palavras, um dia, outra noite, uma semana, um mês, um dia. E quem sabe eu volte a dormir com meu travesseiro antigo essa semana e você procure aquela caixa, tire aquele papel, desdobre e reescreva a história.





Alanisvaisefuder, valeu.
Vazou o cd, tá aqui.
Torch continua com a letra sensacional e a música não é tudo isso.

Amanhã depois de duas décadas assistir Across the Universe,iéiéié.
Você já teve um irmão por opção?
Da série: 'quem escreve o que quer, lê o que não quer'

Entoei um mantra "calma, calma, calma", se controla e não assume o descontrole do mundo. Mas paciência tem limite e o meu acabou de acabar. Na verdade acordei e sai para rua sem ela. Então tudo foi muito emergencial e rápido no dia de hoje, tanto que agora estou aqui, com meu pijama de hello kitty falando que não vou pra funhouse, não vou sair, vou dormir cedo e resolver tudo isso em palavras.

NUNCA tive a menor paciência para picuinha, nem de internet, nem de vida. Muita coisa para fazer, sabe? Ver os meus amigos, estudar, cinco livros esperando para serem lidos, outros dois começados, trabalhar. Mas tem horas que as pessoas resolvem falar demais e pedem para ler nas linhas dos outros o que são incapazes de perceberem sozinhas.

Um monte de merda no ventilador pela infantilidade tremenda de uma pessoa. Sinceramente, idade não é sinônimo de maturidade, continuo bem com meus dezenove anos e só imagino quando estiver com vinte e seis, será que as pessoas regridem e existe a menor possibilidade de perder o senso de ridículo? Porque tem gente que não é nada, nem ninguém, mas se convenceu do contrário por um ou outro rabisco. Sinto muito, não preciso disso, nem de muita coisa que mantém o seu mundo descolorido aceso. Algumas certezas continuam aqui, deve ser por isso que nada do que foi dito me agrediu de maneira nenhuma. Foi só um misto de indignação pelo jeito que você se aproximou daquela outra pessoa de quem você já falou tão mal um dia. Sabe, vocês se dariam bem, mentira, nem com ela seria bom, sabe por que? Porque o monstro que você pintava, e minha certeza nunca deixou acreditar, não existe. Tudo que você via nela, existe aí dentro, com o agravante de nada ser. Sorte, talento, não importa, ela conseguiu coisas que alguns passaram a vida inteira tentando. Coragem, sabe? De largar a mão do drama, de soltar a infância, o colo dos pais, o porto seguro inseguro, e ir para o mundo de verdade. Além de porres com gostos de família, de palavras rasgadas.

Passar a vida sem essência? De que essência falamos? A melhor essência que alguém pode ter se defini em uma palavra: coragem. Verdade, coragem, sinceridade, coragem, vontade de viver, coragem. Não arrasto a vida, porque com leveza ela caminha sozinha, de braços dados com instintos saciados, obrigada. Não me arrependo de uma vírgula, uma palavra, um gesto, não me arrependo das minhas primeiras vezes, nem da última, não me arrependo de nada. Tudo fica escrito em uma página da vida, virei a que escrevi aquela história, fechei histórias esses dias, olhei o medo nos olhos e a vontade em gestos. Queria explicar sem medo, só para calar alguém com um segredo que ele não pudesse ver a cor. É preciso coragem para se livrar de hábitos e outra dose para deixar tudo ter o ritmo da vida, leve, sabe o que é leveza?

Sabe qual deve ser o problema e a sorte? Algumas pessoas passam a vida inteira fazendo dramas a troco de nada. Algumas pessoas tem a sorte de jamais terem entrado em um departamento de oncologia, nem ter visto o jogo mais injusto dos jogos dessa vida. A vida e a morte lado a lado e a cada dia, era mais um dia para comemorar, porque ela ainda estava aqui. Fiquei dois anos esperando ela voltar, abrir a porta com um sorriso e me chamar de "maluca". Hoje só uma pessoa me chama de maluca e não faz idéia do quanto isso significa para mim. As minhas maluquices tem marcas enormes que não abro para ninguém. Drama? Chega, já deu. Pára. Me deixa. Larga o meu nome e essa picuinha ridícula. Procura outra para ser assunto na sua mesa. Me deixa com os livros que eu leio, desde daquela pessoa de quem você teima em falar mal, regada de referências, é verdade, mas me diz o que você procura em linhas? Alimento da alma.

Deixa, me deixa, esquece, me esquece. Porque pra mim já deu. Sem paciência, picuinha de internet deve combinar muito bem com outro departamento, e esse aqui, não existe. Desculpa, brigue sozinha.
Frases de tatuagens...


Iuri diz:
Ter fé e ver coragem no amor
pena que essa é grande
sue. diz:
mas é mó bonita
eu tava pensando nisso de coragem hoje
Iuri diz:
coragem é quase tudo
Iuri diz:
e eu sou tao covarde as vezes.
sue. diz:
mas é preciso ser forte pra ser covarde...
porque por mais que coragem seja o contrário disso, se a gente fosse SEMPRE corajoso, iamos sair por ai dando cabeçadas arianas
e como ariana, eu te garanto: não é bom
Iuri diz:
hahaha iriamos mesmo
só somos corajosos com aquilo que já conhecemos né?
sue. diz:
é, somos, deve ser porque sempre tememos o novo, o desconhecido, ver que o outro lado pode brilhar mais e cegar as nossas certezas
Iuri diz:
nossa
concorda muito muito com vc, temos medo do que pode nos fazer ainda melhor, não sei se eh isso que você quer dizer ahaha
sue. diz:
ééé, porque de algum jeito a gente fica pensando que desse jeito é bom, desse jeito que a gente acostumou a ser, é confortável.


conversa da madrugada de feriado com o Iuri (depois linko ele, tarde, sono)

quarta-feira, maio 21, 2008

óbvia e direta,

Se um dia me perguntassem coisas óbvias e sem respostas como: "quem é você? o que você faz? desde quando? quando é muito? acredita no para sempre? conto de fadas existe?" e essas coisas sem respostas diretas. Eu teria as respostas mais retas. Sou uma garota qualquer andando por essa cidade com os amigos certos, contados em menos de duas mãos, amigos que seguram a minha mão quando tudo desmorona e deixam desmoronar; crescemos juntas, amizade de alma não vende, não empresta, nem troca. NADA seria muito perto do que ela é para mim, sis a garota mais amada do condado. O para sempre dura enquanto a voz me fizer sorrir, o estômago virar e as palavras saírem doces mesmo que esteja amarga durante todo o dia. Conto de fadas existe? Desde que roteirizado pelo acaso e no caso tenha você.




ps: o mackenzie é o máximo só pela sala com pufes e tv. hahaha, depois a metodista é festa, né?

terça-feira, maio 20, 2008

Versions of violence

O meu garoto já não é o mesmo. O meu garoto já não é garoto. O meu garoto já não é meu. Me diz, conta quem fez isso com você. Fui eu? Algo que eu disse? Alguma coisa que eu fiz? Quem mexeu e mudou seu mundo?

