i do appreciate you being round
Sinto falta de alguma coisa que não sei o nome. Não é nenhum dos aspectos comuns. Talvez "help!" dos beatles esteja roteirizando minha vida. Como na música, quando era mais jovem, nunca senti falta de ninguém. Era eu e a minha cabeça, eu e os meus livros, eu e as minhas músicas, eu e o meu mundo particular cheio de copos e alguns amigos.
Mas, agora, nesse instante particular onde tudo parece tão calmo, preciso de alguém. Porque a calma me desespera. Essa serenidade me dá ideias malucas e vontades surreais. Alguém para dividir uma garrafa de vinho, alguém para assistir um filme bobo, para discutir as questões irrelevantes dos aspectos minúsculos do cosmo, para ver o céu sem estrelas dessa cidade cheia de luz, para acreditar em ETs e procurar espaço nave no céu (mesmo sabendo que é maluquice demais), alguém que veja tudo maior do que é como se enxergasse através de uma lupa e soubesse que às vezes seremos minúsculos, alguém de extremos e calma, alguém que não saiba como viver dentro da própria cabeça e não fosse capaz de abrir mão disso, alguém que não me concedesse direitos sobre sua vida e não pedisse isso na minha, alguém que gostasse dos meus amigos e que eu gostasse dos dele, alguém que não criasse expectativa e controla-se a minha.
Gosto do jeito que me faz pensar em aspectos desconhecidos de algo que pensei por vários dias. Gosto de sentir que meus pensamentos não agridem ou incomodam (por existir). Gosto de sentir que posso não ser nada disso em uma noite diferente.
Minha vida mudou em tantos sentidos...
sábado, fevereiro 27, 2010
domingo, fevereiro 21, 2010
onde quero chegar
Estava tudo chato. Sem graça. Silêncio demais enquanto meus pensamentos gritavam. Andava em companhia do desconhecido, segurando a mão de uma tranquilidade morna enquanto me iludia. Sem encontrar nada que matasse a minha sede apenas bebia mais. Um jeito simples de acalmar meus pensamentos enquanto eles pensam em partir. Enquanto quero apenas pedir ao mundo que seja menos mundo. Vamos fugir para um lugar longe daqui onde possamos ouvir cada acorde solto, onde os livros sejam escritos fora da forma e eu possa ouvir o som da sua risada.
Quando foi que você se apossou dos meus pensamentos? A sua cabeça me fascina enquanto você nega em voz alta tudo o que eles pensam. Se contradiz da cabeça aos pés e se revela enquanto olha no olho. Pulsa inteiro enquanto me faz pulsar sem ritmo.
Você parece uma esfinge desfilando a profecia do "decifra-me ou devoro-te". Certo de que nunca encontrará Édipo e pronto para lutar bravamente enquanto segue. Até que a luta se torne outra coisa e a profecia se desfaça em silêncios, quem sabe.
Estava tudo chato. Sem graça. Silêncio demais enquanto meus pensamentos gritavam. Andava em companhia do desconhecido, segurando a mão de uma tranquilidade morna enquanto me iludia. Sem encontrar nada que matasse a minha sede apenas bebia mais. Um jeito simples de acalmar meus pensamentos enquanto eles pensam em partir. Enquanto quero apenas pedir ao mundo que seja menos mundo. Vamos fugir para um lugar longe daqui onde possamos ouvir cada acorde solto, onde os livros sejam escritos fora da forma e eu possa ouvir o som da sua risada.
Quando foi que você se apossou dos meus pensamentos? A sua cabeça me fascina enquanto você nega em voz alta tudo o que eles pensam. Se contradiz da cabeça aos pés e se revela enquanto olha no olho. Pulsa inteiro enquanto me faz pulsar sem ritmo.
Você parece uma esfinge desfilando a profecia do "decifra-me ou devoro-te". Certo de que nunca encontrará Édipo e pronto para lutar bravamente enquanto segue. Até que a luta se torne outra coisa e a profecia se desfaça em silêncios, quem sabe.
sexta-feira, fevereiro 19, 2010
Entre julgamentos e encontros
Cansei. Cansei de ter que fingir por quatro horas do meu dia que faço parte daquilo, que as piadas (sem graça) me interessam, que acredito naquela revolução armada de filhinho de papai. Cansei até do bar, dos malucos que caem de pára-quedas do seu mundo particular. Cansei dos sorrisos forçados, da falta de respeito, dos esbarrões que uns dão nas dores do outro. Lembro perfeitamente das piadas sobre alguém com câncer. "Peralá grande, a mãe dela morreu disso". Cansei de fazer do real algo pitoresco.
