sábado, março 12, 2011

Conquista

Tem horas que é carinho. Outras o simples gosto pelo desafio. Em alguns momentos, a delícia da conquista. Tem horas que é necessidade de estar só e outras que sinto falta de dividir. Em alguns dias quero dominar o mundo e em outros prefiro assistir filme comendo chocolate enquanto o mundo me domina em silêncio. Me importa o pensamento que se completa, o abraço que preenche, o outro lado que me faz sorrir, o respeito e a confiança. Me importa tanta coisa tão difícil de encontrar em um. Confesso que me divido em milhares para esconder em cada um desses pedaços, a essência que nunca mostro, por medo ou precaução.

Gosto de pensar nas matrioshkas, uma dentro da outra até sobrar só uma menor, a única que não é oca. Como se tudo coubesse dentro de tão pouco e todas as outras fossem tudo que somos obrigados a vestir, as personas que precisamos assumir, tudo que se esconde por medo ou necessidade, por precaução ou indecisão, por vontade ou ausência dela.

De tudo que perdi, me faz feliz o que acabei de reconquistar, a capacidade de me apaixonar. Por um livro que diz demais. Por um filme que ultrapassa a barreira da indiferença. Por uma música que me faz fechar os olhos e sorrir. Por um curso bobo que me aponta um novo horizonte. Pela ausência de obrigações maiores do que as que assumo apenas comigo. Por alguém, por um, por ninguém. Tenho de volta a possibilidade de. E, confesso, o mundo das possibilidades me encanta.