Aos pecadores (e afins)
O pecado me fascina e me aproxima dos errados. Seguimos fazendo tudo do jeito que a intensidade permite. Fazemos, queremos, nos unimos em espaços pequenos. Te desfaço em pensamentos deliciosos enquanto imagino seus olhos se abrindo em surpresa. Quero sentir o seu corpo perto com a força que as suas mãos apertam as minhas. Seu toque me repele. Imagino o que habita seus pensamentos e penso em como seria interessante concretizar o pecado maior que é viver (desse jeito).
Meu cansaço é visível. Noto que de tudo que tenho é o menos que me interessa. Tenho sentido falta das coisas simples, do flerte real, dos olhos se cruzando e se evitando, dos filmes divididos, de resenhar a vida inteira em palavras simples enquanto não falo. Falta do que abri mão por um bem maior. Me concentro e me apaixono por tudo que faço. Me envolvo da cabeça aos pés e, muitas vezes, paixões (pessoais) me dispersam. Fiquei dispersa da vida, dessa vida paralela que sempre soube tão bem levar. Agora me pego pensando em erros e notando que o maior dele foi ter deixado...
Quero tudo de muito. É o meu mal. É querer aproveitar todos os segundos. Sinto sua fala próxima e o seu hálito me diz muito sobre tudo. Quente, é assim, quente. Te escrevo em palavras. Te faço todas as minhas palavras de força, vontade e fé. Você continua sendo um mistério e isso, muito, me interessa. Mas, afinal, qual é a sua?