segunda-feira, julho 29, 2013

o imponderável você

 "Não sei". É essa a resposta para todas as perguntas que tem surgido nos últimos dias. Como começou. Como cresceu desse jeito. Como e quando comecei a fazer planos. Eu que faço apenas planos concretos, com tempo e espaço, com possibilidades reais e impossibilidades que cabe apenas a mim transpor. Eu que sempre fui sentimentalmente objetiva embora de uma forma um tanto quanto subjetiva.

 De repente me sinto Monalisa, com seu meio sorriso, sempre enigmático enquanto tento decifrar com qual chave você abriu algum espaço desconhecido em mim. Embora nada seja simples e tenhamos que ponderar o imponderável. Acordo lembrando do som da sua risada no dia anterior, no jeito nervoso que você interrompe os seus pensamentos, na sua ansiedade que surge atropelando palavras e te fazem perder a linha de raciocínio.

 E, eu que sempre escrevo sobre o irreal onde tudo sei, apenas sei que não sei e tô indo, até breve.

segunda-feira, julho 08, 2013

Entre o chão e os ares, vou sonhando em outros ares

Quantas pessoas você conhece de verdade? Com quantas pessoas você é de verdade? Somos todos feitos de muitos ainda que sendo apenas um. São diferentes nuances, sonhos escondidos e outros visíveis. Por fim, somos feitos de matéria invisível já que são pouquíssimos aqueles que conseguem tocar o inteiro.

 Tem dias que acordamos cheios de sol e outros em que passamos dias inteiros sendo noite. Porque a noite te leva de volta a casa ou ao lar. A noite te leva aos sonhos. Os sonhos te levam a vida. A vida possível e aquela impossível.

 Tenho me sentido mais cansada. Menos solar. Menos a vontade dentro da minha pele. Tem dias que queria apenas passar ele inteiro sem ser eu porque o que sou quase não me tem. Represento diversos personagens. Sou filha, sou jornalista, sou amiga, sou muitas. Sou tantas que me sinto dividida e não conjunto de tudo.

 Em São Paulo me sufoca a impessoalidade dos dias e no Rio me sufoca as expectativas de que sendo estrangeira de mim encontre a peça que me faz ficar, em algum lugar, qualquer lugar. O ar ficando cada vez mais rarefeito como efeito do quanto me sinto deslocada em qualquer parte. Uma parte de mim perdida, extremamente perdida, descolada do inteiro. Uma parte fundamental que fez (até aqui) tudo parecer possível. Nesse agora, nada fica, nada continua, tudo passa. Tudo passa.