Entre singular e plural
Uma parte de mim quer altura e a outra melodia. Uma parte quer movimento e a outra calmaria. Uma parte quer conhecer o mundo e a outra quer apenas se conhecer. Uma parte de mim quer refazer o caminho e a outra prefere mudar de estrada. Uma parte quer reescrever a história e a outra adoraria uma folha em branco. Uma quer uma festa enorme e a outra prefere a solidão do quarto vazio. Uma parte quer fazer do mundo o quintal da sua casa e a outra faz do quintal de casa o seu mundo. Uma parte é fácil e a outra complexa. Uma parte é tolerante e a outra não entende as pessoas. Sempre trocando passos com a maldição da pluralidade de quem nunca aprendeu a ser singular. Por medo e precaução, se mantém longe dos extremos e por isso se sente inerte.