domingo, novembro 25, 2007

Essa é a resposta pra um texto de um fotolog que me irritou profundamente, mas isso faz umas duas semanas, e o texto ficou guardado. Agora eles esqueceram, eu só lembrei porque esse texto existiu.

SINCERAMENTE,

Algumas pessoas tem a terrível mania de achar que eu sou muito mais do que eu realmente sou. Normal. Eu tenho sono, fome, vontade de sumir e de ficar perto de algumas pessoas. Admito, todos meus sentimentos são potencializados por uma força que passa, quase sempre, rápido. Não acredito nos limites, eu tenho os meus, algumas resoluções internas que me deixam em paz com meu corpo. Não uso umas coisas porque elas simplesmente não me fariam bem, nada que acelere ou me arranque do centro. Eu gosto da paz e do piano rápido em 'love me or leave me'. Meu discurso vai longe do 'pobre menina rica' por motivos óbvios, posso beirar o piegas mas a classe média é o meu lugar. Sem fazer média, ou seja só por fazer, mas o meu lugar é ali. Nunca passei fome, é verdade. Meus pais sempre trabalharam pra caramba. Estudei em bons colégios, é verdade. Faço faculdade, é verdade. Mas, nada disso me coloca na posição de pobre menina rica, nem pobre muito menos rica.
Às vezes me pergunto quanto estar sozinha é opção ou falta dela. Não me vejo pronta para tantas coisas na vida e a maior necessidade é respeitar o meu tempo, a minha vida, a minha vontade. Nunca tive problema com o eu nos textos e nunca o tive na vida. Porque é pra mim. É assim que é. Ou alguém acha que eu acordo às 4h15 da manhã, pensando no orgulho que minha mãe tem ao pensar que eu sou batalhadora. Não, não penso. Tem uma coisa lá na frente que eu preciso fazer e é isso o que tem para hoje. Eu prometi, eu prometi para ela, e eu sei que ela ouviu e deve estar esperando lá do lado do Cara, repetindo as frases que ela sempre me dizia. Falando que eu não tenho um 'pingo de juízo'.
Eu sorrio de desespero. Eu sorrio de encontro. Eu sorrio pelo abraço sincero que recebi. Sinceridade é o meu maior combustível e a minha arma contra o mundo. Eu não vou fazer média se não gostei da peça, ou do filme, ou do livro, pouco me importa se eu gosto de você. São duas coisas diferentes. E, eu vou gostar ainda mais de você se no fim você falar: vamos lá falar de outra coisa. Eu acho a compreensão e a sinceridade coisas que deveriam andar juntas. Mas, quase ninguém entende a minha sinceridade e eu acho que deixaram a compreensão na mesinha da sala quando recolheram seus copos e os levaram para vida.
Eu grito aos ventos o meu amor pela música, pela literatura, por algumas pessoas, eu grito porque não vou me sufocar com minha própria voz. E se esse sentimento cheio de abandono e um pouco de paz é o preço, eu pago. No fim, eu sempre pago a conta do bar e da vida.