sábado, maio 03, 2008

Chuva, café, canetas e o mesmo


Eu e meu guarda-chuva vermelho caminhávamos pelas ruas do centro, procurávamos, juntos, um café e uma mesa do lado de fora que não molhasse meus pés e deixasse a rua e a água na altura dos meus olhos. Cheguei naquele de sempre, o que prega coincidências no meu riso contido, a rosa sem espinhos que vem no mocaccino, o cara falando alto sobre aquele filme controverso, o mesmo amigo passando apressado na rua debaixo. Sentei, coloquei o guarda-chuva vermelho ao lado, peguei o bloquinho, o meu outro bloquinho, aquele recheado de você acabou e agora faz companhia para palavras esquecidas na gaveta da escrivaninha, o meu novo companheiro e as canetas coloridas continuam em um espaço especial na minha bolsa. Continuei brincando com as canetas, prendi o cabelo em um nó com uma delas, sorri para um garoto bonito com a mesma cara de todos os garotos bonitos dessa cidade, parecia ter saído de uma banda que fazia qualquer coisa muito parecida com Los Hermanos. Por fim, continuei ali, com as coincidências e sem você.


detalhe (insignificante) ingleses [mais] tomarem chá, tudo é uma questão de ponto de vista, sempre.