terça-feira, janeiro 22, 2008

ALL OF ME


Aqui também existe esse medo que faz seus olhos brilharem e sua boca entreabrir. Só que desse lado pesa a responsabilidade. E uma dose extra de ingenuidade juvenil. Eu, depois dele, prometi que não deixaria mais ninguém me levar pela mão até tão longe.

Desmontei as armadilhas. Congelei os segredos enquanto os passava pelo nosso olhar. Coloquei carinho na ponta dos meus dedos. Guardei aquelas risadas e todas minhas palavras para agora. A sua insegurança é como imã. Não consigo deixar de olhar para você cheio de si e essa alguma coisa faltando. Enquanto todos te olham e perguntam o que falta. Enquanto outros nem percebem a falta. Mas, a falta existe, como existe em algum lugar entorpecido do meu corpo. Eu sufoco sentimentos. Embebedo minhas vontades. Enxergo vida em linhas tortas de um bloco manchado com tinta azul. Procuro paz para te entregar. Procuro nessas ruas qualquer coisa que deixe isso mais fácil.

Por mais um milhão de dias eu te carregarei na lembrança. Por outros meses eu te mostrarei sorrindo que é tudo simples. Mais alguns anos.

Trabalhei com a cabeça pesada e o corpo leve de saudades. Aquela coisa que me leva enquanto continuo sentada. Rindo deles. Rindo de nós. Rindo porque só assim eu torno isso uma coisa melhor.

Não consigo mais arrastar o mundo comigo. Só se o mundo só tiver você. Os problemas e as outras coisas são pequenas. Isso parece minúsculo sem você para me preencher.

Daí o telefone toca. A janela do computador pisca e eu sorrio.

Só.