segunda-feira, janeiro 28, 2008

EU ACEITO A CONDIÇÃO


Você sorri do jeito mais perfeito. Sorri de alegria. Sorri de tristeza. Sorri de desespero e de contentamento. Sorri com medo de pular dessa plataforma além de você. Então, eu deixo você ir e escolher. Eu respeito suas escolhas e ouço os seus casos. Sorrio de tudo isso do meu jeito. E você está a milhas de distância da minha cabeça. Do meu jeito de pensar. Mas, do seu jeito, entrou e, não sai. Nem quando eu decido que 'já deu'. Não consigo decidir nada com seriedade.

Eu sempre achei que era faro para problema. Passou. Porque eu enxergo a vida calma perto de você. Por maiores que possam ser as dificuldades. E os nossos medos misturados. Por mais difícil que isso pudesse se tornar. Eu pagaria a conta e sorria, como você, eu sorriria.

Então, você me mostrou a vida por outros olhos. Sem querer me arrancou da mão deles. E eu não consigo voltar. Por mais que tente. Mesmo que eles liguem ou eu procure o número na minha agenda. Os nomes estão embaralhados. Como tudo. Os nomes e a coragem se embaralham. Não sei.

Você é inteligente, mas não esnoba os outros e nem usa de piadas sem graça. Você sabe quem são as pessoas. Você lembra delas mesmo que elas tenham esquecido você. Você sabe o que é certo e errado. Você está sempre do lado certo e eu do errado. E a possibilidade de mudança é pular e se arriscar a cair no abismo. Talvez, fosse um jeito de estarmos juntos. Dentro dele. Ou, você conseguiria pular e vir ver como é a vida desse lado. Não acostumaria do lado do certo. Porque meus amigos estão quase todos aqui e eu sei que você não ia querer uma menina emburrada ao seu lado. Ou talvez você fique bem se eu sofrer um pouco mais.

Então, eu fiz de tudo para você perceber que era eu. Olhei por todos os cantos dessa cidade. Caminhei por cima dos meus passos do passado querendo achar a fórmula dos meus acertos. Não encontrei nada. Nenhum registro de nada vivo ou morto que me certifique do certo. Então, eu caminhei. E com a cabeça longe encontrei seu sorriso. Sem querer. Não sei o que é isso. Nem consigo falar que seja só a sua falta. Deve ser a sua e a do passado que não consegui registrar naquele longo cartório da vida. De papel passado eu não tenho nada mais do que o seu nome no meu bloco. Mesmo que eu jamais tenha por uma vez escrito ele. Ele está solto na caneta azul acabando e nos meus olhos perdidos nas estações.

___Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga