LAZY CONFESSIONS
Você contêm todos os sentimentos. Medi cada milímetro. Tem o corpo sem marcas e a vida coberta por uma névoa de proteção. Uma mania evidente de querer tudo no lugar, deve dormir e acordar do mesmo jeito, como se estivesse em uma propaganda. Nada de muito verdade nos seus sonhos coloridos. E, eu. Eu sou a verborragia em forma de adjetivos. Poucos verbos, já deu para notar que agir não anda sendo o meu forte. Então, eu fui até a porta, andei até o portão, fiquei brava porque minha mãe saiu com a minha chave e o meu chaveiro de coração todo cortado, todo dentro um do outro. O fundo preto e as partes rosa.
Mas, daí, não queria. Encontrei a mini me e voltei para casa carregadas de sacolas com a nossa janta. Eu fui fazer pizza, ouvir Madonna e depois o 'is this it' dos strokes. Quase como quando ele existiu. Como você existe agora, nessa noite quente de sexta, com beatles no ouvido direito, o esquerdo foi quebrado (o fone), naquele dia do quase assalto da consolação. Eu vou ficar surda, doida, e feliz. Porque tá tudo uma merda, mas ainda assim é bom.
Só não espere que eu fale o óbvio. Não vou falar. Não sai voz e nem palavras. Não deu, não dá, preciso achar mais verbos.