quarta-feira, maio 14, 2008

Tudo à vontade, então

Quis uma janela, em um barco a vela, que preferi velejar. Me leva para longe de casa, a sua casa é mais certo que sim. Em uma palavra rente a boca, nada além de esconderijo, muito além de tudo isso. Tudo bem.

Vou por atalhos, se faço curva, faço nó. Sem direção, te aviso que vou voltar. Menino, a lente é vidro de aumentar visão. Quero um balão, o mundo me fazendo subir, os outros me enganando com as mãos, e saber que vou voltar. A cicatriz é meu perdão. Deixa eu explicar sem medo, tão mais cedo quanto for, assim não é preciso impressionar. Me cale com um segredo que eu não possa ver a cor.

Mais uma tarde, outra manhã e algumas noites; tudo acima do chão, flutuando em paz, a visão vem do que sente. Em outra direção, às vezes, sempre, mais caminho que corrente.

Meço pelo verso meu avesso, sou inversa
sou metade com inteira dor. Meço o avesso do verso e descubro o inverso imerso no meio da metade que eu ousei partir. Quando muito digo, me calo, e o meu silêncio é raro. Eu vou, não vou, não sei, sei que nada é que não sei.

Dai-me paciência haja tanta curva, mas vale tanto a pena ver a cena da canoa. A cabaça das idéias conhecida por cabeça, quem sabe talvez mereça um lírio, rosa ou azáleia.

Guarda no horizonte o nome de amanhã. Me manda calar a boca, me mata pelo silêncio, vele-me no teu sorriso velho comum artifício, seu.

Ele correu assim, sem mais. Correu demais até cansar subverteu alívio quando já não coube mais na fantasia. Queira ou não queira a compreensão.

A razão espaço tempo é mesmo tão desencontrada, tudo que não me interessa eu jogo fora. Vivo como o sol que se esconde ou se espalha.


* mil frases dos Los Porongas soltas e presas por uma ou outra palavra minha. Show deles no CCSP sábado; se você, eu fosse, iria.