Já não reconheço o meu garoto. Foram os problemas? Aqueles muitos e enormes que um dia eu te ajudei? O meu garoto bebe em qualquer lugar enquanto seu mundo desmorona. Já não é meu, já não é o mesmo.

Você me deixou quando falei tantas coisas. Te fiz acreditar no melhor, te fiz me deixar, talvez esperasse você não me entender, talvez fosse melhor você não ter entendido e ter ficado traindo minhas vontades de fuga. Me traí em palavras quando os sentimentos transbordavam em dúvidas. Me deixou sem você e por uns dias fiquei sem mim. Uma versão violenta de um final sem fim.

No escuro penso em tantas coisas. Sem respostas preciso das suas palavras. Os seus motivos compreensíveis e inacreditáveis se vindos de você.

Pensa em tudo que você já aguentou e não torna tudo mais insuportável. Tira a máscara do descaso, ela não combina com você. Volta andando com passos calmos e a cabeça voando. Me devolve tua insônia em palavras, tantas palavras, conversas, cumplicidade. Se livra do peso, se salva em mim. Me salva desse novo você.

Estou assustada com seus olhos com essa luz. Essa claridade não vale a pena. Sem se importar com os outros não é você. Olha mais uma vez o caos. Aceita os problemas. Cuida de quem precisa de você. Cuida das minhas lembranças.

Volta, ainda, mais uma vez. Larga toda essa violência gratuita. Não me pergunta se não vejo seus motivos. Não acha que não vi, várias vezes, tudo isso. Não pergunta como eu reagiria. Não sei. Nada disso sei. Mas você sempre soube, meu garoto, volta a ser garoto. A olhar a vida com esperança. Mostra a dança dos seus dedos habilidosos sobre problemas demais. Me deixa longe de entorpecentes inofensivos, volta para as minhas lembranças, me deixa voltar para sua vida.

Meu garoto já não é mais meu, nem o mesmo. Meu garoto está interpretando um papel ruim e eu não quero ficar nessa platéia. Meu garoto, você ainda é o mesmo e meu, pelo instante, agora.




ps: título, música do cd novo da Alanis, que depois da décima segunda vez deixa de parecer Evanescence. Várias coisas são óbvias se Alanis visita esse blog, uma delas: saudades da sis.
De onde vem a calma?

Uma vez falei de defeitos, ele na fila do café, enquanto ela observava a sua impaciência materializada em outro. O meu maior defeito um dia se misturou a aquilo que achei ser uma qualidade. Sempre levei a vida a ferro e fogo. A intensidade, o emergencial, o agora ou nunca, agora. O meu tempo nunca teve muito tempo.

Qualquer tentativa de agressão era respondida com uma agressão maior e meus estragos eram feitos em palavras amargas. E os meus defeitos eram qualidades.

Sou passiva agora? Jamais. Isso precisaria de anos muitos anos. Talvez tantos que não consigo imaginar quantos.

Uma dose de qualquer coisa mais forte do que eu. Músicas de alguém que fala mais do que eu, tirando a nova onda banda adolescente, além do que eu sou. E a paz se reconstituindo. Seus olhos me roubam ela e basta um sorriso para fortalezas serem desmontadas. Porque não abro meu porto seguro, ele é invadido de alguma forma inexplicável.

Lembra quando falei de defeitos? O meu agora passa ao lado da sua indignação de eu nada fazer. Toda raiva do mundo me abateu. Foram alguns, poucos, dias de caos interno. Um infinito particular que abri para você, e nas suas palavras apareceu a calma.

Aprendi que o silêncio diz mais do que milhares de palavras. Aprendi que eu agrido mais sendo serena e coerente. Aprendi que não preciso, sempre, agredir.

Com você meu inferno e paraíso são particulares. Essa história, particular.


Fim.



O meu bloquinho é meu bem maior, meus bloquinhos, minha vida, minha história. E eles serão guardados pela sua calma, um dia.

segunda-feira, maio 19, 2008

Favourite game

Os meus jogo mudaram, minhas reações mudaram, minha mente mudou, dentro da paciência que você me mostrou e da calma que você desprende. Você esperou a minha fúria, e eu só tinha o jeito certo de agir, nesse momento o certo me pegou pela cintura. Quase me levou pela porta, quase deixou tudo bem, mas sou eu e eu ainda volto.



I only know what I've been working for
Another you so I could love you more
I really thought that I could take you there
But my experiment is not getting us anywhere
I had a vision I could turn you right
A stupid mission in a lethal fight
I should have seen it when my hope was new
My heart is black and my body is blue
Cardigans

I need some fine wine and you, you need to be nicer

Deveríamos transformas todos esses textos em versículos, como a bíblia, algo que não tivesse fim. Só para recomeçar a escrever essa história. A vida, na vida, ela pode ser reescrita, meus personagens reinventados e quem sabe assim, eu escreva mais e melhor.

Senta, me escuta, segura a minha mão, olha nos meus olhos. Sejamos bons conosco, uma vez só, vamos fechar uma de nossas milhares de discussões. As discussões é das coisas que mais gosto em você, com você elas tem piada e nunca chega ao fim com mágoa, porque a gente aprendeu que se desentender faz a gente se entender.

Senta, espera um pouco, o mundo pode esperar. Uma taça de vinho para nós, com você eu bebo vinho, mesmo que já não seja das minhas coisas preferidas, mesmo que me faça perder os sentidos e me deixe ainda mais sem sentido. Eu não gosto de sentido quando te tenho só para mim. Quero as suas mãos e as suas mãos podem perder, se perder, vem. Espera, me escuta.

