terça-feira, fevereiro 19, 2008

HERE COMES THE SUN


Você consegue ser a melhor confusão e a mais dolorosa. Odeio ler suas palavras para mentiras. Odeio o pouco com que você se contenta, embora goste de ver você contente. Odeio o jeito que você sorri de nervoso e adoro o seu sorriso. As suas caras de indefinição e o jeito que mexe a cabeça para espantar os pensamentos. A maneira que me chama de complicada e essa forma simples que você tenta se convencer de ser seus olhos.

Odeio te ver queimando. Acabando com toda essa lenha que você carrega em beleza. Odeio o jeito que controlo o fogo. Os passos. Deve ser a primeira vez na vida que controlo alguma coisa. Aprendi a lidar comigo. Um pouco mais de segurança para trocar por palavras. Conheci um pedaço de mim adormecido no meio da tormenta e da pressa. E as nossas enormes diferenças. O meu sentir, o seu pensar, as minhas frases encaixadas em silêncios, o seu falar e sorrir, a minha cara fechada pros outros e a sua reciprocidade, a minha plena intolerância e a sua maneira de tolerar.

Talvez eu guarde as suas verdades no mesmo lugar que nunca abri para ninguém. Mas, não abri porque você guarda as chaves. As chaves que você perde dentro dessas ponderações. Here comes the sun. E começa a derreter o passado. Transformar tudo no rio que leva o desconhecido.

Se você sentisse eu prometeria ser verdadeira. Como eu tenho sido. Transparente e franca dentro do possível. Até onde você me deixa mostrar. Eu sei que você já sentiu antes e percebeu que não ia ser simples. De outras formas você criou os seus modelos. Eu te dei coisas sem ter certeza que você queria. Porque eu pulo e quando volto a margem sorrio para não ter que perguntar se fiz certo. Os caminhos, a paciência, o carinho, a certeza. É você.

É.

Só não me pergunta, não dúvida da certeza que você constrói ai. Dentro dos seus medos mora a certeza de que é você. Me dá a sua mão quando todo mundo for. Me olha nos olhos quando todo mundo estiver ocupado demais. Esqueci os outros. Esqueci o resto e vem. Só vem.