sexta-feira, agosto 08, 2008

Dias

Os fatos são maquiados com imaginação. Então vivo os dias pensando em como a ironia faz festa na minha vida. Encontro minha amiga e lembro de quando falava "má, fala super kaaaaaawaiiiii", contei pro meu amigo e ele não entendeu, falou de animes e não entendeu, porque as pessoas não entendem ou entendem tudo errado. Deve ser essa busca por compreensão. Por mais que minha cabeça se iluda com a razão, eu só sei viver enquanto sinto, por isso percorro caminhos sem explicação. Olho no relógio e penso que as horas deveriam ter congelado meses atrás, naquele dia no carro apertado, mas o tempo passou e agora tudo é diferente (ou não).

Ao invés de tentar te ter por perto, tentei te desamarrar, te fazer perceber tudo que era possível ter fora do castelo que você vivia, representando para si os sorrisos que esperavam ver o seu. Quando tentei te falar o fiz em silêncio. Quando fui doce, entreguei confusão. Eu não sei ser doce, não sei ser tudo que esperam de mim, posso sumir e voltar com as mãos cheias de presentes, posso aparecer com a cara amarrada e não querer falar, posso mudar e isso você também sabe. É responsável por tudo que cativa. E como disse a majestade pro Coelho, vá até o fim, então pare. Ando como o coelho, o relógio sempre me acusa, mas o que importa é a ordem da vida, essa eu ouço e ela é muda.

;)



ps: enquanto ficava ali, sentada, ouvindo aquele cara falar tudo que eu ouvi milhares de vezes. Sorria e pensava em quando fiquei e como a falta brincava com meus dedos, até a volta, o encontro, os meses seguintes. Só me arrependo de não ter sido antes e a falta ter tido um gosto mais amargo que seria mais doce com o retorno. Pensei no eterno retorno e em como a serpente procura sempre o próprio rabo, a história de novo, só não é dele que sentiria falta, as coisas são as mesmas, mudam os personagens, enfim...