Estamos aqui. Figurantes da nossa história. Tentando jogar juntos de algum jeito. Eu desperdicei a minha vida em outros braços, enquanto você tentou mudar o mundo. Me embebedei para aguentar, para tentar ser mais indiferente, para não me importar. Para não te importar, ganhar seu pouco caso, você me dizendo que aquele era jeito de uma menina lidar com a vida. E os meus dedos brincando com os dias ruins.

A história vale pelos bons momentos que compartilhamos. Pelos maus que temos juntos, porque podemos chorar e sorrir. São bons e maus, momentos, que teremos.

Tem sido um longo e lento conflito. E eu nunca estive acostumada com o tempo, quando ele era demais, sempre perdia a graça. Meu jogo vinha com uma ampulheta, que você deve ter derrubado enquanto mexia sem jeito no tabuleiro.

Precisamos de um bom vinho. Com os corações partidos vamos brindar a nossa capacidade de fuga, nosso jeito, o meu jeito e o seu. O jeito que o abraço aquece a as mãos se encontram.

Isso é pelos bons e maus momentos compartilhos. Pelos bons momentos que virão. Pelos bons e os maus momentos que temos tido.


.
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Agora, troca esse cd.





A música título, a música texto, é essa. Mais Cardigans, porque eu tomei vergonha na cara e finalmente formatei meu ipobre, agora sim.

domingo, maio 18, 2008

Coração de listras

Quando olhei para as pontas dos meus dedos riscados de canetas coloridas com as quais colori os momentos em lembranças; lembrei da mini me na sala, tocava Beatles e ela desenhava, se virou, mostrou para mim um coração sorriu e falou "coração de listras". Sorri da ingenuidade dela em desenhar corações em folhas de papel, em desenhar, em ser criança, colorir e sem querer me mostrar como anda meu coração, listrado de sentimentos. Vazio e cheio. Colorido e cinza. Possível e impossível. Parado e correndo. Diferente e igual. Como antes e agora. Só assim. Sorri de novo, falei, "ah, Vitória", Beatles acabou e no segundo seguinte tudo já era diferente. Na verdade, nunca é, porque ela me perguntou como era listras em inglês e, então escreveu: "i love stripes". Eu também minha pequena, eu também.

sábado, maio 17, 2008

Nada em vão

Acordou num pensamento súbito, levantou em idéias antes do corpo começar a responder, pensou em andar até lá ou só até o telefone onde teria a voz dele ainda sonolenta do outro lado. Pensou em falar, falar, falar. E depois fingir que nada daquilo era com ela. Porque naqueles dias não era ela.

Deixou o seu porto seguro pela insegurança de dias vividos de alguma forma. Trocou o seu olhar cúmplice por experimentos em outros. Largou a sua mão precisa pela imprecisão de gestos. Esqueceu as suas palavras sinceras pelas dúvidas de alguém. Trocou, largou, deixou em um canto esperando para quem sabe um dia, vivia em dúvidas desde então. Desde aquele momento o presente era uma dúvida. Queria ser ela e ser só dele, mas estava difícil largar a mão das possibilidades que outros davam quando encostavam em sua cintura e tentavam calar os pensamentos em um beijo. Era sempre em vão, porque a boca dela pensava na dele, e enquanto outros passavam, era ele que voltava. Porque ele colocava e tirava as suas coisas da porta mil vezes. Ameaçava sair e voltava. E ela voltava, porque não conseguia sair.

Um dia, sem explicação, aceitou os outros e foi. Viveu, até aquele dia, no qual acordou de súbito e pensou: "sem ele, meus dias são iguais, os outros são iguais, as surpresas deles não surpreendem, os beijos deles não aquecem, e as mãos não encontram as minhas que das dele fugia em piadas, sem ele eu tenho tudo, mas com ele o nada é sempre mais precioso".

quinta-feira, maio 15, 2008

Post its

Se as palavras fossem menores e o sentido não perdesse se as cortasse, isso ficaria muito bom em post its espalhados pela casa, para nunca esquecer de ser, eu.

“Até mesmo seu coração era grande. Era coração, aquele escondido pedaço de ser onde fica guardado o que se sente e o que se pensa sobre as pessoas das quais se gosta? Devia ser. (…) E argumentava de si para si, lembrando músicas e poemas vagamente vulgares que falavam em coração: pois se alguém fazia uma música ou um poema forçosamente devia ser mais inteligente do que ela, que nunca fizera nada. Alguém mais inteligente certamente saberia o lugar exato onde ficam guardadas essas coisas.
Ai, a necessidade que tinha de doer em alguém, como se já estivesse exausta de tanto ser grande e boa. Por um instante conteve um movimento, toda concentrada no desejo de ser pequena e má e vil e mesquinha. (…) Ou continuar a ser grande, mas sem aquela bondade que pesava, para tornar-se lasciva. Obscena. (…) O importante era que o motivo não fosse importante. Justamente aí estava o obsceno.
A dor que sentia de ser assim tão como era.
O espelho refletia um rosto amassado de pessoa em estado de desordem interna e externa.“
Caio Fernando Abreu

quarta-feira, maio 14, 2008

Ié,

Caos, caos, caos. A minha cabeça andando tão rápido quanto as pessoas se movimentam nessa sala. Falta do meu abraço noturno, falta dos meus dias de paz, falta, falta, falta. Deve ser o caos, a inconstância, a festa dos hormônios, misto de ansiedade, ansiedade essa que mistura meus dias e faz tudo andar rápido, nunca devagar demais. Dias, dias, dias. Os meus dias indefinidos. Pessoas para ver, coisas para resolver, assuntos para não falar, coisas para não ouvir, blogs para não ler.

Fim. Fim. Fim.

É, caos.

Saudades da sis, que entende dessa montanha-russa, e manda cara triste no msn quando falo que ela voltou. Voltou e o carrinho tá solto, como eu ando, na vida. Momento de ficar quietinha, assim, eu não gosto que me vejam.
Mil coisas...

que odeio em você



Odeio o dia todo correndo ao lado das obrigações. O jeito que eu controlo o descontrole. A forma sempre simples que você desenrola a vida entre seus dedos. O jeito que você não se importa, ou que fala sério por horas, e quando me vê sorri dissolvendo toda raiva que seria bom sentir. As nossas frases se encontrando e você reclamando que eu escrevo demais. Odeio.

