domingo, agosto 31, 2008

There is no room for doubt


Estamos preenchidos de sonhos quebrados. Dentro dos seus olhos e na sua expressão um incomodo que não sei classificar. Já não posso fingir e nem negar que gostei muito de tudo, só que não dá mais, não é uma questão de escolha, não minha, você fez e agora eu aprendi a aceitar e sorrir. Sorrio da leveza e do vento frio no rosto. Sorrio do passado e de como a minha urgência passou.

É como se algo que nunca teve a coragem de ser, tenha chegado ao fim. Como desistir da peça no meio, perder uma caneta que gostava muito ou o guarda-chuva vermelho, qualquer coisa banal que aprenderei a viver sem, mas sentirei falta quando precisar de uma caneta ou quando a chuva me pegar de surpresa.

Quer saber toda verdade? Sentirei falta do seu sorriso. Dos seus olhos fugindo, das suas mãos frias, das suas pernas inquietas, do acaso que regia uma história.

Tanta coisa que falei em silêncio, mas já era tarde demais, embora nunca...


ps: o título é the operation da Charlotte Gainsbourg.
ps²: dias bons...

sexta-feira, agosto 29, 2008

Música

Não faz mal, te conhecer, não é real o seu medo. Uma frase solta no meio de uma música que ouvi porque falei "tá, vou ouvir sua música, qual é a melhor?". Sempre te procurei para fugir. Mas fugi para longe de você. Sinto uma saudades e uma vontade de louca de ver outra pessoa, não você, não mais. Cansei sabe? Como escrevi tantas vezes e o meu medo é dessa vez ser verdade. "Faça o que lhe convém", mais uma frase solta, te mostrei porque era preciso se conhecer, ele também fala isso e eu só quero sobreviver.
Ao remoto passado,

Tudo isso foi o mais complicado e o mais simples pra mim. Tudo era estranho ao ponto de trocar pensamentos por sorrisos e assim não me preocupar. Andamos juntos por tantos lugares e continuamos em círculos, chegávamos sempre a um lugar incomum. Algo me fez ver além desse lugar que você usa para viver. Me lembrou da minha liberdade, dos meus dias de pouca preocupação, de como certas coisas me irritam profundamente e como você as suporta. Lembrei dos meus amigos e de como eles vivem. Lembrei dos meus começos e de que é preciso um fim. Um até breve ao seu silêncio, na sua indefinição, nas oportunidades que te dei para falar, na liberdade que te entreguei para se arrepender, nas possibilidades que te deixei para escolher.

Até um dia ou nunca mais.


OU

Palavras, sorrisos, olhares, definição, enfim...

segunda-feira, agosto 25, 2008

Pequenos prazeres

Você me deu bom dia com um sorriso e eu podia sentir leveza no seu olhar. Brilhavam seus olhos mesmo que não conseguisse vê-los. Os meus dias tem sido feito de escolhas. Ir ou ficar, andar ou parar, mudar ou não de emprego, dinheiro ou satisfação, seria insatisfação continuar? Ou é só prazer causados pelas mudanças? Me identifico com outras palavras, outros sorrisos, outros carinhos. Mas em nenhum corpo encontro o seu. É como se em cada novo perfume faltasse um cheiro especial. Em cada abraço faltassem dedos. E os sorrisos fossem dentes e só. Hoje não pensei nada disso, estava enfeitiçada com minha nova descoberta em letras, basta uma coisa qualquer que só você entenderia para lembrar como os outros são os outros. Sabe, tem uma pureza que vive se pondo, como o Cazuza cantou. Uma coisa que as pessoas perdem, se perdem, esquecem as confidências de tão pequenas, não acham que suas particularidades são todas necessárias. Falta respeito e eu vejo ele em você. Manias infantis e bonitas, metáforas acontecendo no mundo real, contei do meu travesseiro, lembra? O meu travesseiro desde cinco anos que minha mãe escondeu de tão velho. Sinto falta dele, mas eu sei onde ele está e de verdade é das coisas que mais me importam na minha casa. O meu velho travesseiro. A minha velha história pra qual eu volto até sentir que chega. Poderíamos transformar ação em palavras finais.