Foram três anos e falta mais um. Porque me parece besteira essa coisa do encontro de interesses entre universitários. Meu encontro aconteceu antes. Precisei perder meu porto seguro para notar que ele andaria de mãos dadas comigo. E só assim, então, encontraria um teto no irreal. Eram nas letras, nas músicas, nas palavras. Era no que toco e no que sinto. Tive que aprender a conviver comigo e ser suficiente. Encontro no caminho alguns iguais para os quais o paraíso se resume em algo muito simples. Uma noite em um lugar com luzes vermelhas para transformar o tédio em melodia. Uma tarde em um café para verbalizar pensamentos contidos. Andar pela augusta pulando os buracos das calçados, desviando dos malucos (demais), revelando sorrisos enquanto pedidos aos céus para segurar a chuva que sempre tem caído em São Paulo.
Cansei dos que vivem me julgando. Porque você é assim ou assado. Sou crua, pronto. Estou no ponto exato das mudanças. Vou afirmar sem medo de errar que mudarei constantemente.
E, por outro lado, o mundo tem sido bom comigo. Estou vendo utopia virar realidade. Portas se abrindo em lugares desconhecidos. Olho para dentro, com receio porém sem medo. Acredito no que aprendi até aqui e vejo tanto para aprender. O conhecimento me motiva, o que tenho e o que posso ter. Mas, tudo isso está dentro de uma sala de aula ouvindo o óbvio ou na vida?
Sem pular etapas, sigo por elas, impaciente.
Cansei. Cansei de ter que fingir por quatro horas do meu dia que faço parte daquilo, que as piadas (sem graça) me interessam, que acredito naquela revolução armada de filhinho de papai. Cansei até do bar, dos malucos que caem de pára-quedas do seu mundo particular. Cansei dos sorrisos forçados, da falta de respeito, dos esbarrões que uns dão nas dores do outro. Lembro perfeitamente das piadas sobre alguém com câncer. "Peralá grande, a mãe dela morreu disso". Cansei de fazer do real algo pitoresco.
Foram três anos e falta mais um. Porque me parece besteira essa coisa do encontro de interesses entre universitários. Meu encontro aconteceu antes. Precisei perder meu porto seguro para notar que ele andaria de mãos dadas comigo. E só assim, então, encontraria um teto no irreal. Eram nas letras, nas músicas, nas palavras. Era no que toco e no que sinto. Tive que aprender a conviver comigo e ser suficiente. Encontro no caminho alguns iguais para os quais o paraíso se resume em algo muito simples. Uma noite em um lugar com luzes vermelhas para transformar o tédio em melodia. Uma tarde em um café para verbalizar pensamentos contidos. Andar pela augusta pulando os buracos das calçados, desviando dos malucos (demais), revelando sorrisos enquanto pedidos aos céus para segurar a chuva que sempre tem caído em São Paulo.
Cansei dos que vivem me julgando. Porque você é assim ou assado. Sou crua, pronto. Estou no ponto exato das mudanças. Vou afirmar sem medo de errar que mudarei constantemente.
E, por outro lado, o mundo tem sido bom comigo. Estou vendo utopia virar realidade. Portas se abrindo em lugares desconhecidos. Olho para dentro, com receio porém sem medo. Acredito no que aprendi até aqui e vejo tanto para aprender. O conhecimento me motiva, o que tenho e o que posso ter. Mas, tudo isso está dentro de uma sala de aula ouvindo o óbvio ou na vida?
Sem pular etapas, sigo por elas, impaciente.