Odeio o simples fato de tudo ser extremamente complexo na minha cabeça e parecer, de longe, simples. Como você me pergunta dos outros, e eu falo, falo porque tudo isso preenche tanta coisa que é melhor falar para eles não ocuparem espaços demais. Odeio o jeito que corro em círculos e não chego em lugar nenhum. Receios temperados com anseios. Odeio.

Odeio o meu mau humor matinal dissolvido em uma letra de música por uma lembrança que nem existe. O jeito que isso não existe. O jeito que tudo isso é só isso e nada. E nada, nada, nada. Odeio os meus finais de semana em paz acabando. Odeio o fim dos meus finais de semana de compreensão e café quente. Odeio.

Odeio quando você ignora, me ignora, se ignora. Odeio ver você parado, sem fazer nada, com toda a sua força acumulada. Odeio ver você andando quando queria parar. Odeio quando você não se respeita. Odeio quando o mundo te faz mal, quando chove ou faz calor demais. Odeio os outros sem jeito perto do seu jeito. Queria te defender e eu odeio saber que não seria capaz. Nunca achei que viver com cautela ou não se molhar, passar calor ou chorar fosse salvar alguém. Queria fazer você viver. Correr na chuva, se esconder do sol debaixo de uma árvore e chorar de felicidade por uma cena simples desenhada debaixo dos seus olhos. Odeio minha vontade de correr a cada vez que algo sensacional acontece ou que consigo uma coisa que queria muito. Odeio.

Odeio a razão, a emoção, os fatos, os atos, os momentos e o passado. Odeio tanta coisa e ainda mais o fato de nada odiar, nada...
Fala o que atrapalha,

O medo temperado por um anseio ou coisa assim. A verdade dita em gestos minusculos. Aquele querer mudo. Uma vontade nas amarras do convencional, entre certo e errado, não há razão. Alguma coisa jamais dita, outra declaração jamais ouvida. Por escrito o mundo, feito um castelo de cartas, montado para o sorriso. Por lógica isso tem o futuro desenhado em finais complicados. E só então, dessa vez, o fim poderá ser um recomeço.




Até.

Tudo à vontade, então

Quis uma janela, em um barco a vela, que preferi velejar. Me leva para longe de casa, a sua casa é mais certo que sim. Em uma palavra rente a boca, nada além de esconderijo, muito além de tudo isso. Tudo bem.

Vou por atalhos, se faço curva, faço nó. Sem direção, te aviso que vou voltar. Menino, a lente é vidro de aumentar visão. Quero um balão, o mundo me fazendo subir, os outros me enganando com as mãos, e saber que vou voltar. A cicatriz é meu perdão. Deixa eu explicar sem medo, tão mais cedo quanto for, assim não é preciso impressionar. Me cale com um segredo que eu não possa ver a cor.

Mais uma tarde, outra manhã e algumas noites; tudo acima do chão, flutuando em paz, a visão vem do que sente. Em outra direção, às vezes, sempre, mais caminho que corrente.

Meço pelo verso meu avesso, sou inversa
sou metade com inteira dor. Meço o avesso do verso e descubro o inverso imerso no meio da metade que eu ousei partir. Quando muito digo, me calo, e o meu silêncio é raro. Eu vou, não vou, não sei, sei que nada é que não sei.

Dai-me paciência haja tanta curva, mas vale tanto a pena ver a cena da canoa. A cabaça das idéias conhecida por cabeça, quem sabe talvez mereça um lírio, rosa ou azáleia.

Guarda no horizonte o nome de amanhã. Me manda calar a boca, me mata pelo silêncio, vele-me no teu sorriso velho comum artifício, seu.

Ele correu assim, sem mais. Correu demais até cansar subverteu alívio quando já não coube mais na fantasia. Queira ou não queira a compreensão.

A razão espaço tempo é mesmo tão desencontrada, tudo que não me interessa eu jogo fora. Vivo como o sol que se esconde ou se espalha.


* mil frases dos Los Porongas soltas e presas por uma ou outra palavra minha. Show deles no CCSP sábado; se você, eu fosse, iria.

segunda-feira, maio 12, 2008

Always


Queria estender meus abraços de despedida para sempre, que os finais fossem sempre começos, queria guardar a indiferença e te deixar saber que queria ter os conselhos mais perto, as risadas próximas, as conversas e cafés. São estados de diferença, e minha indiferença é diferente, é difícil deixar que saibam até onde me importo. Não que eu finja, ou que esconda, simplesmente certas coisas não transbordam, caem vez ou outra dos meus olhos, sempre guardados dos outros.

Poucos sabem como eu me machuquei para parecer forte, como eu corri para continuar no mesmo lugar, como eu andei em rodas para sair do ciclo...

And I'll miss your laugh your smile
I'll admit I'm wrong if you'd tell me
I'm so sick of fights I hate them
Let's start this again for real

So here I am
I'm trying*


O mundo esfriou e eu queria um abraço.
A pequena carioca brinks.

Assino embaixo. :)

domingo, maio 11, 2008

Entre caixas, conversas e a Cat Power

Estive pensando porque entre nós as palavras saem. Sim, as pessoas conversam, eu conheço e falo com os tipos mais estranhos e diferentes, você sabe que é assim e você conversa como a simpatia, envolto num certo tédio, que nem todos vêem. Mas nós, em comum, temos aquilo que mantemos em caixinhas guardadas dos outros, um ou dois que ouvem sem rodeios a nossa vida, quase sempre por palavras, seja pela distância ou pelo tempo sempre correndo ao nosso lado.

Mantemos os nossos medos e os acontecimentos remotos em caixinhas etiquetadas como acaso. Afinal é do acaso que cada dia se faz. Guardo uma com o a etiqueta 'ilusão', guardo tanto que, às vezes, sem querer esqueço a ilusão e me pego vendo como a vida levou a sério aquele papo todo de indiferença.

Tem uma outra com o presente e no presente resolvi não me importar e ser imparcial, conseguir na vida aquele desafio do jornalismo, tenho conseguido, é verdade, falo com a precisão dos seus sorrisos e esqueço os outros lados, quando conversei com eles pareciam egoístas demais, não acho que tentar resolver os problemas pro outro seja bom, é preciso deixar a liberdade sorrir e olhando dentro dos olhos dela é hora de decidir.

