Sem fim
Nos tempos de paz me atormenta a calmaria e eu revisito os lugares onde já não estou. Reencontro e encontro são uma mesma via pela qual gosto de andar. Bom sentir que os problemas foram superados e o recomeço pode ter a força da superação.
Confesso em silêncio os meus medos. Revelo minha inabilidade com os outros enquanto me refaço. Meu grito é um vazio. Vou por todas as ruas a procura de algo que desconheço, a busca não tem fim enquanto as perguntas se refazem, quero o todo de algo que ainda não tem nome. Um passo a frente e já não estamos no mesmo lugar, um dia Chico Science falou.
Organizo os dias, refaço as rotas, guardo o mapa do tesouro escondido em um além que nunca visitei. Meus planos não tem a validade de uma vida, prefiro a certeza de poder me reinventar, quero ser milhares sem a obrigação de ser só uma. Jornalista, produtora, escritora, editora e o que mais couber nessa vida sem limites.
Vou recolhendo no caminho a minha verdade. Esse é o momento de separar o joio do trigo, reconhecer nos olhares os que quero levar para sempre e os quais são apenas passageiros. Algum encontro em uma vida de tantos desencontros. Música, literatura, psicanálise, tantos canais e é no som de poucas vozes que conheço a verdade.
quinta-feira, abril 29, 2010
segunda-feira, abril 19, 2010
(in)COMUM
Hoje me peguei olhando para mim, não para dentro como os poetas, não para os detalhes como os observadores. Olhar do lado de fora, pelo que aparento e pelos papéis que me foram dados. Shorts, jaqueta de couro, all star e uma mochila da estpak enquanto andava com o livro da Clarice na mão até parar e continuar lendo. Por fora tudo igual e por dentro uma cabeça que não para. Me senti óbvia e comum. Como se pudesse me misturar entre tantos.
No instante seguinte já estava em outra dimensão. Notando os encontros e revendo o acaso. O fim do ano passado e começo desse marcou um tempo desconhecido. Uma ideia tomou forma e um inesperado encontro, se é que posso falar assim, se deu. Nunca vou conseguir falar a importância desse alguém. A quebra de um pré-conceito, uma surpresa boa, papos relevantes sobre algumas pequenas coisas sobre as quais não falo. Reservada por definição e um mistério até para mim. Vivo para perder o interesse enquanto conservo certa insatisfação. Me alimento de música e cinema. Devoro páginas de livro enquanto paro para contemplar o silêncio.
Tive medo porque não queria ser o que detestava nos outros. Nunca gostei de me sentir observada. Me desesperava o garoto que escrevia textos sobre os meus gestos e vivia tentando desvendar algo que é apenas simples. Nunca entendi a fama e nunca quis dela, a amizade. Gosto de passar despercebida e de não perceber. Os meus ídolos, na sua maioria, estão mortos porque só assim não corro o risco da decepção. Mas, por surpresa, nada era do que parecia. Existia dentro algumas particularidades encantadoras. Não dentro do todo porque não penetrei no mais fundo, navego pela superfície na correria dos dias, na falta de tempo, nas possibilidades.
Dos papéis que desempenho esse é o mais verdadeiro. É no reino das palavras que desvendo o cotidiano. No trabalho sou a que gosta de música, entende de tecnologia e sempre tem um livro na mesa. Sou a filha com sonhos incompreensíveis que está conquistando espaço. Sou várias para os meus amigos já que fomos escolhidos em silêncio pela identificação.
Talvez, nunca vá de fato, conseguir unir todas as personas. A que parece não é o que sou e o que sou não é o que parece. É tudo um jeito de passar desapercebida e respeitar o silêncio. E, no caminho, aparecem algumas pessoas que fazem uma diferença que nunca vai ser explicada em palavras. Ficamos com o silêncio, enfim...
