Bem que se quis
Depois de tudo ainda ser feliz
Muito obrigada por tudo que você me mostrou. Pelo jeito simples que se tornou sentir. Eu que nunca fui de me permitir, me vi, sozinha, no meio de um monte de sentimentos desconexos. Sentindo tudo e muito. Conversas que nos fizeram girar no centro do que deixou de ser pela minha distância e pelo jeito que você colocou alguém entre nós. Declaro a ausência de culpados e só hoje percebo que sempre existiram alguns e nunca nós. Éramos a sombra da nossa vontade de acertar depois de tantos erros. Eu passei os últimos anos da minha vida persistindo na história que criei para viver. Passei os últimos anos me enchendo de obrigações, de outras prioridades, de trabalho e da ausência de tempo. Mas, obrigada, você me mostrou que existe tempo e vida em mim, mostrou que posso sentir coisas bonitas de forma real.
Ouço todas as músicas que me fazem voltar no tempo. Dido, Marisa Monte, Elis Regina, Radiohead, Feist, Regina Spektor, Luiza Possi, Legião Urbana, Cat Power e tantos outros que embalam em melodias doces alguns pesares. Seguro o último respiro do que vivemos para te conservar sem pesar no meu passado.
Não existe um depois para o que não é agora. Não posso e nem vou te esperar, como diz a música no repeat infinito. Nas nossas últimas conversas lembro da esperança de um novo tempo, de um novo momento, de nós. Só que prefiro te levar enquanto não existem grandes mágoas. Sigo, leve e difusa, leve e profusa, leve e confusa. Sigo porque seguir é a melhor forma de continuar. Sem você, sem nós, sem o fim que foi caos.
Ao mesmo tempo, obrigada, por ter me feito notar os sorrisos ao lado. As frases e a ternura dos outros. De uma forma simples, obrigada por me deixar e me fazer continuar... sem você.