sexta-feira, fevereiro 15, 2008

THAT'S ALL I DO


"E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o Zen de repente escapa e se transforma em Sem? Sem que se consiga controlar".

Então tudo que senti nas últimas horas é mentira. Porque precisa muito pouco para transformar raiva em palavras e outra vez os sorrisos. E a leveza da menina que anda pelas ruas do centro com a cabeça longe. A garota que perde o crachá do prédio na reunião de trabalho. Uma mulher que precisa resolver a vida e as coisas em uma mesa com água e assuntos sérios. Porque a mulher é menina na doçura das noites quentes. Não para de se mexer, ver você se mexendo e mudando as peças do lugar me dá vontade de fazer isso também. Não adianta ficar tentando encaixar as mesmas coisas em lugares que já não existem. Perdi algumas peças pelo caminho, é verdade, deixei outras. Culpei pessoas pelo fim das minhas mais verdadeiras paixões. Quando na verdade, não era isso. Nem nada parecido. Foi duas ou três vezes. Talvez seja essa também.

Ainda sorrio com meu passado e as pessoas que não estão longe demais para serem esquecidas. As palavras de oráculo que alguns guardam e a sinceridade de outros. Meu passado é a minha escolha e o meu presente me escolhe. Sem perceber alguns sorrisos e lágrimas me prendem.

Talvez querer outro fosse uma opção para a sair da minha solidão. Mas, eu voltaria, porque eu vivo voltando. Ou hoje, não seja uma opção. Eu preciso dos meus amigos. Só eles são opção para a solidão que você entorpece aos poucos com sua ausente presença. A simplicidade daqueles dias de frio com sol. As mochilas no mastro, quatro se amontoando deitados uns nos outros. Eu amarrando os cadarços deles no outro sapato, para alguém levantar atordoado com o sinal e eu rir daquela pequena desgraça. Garrafas, carinho, trabalho e esperança. Hoje cada um tem uma vida. Cada um é aquilo que pode ser. Todos sorrindo a sua maneira. Sem mais cadarços amarrados um no outro.

Para você, a minha desistência te soltaria um mar de dúvidas, porque eu realmente não valeria a pena e o resto você já viu acontecer. Uma equação qualquer que você fechou os olhos. Mas, não desistir é a única coisa que posso te dar. Mesmo que isso possa me machucar, é a única coisa que posso oferecer a mim e a você no momento, mesmo que isso possa matar é a única salvação possível. Cansei do resto e do imaginário. De onde nunca tem nada no fim. Das frases feitas e de pessoas que procuram me falar o que eu gosto de ouvir. Você não fala. Talvez, porque às vezes não fale nada e me deixe trocando frases com meus mortos . O seu não esforço é quase a certeza e o sinal que esperei para virar as costas. Talvez, o dia chegue e um outro qualquer, seja o corpo que eu procurei. Mas, cansei de corpos também. Eu cansei de quase tudo e não de você. No agora eu só quero ser como sou. E, esquecer que existem outros olhos me perseguindo, esquecer que não é você e que se não é, pouco importa. São os resto e se é resto, não importa. É passado e se não tem cicatriz, passou. É amizade e se não tem carinho, é vazio. É amor e paixão, silenciosa, diferente. Eu deixo os meus dias não serem iguais e abro o peito a vida e confusão. Sinto muito, eu só sei ser assim.

"À medida em que o tempo passava tudo caía num espaço enorme, amar esse espaço enorme entre eu e você, mas não se culpe, deixa eu falar como se você não soubesse"

As frases são Caio F. Abreu


Hermano, te dedico.
Rá. Eu não acho nada dessa música. N A D A. Até que provem o contrário. Podiam P R O V A R do contrário, aprovo. haha