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
incolor
Talvez procurasse algo que não existe. Sentir que era compreendida em silêncio enquanto todos se perdiam em palavras, notar que no alto de uma árvore uma folha diz algo incompreensível ao que estamos acostumados. Me pego reparando em formas desconhecidas, notando ritmos obscuros, ouvindo notas musicais inexistentes. Quero o que não tem nome, o que não tem cor, o indefinível em forma. Quero sentir que não sentir é apenas um espaço de tempo. Quero sentir tudo tão maior, os seus olhos claros iluminando um caminho desconhecido enquanto se fazem enigmas impressionantes. Quero o simples de um dia cheio, a calma do mar depois das ondas, nado sem direção até a calmaria não me parecer tédio. Te desfaço no infinito de algo indefinido. Busco alguém sem cor, sem nome, um segredo repleto de si. Quero o seu sorriso contido e o seu pranto reprimido. Quero experimentar o inteiro enquanto você acredita ser meio. Quero algo que não tem forma, não tem cor, não tem nome... Quero apenas você?
Talvez procurasse algo que não existe. Sentir que era compreendida em silêncio enquanto todos se perdiam em palavras, notar que no alto de uma árvore uma folha diz algo incompreensível ao que estamos acostumados. Me pego reparando em formas desconhecidas, notando ritmos obscuros, ouvindo notas musicais inexistentes. Quero o que não tem nome, o que não tem cor, o indefinível em forma. Quero sentir que não sentir é apenas um espaço de tempo. Quero sentir tudo tão maior, os seus olhos claros iluminando um caminho desconhecido enquanto se fazem enigmas impressionantes. Quero o simples de um dia cheio, a calma do mar depois das ondas, nado sem direção até a calmaria não me parecer tédio. Te desfaço no infinito de algo indefinido. Busco alguém sem cor, sem nome, um segredo repleto de si. Quero o seu sorriso contido e o seu pranto reprimido. Quero experimentar o inteiro enquanto você acredita ser meio. Quero algo que não tem forma, não tem cor, não tem nome... Quero apenas você?
sexta-feira, fevereiro 12, 2010
Proibido proibir
É tão bom voltar a viver no desconforto que é ser o que sou. Admito, me adequei durante todo o ano que passou para deixar as coisas mais simples. Não queria ser julgada, apontada, questionada. Não queria ser vista porque não tinha para onde correr, não conseguiria me sentir em casa estando tão longe. Me faltou o chão. Me faltou ar. Tomei banhos de chuva a procura de algo que não encontrei na água.
Entre a corrida achei outros lugares que me faziam sentir livre para ser. Cheguei a viver como queria, como sabia, como podia. Notei que o meu erro era guardar tudo em um lugar só. Me reservava demais o direito de não compartilhar. Como uma filha única que não aprendeu a dividir, me guardava fundo.
Conheci pessoas que me fizeram rever alguns dos meus conceitos. Pessoas que me desvendaram em poucos momentos apenas por poupar julgamentos. Identificação e alguma outra coisa que talvez tenha a ver com vidas passadas ou algo maior que rege a falta de lei do mundo. Nunca consegui as respostas. Só colecionei mais perguntas a medida que encontrava um caminho para solucionar a primeira. Não acredito nas leis dos homens. Não acredito nisso que estamos fadados a viver. Me diz mais a felicidade de fazer o que gosto do que uma cifra. Adoro os perdidamente apaixonados, os impulsivos, os amantes da própria verdade. Essa que vivemos procurando enquanto ela muda. Mudamos todos os dias diante de um sorriso sincero de uma criança, de uma música, de uma frase solta. Diante dos dois pombos que pareciam estar em uma mesma sintonia esquecendo-se que eram só pombos. Pareciam dois amantes celebrando alguma coisa qualquer. Sim, eram só pombos, pequenos porém gigantes me fazendo sorrir de algo que quase nunca notamos. Era a vida, mesmo que não a humana, coexistindo livremente.
É confortável falar direto da minha zona de desconforto. Continuo seletiva, evitando muitos, me protejo com os fones de ouvido e me guardo nos livros. Acredito na minha intuição e sigo por esse lugar imprevisível que chamamos de vida. "Vou olhar os caminhos, o que tiver mais coração, eu sigo."
ps. a última frase é cortesia do Caio F.