Queria te falar do seu sorriso. Te lembrar do café. Pedir para ficar em silêncio ao meu lado enquanto tento decidir qualquer coisa. Confia em mim. Não são só palavras, mas elas se e fazem só.

domingo, agosto 24, 2008

Eu sei

Uma frase definiria toda essa história: "somos pássaro novo, longe do ninho" e ela estava perdida no meio da música que um cara lembra de mim.

Vivo perdida em meio a músicas, esquecida em lembranças, guardada na sua cabeça em um lugar que você não faz questão de olhar. "Palavras são erro", falo mais quando te olho em silêncio, nossa comunicação é falha e se explica com cuidado. Mas não dá para achar que viveria sempre assim. "Que seja doce".

Feche a porta do seu quarto
Porque se toca o telefone
Pode ser alguém
Com quem você quer falar
Por horas e horas e horas...

A noite acabou
Talvez tenhamos
Que fugir sem você
Mas não, não vá agora
Quero honras e promessas
Lembranças e histórias...

Somos pássaro novo
Longe do ninho
Eu sei! Eu sei!...

sexta-feira, agosto 22, 2008

just try to lean away

Clarice é como uma comida boa que você alonga as garfadas. Uma discussão com argumentos que você tenta não terminar. Montes de letras diferentes daquelas que me anseia a um final nauseante em incompreensão, ela fala da vida, acredita na coragem. Se expôs ao fogo e aprendeu a viver com as cicatrizes. Me sinto assim diante do desconhecido, ando em possibilidades enquanto aprendo a viver com os hematomas espalhados pelo caos.

Como se cada novo dia me reservasse um almoço com pouco tempo. Um jantar a luz de velas na minha própria companhia. Meus sonhos iluminados enquanto espero o macarrão esfriar. Me entrego a vida até que esteja pronta para dividir. Não procuro perfeição, talvez prefira o imperfeito que me impulsiona e faz sorrir do bom ou mau humor matinal.

Fecho os olhos para realizar meus sonhos, faço das minhas mãos protagonistas e reduzo as palavras. Coragem deve ser aquilo que ela diz: viver "apesar de".

quarta-feira, agosto 20, 2008

(RE)Viver

Uns entram, outros saem. Um ciclo de vida que eu aprendi a jogar no tabuleiro das perdas. Ninguém sabe meus reais motivos e eu não conto para ninguém. Reinvento um personagem, quase não falo de dor, enxugo lágrimas de finais de filme e sorrio porque saio daquelas salas, cheia de poesia. Vejo os carros muito maiores e coloridos, assisto a vida nas calçadas daquela rua com tanta história minha, nossa, deles que andaram por lá antes. Tudo misturado diante do baixo meretriz. Reencontro minha vida nas páginas de uma reportagem bem escrita. Tenho vontade de reescrever essa história inteira. Choro, sorrindo, enquanto procuro uma foto em especial que lembra ela. No meio de tanta coisa velha, tanta lembrança registrada, lembrei de uma carta que só lembro a existência, li uma vez, mas não prestei atenção, porque não queria saber mais dessa história que fui obrigada a registrar no meu cartório da vida ainda tão nova.

Eu só tinha quinze anos e tudo que fazia era me revoltar contra Deus, com minha família, com tudo que não explicava jamais porque ela e porque naquele momento. Tínhamos finalmente tudo pelo qual lutamos, duas casas próprias, dois lares. Mas veio a doença e eu lembro de me perguntar diante do espelho, no alto dos meus quinze anos, no fim da minha infância, "por que?". As respostas são inaudíveis e podem chegar quase quatro anos depois. Enquanto eu despertava para vida e dava meu primeiro beijo, ela dormia e segurava a minha mão com força. Ela que comprava revistas de colorir e me levava na padaria para comer tudo que minha mãe não deixava. Ela que saía atrás de um carneiro vermelho e amarelo porque eu cismei que queria tirar uma foto com ele, cismo desde pequena com as coisas, com a diferença de que agora não vou mais atrás dos carneiros.