Hoje me peguei olhando para mim, não para dentro como os poetas, não para os detalhes como os observadores. Olhar do lado de fora, pelo que aparento e pelos papéis que me foram dados. Shorts, jaqueta de couro, all star e uma mochila da estpak enquanto andava com o livro da Clarice na mão até parar e continuar lendo. Por fora tudo igual e por dentro uma cabeça que não para. Me senti óbvia e comum. Como se pudesse me misturar entre tantos.
No instante seguinte já estava em outra dimensão. Notando os encontros e revendo o acaso. O fim do ano passado e começo desse marcou um tempo desconhecido. Uma ideia tomou forma e um inesperado encontro, se é que posso falar assim, se deu. Nunca vou conseguir falar a importância desse alguém. A quebra de um pré-conceito, uma surpresa boa, papos relevantes sobre algumas pequenas coisas sobre as quais não falo. Reservada por definição e um mistério até para mim. Vivo para perder o interesse enquanto conservo certa insatisfação. Me alimento de música e cinema. Devoro páginas de livro enquanto paro para contemplar o silêncio.
Tive medo porque não queria ser o que detestava nos outros. Nunca gostei de me sentir observada. Me desesperava o garoto que escrevia textos sobre os meus gestos e vivia tentando desvendar algo que é apenas simples. Nunca entendi a fama e nunca quis dela, a amizade. Gosto de passar despercebida e de não perceber. Os meus ídolos, na sua maioria, estão mortos porque só assim não corro o risco da decepção. Mas, por surpresa, nada era do que parecia. Existia dentro algumas particularidades encantadoras. Não dentro do todo porque não penetrei no mais fundo, navego pela superfície na correria dos dias, na falta de tempo, nas possibilidades.
Dos papéis que desempenho esse é o mais verdadeiro. É no reino das palavras que desvendo o cotidiano. No trabalho sou a que gosta de música, entende de tecnologia e sempre tem um livro na mesa. Sou a filha com sonhos incompreensíveis que está conquistando espaço. Sou várias para os meus amigos já que fomos escolhidos em silêncio pela identificação.
Talvez, nunca vá de fato, conseguir unir todas as personas. A que parece não é o que sou e o que sou não é o que parece. É tudo um jeito de passar desapercebida e respeitar o silêncio. E, no caminho, aparecem algumas pessoas que fazem uma diferença que nunca vai ser explicada em palavras. Ficamos com o silêncio, enfim...
sexta-feira, abril 16, 2010
Obra inacabada
Tem horas que a cabeça transborda e sai por todos os lados. São todos os pensamentos contidos, os segredos nunca revelados, as coisas que não verbalizo por medo de existirem. Tudo acontecendo em um ritmo intenso.
Sou pelo menos três bem definidas e outras tantas que se misturam a essas. Sou a que trabalha, a que estuda o mundo e as suas formas e a que vive para não ser. Mas, diante do trabalho as outras são secundárias, minhas prioridades e forças voltadas para um único foco. Por sorte encontrei pessoas bacanas para dividir alguns sonhos e realizar utopias.
Mas, hoje, lendo enquanto voltava para casa, me peguei pensando se não ter alguém é realmente uma opção voluntária. Não quero estar me divertindo com um erro e estar ocupada demais para quando for urgente. Porque paixões são urgentes mesmo que durem uma noite só. Cansei do que me atormenta e passa. Queria encontrar alguém que estivesse na mesma busca que eu. Alguém que conseguisse amar uma obra inacabada. Porque, no fundo, é só o que sou. Não quero admirações aparentes. Se eu cantasse teria medo de perder a voz. Se eu pintasse teria medo de perder os movimentos e não ser Frida Kahlo para me reinventar. Mas, sendo o que sou, não quero ter medo de perder (nem ganhar). Não quero ter medo.
Não quero que vejam um todo ilusório, mesmo que tenha plena consciência de esconder as particularidades. Me fascina as pessoas que são várias e a minha capacidade de ser. Me conquista essa traição com as aparências. "Decifra-me ou devoro-te". Assim, provocando e sendo provocada pelo instante agora até que ele passe...
