segunda-feira, dezembro 24, 2007

2007, não foi um ano ruim


Dezembro é o meu mês da saudades. Os sentimentos apertam devagar o meu corpo e eu só consigo falar "pára, que o maior de todos não mora mais aqui". Sinto tanta falta daqueles natais que fatalmente passaríamos rindo e minhas tias fariam dancinhas ridículas. Eu sentaria achando tudo meio engraçado, feliz, sem saber eu sentava cheia de felicidade.Esse dezembro foi fatalmente ruim. O acidente. Que me tirou duas coisas de uma única vez. O que eu pensei nos três segundos de um barulho ensurdecedor? Ainda não é a hora. E nos outros dias ruins a certeza voltou. Ainda não é hora de desistir.

Ainda terei outras tardes no guimarães rosa. Meu sagrado sorvete de cupuaçu no Soroko. As peças no Satyros, no Parlapatões, nos teatros escondidos cheios de paz e arte. As bandas em porões aqui e fora daqui. Os sons misturados a vozes embriagadas e sobriedade em forma de melodia. Os meus amigos. As piadas com toda a desgraça entalada na garganta. Porque a gente faz piada de si mesmo. Passamos o natal conversando no msn. Juntamos pedaços e escolhemos o presente. Escolhemos presentes na estante da L&PM da livraria cultura. Abaixados procurando aquele cara que um dia mudou a nossa vida e vai mudar a dos nossos.

Os bolsos não estão cheio de vida e nem morte. Os bolsos estão carregados de esperança. Uma esperança juvenil de que tudo ainda pode dar certo.

Eu faço a faculdade e caminho para profissão que foi meu sonho de criança. Desde sempre. Porque eu sou uma romântica desenfreada com as minhas convicções. Eu mordo quando colocam os dedos imundos nas minhas certezas. Só os meus podem. Só os meus enfiam o dedo na minha cara e falam que é isso mesmo. Trabalhar um monte. É isso mesmo, garota. Não lembro do primeiro semestre. Como se ele tivesse se dissolvido do começo de setembro até novembro. Dezembro tem aquelas coisas. Fazia tempo que não me sentia bem com pessoas. Parte de um todo maravilhoso e particular.

Dois mil e oito chega. Quase chega. O natal passa. E o melhor dele foi um telefonema que me deixou sem fôlego de rir das lembranças. Eu AMO Salvador. Eu AMO a Bahia. Eu AMO (parte) da minha família. Eu amo essas pequenas pessoas e as que escolhi. Meus amigos de hoje e sempre. Nas ruas do centro, na praça, no guimarães rosa, no sobrado da Bela Cintra, no lugar indefinível da Frei Caneca, no campus da faculdade, no apartamento da tata, na casa do bruno, na vida e o mais importante: MUITO além dela.

Agradecendo:

Livya, minha soulsista, por não me deixar desistir e isso você sabe o quanto vale.
Lucas pelo cd da nêga e por me devolver o sorriso.
Bruno, meu hermano, meu querido hermano.
Talita por ser a minha menina.
Milla o ser humano de preto mais colorido.
Yuri porque a gente sabe o quanto vale a sua tatuagem.
Toad já passou de só agregado do Susi.
Lee Maria pelas leituras nos botecos, a vida na praça e por carregar o Bukowski desenhado no braço.
Carla pelo zine, pela oportunidade, pelos e-mails matutinos e pela diversão. Um dia Maceió fica mais perto.
Rafa porque eu queria ouvir ele se virar no Canadá. Depois dele ninguém nunca mais perguntou se casa é com 's' ou com 'z'. haha (brinks)
Sabrina porque ela tá lá na Alemanha e ela diz que tudo fica lindo no Natal. Esquia nos Alpes e traz um roxo para vermos.
Martchelo, meu querido, foi graças ao seu aniversário.
Dani, o bourbon street fest foi um ótimo dia, sumida.
Pucca, saudades.
Felipe minha puta.
Letícia sempre sempre sempre desde o 228 e as calcinhas na piscina do hotel.
Juliana pelas baladas e o carinho.
Fernanda dona dos olhos verdes mais sinceros.
Flavinho, sua grosseria não esconde o ser humano.
Toda a família 'Fábrica de Animais': carinho.

Eu vou ser injusta e deixar alguns nomes de fora. Não dá para lembrar de todo mundo. Mas, os agradecimentos ficam nos abraços que eu deixo a cada um de vocês.

Feliz Natal.