Aquela vidente com fama de manicure falou que nunca mais fui a mesma desde que conheci o fim. Comecei a ser mais passional, procurar o meu certo e errado, escrever a minha própria narrativa enquanto me guio como a personagem principal. Hoje, falei com a minha amiga que não sabia como as pessoas simplesmente jogam sua vida nos braços dos outros, e apesar de não arriscar um "nunca farei", nisso sabia que jamais chegaria. Eu gosto da sua alma e me sinto protegida, mesmo que tudo seja tão ilusório e eu nunca saiba mesmo o que há, mas sua essência é feita de liberdade. A mesma que ela nunca soube viver, até morrer. A mesma na qual me largo.

Faço tudo caber nos meus próximos dias, para não achar que o infinito acaba, refaço a cada passo essa história. A mesma que a prometi contar em palavras, ajudando os outros, sendo jornalista. Eu prometi ao lado dela ali pálida e imóvel: "eu vou ser jornalista, eu vou ajudar as pessoas, eu vou", perdida em lágrimas esperava ela abrir os olhos. Acabou e ela não abriu. A fecharam e nunca mais.

A cada nova linha daquela reportagem, ou quando parava para recuperar o fôlego, notei que as lágrimas eram alivio e encontro. Aquela matéria traduz o que significa a profissão para mim: ajudar, mostrar, dar voz a quem - vida ou morte - trata de tirar. Não importa nada dessa luta enorme de egos desses escritores, eu não quero um copo mais cheio ou vazio diante dessas mesas, não importa se vou escrever sobre buracos de rua de uma cidade no fim do mundo, eu só sei que vou escrever enquanto houverem palavras. Até eu ter orgulho de mim e ela também.

A lembrança mais nítida que tenho dela, é um olhar de dor com um pedido de ajuda. Não podia fazer parar de doer, nem deveria ter saído correndo sem saber para onde, na tentativa de encontrar abrigo. Porque tudo que eu podia dar, eu dei: amor. Tia, eu vou te amar para sempre, descanse em paz, fim.

Hoje, comecei um novo capítulo nessa história sem fim. O tempo não apaga a falta, mas conforta com o acaso.

terça-feira, agosto 19, 2008

This feels like another dream

Tenho desperdiçado tanto tempo de vida, só vivendo, levando as coisas, empurrando cada um dos obstáculos, feito mais degraus ao invés de subir um após o outro. Parece que parei lá embaixo enquanto todos passam ao meu lado correndo. Tenho sonhado muito mais, como se cada sonho suprisse a minha falta de atitude diante dos fatos, cada sonho real me faz pensar que a realidade podia ser mais doce, ainda que complexa.

Cansei, é hora de mudar, alguma coisa qualquer.

Eu.




ps: o título é dessa música do Rock Kills Kid.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Bright are the stars that shine


Tudo estava perdido, pequenos planos virando sonhos esquecidos. Esperando só a hora certa de uma noite com uma lua linda falar que era hora de dormir e se deixar levar. Queria mais da paz. Sorrisos da calma. Liberdade, queria que você entendesse que enquanto estivesse por perto, ela falaria alto. Porque eu aprendi a conviver com o que imaginei impossível de fazer piada. Aprendi a lidar com o que não queria. Troquei a minha vontade maior por uma coisa que deixou todos os dias com gosto de espera. Deixei tudo. Agora, a espera tem o cenário de um lugar qualquer que devolva o sol pros seus olhos.

Será que eu já não me importo?



ps: o título é and i love her dos bitôus.

domingo, agosto 17, 2008

bitôus e abigõs

É um outro dia e o meu sorriso parece aparecer com uma força sobrenatural nos finais de semana. Quando me sinto acolhida pelos braços certos. Eles perguntam de você, porque não te convidei, porque você não está aqui. Escrevo do computador deles, onde encontro pedaços de mim, beatles e as músicas que ouço para não cansar de sonhar. Escolho justo as letras que me lembram coisas, na minha frente um saco daquela bala de leite japonesa que eu aprendi com você a gostar. E na minha bolsa...

