domingo, abril 01, 2007

MEET ME IN MONTAUK?


Não sei se é necessidade de se achar neste mundo, de encontrar um elo em comum com alguma coisa do universo. Ou se é mera semelhança, como esta possível semelhança me assusta. Tenho a sensação constante que estou deixando de fazer alguma coisa. Deixando possibilidades, deixando palavras que deveriam sair de mim e se calam e outras tantas que deixo escapar porque se engana quem acha que falar é dividir. Falar muitas vezes é camuflar verdades, é esconder dentre tantos pedregulhos pequenas coisinhas que poucas pessoas conseguem enxergar. Isto me entristece, me sinto sozinha como se o universo tivesse as palavras certas e elas só faltassem a mim. Que só a mim as certezas fossem escassas. Que só a mim a vida representa, se representa e sai por aí sem pedir ajuda, nem conselho, nem cheque, nem choque.Sozinha porque assim a pressa é só minha. A vida é só minha e eu não faço mal a ninguém. Eu me entedio e me sinto presa. É quando volto a vida procurando maiores dificuldades, pessoas menos previsíveis e menos precisas do que as que passaram. Ou pessoas que precisem de mim ou que eu achem que precisa, ou que vejo uma possibilidade remota de não ser só mais uma. Odeio me sentir mais uma. Em qualquer coisa, até naquele feito mais batido. Sou mais uma quando olho as estrelas tentando reconhecer as constelações. Quando queria ter alguém do meu lado pra ensinar as que conhece. Sou mais uma quando penso numa casa no campo onde possa sonhar e sorrir. Sou mais uma quando baixo o cd daquela banda que ninguém aqui conhece, sou só mais uma que vai conhecer primeiro ou achar que conhece. Sou mais uma quando paro num sábado a noite para ver filme e entra na neura. Sou mais uma que tem amigos dos mais diferentes. Sou mais uma cheia de orgulhos tolos e vontades enormes. Sou mais uma quando olho você, quando procuro seus olhos que teimam em fugir da linha dos meus. Sou mais uma, talvez seja só mais uma no mundo. Mas sou eu e ser eu, é suficiente para tomar estas duas letras que todo mundo sai pregando pelo mundo em frases imperativas. Eu quero. Eu posso. Eu tenho. Eu faço. Eu sou. Eu quero voar. Eu posso cantar de forma desafinada e ser feliz. Eu tenho medo. Eu sou sozinha, porque não é mais estado nem condição. É característica.
Eu vou fugir de você se achar que não posso ser o que você espera. Vou fugir se achar que você espera, odeio decepcionar as pessoas embora o faça. Vou fugir se você me quiser, porque sei que vou ficar entediada. E se com tudo isso ainda estiver okay.
Meet me in Montauk?