domingo, junho 20, 2010

Good times for a change


Tem dias que as noites são melhores e também existe o contrário. As noites que tem dias melhores. Tantas variáveis entre o escuro e a claridade. Hoje passei o dia na cama, sentindo falta de algo, me peguei revisitando pensamentos esclarecidos. Sempre separando o que sou do que é, porque é claro, assumimos diversos personagens. Poucos de fato encostam no que sou, arisca como um gato, só me sinto em casa reconhecendo conforto no cheiro. Mas, tem aquilo que é, levemente variável, porque o estado é imutável para a visão alheia. Entre o que sou, o que é e o ser. Fico com o meu ser. Esse que é o que sou quando consigo ser. Senti falta da cumplicidade de um olhar, do toque de uma mão inteligente, de uma mente brilhando colorida enquanto me presenteia com o genuíno silêncio das palavras contidas.

Descobri na cama, em silêncio, que meu corpo está cansado, minhas costas soltaram os nós de tensão e onde eles estiveram sinto uma leveza estranha. Com os nós desatados encontro um caminho de possibilidades que não sei como caminhar. Minha segurança é insegura, viro menina enquanto pareço mulher, me encolho em dúvidas, me refaço e desfaço. Penso se tanta proteção não acaba me tirando de alguma coisa. Tenho preguiça e medo de colocar novas marcas em cima das do passado, tenho medo de ter que lidar com tanta coisa que não quero, tenho medo. "Lose yourself, but don't lose your mind".

Em um tempo cheio de dúvidas, vontades variáveis e invariantes.