Hello, Goodbye
O dia amanheceu cinza e assim ficou. O dia se foi e só vi o sol no papel que desenhei para contar pra você, te garantir que a luz iria voltar e se hoje o dia ficasse por inteiro cinza era para não te cegar se juntando com a sua própria claridade.
O dia amanheceu devagar com um sonho bom. E se eu contar, ninguém conseguirá ver o que é bom nisso, porque a gente prefere as coisas diferentes e quase ninguém entende.
A tarde se desenhou em um sono profundo, sem sonhos, só a calma para ser arrancada em palavras quando abrisse outra vez os olhos. Porque as palavras tem essa estranha ponte de mão dupla com o real.
A noite é uma caixa de surpresas. Um jogo sem regras, um tabuleiro sem peças e tem sido, um céu sem estrelas. E disso, eu garanto, sinto falta.
Todas as minhas vontades envolvem uma simplicidade impossível, ver aquele filme pela milésima vez, decorar o poema de dez coisas em você, só para fazer outros 30 motivos recheados com detalhes e terminar do mesmo jeito, abraçar o mundo e ter certeza de que tudo fica bem. A minha cabeça é a minha tormenta e a impulsividade a garantia de risadas. Nada importa tanto assim. Só importa aquilo que me quebra em duas, sem notar, os pedaços voam... Viram estrelas brilhantes no meu céu, até então, apagado.