O futuro me pegou pelo braço, a caixa se abriu e me fez no meu jogo uma peça no tabuleiro, a confusão respirou nos meus dias e eu resolvi só não ligar, meu inferno astral durou dois meses, os dois meses mais infernais de dezenove anos de vida. Onde tudo resolvia só acontecer. Vida própria demais, e ela, a sis, me falando, "não se preocupa, olha o passado, a sua vida se encaixa sozinha" e eu pensando que o sozinho jamais chegariam. E agora é a vez da caixa do futuro me mostrar que eu posso sorrir, mesmo que as brigas continuem cada vez mais frequentes e eles sejam incapazes de tomar uma decisão que causaria a dor única e fim. Mostrar que eu posso chorar, quietinha quando tudo cair e nas minhas lágrimas limpo o passado. Que eu posso correr quando tiver vontade ou ficar parada. Que eu posso desistir ou esperar, olhei, e na caixa ao lado tá escrito: "resultado das escolhas".

Condenada se for ou ficar. Pelo "e se" regado em fraqueza ou pelo "tempo desperdiçado", embora você não deixe o tempo ser desperdiçado preenchendo eles de silêncio e companhia. Escondo o que tento provar. E eu então mudarei, outra vez ainda, porque coragem é tudo.

Já estive perdida, egoísta acreditei em todos os significados dos sonhos ruins; acreditei que nessa vida como em campo minado mais cedo ou mais tarde, explodiria.

Sem notar frases se completam e tudo, sempre, hoje, vem das nossas conversas, dos livros que lemos, sonhos que tivemos, palavras que falamos, vida que compartilhamos escondidos dentro das caixas. Falamos, mesmo que não sejamos os mais apropriados a ouvir, ouvimos mesmo que não sejamos o mais apropriados a falar. Vivemos e... do resto, já não sei.




Hated to see you sad when I left
There's just no good in that but the good part was
That I came at all cuz I don't venture out
Into the lives of the new
I want you to come along for the ride
How long will you stay for your whole life
You just know you should
Can you tell me can you tell can you tell
If there is something better
Cuz you know there always is
There always is

Love and communication you were here for me
At this very moment cuz I found you on the phone
You called me
And you were not hunting me

Love and Communication - Cat Power

Os outros corpos
são só corpos
se não são o seu.

sábado, maio 10, 2008

Todos os monólogos ensaiados se transformam em metáforas que são completadas com outras e tudo virá um livro de citações sem fim, um fim, o silêncio aquele que me faz perceber que a presença basta. E as palavras querem te contar do meu dia, dos meus últimos dias, e de como tenho me perdido na esperança de me encontrar. Esperei que doe-se mais, esperei que fosse chorar a cada novo partir, esperei tanta coisa e no fim é um misto de alívio. São os recomeços que eu cansei de te falar e que surpreendentemente acontecem a todo tempo em sua presença. Já não digo tanta coisa; por medo, medo de voar, medo de sentir, medo de cantar e ser feliz. O mesmo medo que perguntei como garota birrenta, quem era ela que possuía. Te confesso em silêncio que meus medos se misturam ao meu cansaço, penso em parar por aqui, e continuar os meus passos diante de tantas possibilidades. Até aparecer o silêncio...

E você sabe.
words

Estou entre pensamentos e coisas que não sei. Você sorri, e o seu sorriso acende uma estrela. Entre as coisas que deixam minha mente livre. Você sorri, e o seu sorriso ilumina um pedaço do céu. Um tempo entre as respostas e perguntas, um tempo dividindo a ausência de algumas coisas, talvez a razão tenha levado a sério a indiferença. O que a razão não sabe, é que pelo trabalho mal feito, a emoção tem privilégios. A minha razão sempre foi burra e a minha emoção adolescente, simples e leve.

Você sorriu e me fez sorrir. Enquanto aceitava ou negava verdades inaudíveis. Você esteve por perto, nenhum dia longe demais, fora do alcance dos meus braços, que teimavam em envolver o teu corpo ou dos meus dedos que teimavam em tentar encostar na tua mente.

Um dia qualquer pode passar aqui, as palavras não ditas são suas por direito, estão em uma pasta com um nome conhecido nosso. Uma das piadas com algum detalhe das nossas conversas, que sempre tiveram graça, pra mim.
DOIS DIAS

Dois dias revirados de acontecimentos importantes e detalhes relevantes. Dois dias que os cariocas estiveram na minha paulicéia desvairada, a menina Mia e o seu irmão companheiro. O encontro no metrô e o abraço de velhas conhecidas, afinal, essas linhas entregam e constroem coisas inexplicáveis. Nas linhas eu coloquei toda minha vida e delas eu tirei coisas. Nelas eu me perdi tantas e inúmeras vezes. Com elas conheci pessoas geniais. Por elas eu deixei ir pessoas. É um samba de letras e no fim, eu nunca vou saber ao certo o que existe.

Ainda penso no que aconteceu. Porque tem coisas que não entendo. Só precisam saber que: eu não planejo quase nada nessa vida, as coisas acontecem, e eu aceito com o sorriso largo e o abraço apertado; não sei do futuro nem do passado. Não existe ninguém enganado por mim, eu vou com um aviso enorme, minha cabeça tem dono e as coisas podem ser, desde que aceitem as condições. Sabem, sempre sabem, porque é impossível esconder os meus pensamentos, depois de algum tempo eles saltam para longe, longe demais para explicar em linhas. Não ache que enganei ou usei ninguém. Não, milhares de vezes não. Mas não adianta explicar para quem não quer ouvir. E lembra aquela vez que eu falei: "respeito o seu temperamento, respeito o seu tempo, te respeito". Respeito e gosto, ponto, um dos meus presentes das letras. E isso é tudo.

Sobre o acaso, deixei a prova maior da existência dele com o meu carinho naquele abraço de despedida no metrô, enquanto tentava conter as lágrimas. Chorei quietinha enquanto as estações iam, de falta, de encontro, chorei porque é bom saber que ainda tem garotas, tão garotas, como a menina tímida do Rio.

sexta-feira, maio 09, 2008

Hello, Goodbye

O dia amanheceu cinza e assim ficou. O dia se foi e só vi o sol no papel que desenhei para contar pra você, te garantir que a luz iria voltar e se hoje o dia ficasse por inteiro cinza era para não te cegar se juntando com a sua própria claridade.

O dia amanheceu devagar com um sonho bom. E se eu contar, ninguém conseguirá ver o que é bom nisso, porque a gente prefere as coisas diferentes e quase ninguém entende.

