Tenho sentido menos vontade de ficar sozinha, talvez porque finalmente escolho quem quero ver, por necessidade ou afeto, vejo os certos e em grandes proporções para não faltar verdade.
E, então, em um dia qualquer, chego em casa mais cedo e fico pensando no que sou, no que quero, no que faço para conseguir. Refaço os meus planos, organizo meus pensamentos, revejo datas e calculo os começos. Lembro do acaso que uniu pessoas e de como é tudo mentira, não existe coincidência maior do que o destino. Se é que existe um, se é que não somos senhores do nosso agora, esse instante que mudará para sempre o depois. Mudando, mudando, mudando. Quem não muda, não interessa.
Quero alguém que grite até perder a voz porque está transbordando de algo que não consegue soltar em palavras mansas. Quero um desespero contido. Quero um riso difícil. Quero o depois, o agora e o durante. Quero tentar entender sabendo que o máximo que farei é chegar perto. Quero tardes divertidas e leves com o nada preenchendo cada um dos cantos da vida. Quero sentir a ausência das expectativas. Quero sentir até o mundo mudar de cor e, se de repente, quiser ficar sozinha, saber que isso também é uma opção.
Um complexo alguém, tem?