sábado, agosto 16, 2008

wish you were here

Faz tempo que não sento na areia com as pernas cruzadas, os braços soltos sobre elas, como se dali a segundos fosse levantar em um salto e correr por toda praia. Faz tempo que não sinto a paz das ondas. Os dedos enterrados na areia, o oceano como diamantes espalhados em uma colcha da cor do céu, do jeito que o seu olhar me lembra a calma que essa cor transmite, mesmo quando existe conflito neles. Me seguro na ponta do cais, enquanto sorrio, esqueço o peso do meu corpo e me sinto feliz. Se construísse essa cena e nela não existisse você, me seguraria e te lembraria em sorrisos longínquos "falta você".

É assim minha surpresa com um beijo quase roubado de boa noite. Não é o seu e desses beijos, eu não experimento quaisquer, eu já te contei que nesse quesito tenho ressalvas...

The world's a rollercoaster
And I am not strapped in
Maybe I should hold with care
But my hands are busy in the air saying:

I wish you were here

Incubus

sexta-feira, agosto 15, 2008

I've never wanted something rational
I am aware now


Não havia escolha. Todas elas já tinham sido feitas pelo acaso e eu ainda gostava de ouvir você. Calava o ciúmes pensando que aquela era a melhor forma e você teria alguém que pudesse te ensinar a ser melhor. Eu sabia que não me enganava com as pessoas, mas acreditava que elas poderiam mudar, pensei ou me enganei que tinha acontecido isso. Só sabia que não costumava me enganar e...

E então você me tratava como uma princesa e eu nunca estive acostumada com isso. Falávamos coisas simples sobre os nossos dias. Omiti alguns encontros e contei de outros, deixei tudo que não tinha menor importância diante dos seus olhos, porque queria sentir a sinceridade rondando nossas mesas. Brincando com as nossas discussões e xícaras de café.

Talvez isso tenha sido engolido inteiro. E eu vá notar que não era da boca para fora. Que suas palavras eram verdadeiras ainda que se traíssem na essência. Quem sabe um dia, a vida mostre que a sua implicância era fundamentada naquilo que a vidente te falou, o seu anjo da guarda te afasta de todas as pessoas que te fariam mal. Meu anjo da guarda deve estar ao meu lado surrando coisas inaudíveis, enquanto me mantenho no caos. Você é mais corajoso do que imaginei e mais criança do que as risadas nas animações. Você segurou a respiração e a porta, o silêncio e a paciência, guardou a voz e sorriu.

Eu nunca quis algo racional e disso sei agora.





ps: deixando CLARO que o texto é inspirado e livremente adaptado de Head over Feet da Alanis Morissette
ps²: estranhissimo o clipe de Underneath...

quarta-feira, agosto 13, 2008

I don't care anymore

Eu tenho andado longe de tudo. Caminho no meio fio, equilibrada entre o pintado de branco e o naturalmente cinza dessas calçadas, tenho sorrido para chuva, andado pelo centro, esquecido os problemas, adiado escolhas, seguido meus impulsos. Tenho sido garota e mulher. Tenho sido a metade do inteiro. E o meu inteiro é sempre metade. Sinto então a saudades chegar e sorrio porque os dias passam rápido, até que a falta volte a aparecer. É só uma questão de tempo. E depois? Não importa.

terça-feira, agosto 12, 2008

A dios le pido

Mais do que os segundos que os corpos já quase consumidos atingem de êxtase. O seu corpo seria a minha arma contra o marasmo. Faríamos dos segundos novidades, entre brincadeiras, continuidade de uma história sem fim. Porque os ponteiros do relógio ou os dias de um calendário, marcam só o que os outros são capazes de ver, dentro de nós, o tempo passaria seguindo nossa própria lógica.

Sem formula ou qualquer coisa, o seu sorriso faz do meu dia mais leve, e sua alma leve me faz feliz.