É tão bom voltar a viver no desconforto que é ser o que sou. Admito, me adequei durante todo o ano que passou para deixar as coisas mais simples. Não queria ser julgada, apontada, questionada. Não queria ser vista porque não tinha para onde correr, não conseguiria me sentir em casa estando tão longe. Me faltou o chão. Me faltou ar. Tomei banhos de chuva a procura de algo que não encontrei na água.
Entre a corrida achei outros lugares que me faziam sentir livre para ser. Cheguei a viver como queria, como sabia, como podia. Notei que o meu erro era guardar tudo em um lugar só. Me reservava demais o direito de não compartilhar. Como uma filha única que não aprendeu a dividir, me guardava fundo.
Conheci pessoas que me fizeram rever alguns dos meus conceitos. Pessoas que me desvendaram em poucos momentos apenas por poupar julgamentos. Identificação e alguma outra coisa que talvez tenha a ver com vidas passadas ou algo maior que rege a falta de lei do mundo. Nunca consegui as respostas. Só colecionei mais perguntas a medida que encontrava um caminho para solucionar a primeira. Não acredito nas leis dos homens. Não acredito nisso que estamos fadados a viver. Me diz mais a felicidade de fazer o que gosto do que uma cifra. Adoro os perdidamente apaixonados, os impulsivos, os amantes da própria verdade. Essa que vivemos procurando enquanto ela muda. Mudamos todos os dias diante de um sorriso sincero de uma criança, de uma música, de uma frase solta. Diante dos dois pombos que pareciam estar em uma mesma sintonia esquecendo-se que eram só pombos. Pareciam dois amantes celebrando alguma coisa qualquer. Sim, eram só pombos, pequenos porém gigantes me fazendo sorrir de algo que quase nunca notamos. Era a vida, mesmo que não a humana, coexistindo livremente.
É confortável falar direto da minha zona de desconforto. Continuo seletiva, evitando muitos, me protejo com os fones de ouvido e me guardo nos livros. Acredito na minha intuição e sigo por esse lugar imprevisível que chamamos de vida. "Vou olhar os caminhos, o que tiver mais coração, eu sigo."
ps. a última frase é cortesia do Caio F.
quarta-feira, fevereiro 10, 2010
Despedida
Um beijo seu carrega a surpresa de uma música desconhecida, sem letra, só uma melodia leve que embala o corpo para chegar a um lugar além do que imaginamos, fizemos, planejamos, quase um risco que jamais assumimos. Queria planejar um ano inteiro de surpresas para quando eu estiver longe, quando nossas vidas deixarem de coexistir no mesmo espaço, sem te ver, seria a minha forma de te reservar mais riscos, menos certezas, mais felicidade, menos comodismo e te roubar alguns sorrisos, que eu não veria, já que não estarei mais no mesmo lugar. Menos dramático, mas com a mesma ideia daquele filme romântico e bonito que tem nome de música dos beatles.
Queria poder sentir isso de forma plena. Já não sei o que se passa aqui, não consigo desvendar os meus sentimentos, nem entender os meus pensamentos. Tudo tão misturado com a vontade que apareceu, assim de repente. São algumas dúvidas, me faltam certezas, sobram possibilidades. Quem sabe quando desistir de fugir eu note que o tempo inteiro foi sempre: você.
Um beijo seu carrega a surpresa de uma música desconhecida, sem letra, só uma melodia leve que embala o corpo para chegar a um lugar além do que imaginamos, fizemos, planejamos, quase um risco que jamais assumimos. Queria planejar um ano inteiro de surpresas para quando eu estiver longe, quando nossas vidas deixarem de coexistir no mesmo espaço, sem te ver, seria a minha forma de te reservar mais riscos, menos certezas, mais felicidade, menos comodismo e te roubar alguns sorrisos, que eu não veria, já que não estarei mais no mesmo lugar. Menos dramático, mas com a mesma ideia daquele filme romântico e bonito que tem nome de música dos beatles.
Queria poder sentir isso de forma plena. Já não sei o que se passa aqui, não consigo desvendar os meus sentimentos, nem entender os meus pensamentos. Tudo tão misturado com a vontade que apareceu, assim de repente. São algumas dúvidas, me faltam certezas, sobram possibilidades. Quem sabe quando desistir de fugir eu note que o tempo inteiro foi sempre: você.
02/08/2009
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