domingo, julho 31, 2011

Fim de semana sabático

Depois de um tempo de calmaria: sem sentir nada, sem deixar nada interferir nos meus planos, sem deixar ninguém transpor a minha barreira de conforto, veio um tornado. Foi como um vento forte que joga papeis no chão, bagunça a sala de estar e me deixa estar com muita confusão. Ligações, SMS, recados de várias espécies em tentativas de desfazer o erro de acreditar no que eu aparento. Minha aparência é proteção e afasto quem não tem a sensibilidade de notar isso.

Aceitei a confusão que me coloquei e notei que a calmaria era resultado apenas de não encarar os meus problemas. Precisei deixar claro que infelizmente não dá para ser por vários motivos que fogem do meu controle. Notei que esquecer vai além de simplesmente ignorar. Mas, no meio do que notei, decidi não mais me deixar afetar. Quero e preciso de distância dos seus jogos para me manter por perto. E, de volta, a liberdade (quase) perdida de deixar a vida aberta para novas possibilidades.

Nesse caminho será que alguém percebeu? Gosto de carinho, de atenção, de recado no meio da tarde, de sorriso bobo, de fala mansa, de convite despretensioso. Gosto de música brega que me lembra coisas que ainda não aconteceram. Gosto de pensar...




em você.

domingo, julho 24, 2011

stumble into you is all I ever do

Preciso de muito pouco para perceber que é sempre você. Sempre quem consegue me virar do avesso, me tirar todas as certezas, me fazer voltar ao ponto de partida por onde já jurei mil vezes não mais partir. É o seu sorriso, o seu abraço, o jeito como me diz coisas bobas e as risadas que são mais sinceras quando te tenho por perto. É você quem me conhece por lados como nenhum outro.

É quando não importa seriedade, nem o que sou, o que não sou, o que fiz, o que quero fazer, os meus planos maiores pro futuro, a viagem planejada, as contas para pagar. Os outros, não importa os outros, nenhuma maluquice que sai da cabeça de um outro alguém me afeta, me aflige. O mundo poderia acabar... se eu estivesse com você. Mas, seria melhor se continuasse até vermos um número sem fim de shows, de séries e filmes. Dos spoilers que você me conta, das filosofias que compartilhamos, dos enigmas que dividimos e como você me ajuda a encontrar respostas, dentro de mim.

Poderia ser tanta coisa... se não fosse.



ps. o título é Becausa i want you do Placebo. clicaqui.

segunda-feira, julho 18, 2011


love dares you to change our way of caring about ourselves

Tem horas que gostaria de passar a vida a limpo. Tirar os momentos que me endureceram, que me fizeram descrente, que me fazem amar muito mais o irreal da arte do que o real dos humanos. Apagar os momentos que doem de lembrar, como aquele de quando me deixei levar a beira de um abismo. Queria me livrar dos amores errados que me ensinaram, é verdade, só que também me tiraram e complicaram os que sempre estarão por vir.

Quero só deixar que alguém entre na minha vida e reservar a esse alguém o direito de ser. Quero a preguiça de um sábado frio com filme bobo na tv. Quero compartilhar a minha sede de mundo que tantas vezes me leva a noites incríveis. Quero compreensão e questionamento, quero mais do mesmo e o mesmo me sorrindo de uma forma doce. Quero brincar de pega pega, quero sorrir até doer a barriga, quero alguém para segurar a minha mão no último episódio da novela ou do meu seriado favorito. Quero compartilhar livros, destacar frases soltas, confessar que gosto de umas músicas clichês a ponto de preferir não revelar.

Quero, quero, quero me reinventar... Porque tem coisas que fazem a gente se questionar sobre nós mesmos.

ps. parafraseando o Queen com Bowie em under pressure. música linda, linda, linda. ouveaqui.

quarta-feira, julho 06, 2011

só de viver no seu mar

"Eu nunca precisei de ninguém para me indicar o caminho, quero ser fiel a mim mesma... Do jeito que eu sou: errada, torta, confusa, louca, apaixonada". (Alice - HBO)

É estranho se ver nas palavras de outro, de um personagem criado por alguém que deve ter observado várias pessoas como eu, pelas ruas da minha cidade e de tantas outras, aparentemente iguais se não se percebe as particularidades. Sempre fora do contexto, com o olhar longe, com os pensamentos distantes. Conservando o "porém" enquanto se esquiva de explicações. Me irrita toda e qualquer necessidade de adequação. Não quero me enquadrar em nenhum dos nichos que criaram, quero só o direito de ser exatamente do jeito que eu sou: errada, torta, confusa, louca, apaixonada.

Por decepção ou precaução, as minhas paixões envolvem muitas coisas antes de envolver pessoas. Deixo claro que sou complicada e aviso que meu lado ariano é simplesmente inconstante. Me reservo o direito de mudar quando já não existe mais movimento. Me deixa surpresa a capacidade dos outros de se apaixonar em instantes, o tempo todo, por um alguém novo. Acho que grandes paixões acontecem com uma periodicidade muito menor do que essa com que tanta gente fala por aí. Ao menos no que diz respeito a se apaixonar por alguém. Eu tenho a capacidade estranha de me apaixonar por música, por filme, por livro, por algo que é simplesmente concreto de forma abstrata e se esquiva de mudanças trágicas.

Tenho dessas paixões repentinas de uma noite só. Dessas que o personagem vive, aquela que muda de nome na balada por preguiça de ser. Me apaixono por coisas que desconheço a cor, o mistério me fascina e muito pouco em pouquíssimas pessoas mantem minha atenção além dos primeiros minutos. Porque, na vida e na arte, é quase tudo como na música que já diz muito nos primeiros acordes.