Tem horas que a cabeça transborda e sai por todos os lados. São todos os pensamentos contidos, os segredos nunca revelados, as coisas que não verbalizo por medo de existirem. Tudo acontecendo em um ritmo intenso.
Sou pelo menos três bem definidas e outras tantas que se misturam a essas. Sou a que trabalha, a que estuda o mundo e as suas formas e a que vive para não ser. Mas, diante do trabalho as outras são secundárias, minhas prioridades e forças voltadas para um único foco. Por sorte encontrei pessoas bacanas para dividir alguns sonhos e realizar utopias.
Mas, hoje, lendo enquanto voltava para casa, me peguei pensando se não ter alguém é realmente uma opção voluntária. Não quero estar me divertindo com um erro e estar ocupada demais para quando for urgente. Porque paixões são urgentes mesmo que durem uma noite só. Cansei do que me atormenta e passa. Queria encontrar alguém que estivesse na mesma busca que eu. Alguém que conseguisse amar uma obra inacabada. Porque, no fundo, é só o que sou. Não quero admirações aparentes. Se eu cantasse teria medo de perder a voz. Se eu pintasse teria medo de perder os movimentos e não ser Frida Kahlo para me reinventar. Mas, sendo o que sou, não quero ter medo de perder (nem ganhar). Não quero ter medo.
Não quero que vejam um todo ilusório, mesmo que tenha plena consciência de esconder as particularidades. Me fascina as pessoas que são várias e a minha capacidade de ser. Me conquista essa traição com as aparências. "Decifra-me ou devoro-te". Assim, provocando e sendo provocada pelo instante agora até que ele passe...
domingo, abril 11, 2010
Carta aberta para poucos
A paranóia do Woody me alimenta. O amor por tantas ligações, pelas metáforas, pelo jogo de palavras, o desfile de referências, o descaso com o certo e errado.
Valorizo as relações mentais tanto quanto um abraço. Me acolhe saber que os pensamentos são complementares. Deitar em silêncio no ombro de quem vai entender que não consigo ser a mesma o tempo inteiro. Que vou ser um pouco rabugenta e no momento seguinte posso ser quase uma criança. Vivo oscilando entre as obrigações e o hedonismo. Queria poder inverter meus horários, trocar de uma vez por todas ou meus dias pelas noites. Na verdade, sinto que isso é só um remédio paliativo para uma doença desconhecida. Uma eterna insatisfação. Vivo procurando algo que não conheço. Na verdade, sei o que quero embora tenha encontrado quando não queria mais procurar. Mas, não é assim tão simples. Pode ser só mais um momento para minha grande coleção de erros.
Parece que cansei de viver aqui. Dentro dessa cabeça seletiva demais. Gosto muito de poucas pessoas e apenas relevo as outras. Não sou estúpida com ninguém porque aprendi a respeitar diferenças. Mas, tampouco me interesso por elas. Assim como elas não me entendem eu também não compreendo um monte desse lugar comum. Essa mania opressora de jogar a sua vida nas mãos dos outros. Mas, não fazer isso, ter o controle sobre si, te faz mártir de toda responsabilidade. Não deixar que o outro encoste na sua vida por proteção te dá todas as possibilidades e te tira elas, ao mesmo tempo. De repente, aparece aquela angústia absurda que só toma outra forma com o apoio de melodias ou frases de um filme em uma tarde fria.
Aniversário me bombardeia com emoções distintas. O passado se renova e o futuro parece distante. Fico presa no agora. Vivo o momento presente. E, agora, não me importa o que parece, não me importa o daqui para frente, não importa o quanto corri, não importa nenhuma das reflexões das pessoas que simplesmente não me interessam. O agora tem um pedaço de mim forte, sensível, aberto... Parece ser só agora.