Cansada de fugir de mim, me encontro em você e penso: fim.

domingo, agosto 10, 2008

Jigsaw falling into place


Eu não estou realmente vivendo
Sigo para matar o tempo
Encontro paz em noites frias

Lembro das suas mãos
E procuro um número
As bebidas chegam
Eles sorriem, bebem, cantam
Tocam a minha música favorita
As conversas perdem a graça

Parei de falar como uma matraca
Cansei
Voltarei e me concentrarei
Buscarei
Encontrarei o seu olhar

As paredes sorriem
O gato da Alice diz que o caminho
depende
De onde você quer chegar
Com o riso dele
Com o seu riso
O meu riso
A gente descobre uma missão
A minha raiva não compra sua paz

Antes de eu fugir
Me perder no barulho
Não conseguir
Fingir
Te fazer acreditar
No mar e na sua cor...

Antes

Os quebra-cabeças se encaixam
Não há nada para explicar
Eu não compro sua paz
Nos olhamos
Fazemos o pesadelo sumir
Encontramos a luz escondida em você
E os quebra-cabeças se encaixam


10/08/2008 - 3:30 am

sexta-feira, agosto 08, 2008

Dias

Os fatos são maquiados com imaginação. Então vivo os dias pensando em como a ironia faz festa na minha vida. Encontro minha amiga e lembro de quando falava "má, fala super kaaaaaawaiiiii", contei pro meu amigo e ele não entendeu, falou de animes e não entendeu, porque as pessoas não entendem ou entendem tudo errado. Deve ser essa busca por compreensão. Por mais que minha cabeça se iluda com a razão, eu só sei viver enquanto sinto, por isso percorro caminhos sem explicação. Olho no relógio e penso que as horas deveriam ter congelado meses atrás, naquele dia no carro apertado, mas o tempo passou e agora tudo é diferente (ou não).

Ao invés de tentar te ter por perto, tentei te desamarrar, te fazer perceber tudo que era possível ter fora do castelo que você vivia, representando para si os sorrisos que esperavam ver o seu. Quando tentei te falar o fiz em silêncio. Quando fui doce, entreguei confusão. Eu não sei ser doce, não sei ser tudo que esperam de mim, posso sumir e voltar com as mãos cheias de presentes, posso aparecer com a cara amarrada e não querer falar, posso mudar e isso você também sabe. É responsável por tudo que cativa. E como disse a majestade pro Coelho, vá até o fim, então pare. Ando como o coelho, o relógio sempre me acusa, mas o que importa é a ordem da vida, essa eu ouço e ela é muda.

;)



ps: enquanto ficava ali, sentada, ouvindo aquele cara falar tudo que eu ouvi milhares de vezes. Sorria e pensava em quando fiquei e como a falta brincava com meus dedos, até a volta, o encontro, os meses seguintes. Só me arrependo de não ter sido antes e a falta ter tido um gosto mais amargo que seria mais doce com o retorno. Pensei no eterno retorno e em como a serpente procura sempre o próprio rabo, a história de novo, só não é dele que sentiria falta, as coisas são as mesmas, mudam os personagens, enfim...

quinta-feira, agosto 07, 2008

Não ouço os outros...

As tentações podem ser grandes e as oportunidades enormes. Mas quando eu falo que é único, sem dúvidas é, porque é difícil o suficiente falar para que seja em vão. Meu único, ainda que graças a você e ao resto, hajam outros.

quarta-feira, agosto 06, 2008

I think i'll let u know

Um ou outro email perguntando o que houve, uma mensagem falando que passou o dia tentando falar comigo e de antemão respondo: "não houve nada". Os meus poucos motivos passarão pelos olhos dos outros, embora eu ache que você conhece ou não, e pouco importa o esforço que isso faz para existir. "Cansei", já falei isso quando me perguntaram sobre coisas óbvias, enquanto andava apressada para buscar um pedaço da minha vida que não existe. Cansei de me esconder atrás de palavras, quando as metáforas se esconderam da verdade e tudo começou a parecer bonito e só. Sabe, isso é daquelas coisas que alegram e entristecem, é cheio de altos e baixos, de caminhos tortos e retas, de conhecer e desconhecer, reparar nos tiques e fingir que não notei.

