quarta-feira, novembro 30, 2011

Comemorações


No domingo, o Claritromicina completou mil textos e hoje, dia 30 de novembro, ele completa cinco anos. Cinco anos dividindo coisas, inventando outras, compartilhando vida nas entrelinhas e me escondendo em palavras para me encontrar na vida. Cinco anos mantendo a sanidade com a ajuda de letras e dividindo ela com pessoas que conheço e outras que nunca vi.

Ainda na linha de aniversários, esse ano eu e a Livya Knoll completamos oito anos de amizade. Três anos no colegial, quatro anos de faculdade, um ano de formada. Ela que sabe tudo antes de tudo ser alguma coisa e por isso, dei pra ela a tarefa de escrever o texto de aniversário do blog... Minha amiga por opção e irmã por tudo da vida.

O (lindo) texto dela:

UM MUNDO EXTRAORDINÁRIO

Claritromicina. Quando começou, tive que favoritar, porque nunca me lembrava do nome direito, era difícil demais para escrever. O apelidinho ainda era “clari”, o que não me ajudava em nada a lembrar do resto da palavra. Hoje, 5 anos depois, sua leitura é obrigatória para que eu tenha uma semana minimamente sã.

Nessas linhas, já li minha vida esquadrinhada, já vim procurar soluções aos meus problemas, já vim ler nas palavras dos outros aquilo que eu estava tentando dizer, mas não conseguia, aquilo que estava tentando entender mas não conseguia.

Contudo, o que poucos sabem é que este blog não é uma obra de ficção. É um relato cru da vida daquela que o escreve, apenas disfarçado de ficção para aqueles que olham de longe. Nestas páginas, estão os mais sinceros sentimentos, as mais angustiantes dúvidas, e as mais felizes alegrias de sua autora. Basta ter a chave para as passagens secretas que te levam para dentro de uma das cabeças mais brilhantes que você vai ter a oportunidade de conhecer. A chave pode estar escondida num trecho, numa palavra, numa rima, em reticências... mas você só vai percebê-las se a escrevedora assim o quiser. Às vezes, nem ela se deixa encontrá-las, não admitindo sequer a existência delas! Mas se ela permite que você, especificamente você, adentre tais passagens secretas, saiba: você tem passe livre para um mundo extraordinário. É uma pessoa de sorte.

domingo, novembro 27, 2011

Mil palavras. Mil formas de dividir os questionamentos todos. Mil maneiras de me procurar. Mil perguntas. Mil dias inteiros de muitas coisas. Mil dias de dias inteiros. Mil formas de me emocionar. Mil formas de notar como alguém pode se emocionar. Mil abraços cheios de vida. Mil abraços vazios de verdade. Mil sorrisos inertes. Mil sorrisos inteiros. Mil de tudo. Mil de muito. Mil de nada. Entre mil... alguns amores passados, alguns amores inventados, algumas faltas sentidas, algumas mágoas transcritas em palavras. Mil formas para contar que esse post é o de número mil do Claritromicina.

Quem sabe... além

São tantos caminhos, são tantas opções, é tanto tudo e eu só quero a escolha de um agora manso. Quero encontrar paz no tumulto, poesia nos dias, felicidade nos sorrisos e leveza nas lágrimas. Quero uma relação de admiração. Quero representar a dualidade, yin e yang. Quero equilíbrio nas diferenças. Quero as noites com alguém que me faça notar melhor os dias. Quero o olhar carinhoso e o abraço de corpo inteiro.

Quero a inocência que transforma a vida em pecado. Quero manha que encanta. Quero me apaixonar mil vezes por minuto em cada segundo que chamaremos de presente. Quero alguém com dividir segredos e com quem eu possa ser. Quero risadas compartilhadas, silêncio dividido, escolhas conjuntas. Quero ir para um lugar onde não existam conhecidos, não exista passado e nada além de um agora.

