quinta-feira, fevereiro 28, 2008

SUCKER LOVERS

Já quis que tudo corresse e que o mundo parasse. Me senti sozinha entre a multidão e acompanhada sem ninguém. Queimei vida em papel e inalei minha própria fumaça. Errei incontáveis vezes e acertei de forma incomparável. O meu maior acerto vai ser sempre sentir. Por pior que vá ser no fim. Mesmo que eu fique andando em círculos pelo mesmo lugar. Escrevi para me entender e para confundir. Sorri para não chorar e chorei para não sorrir. Troquei passos com nada e parei no meio do turbilhão.

Senti tudo até o fim. Me anestesiei para ficar vazia. Já odiei tanto o vazio e olhei a vida cheia demais para mexer nela. Vivi um erro maravilhoso. Já quis que os acertos voltassem e outros fossem direto para as lembranças. Já quis muita gente e precisei ficar sozinha. Tive algumas pessoas. Fui de alguns. Fugi de outros. Entreguei coragem e colori sonhos. Dividi sonhos e quis descansar a cabeça em alguns ombros. Sentir o frio no rosto e o calor da pele.

Corri. Andei. Fui levada e me deixei levar nos caminhos das possibilidades. Ouvi música triste para sofrer e alegres para deixar o corpo ir. Trai letra com melodia e fui traída. Segui minhas vontades e aprendi a lidar com o novo. Conversei madrugadas inteiras antes dos países se separarem. Esperei, troquei mensagens, ouvi e falei muito para confortar a espera. Já fui mais importante do que foram para mim. E já não tive importância nenhuma. Desisti quando não conseguiram me parar. Não gosto de abraços pensando em outros braços. Pele querendo outra. Beijos trocados com o vazio de não ter quem importa.

Adquiri manias. Corri de calma e andei com a pressa. Aprendi a ler o seu olhar. Quis muito que meu celular tocasse e do outro lado a sis. Só a sis para me mandar e-mails brincando com a minha mania de ir. Até quebrar a cara. Até dar certo. Não importa. Eu vou. Eu continuo. Porque eu sempre continuo. ignorei as suas frases. Atendi os pedidos que você nunca me fez. Li tanto e tanta coisa que não me dizia nada. Achei em outras linhas as minhas palavras. Uma intensidade conhecida. Corri da solidão que pesa e construi a minha. Fiz de todos os tropeços, impulso.

Segurei linhas para não ferir. Contive algumas verdades para não ser caos e fui mesmo sem querer. A minha forma desgovernada de sentir virou paz. Sem parar. Nunca parar. Se parasse não seria eu. Sem ser eu, não interessa, nem pra você e muito menos para mim.

Abri mão de coisas para me dedicar a conhecer a mini me. Contei amigos em duas mãos. Cumprimentei milhares de pessoas com a cabeça. Aprendi a tolerar e fazer das diferenças alicerce. Fui intransigente. Mordi quem forçou aproximação. Senti mãos sobre mim que não me interessavam. E no fundo, eu sou sincera, leal e real comigo. Acima do mundo. Acima de quase tudo.

Queimei. Me queimei com a minha coragem falhando. Caminhei para abismos e pulei. Pedi mãos para sair e já gritei para ficar. Exclui gente inteligente da minha vida porque não era a inteligência que me interessava. É a mesma coisa da minha. As mesmas músicas. As mesmas verdades. A mesma coragem. A mesmice que transforma a vida nessa prisão. E eu não sei me sentir presa. Nunca soube. Tirei sorrisos do caminho. Fiz chorar e chorei. Quis magoar e terminei assim. Fui magoada pelos meus acertos e cresci nos erros. Caminhei junto com a minha vida. Corri junto com as possibilidades e conversas do caminho. Levanto se é assim que você quer. Não subestime minha percepção. Eu vejo vida onde você não enxerga. Ouço onde você não escuta. Caminho onde você não sabe como chegar. Se você quiser, se ai no meio valer, vem comigo e o silêncio.

Vou sempre ser a garota que cala quando não tem o que falar. Não comenta quando as palavras fogem. A menina que senta sozinha no banco. Que ouve o que ouve. Mesmo que até minhas músicas sejam insegurança nos olhos alheios. Pouco me importa. Pouco importa, virá palavra e mais certeza.

Os olhos me falam coisas que palavras não conseguem. Eu não sei viver sem enxergar. Não consigo. A miopia deixa tudo meio impressionista. Do mesmo jeito que os pintores faziam a sua arte. A lente, o óculos e o que tiro da minha frente mostra que existe formas para chegar. Fala, me fala tudo, conta os seus medos e eu te ajudo. Eu conto dos meus caminhos. Nada que te impedirá de viver. Vai lá. Eu sei para onde você caminha. Eu vejo, mesmo que você me ache ingênua. As piadas são verdades.

Continuo nos meus lugares. Com um outro para fazer bagunça. Com os meus medos escondidos na minha fortaleza. Essas coisas que você vê. Eu sei que você vê. E no fundo sabe que é só você. Hoje e pelo tempo das coisas passarem. Porque passa e vai passar. Morri algumas vezes e renasci. Agora, caminho sem arrependimento, com tudo feito e resolvido.













é pra você. mesmo que você não saiba. e erram. acham. ouvem. todos ouvem. as mesmas pessoas me falando as mesmas coisas. a sis me mostrando o meu passado e eu só enxergo o presente.






Sucker love, a box I choose
No other box I choose to use
Another love I would abuse,
No circumstances could excuse

In the shape of things to come
Too much poison come undone
Cuz there's nothing else to do,
Every me and every you.







é você.




ps: escrito na aula de telejornalismo. escrito nos pensamentos do filtro de um cigarro.