sexta-feira, dezembro 08, 2006

ACHO QUE SOBREVIVEREI


Cheguei a mais um fim e acho que sobreviverei. Dói. Bate a insegurança. Dá medo. E aquela pontada de nostalgia. Um monte de gente sei, nunca mais verei. Um monte de gente, não importa não mais ver. E um monte de gente, queria levar pra uma casa no meio do nada com uma fonte de álcool e ficar lá até ficar mega velha. Ir a cidade só conhecer mais gente, e dar um tempo da casa segura. Porque segurança me enche o saco. Pessoas que tem de ter segurança sempre, me enchem o saco. Gente que vira vegetariana porque tem dó dos bixinhos, me enche o saco. Gente que tem aquele arzinho 'sou falsa, sou falsa' mas todos aclamam como salvadores da simpatia no ser humano, me enchem o saco. Pessoas fofas me enchem o saco. Pessoas lerdas me enchem o saco. Gente que se acha cool me enche o saco. Fãs de los hermanos me enchem o saco, e eu gosto pracaralho da banda. Muita, mas muita gente me enche o saco. E nestes anos, encontrei pessoas que não me enchem. Que são iguais ou piores do que eu. Que falam, gritam, berram, ou ficam quietas mas não tem aquela ar tô no mundo a passeio.
Finais de um certo modo me deixam feliz. Mostram como tudo foi bom. Quanto cada coisinha, valeu a pena. Cada palavra que calei. Cada coisa que falei e na hora me trouxe problema. Cada medo, cada pensamento, cada vez que me podei e quem me conhece sabe o quanto é difícil. Cada vez que eu revoltei com um olhar de censura. Cada olhar de censura que aceitei. Cada pessoa que conheci. Cada um de um jeito diferente e especial, estará comigo pra eternidade.
O mundo poderia ter congelado nesta tarde. Nos meus amigos correndo nas externas, cada neguinho jogado na grama vendo tudo girar. Cada risada, todas as vergonhas que fiz todos passarem. Cada loucura.
Descobri como uma sala de 40 alunos me vê. Do contra e confiante. Do contra, acho que o começo do texto mostra. Não concordo, com o que meio mundo prega, com cada convencionalismo barato, com o que é melhor na política pra esta merdadepaís que amo e odeio com todas as minhas forças, com o rumo do gás da bolívia. Todas as aulas de história que sempre achei uma bosta, mas ajudava passar o tempo discutir, já que se duvidar sabia mais história do que aquela brisada da professora. Confiante?! É bom saber que eu engano bem. Poucos sabem que dentro de toda esta pose "eu posso, eu faço" mora alguém com muitos medos, "medo de amar, medo de voar, medo de fazer analise e perder a inspiração" pedaço de "carta dani" do cazuza que uso livremente pelo mundo.
Passou. E o vazio vai começando a preencher cada pedacinho de mim. O medo, vai mostrando a cara. E a certeza nenhuma de um amanhã cômodo me desespera. Me desespera não ter ninguém, nem que seja pra odiar.
Cansei de estar com um monte de gente e estar sozinha. Cansei. E como eu faço pra mudar?! Onde encontro alguém, que entenda todas as minhas necessidades. Que não reclame das merdas que faço. Que deite na grama comigo quando tudo começar a rodar, e puxe o papo que gostaria de ter.Onde está alguém pra me ajudar a segurar a onda?!
Amigos!? Vem e vão. Os meus poucos e bons, sentem parte do que tô sentindo. Compartilham o fim. Fim de ete, fim do colégio, fim do faz de conta, o inicio duma vida adulta que não tô pronta pra encarar.

Se tudo isto foi bom, se tudo isto valeu a pena, se eu aprendi muita coisa, se vi que podia falar sem que magoasse as pessoas sempre. Devo, a lika, melhor amiga eterna. Melhor amiga, melhor pessoa, a gente se completa que nem feijão com arroz, cara. Joselitas juntas, sempre em momentos de vida diferentes, sempre se entendendo. A única pessoa no mundo que nunca me irritou. Pode ter certeza, que minha casa vai estar sempre esperando você pra ver filmes bons ou ruins. E eu sempre estarei aqui pra ouvir todas as histórias possíveis, ou no seu caso impossíveis, com bofinho ou sem bofinho.Te amo.


ouvindo ~ the vines

ps: ahá, feliz pelo comentário inesperado e bom de ontem. Obrigada.