Abri a pasta, aquela que tem o nome "claritromicadepois", uma pasta que eu abro para rever os assuntos parados.
E vem pra cá os passados, como esse.
Ao meu finado miojo,
Eu preciso de verdade. De alguém que me pegue e fale tudo que tiver para falar. Sem se preocupar em me quebrar. Porque eu vou quebrar, eu vou quebrar algumas cinquenta mil vezes ainda, o mundo é concreto. Simples e duro. Eu assumo todos os riscos das minhas escolhas, desde muito pequena. Nunca precisei de muita coisa. Nunca fui de muita gente. Eu sou seletiva com meus gostos, seletiva com a vida, seletiva com a seleção natural de alguns. Eu sou a garota velha de dezoito anos. A menina que não vai ficar olhando a vida encostada em qualquer canto. Eu vou quebrar milhares de vezes. E vou rodar, porque não tem jeito de parar, não posso parar. Parar pra que? Para falar que tá tudo errado. Que todo mundo é errado. Os problemas? Eles existem. Tinha o exame que eu não fiz por motivos ridiculos para contar. E agora a maior crise do mundo. Nem o miojo mais bonito feito na história recente se segurou e me segurou de pé. Então, eu tremo um pouco e continuo. Porque eu sempre continuo.
22/03