A tarde se desenhou em um sono profundo, sem sonhos, só a calma para ser arrancada em palavras quando abrisse outra vez os olhos. Porque as palavras tem essa estranha ponte de mão dupla com o real.

A noite é uma caixa de surpresas. Um jogo sem regras, um tabuleiro sem peças e tem sido, um céu sem estrelas. E disso, eu garanto, sinto falta.

Todas as minhas vontades envolvem uma simplicidade impossível, ver aquele filme pela milésima vez, decorar o poema de dez coisas em você, só para fazer outros 30 motivos recheados com detalhes e terminar do mesmo jeito, abraçar o mundo e ter certeza de que tudo fica bem. A minha cabeça é a minha tormenta e a impulsividade a garantia de risadas. Nada importa tanto assim. Só importa aquilo que me quebra em duas, sem notar, os pedaços voam... Viram estrelas brilhantes no meu céu, até então, apagado.
All my loving



Alguns sonhos são simplesmente tão reais, me fazem acordar sorrindo como nos finais das brigas que são só birras de quem contesta a vida. Se tivesse roteirizado esse: os personagens não encaixariam, o acaso não ajudaria e talvez eu acordasse sem esse cheiro e essa vontade
de sorrir.


Close your eyes and I'll kiss you
Tomorrow I'll miss you
Remember I'll always be true
And then while I'm away
I'll write home everyday
And I'll send all my loving to you

I'll pretend that I'm kissing
The lips I am missing
And hope that my dreams will come true

the beatles


O depósito de Calvin já acabou, alguém conhece outro?
HAHAHAHA!

Com isso e isso:

sue. diz:
vou dormir
sue. diz:
=****
v diz:
vai lá,
v diz:
se cuida,
v diz:
não se meta em tantos problemas,
v diz:
pelo amor de deus,
v diz:
hahaha,
v diz:
você é uma bela ariana,
v diz:
já passei por isso.
sue. diz:
e como resolveu?

____________
hora de dormir...
para arianos certas coisas simplesmente não se solucionam, aparecem coisas para preencher o tempo, afinal é verdade todas aquelas coisas clichês de signos.
Eu falei,

Complicada sim, indiferente não. Diferente sim, indiferente não. Eu já não sei. Talvez sim, talvez não. E tudo pode (só) parecer tão certo.

quinta-feira, maio 08, 2008

Even an end has a start

As últimas brigas matavam a verdade, porque já não existia tudo em cartas abertas, talvez nunca tivessem baixado tudo, não tinha contado o último medo. Aquele que a fez recuar diante dele, quando suas mãos a envolveram pela cintura e ao invés de selar o momento, resolveu se virar. Contar que foi no abraço que se entregou, e só quando se sentiu pronta e protegida soltou devagar, até os olhos voltarem a se encontrar e os lábios fazerem o mesmo caminho. Não contou seus motivos e apagou a importância da cautela naquele instante. Não importava nada: passado, presente, futuro ou não saber se entregar. Não conseguiria depois daquele primeiro beijo. Mas já contava com a perfeição injusta dele em saber exatamente como fazer ela seguir. A tratou como a primeira dama do reino das palavras. E a sua voz a invadia todas as vezes que lia qualquer coisa que a fizesse suspirar no fim, era assim que via ele, o causador de suspiro, um amor para não ser amado. Os sentimentos faziam o caminho inverso da razão e as suas resoluções eram cada vez mais frágeis. Sentia em um nó todas as coisas. Queria, viver ou morrer, fazer qualquer coisa que o certo e errado não a deixavam. Um passo que não sabia como dar.

Via ele dormir como uma criança, agarrado ao travesseiro, enquanto buscava o começo na memória e o começo tinha sido toda confusão das últimas linhas. Agradecia a cada novo "bom dia" a escolha feita, ou refeita e desfeita tantas vezes. Ninguém negaria que existia algo ali, enquanto ele passava as mãos pelo cabelo dela, mas só eles pensavam como aquilo era bom. Se ele estava por perto, era desnecessário se preocupar, foi assim que percebeu: as discussões eram os degraus que subiam, e ela sabia, estaria ali com ele naquele sentimento calmo, as frases se completando, os gostos se repelindo, as diferenças e semelhanças misturadas em melodias simples.

Era uma certeza, e certeza é uma dessas coisas particulares demais para se tornarem palavras.


Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu


Chico amor Buarque
Os outros

Revirava o apartamento atrás daqueles dias de paz e cumplicidade. Olhava para sua cama e via ele deitado enquanto ela se trocava. Olhava a sala e via ele sentado no sofá falando do céu e observando sorridente os hábitos dos vizinhos. Olhava a cozinha e era ali, ao lado dela na pia, que ele sorria enquanto ela estabanada fazia café.

Todo o apartamento tinha um daqueles detalhes que tanto tentou apagar. E todos os detalhes pediam para renascer. Ele pedia para voltar em mensagens sem nexo e com palavras turvas. O cheiro dele ainda em seu nariz, desde aquele abraço do qual não quis se desvencilhar.

Os dedos dele sempre a tocaram inocentemente nos lugares certos. Os beijos no rosto para quebrar sua resistência e as bocas encontrando-se no acaso. Aquele beijo anunciou o caos e o paraíso em um mesmo compasso.

Os olhos dele gostavam de correr o risco e ela se entregava devagar sem perceber, até aquele apartamento e todos detalhes, que não notará, ficarem grandes demais. Acordava e dormia com ele em corpo ou pensamento. Queria e de tanto querer o deixou partir. Perdeu enquanto acreditava possuir. Mas, no fundo, sabia que ele jamais ficaria sem um sinal. E ela escondia os sinais, fugia dos riscos, se guardava na fantasia e sorria sem graça das piadas dos outros.

Ficou com todos e sem ele, só depois notou: ele era os outros dela.

quarta-feira, maio 07, 2008

Please forgive for my distance,

Um trem de pensamentos muito dificeis de seguir e interessantes demais para deixar para lá. O sol, as cores, os dias, as risadas e os planos, soltos em palavras que não chegam a ser ditas. Viram só linhas enquanto isso se escreve em curvas cada vez maiores, curvas que me levam direto ao mesmo ponto, só mudo de lado, vez ou outra, para enxergar de outro ângulo, para procurar do outro lado qualquer coisa que mude este. São só fugas imaginárias, algo que apague o brilho desses dias para que alguma luz lá longe se acenda e eu caminhe direto para ela. A luz, a vida e as possibilidades. Sabe, ando cansada, cansada de não me importar, cansada da minha indiferença, cansada dessa coisa blasé que eu vesti e nunca me serviu muito bem. Não é assim que é. Mas eu me adequei a vida como ela esperava que fosse e foi. É, por esses dias, a vida encaixou como uma carapuça nos meus dias, e os meus dias são imprevisíveis, porque as minhas vontades mudam e a vontade maior guia esses dias a um nada especial.