Te conto, me conto, conto a quem quiser ler. As coisas não mudariam assim. Fechei isso pensando em sentir falta, em ficar longe para notar o quanto era só cômodo manter, o que me irritava e fazia bem, só irritava, ou só fazia bem, me peguei perdida em um rio de palavras com sentido (só) para mim. Senti falta daqui como sinto falta de um monte de coisas que existe com uma simplicidade absurda como um endereço na barra do explorer.

Tudo foi real demais para ser mentira. Ilusão demais para ser verdade. Precisava apagar aquela maldita mensagem, como queria apagar o passado, mas eu só controlo o meu celular. Saio correndo atrás do que controlo, mas me sinto segura no abraço do descontrole.

Porque o Caio me confessou ontem em palavras "algo sempre fará falta". Acreditei e sorri.




título: the moon and monday

segunda-feira, agosto 04, 2008

Uma carta a ninguém

Então eu continuo falando enquanto você sorri. Te contando histórias que você nem sempre entende. Aprendendo várias línguas só para continuar sem falar nada. Porque não falamos nada disso, mantemos a vida com os passos dela, caminhamos com nossa liberdade e a possibilidade de voltar atrás, de procurar um lugar para começar, com a solidão acompanhada me fazendo companhia. Te conto todas as vezes sem querer, que se nenhum deles foi importante o suficiente é porque eu não estou pronta para largar os detalhes. Não consigo desmembrar meu corpo e minha cabeça. São os dois uma coisa só. E quem conquista isso, leva de brinde um coração, cheio de marcas, um tanto inconstante, que andará de mãos dadas as aventuras mais absurdas e que será dele enquanto o para sempre durar.

Não sei se sou dama ou peão, nesse jogo, só sei que as peças estão no fim. Posso ser a última peça que guarda o Rei do xeque no xadrez. Ou a dama que falta para acabar com o outro lado. Ou se isso parecer ainda mais com a vida, posso ser aquela que lê as cartas, enquanto você movimenta o nosso pino, por fim sorrimos por não obedecer nenhuma dessas regras.

E deve ser por isso que pequenos detalhes continuam a fazer bem. Se ao invés de reclamar dos seus defeitos sorrio deles enquanto os misturo com qualidades, é porque aprendi com você que não é preciso pensar tanto assim.

Um dia ela escreveu sobre o final do conto de fada alemão e eu percebi que, o que importa, é a fantasia das crianças alemãs sempre acreditando: “und wenn sie nicht gestorben sind, dann leben sie noch heute”*.

Basta.

Sem o "viveram felizes para sempre".




* se virá nego


brinks


“e se eles não morreram, vivem até hoje”
I'll be there for you

Sempre que assistir isso a saudades apertará.
E quando vejo isso choro de rir.
(claro que a idéia da pasta foi minha, hahaha)

domingo, agosto 03, 2008

You are believing your own stories timing your contractions

Sempre escrevi os meus limites em linhas tortas, nunca fez sentido se me sentisse presa ou acomodada. Gosto de lugares que estou porque quero estar. Pessoas por quem reviro o mundo para ver. Sorrisos sinceros em noites iluminadas pela nossa vida.

Nunca soube o que era certo ou errado, criei meu próprio código, segui minhas vontades e fui sincera, comigo, acima de tudo. E por mais que minha cabeça não parasse de contestar meus passos eu caminhava mesmo assim. Deixei as pessoas entrarem e serem importantes na minha vida, me mudarem e as mudei também, pequenos gestos e um perfume me lembra alguém só de passar ao meu lado. Uma música distorcida que só eu e alguns poucos amigos gostam, um gosto duvidoso que lembra você.

Queria te ligar e falar que passo aí para falar sobre nada como era. Te mostrar a minha vida e como todos os finais de semana fazem sentindo estando com algumas pessoas por perto, mesmo que o sentido sempre falhe quando penso que poderia ter mais um para completar os sorrisos.

E amanhã, depois desses dias de simplicidade, recomeça o meu caos particular. As dúvidas sorriem enquanto esqueço delas. E ele me empresta um abraço para deixar tudo mais simples. Porque mesmo que contestem meus passos, eu caminho mesmo assim.


o título é Open Book - Cake