domingo, maio 25, 2008

Uma pirueta, duas piruetas, bravo! bravo!

Ninguém pode dar uma resposta que cale todas as perguntas. Uma frase que construa uma cidade inteira. A compreensão calma e serena existente em tudo que não deixa de existir. Os sonhos são contados, antes de partir, e no rosto um sorriso é parecido com arrependimento. Quase como um ponto final, que se transforma em vírgula porque o incerto esbarrou no braço naquela hora de tudo fechar em um ponto. Os pontos finais já foram espalhados no mínimo duzentas vezes. Cheguei a porta em outros momentos, até senti falta de outro abraço, outro braço. Mas a proximidade me coloca longe. Tudo que é, simplesmente, igual demais, cansa.

Não preciso, não consigo, não sei lidar com o igual. Só a compreensão muda e os olhos falando que tudo está certo, mesmo quando o mundo desmorona. E tudo se mistura em nada. Quando não me interessa o assunto, nem o mundo, nenhuma das coisas despregadas em piadas sem a graça de quem olha a vida com doçura de criança e experiência de adulto. A linha entre triste e alegre é tênue, e é preciso reconhecer nos outros o desespero, para não rir do que machuca.

O circo me mostrou vida além dos nossos preconceitos. Como vive esse povo que usa o seu dia para divertir e indignar os possíveis com a mágica do impossível, como a trapezista que desafia a gravidade e a força. O palhaço com olhos tristes que ganha vida fazendo sorrir. Dos que desafiam a morte em um globo.

E nós, normais, quase nada desafiamos; e pior, tem gente que faz menos ainda.





ps: inesquecíveis os olhos tristes do palhaço meu entrevistado e a angústia e quase lágrimas entrevistada pela garota.