Tenho acompanhado a troca, o jeito, o medo, tenho acompanhado e estado longe. Desculpa, se tento ficar longe e só me aproximo mais. Desculpa, por não lidar da melhor possível. A cautela poderia, mas raramente ajuda. Daquele lado tudo já é diferente. Do meu lado tudo se encaixa de um jeito perfeito, as peças jogam sozinhas, e o meu esforço não me cansa. Porque o silêncio não me incomoda, depois de tudo, estar em silêncio com você ainda conforta e eu penso que triste são os que precisam sempre de palavras.

Me perdoe pela distância...



Claramente inspirado em "Fiona Apple - To your love"
Bridge over troubled water

Quando você estivesse cansado, se sentindo pequeno e nenhum amigo pudesse ser encontrado, eu estaria ali. Se o mundo mudasse de cor e todos os jogos fossem novidades, eu te ajudaria a colorir e sentaria paciente para aprender com as suas mãos novas regras ou simplesmente sorririamos dos que precisam delas. Sem regras, estaria lá. Uma ponte em águas turbulentas.

Se você estivesse por baixo e não quisesse falar, eu seguraria a sua mão e ficaria quieta. Se de repente você estive na rua sozinho com frio, eu te cobriria com um abraço. Se você me ligasse para ficar sozinho comigo, eu deixaria e seria presente nas nossas coisas que ninguém vê. Se você tivesse discutido com o seu melhor amigo, errado no trabalho, e ainda tivesse um resfriado, buscaria as palavras pra você, ouviria você falar mal do seu chefe e te pediria para ser tolerante com seus erros e por fim te daria uma aspirina. Mas principalmente, deixaria você pensar, porque a gente sabe como são importantes os amigos.

E se de repente a dor estivesse presente, deixaria a sua cabeça no meu colo, tiraria com os dedos em seus cabelos os pensamentos ruins um a um. Sorriria para os seus olhos tristes, seguraria a sua mão com força, até as nossas forças se misturarem.

Uma ponte em águas turbulentas, navegue, é o seu tempo de brilhar. Os sonhos e as palavras estão a caminho. Se você precisasse, estaria por perto, mas você não precisa de mim. Eu aliviaria a sua mente. Seria um sonho e pesadelo na forma de garota. Adulta e criança na medida do impossível. Agora, o acaso me deixa com vergonha e tudo que quase é, já não será.

Navegue, garoto de luz, caminhe sobre as águas turbulentas. O cansaço constrói frases no futuro do pretérito e fim.



ps: qualquer semelhança com a música da Fiona Apple não será mera coincidência.

terça-feira, maio 06, 2008

Sorrindo,


Lembro de um dia de chuva, do meu guarda-chuva vermelho te protegendo, das brigas, lembro de algum dia de sol e das risadas, lembro do acaso e da sua cor. Esqueço detalhes grandes demais e no momento seguinte, já não quero nada disso, só um pedaço de paz onde o depois não importe se comparado a esse antes que faria dele uma vitória. O antes ou depois não importam quando o presente é incerto e natural.

Em particular

Sentou com a caixa de fotos, bilhetes, cartas, sentou refazendo a memória; achou que encontraria a sua alegria presa dentro daquela caixa. Até perceber que tudo estava fora dela e que tudo era ali no agora, guardava ali tudo que ficaria preso, longe e perto, sempre perto das lembranças que não precisavam daquilo. A caixa voltou para o seu lugar e ela para o seu jeito estranho de ser feliz...

É de se entender porque eu gosto tanto de Calvin.


tirado daqui.
Detalhes


Longe é só aquele lugar onde a gente nunca vai. Estranho é só o desconhecido. Medo é só uma trava nas possibilidades. Coragem é um vacilo certeiro. E certeza é, simplesmente, a soma dessas pequenas coisas.

segunda-feira, maio 05, 2008

BREVE

Queria falar, queria ficar em silêncio, queria correr e parar em um abraçado apertado, queria escrever e acabar com as palavras. Talvez não soubesse o que queria porque quisesse tudo e tudo é muito para carregar sozinha.
Em versículos

Esses dias o passado tem visitado o presente. Encontros inesperados diante de um céu cheio de estrelas, cada um deles é uma delas; meus amigos, minha saudades.

Sabe, te contei de alguns dias, mas a vida trata de fazer outros. Os momentos se refazem e as histórias jamais acabam. O fim chega quando já não há ou importa o que tem para ser dito, contei do passado e da sua cor. Falei do presente de como mudei em relação aos outros e a mim. Ver a ficção com os olhos do real. O real com os olhos da ficção. Poucos me conhecem e os sorriso já não são raros. Tenho rido do jeito que tudo é e ponto, na verdade ponto e virgula, e desse jeito essa história é toda feita em versículos.
Efeito dominó

Renascer nas pequenas coisas. Ressurgir da simplicidade. Procurar o sol escondido entre as nuvens da vida. Viver cada momento, fazer dos detalhes coisas grandes para recordar, um sorriso contido no ônibus, uma gargalhada estridente entre amigos. Sonhando com a vida mesmo que esteja com os olhos cansados de olhar o real, meus dedos giram o isqueiro no mesmo compasso que giro o presente e paro no mesmo lugar.

Daqueles momentos em que estrategias de dominó são como as estrategias da vida. Eu sei que se contar as peças da mesa posso jogar com a fraqueza dos outros. Eu sei. Mas não uso estrátegias no jogo ou na vida. Nem sempre o importante é ganhar porque o jogo já faz um ponto de felicidade. E se for para contar, deixo você com os números e com o final do jogo,

em duas vidas.

domingo, maio 04, 2008

Sem avisos...

