terça-feira, janeiro 15, 2008

CERTEZA NUNCA MUDA


Não sei o que eu quero. Nem mais o que esperar. Sei tudo que não quero e infelizmente isso parece muito pouco quando abro a janela e vejo uma cidade de possibilidades. Faz dias que estou presa no meu quarto, nem para trabalhar preciso sair dele, a minha vida limitada a janela. Os passarinhos do clube que acordam junto comigo e ficam brincando perto do quintal. O silêncio eu encho de música. Os sentimentos eu misturo e me deixo sentir. Coisas estranhas. Pessoas indo e voltando. Passado, presente, passado. Brincando com os nós dos meus dedos. Os meus olhos limpos e descansados das lentes e da vida.
Há dias só tenho paciência para aquilo que chega perto da minha verdade. Em silêncio. Pessoas que são porque não teve jeito de não ser. Coisas que aconteceram porque não tinha jeito de não acontecer. Os encontros que foram jogados no mundo. Seguindo leis. Colocando papeis nas minhas paredes. Post it no computador. Certeza na minha coragem. Acordo pedindo para ficar mais um pouco com a lembrança boa. Segurando a mão da saudades enquanto o fim de semana não chega e é dia de viver.
O jogo de acertar bolas coloridas. Ganhamos no erro do outro ou no acerto sem querer. Na mesa profissional ou na riscada com o endereço dos nossos blogs. Garrafas e fumaça. Carinho e amizade. Me arrastei no domingo para sorrir no meio da minha tosse. Para conversar com a minha rouquidão. Para ouvir.
Tudo é tão verdade. É tudo isso. Deve ser isso que eu quero mesmo sem saber que é. Acabou a época de ficar por aí sentindo suas palavras como navalhas. Acabou.
Porque quando cheguei estava tudo virado. Apenas viro me viro.

por fim, isso que a lee escreveu importa:

"no canto do cisco, no canto do olho, a suellen dança. e dentro da menina, a suellen dança.

até o sol raiar
até o sol raiar"