A paranóia do Woody me alimenta. O amor por tantas ligações, pelas metáforas, pelo jogo de palavras, o desfile de referências, o descaso com o certo e errado.
Valorizo as relações mentais tanto quanto um abraço. Me acolhe saber que os pensamentos são complementares. Deitar em silêncio no ombro de quem vai entender que não consigo ser a mesma o tempo inteiro. Que vou ser um pouco rabugenta e no momento seguinte posso ser quase uma criança. Vivo oscilando entre as obrigações e o hedonismo. Queria poder inverter meus horários, trocar de uma vez por todas ou meus dias pelas noites. Na verdade, sinto que isso é só um remédio paliativo para uma doença desconhecida. Uma eterna insatisfação. Vivo procurando algo que não conheço. Na verdade, sei o que quero embora tenha encontrado quando não queria mais procurar. Mas, não é assim tão simples. Pode ser só mais um momento para minha grande coleção de erros.
Parece que cansei de viver aqui. Dentro dessa cabeça seletiva demais. Gosto muito de poucas pessoas e apenas relevo as outras. Não sou estúpida com ninguém porque aprendi a respeitar diferenças. Mas, tampouco me interesso por elas. Assim como elas não me entendem eu também não compreendo um monte desse lugar comum. Essa mania opressora de jogar a sua vida nas mãos dos outros. Mas, não fazer isso, ter o controle sobre si, te faz mártir de toda responsabilidade. Não deixar que o outro encoste na sua vida por proteção te dá todas as possibilidades e te tira elas, ao mesmo tempo. De repente, aparece aquela angústia absurda que só toma outra forma com o apoio de melodias ou frases de um filme em uma tarde fria.
Aniversário me bombardeia com emoções distintas. O passado se renova e o futuro parece distante. Fico presa no agora. Vivo o momento presente. E, agora, não me importa o que parece, não me importa o daqui para frente, não importa o quanto corri, não importa nenhuma das reflexões das pessoas que simplesmente não me interessam. O agora tem um pedaço de mim forte, sensível, aberto... Parece ser só agora.
E o tormento é sempre a solução
Me atormenta a calma e a mansidão
Los Porongas
Me atormenta a calma e a mansidão
Los Porongas
quarta-feira, abril 07, 2010
Feeling good
Aniversário, para mim, é como ano novo particular. Aquilo que as pessoas fazem com a casa, afastam os móveis, tiram sujeiras e se desfazem de lembranças, eu também faço, só que dessa vez, com a vida. Preciso de um dia inteiro para mim, consegui isso ontem, apesar do dia ter sido intenso e cheio de pequenos detalhes e grandes problemas que se desfaziam com a certeza de que tudo vai dar certo.
Lembrei das pessoas que passaram, dos que passarão, dos que ficaram e dos que ficarão. Lembrei do café que minha vó por adoção me dava, eu não gostava porque era muito quente e então ela colocava um pouco de água e eu amava aquele café meio aguado e morno. Acho que quando a gente é criança aprende amar de forma simples. Só que isso passa com o tempo, a partir do momento que o nosso amor começa a ser medido em uma moeda estranha que eu nunca entendi. Continuo amando daquela forma simples. O carinho dos meus pais, as risadas e histórias dos meus amigos, as viagens que sobram carinho e falta juízo, a verdade no olho de alguém que te olha no olho, as palavras de quem tem carinho por elas, o silêncio da caminhada na chuva, as músicas que a gente canta para não esquecer o passado.
Uma palavra para o ano que foi? Intenso. Tudo mudou milhares de vezes e em um ritmo maluco. Comecei a reparar em milhares de coisas que nunca tinha notado. Valorizar ações que eram irrelevantes. Percebi que minha vida é apenas dos poucos e bons. São das pessoas que tem alguma verdade em comum. E é principalmente de quem é de verdade. De quem enfrenta a vida de frente sem medo de assumir "eu errei". Porque é isso, vamos errar e mudar infinitas vezes.