A constante busca por alguém... além.

terça-feira, novembro 22, 2011

do meu ponto de vista

Alguém que compreenda que entre a paz e a tormenta existe calor e vento. Alguém que me faça esquecer o dia inteiro dentro de um abraço. Alguém que prenda a lua dentro do quarto e ilumine a vida com o sorriso. Alguém que faça tudo ter mais sentido com o leve toque dos dedos. Alguém que não me deixe sair do espaço dos seus braços. Alguém que me faça entender porque se chama o agora de presente. Alguém que me envolva nos seus sonhos, me faça dormir com o som da sua respiração e me faça viver no ritmo do que planejarmos.

Alguém com quem criar gatos, cachorros e ideias. Alguém com quem salvar o mundo dentro do nosso universo. Alguém que me faça parar de trabalhar quando chego em casa. Alguém com quem assistir o último do Almodóvar, discutir Woody Allen e com quem matar a tarde assistindo um filme adolescente bobo qualquer.

Alguém que pareça ter saído da melodia de uma música que adoraria ter composto. Alguém que pareça ter saído de um livro que adoraria ter escrito. Alguém que se reinvente e aceite que precisamos nos apaixonar, todo o tempo, ainda que por nós mesmos. Alguém que me faça viver poesia em prosa e transforme o cotidiano em um mundo particular. Alguém que seja discreto com os nossos segredos. Alguém que conheça exatamente o poder da ação e a da reação. Alguém que por ato reflexo conheça as minhas vontades e que me entregue a senha que revela as suas manias.


Alguém com quem dividir esse e outros pontos de vista.

Alguém...

domingo, novembro 06, 2011

I don't blame you

Lembro a forma que você me acalmava. Era engraçado como o seu sorriso perdido e o seu jeito de garoto podiam me fazer sentir muito mais calma. Lembro do seu ombro amigo e como ele me faz falta, todo dia. Lembro dos filmes, das músicas, dos CDs gravados, de você acabando com a minha moral no videogame ou no imagem&ação. Lembro daquela vez que achamos dar certo fazer caipirinha com trakinas e de como ficou horrível. Lembro das noites no Astronete, no Studio SP, na Funhouse. Lembro da sua camiseta do Ludov, a da Cat Power que você fez e era linda, de todas as camisetas que você fazia das bandas bonitas que a gente ouvia. Lembro dos shows divididos, dos segredos divididos, de cantar Fiona Apple no banco do café da faculdade até a gente errar a letra. Cada dia a gente lembrava uma parte nova até que conseguimos cantar "Paper Bag" inteira. Nunca te contei o quanto eu chorei quando fui buscar meu diploma, a vida mudou tanto que nos últimos anos nos reduzimos a estranhos, sem se falar, sem fazer parte um da vida do outro. No meio do caminho aquele café no Vanilla que pareceu deixar tudo como antes. Mas, infelizmente, a vida não quis e não dava mais para ser assim.

Não aconteceu mais sair do trabalho, passar na sua casa, jantar e depois ir para aula. No dia que fui buscar o diploma, fiquei meia hora sentada sozinha, ouvindo Paper Bag em um repeat infinito, rindo de lembranças boas e chorando pela falta que me faz saber que não estamos mais construindo. O que sobrou da nossa amizade é passado, são lembranças gravadas com super 8 na memória afetiva e no daqui para frente nada mais vai acontecer.

Cortamos o que era profundo e somos superficiais. Rimos de coisas tolas e não temos mais cumplicidade. Destruímos confiança e construímos um muro de coisas que são apenas efêmeras. Eu mudei, entrei no universo que escolhi viver, me fiz mais dura para aguentar as porradas do caminho, mais cética para não cair em tantas armadilhas e mais descrente para poder continuar crendo. Você mudou, não sei como e nem quanto, só sei que de cidade.

Sem saber e com absoluta certeza: tudo mudou tanto e eu sinto muito a sua falta, amigo.



quem tirou essa foto foi o mega talentoso Fernando Freitas.