domingo, novembro 25, 2012

Muito além do tempo regulamentar

Tenho pensado no tempo faz alguns dias. Foram duas conversas que me levaram a revisitar o meu passado a procura do que me fez ser como sou. Tem dias que me sinto frágil como uma garota de 15 anos e outros que me sinto com a minha idade do tempo. Tem dias que me sinto maior e mais velha. Tem dias que o tempo é o meu tempo.

 Tem sido difícil conhecer pessoas novas. Parece que a ausência de horas faz a gente começar mais a cativar do que plantar. O conforto da compreensão dos meus velhos amigos ao invés de descobrir o som de novas risadas (mesmo sabendo como me faz falta)... Conheci alguém que prontamente me falou "gostei do seu estilo" (?) e de imediato fiz aquela cara que prevê o "você é tão alternativa, descolada, blablabla", essas coisas todas que de tão simplistas apenas me mostram que estou diante de quem não... nada. Mas, dessa vez, fui surpreendida e levada a refletir.

 Me formei e me fiz jornalista muito cedo, tive que amadurecer rápido pro mundo não me engolir. Tenho uma pose que encobre plenamente a minha fragilidade. Me tornei alguém muito mais prática do que gostaria. Não me entrego, não me abro, não me largo, quase não me deixo. Volto para dentro do meu casulo sempre que alguém ensaia me tocar demais. Confesso que a compreensão me assusta mais do que a incompreensão. Venho andando em círculos porque voltas completas me deixam no mesmo lugar.

 Mas, sinto falta, de novos sorrisos, de novidades, de me abrir a possibilidade de encontrar alguém que mude a ordem natural do meu mundo que sempre me leva de volta para quem e para onde não deveria...Quero abandonar os círculos e andar em retas porque é a estrada que me interessa. A que me leva... enfim.


ps. o título uma frase de Um a Um do Tribalistas, clicaqui.