domingo, abril 14, 2013

repetições

Tive que ir embora antes que terminasse. Um pouco antes de transformamos os meses bons que vivemos em mágoas. Nos acusaríamos, procurando culpados, tentando dar ao outro a responsabilidade do fim que era certo desde o dia que nos conhecemos. Somos tão diferentes no presente e nas aspirações de futuro. Nos desentendíamos em conversas simples. Gostar não seria o suficiente daqui pouquíssimo tempo. E, mais uma vez, eu saio um pouco antes do fim. Antes de ficar difícil demais e antes de ver o que viria depois. Suponho que assim evito despedidas dramáticas e mantenho a porta aberta entre nós para que possa surgir algo bom como uma amizade entre pessoas que respeitam o carinho do passado.

 Me mantenho a quase uma distância segura, entro nos lugares e procuro logo uma saída, deixo tudo simples para ir e vir. Não crio raiz, não viro fruto, sou quase passarinho. Mas, tem me faltado calma e paz, um lugar para ficar, como você foi nos últimos meses. Me desculpa, mais uma vez, torço e espero que tenhamos a sorte de encontrarmos um amor tranquilo, em algum lugar, já que não em nós.