repetições
Tive que ir embora antes que terminasse. Um pouco antes de transformamos os meses bons que vivemos em mágoas. Nos acusaríamos, procurando culpados, tentando dar ao outro a responsabilidade do fim que era certo desde o dia que nos conhecemos. Somos tão diferentes no presente e nas aspirações de futuro. Nos desentendíamos em conversas simples. Gostar não seria o suficiente daqui pouquíssimo tempo. E, mais uma vez, eu saio um pouco antes do fim. Antes de ficar difícil demais e antes de ver o que viria depois. Suponho que assim evito despedidas dramáticas e mantenho a porta aberta entre nós para que possa surgir algo bom como uma amizade entre pessoas que respeitam o carinho do passado.
Me mantenho a quase uma distância segura, entro nos lugares e procuro logo uma saída, deixo tudo simples para ir e vir. Não crio raiz, não viro fruto, sou quase passarinho. Mas, tem me faltado calma e paz, um lugar para ficar, como você foi nos últimos meses. Me desculpa, mais uma vez, torço e espero que tenhamos a sorte de encontrarmos um amor tranquilo, em algum lugar, já que não em nós.