A Clarice explicou "não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma". Dessa forma, mudei mais um pouco esse ano. Olhei o caminho dos meus sonhos e deixei de projetar. Consegui viabilizar uma ideia que pensei fosse demorar anos até ser verdade. Mas, não, está aí. No fim do mês tudo vai ser verdade. No ano que passou conheci pessoas incríveis, a melhor amiga voltou dos Estados Unidos, me livrei de relações desgastadas e vazias em prol de manter tudo igual. Aceitei que seria diferente e é... It's a new day, it's a new life and i'm feeling good.
Aniversário, para mim, é como ano novo particular. Aquilo que as pessoas fazem com a casa, afastam os móveis, tiram sujeiras e se desfazem de lembranças, eu também faço, só que dessa vez, com a vida. Preciso de um dia inteiro para mim, consegui isso ontem, apesar do dia ter sido intenso e cheio de pequenos detalhes e grandes problemas que se desfaziam com a certeza de que tudo vai dar certo.
Lembrei das pessoas que passaram, dos que passarão, dos que ficaram e dos que ficarão. Lembrei do café que minha vó por adoção me dava, eu não gostava porque era muito quente e então ela colocava um pouco de água e eu amava aquele café meio aguado e morno. Acho que quando a gente é criança aprende amar de forma simples. Só que isso passa com o tempo, a partir do momento que o nosso amor começa a ser medido em uma moeda estranha que eu nunca entendi. Continuo amando daquela forma simples. O carinho dos meus pais, as risadas e histórias dos meus amigos, as viagens que sobram carinho e falta juízo, a verdade no olho de alguém que te olha no olho, as palavras de quem tem carinho por elas, o silêncio da caminhada na chuva, as músicas que a gente canta para não esquecer o passado.
Uma palavra para o ano que foi? Intenso. Tudo mudou milhares de vezes e em um ritmo maluco. Comecei a reparar em milhares de coisas que nunca tinha notado. Valorizar ações que eram irrelevantes. Percebi que minha vida é apenas dos poucos e bons. São das pessoas que tem alguma verdade em comum. E é principalmente de quem é de verdade. De quem enfrenta a vida de frente sem medo de assumir "eu errei". Porque é isso, vamos errar e mudar infinitas vezes.
A Clarice explicou "não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma". Dessa forma, mudei mais um pouco esse ano. Olhei o caminho dos meus sonhos e deixei de projetar. Consegui viabilizar uma ideia que pensei fosse demorar anos até ser verdade. Mas, não, está aí. No fim do mês tudo vai ser verdade. No ano que passou conheci pessoas incríveis, a melhor amiga voltou dos Estados Unidos, me livrei de relações desgastadas e vazias em prol de manter tudo igual. Aceitei que seria diferente e é... It's a new day, it's a new life and i'm feeling good.
domingo, abril 04, 2010
'Misterio Stereo'
Gosto de sentir que não preciso. Que os dias vão acontecer e as madrugadas vão me presentear com o que o escuro encobre. Gosto do acaso e do descaso que vivo. Tudo acontecendo em um ritmo maluco, enorme, engraçado, perfeito. E a perfeição me dá medo. Sei que falta pouco até querer algo que não parece tão certo. Preciso cometer um risco sem cor. Aumentar o ritmo, descompassar o volume, roubar um beijo olhando a cidade ou simplesmente vou precisar de nada. Vou querer ouvir o silêncio porque é preciso estar atento para notar que não existe som.
A chuva lavando a cidade dos mil pecados. O guarda-chuva sendo apenas uma tentativa inútil de se esconder. E os carros passam, as histórias se reescrevem, os malucos andam descalços pedindo cigarros, os jovens riem e se obrigam a diversão, os engravatados soltam os nós, os de sempre sentam na mesa do bar para compartilhar medos, felicidade, angústia, teorias. Enfim...
