sexta-feira, dezembro 05, 2008

Remember i'll always be true

Não adianta. Não vou ficar por aqui recolhendo seus pedaços, tentando montar aquilo que conheci, não existe, se perdeu, acabou. Se nem nas coisas banais você consegue mais ser verdadeiro. Se me omite nomes de perguntas diretas. Se guarda de mim tudo que pode ajudar isso a se transformar em nada, é porque já se transformou. Não é fácil olhar o seu rosto se virar sem a cor que eu conheci. Não é bom, perder, se perder, te perder. Mas é de longe, necessário. Acabar com as frases truncadas, os sonhos inacabados. Existe um ponto final em algum lugar aqui, onde?

Não saberia dizer como tudo começou, porque se alongou, como acabou... Talvez tenha sido aquele dia com o karaokê e o jeito todo seu de gostar de Beatles, a coincidência de a primeira música que entendi sem notar que não era minha língua ter sido Help. Os dias se seguiram, as conversas se encontrarem, os segredos se trocarem. Uma ótima companhia para fazer nada. Um lugar para encontrar conforto em silêncio. Quando você não precisa falar nada, quando não precisa ouvir nada, e sabe que não precisa entender porque em algum momento aquilo tudo será ou não, compreendido. É como um estalo no meio da tarde quando procuro paz. Algumas palavras, outras letras, alguns sorrisos.

Talvez você note que eu ando meio perdida. Falando alguns "não sei", mais agitada do que todo o comum, talvez perceba que eu não queira nenhum deles porque não sei mais o que quero. Sair de mim. Me livrar de lembranças de fatos não consumados. De sonhos sonhados até o momento ideal, quando meu edredom amarelo me empurrava para realidade, mesmo que ali, parado. Não sei. Você já me ouviu falar alguns "sei lá". Não sei em que instante as coisas deixaram de ser comuns e se tornaram diferentes. Quando notei que você existia de uma forma diferente dos outros. Mesmo que odeie análises, te vejo de muitas formas, forte e decidido, simples e calmo, complexo e sonhador, uma intensidade omitida. Às vezes, tenho vontade de te pedir para sair na chuva e deixar a água molhar todos seus sonhos. E se com isso, você só ganhar um resfriado, existe aquele chá que minha mãe fazia quando eu era pequena, que seria bom para a sua voz voltar a ser ouvida.

Sabe, tem algumas coisas que eu nunca contei para ninguém, algum detalhe seu, que fez toda a diferença.

Cansei de todo mundo achando o que eu devo fazer. O que eu preciso fazer. Como eu preciso falar. O que eu devo guardar. Cansei de não poder ser feliz do meu jeito. E quem disse que viver ia ter que ser sempre igual?

Ponto, achei.