Um dia após o outro
De fato, nada como um dia após o outro. O ano começou em uma plena bagunça, me perdi completamente e Clarice estava certa quando disse que se perder também é caminho. Um desencontro total foi o que precisava para me encontrar. Descobrir o que verdadeiramente era desejo meu e o que vinha dos desejos alheios. Deixei de atender as expectativas alheias e dia após dia fui buscar quais eram as minhas.
Foi um ano lindo, intenso e com dias mais azuis do que cinzas. A mudança geográfica ajudou, é claro. Tristeza não fica se observada sentada diante do mar. Dia desses um amigo me disse "a vida é bem melhor aqui, estaria fazendo nada se estivesse em São Paulo", estávamos fazendo exatamente isso, nada, só que nada com tomando um matte no Leme.
Do nada que me permiti esse ano, fiz muito e o mais importante, fiz o movimento que proporcionou diversos encontros. Amigos inimagináveis. Uma família nova que ganhei. Uma ligação mais forte e generosa com a minha família de sangue. A certeza de que tenho amigos verdadeiros que continuarão ao meu lado contrariando quaisquer quilômetros.
"I don't belonge here" já não faz o mesmo sentido de antes. Minha tatuagem virou marca de um momento e a possibilidade de entender que não pertenço aqui ou a qualquer lugar porque pertenço a todos os lugares se estou em paz comigo. Sou morada de mim e de todos os meus amores, amigos e famílias. Carrego em mim tantas, tantos e todos por quem tenho afeto.
Foi esse ano também que me conectou com as pessoas de uma forma mais simples. Comecei na longa e complexa missão de destruir diversas expectativas e aceitar cada um nas diferenças. Ainda falta muito, mas pelo caminho do meio, eu sigo mais leve.
Que o ano novo seja ainda mais cheio de sentimentos bons, pessoas de paz, risos fartos e que não falte saúde nem maresia.
Namastê!