Gosto de sentir que não preciso. Que os dias vão acontecer e as madrugadas vão me presentear com o que o escuro encobre. Gosto do acaso e do descaso que vivo. Tudo acontecendo em um ritmo maluco, enorme, engraçado, perfeito. E a perfeição me dá medo. Sei que falta pouco até querer algo que não parece tão certo. Preciso cometer um risco sem cor. Aumentar o ritmo, descompassar o volume, roubar um beijo olhando a cidade ou simplesmente vou precisar de nada. Vou querer ouvir o silêncio porque é preciso estar atento para notar que não existe som.
A chuva lavando a cidade dos mil pecados. O guarda-chuva sendo apenas uma tentativa inútil de se esconder. E os carros passam, as histórias se reescrevem, os malucos andam descalços pedindo cigarros, os jovens riem e se obrigam a diversão, os engravatados soltam os nós, os de sempre sentam na mesa do bar para compartilhar medos, felicidade, angústia, teorias. Enfim...
sexta-feira, abril 02, 2010
Linha do tempo
Eu sempre fui de extremos. Vivia intensamente cada minuto de uma coisa qualquer. Procurava com força e afinco algo que não tinha certeza do que. Na cabeça, todas as ideias e planos me mostravam apenas um caminho desconhecido. Tive que correr riscos, apostar todas as minhas fichas em um momento incerto. E agora, tudo está acontecendo rápido e dessa vez estou calma.
Só queria conseguir resolver uma coisa. É só esse ar de superioridade que não entendo. Não sei se é por insegurança que você me fere. Mas, cansei, é isso. Não vou tentar mais mesmo que anos de terapia ou novas formas de procurar respostas alternativas e intensas me peçam. Porque apesar da minha aparente desordem tenho alguns paradigmas que sigo. Normalmente é alguma coisa que ficou ecoando na minha cabeça depois de lida ou ouvida em algum filme. E, a premissa máxima é a frase do Antoine de Saint-Exupéry, que fez algumas outras coisas além de escrever o belo "pequeno príncipe". "Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas há os que não levam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram ao acaso".
É por isso que tento resolver as coisas. É para dormir em paz e não encontrar espinhos no caminho. É para não ter que evitar lugares e provocar situações desconcertantes para as pessoas em comum. Mas, você nunca permitiu facilitar as coisas. Então, chega, né? Me chama de louca, stalker, o inferno que você precisar para se sentir menos pior. Não me importo mais. Acabou.
Eu sempre fui de extremos. Vivia intensamente cada minuto de uma coisa qualquer. Procurava com força e afinco algo que não tinha certeza do que. Na cabeça, todas as ideias e planos me mostravam apenas um caminho desconhecido. Tive que correr riscos, apostar todas as minhas fichas em um momento incerto. E agora, tudo está acontecendo rápido e dessa vez estou calma.
Só queria conseguir resolver uma coisa. É só esse ar de superioridade que não entendo. Não sei se é por insegurança que você me fere. Mas, cansei, é isso. Não vou tentar mais mesmo que anos de terapia ou novas formas de procurar respostas alternativas e intensas me peçam. Porque apesar da minha aparente desordem tenho alguns paradigmas que sigo. Normalmente é alguma coisa que ficou ecoando na minha cabeça depois de lida ou ouvida em algum filme. E, a premissa máxima é a frase do Antoine de Saint-Exupéry, que fez algumas outras coisas além de escrever o belo "pequeno príncipe". "Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas há os que não levam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram ao acaso".
É por isso que tento resolver as coisas. É para dormir em paz e não encontrar espinhos no caminho. É para não ter que evitar lugares e provocar situações desconcertantes para as pessoas em comum. Mas, você nunca permitiu facilitar as coisas. Então, chega, né? Me chama de louca, stalker, o inferno que você precisar para se sentir menos pior. Não me importo mais. Acabou.
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