Sentou na grama verde, ainda molhada das gotas da noite anterior, olhou a sua frente o sol que nascia. E interrogou em pensamentos as dúvidas da noite passada, na mente um oceano de palavras, e só um beijo seria capaz de quebrar aquele silêncio, o medo, a incerteza, só os olhos piscando em nervoso, as mãos encontradas, os corpos tão próximos que o ar respirado era o mesmo. Narizes brincando como no seu primeiro e inocente beijo. Ela sentia falta dos beijos inocentes, das mãos calmas, dos olhares cúmplices. Achou, até aquelas conversas, que nunca mais encontraria ninguém com quem pudesse ser simples. Simplicidade. O que é simplicidade agora, enquanto está sentada passando os dedos sobre o cachorro que brinca com a ponta deles? O que é simplicidade se não as possibilidades que ela criou e os dias que foi, ela sempre foi. Até que parou e esperou.

Ficaria ali pela eternidade, se os pensamentos não flutuassem sem aviso e pedisse movimento a essa vida de ilusão, deveria procurar por ele e dar a ele certezas. De um dia, uma tarde, uma noite ou mais. Deveria fazer qualquer coisa. Mas quanto vale a ilusão? Por que é tão difícil fazer dela verdade, se tudo é de uma simplicidade absurda...
Abri a pasta, aquela que tem o nome "claritromicadepois", uma pasta que eu abro para rever os assuntos parados.
E vem pra cá os passados, como esse.

Ao meu finado miojo,

Eu preciso de verdade. De alguém que me pegue e fale tudo que tiver para falar. Sem se preocupar em me quebrar. Porque eu vou quebrar, eu vou quebrar algumas cinquenta mil vezes ainda, o mundo é concreto. Simples e duro. Eu assumo todos os riscos das minhas escolhas, desde muito pequena. Nunca precisei de muita coisa. Nunca fui de muita gente. Eu sou seletiva com meus gostos, seletiva com a vida, seletiva com a seleção natural de alguns. Eu sou a garota velha de dezoito anos. A menina que não vai ficar olhando a vida encostada em qualquer canto. Eu vou quebrar milhares de vezes. E vou rodar, porque não tem jeito de parar, não posso parar. Parar pra que? Para falar que tá tudo errado. Que todo mundo é errado. Os problemas? Eles existem. Tinha o exame que eu não fiz por motivos ridiculos para contar. E agora a maior crise do mundo. Nem o miojo mais bonito feito na história recente se segurou e me segurou de pé. Então, eu tremo um pouco e continuo. Porque eu sempre continuo.
22/03
Do passado,

E então, começa aquela música, eu lembro daquela frase:

"your kisses are better than wine"

e de repente tem um prato de beterraba nos meus pés...
hahahahahahaha.

sábado, maio 03, 2008

Chuva, café, canetas e o mesmo


Eu e meu guarda-chuva vermelho caminhávamos pelas ruas do centro, procurávamos, juntos, um café e uma mesa do lado de fora que não molhasse meus pés e deixasse a rua e a água na altura dos meus olhos. Cheguei naquele de sempre, o que prega coincidências no meu riso contido, a rosa sem espinhos que vem no mocaccino, o cara falando alto sobre aquele filme controverso, o mesmo amigo passando apressado na rua debaixo. Sentei, coloquei o guarda-chuva vermelho ao lado, peguei o bloquinho, o meu outro bloquinho, aquele recheado de você acabou e agora faz companhia para palavras esquecidas na gaveta da escrivaninha, o meu novo companheiro e as canetas coloridas continuam em um espaço especial na minha bolsa. Continuei brincando com as canetas, prendi o cabelo em um nó com uma delas, sorri para um garoto bonito com a mesma cara de todos os garotos bonitos dessa cidade, parecia ter saído de uma banda que fazia qualquer coisa muito parecida com Los Hermanos. Por fim, continuei ali, com as coincidências e sem você.


detalhe (insignificante) ingleses [mais] tomarem chá, tudo é uma questão de ponto de vista, sempre.

sexta-feira, maio 02, 2008

Sorriu até a bochecha doer, falou até as palavras se misturarem, ficou em silêncio quase todo o tempo, falava mas era pra dentro. Tentava em vão conter as frases e os pedidos de redenção, queria se render, mas tinha tudo aquilo e ele, e no outro via tanta dificuldade e maravilha; enxergava naqueles olhos compreensão, embora as palavras a confundissem da cabeça aos pés, não sabia quando era ironia ou quando o jogo era só para complicar e depois ele poder sorrir magicamente. Pensava na distância e nos dias que não se viam, pensava em conversar, queria contar a vida inteira, queria que ele soubesse de tudo e a visse depois do café.



Mas tinha o outro e o outro era paz.
Escolheu dias calmos a tormenta
e morreu...


Foi assim que se sentiu quando viu outra nos braços dele. Sentiu que seu castelo tinha ruído, quis bater a cabeça na parede milhares de vezes para acalmar as vozes que a chamavam de prudente demais. Era, não era, era e já não importava.




Fim.

quinta-feira, maio 01, 2008

'Todos meus amigos voam,'


Sentei olhando a tela do computador em branco, espero o celular tocar e assim que ele tocar ainda terei mais vinte minutos para contemplar a tela e a saudades. Sinto saudades de uns dias que já se passaram há tanto tempo, hoje revia fotos atrás de uma em especial, uma que você gosta, é verdade, eu achei e sorri porque ela me faz parecer tão menina; dentre aquelas fotos encontrei as do meu passado. E é exatamente ele que fará meu celular tocar, espero a minha amiga passar aqui, vamos para são bernardo sorrir das lembranças, depois que as coisas vão passamos os dias sempre sorrindo das lembranças, nossos dias já são diferentes, sonhos e o futuro se desencontram. A união é aquela coragem juvenil que mantemos acesas nas nossas relações e as risadas que mantemos junto das lembranças.

Meus amigos são mais fortes e maiores que eu, meus amigos me colocam no meu lugar de garota, meus amigos são as pessoas mais importantes dessa vida; eles e as palavras, sem um dos dois seria nada e nada é muita coisa no caso de ser obrigada a viver.

Não viveria, não sorriria e não continuaria esperando o celular tocar. Ele acabou de tocar e eu ainda tenho vinte minutos.

E eles são seus...


Lembrança e saudades.

Um livro do Caio F., uma panela com brigadeiro quente, meu edredon amarelo, dvds do meu desenho e filme favoritos, são paulo cinza e o vento frio. Essa combinação de pequenos prazeres seriam melhores dividos com você, pés enroscados e dedos brincando...

em paz









andando em círculos
paro
SEMPRE
no mesmo lugar