quinta-feira, novembro 29, 2007

SEM EXPECTATIVA

Talvez você vá passar pelos anos carregando o peso deles todos. Ou diluindo eles em álcool no bar de algum hotel. Depois vai ouvir a minha voz ecoada do outro lado pedindo coisas simples, como mais um dia e até nunca mais. Isso pode levar todos os anos que você terá arrastado. Mas, poderia ser logo, se você resolvesse encurtar o caminho, ou deixar ele ao lado do seu orgulho. O seu orgulho entravando tudo e cortando cada uma das palavras. Me cortando com cada uma delas. Várias navalhas afiadas diretas ao lugar que você sabe qual.
Ninguém vai saber, nunca vai saber o que aconteceu, o que nos dois decidimos juntos, mesmo que a decisão não tenha sido conjunta. Você sabia e dizia me apoiar. Falava em passado, presente, futuro e dizia que pro futuro isso tudo era o certo. Só que as peças mudaram de caminho e eu já não sei se pro futuro é só isso que quero ter. Um avião e a gente reconstruiria uma história inteira. Deixaria tudo cortado no canto. Dois dias pra ver se vale a pena e uma vida inteira pra se arrepender.
Não foi o mais difícil, foi um deles, foi mais um deles e no fim: aceito o seu muito obrigado. De nada, é tudo que eu poderia também. Egoísmo? E o que é isso que você desfila em agressões aí do outro lado? Você tá pensando em quem? Ah, tá. Você é esperto o suficiente pra saber que nada machuca mais do que o massacre da expectativa. A pretensão ficou em alguma esquina, em algum copo, em alguma verdade que já não existe mais. Não esperava nada muito melhor. Talvez, de alguma forma não fosse ficar muito melhor.
Mas, os dias vão passar e o que for acontecer será um misto de alivio e dor. É uma mistura misteriosa que pode se transformar em raiva.

Amor também acaba?
Não que eu saiba
O que eu sei
É que se transforma
Numa matéria prima
Que a vida se encarrega
De transformar em raiva,
Ou em rima.


São Paulo Leminski

domingo, novembro 25, 2007

DON'T MAKE ME WAIT

Desde daqueles dias eu não procuro qualidade nas pessoas. Tem algumas gritantes que me fazem abrir os ouvidos quando algumas pessoas falam. Mas, o resultado da minha equação complexa está sempre nos defeitos. Impressionante como você conseguiu unir todas as imperfeições certas. Tem uma coisa que me irrita profundamente, mas eu sei que você sabe qual é.
Faz um tempo enorme que eu não sentia isso. Meus dias podem parar e eu sei quem invadiu de vez minha cabeça. Parece uma música ruim e existente. Você é como uma música boa tocando em um lugar com gente escrota. Lugar errado, hora errada, companhia, bom, da sua companhia sabe você.
Você fica parado ajeitando os pensamentos, alheio a tudo, com um sonho no olhar e o coração pulsando de fora pra dentro. Você fica parado olhando. E se eu pudesse te arrancar daí, nós ficaríamos parados juntos, olhando o silêncio. Nada é mais precioso e nenhum ponto é mais alto, do que quando a situação permiti o silêncio. As minhas palavras você conhece, o meu silêncio por força da minha inconstância talvez você perceba como é, mas nunca foi com você.
Existe um abismo enorme, mesmo que estejamos do mesmo lado, é assim que é.


os brotcha de niuorkecit:
http://www.youtube.com/watch?v=0IjgjnveI5A
Essa é a resposta pra um texto de um fotolog que me irritou profundamente, mas isso faz umas duas semanas, e o texto ficou guardado. Agora eles esqueceram, eu só lembrei porque esse texto existiu.

SINCERAMENTE,

Algumas pessoas tem a terrível mania de achar que eu sou muito mais do que eu realmente sou. Normal. Eu tenho sono, fome, vontade de sumir e de ficar perto de algumas pessoas. Admito, todos meus sentimentos são potencializados por uma força que passa, quase sempre, rápido. Não acredito nos limites, eu tenho os meus, algumas resoluções internas que me deixam em paz com meu corpo. Não uso umas coisas porque elas simplesmente não me fariam bem, nada que acelere ou me arranque do centro. Eu gosto da paz e do piano rápido em 'love me or leave me'. Meu discurso vai longe do 'pobre menina rica' por motivos óbvios, posso beirar o piegas mas a classe média é o meu lugar. Sem fazer média, ou seja só por fazer, mas o meu lugar é ali. Nunca passei fome, é verdade. Meus pais sempre trabalharam pra caramba. Estudei em bons colégios, é verdade. Faço faculdade, é verdade. Mas, nada disso me coloca na posição de pobre menina rica, nem pobre muito menos rica.
Às vezes me pergunto quanto estar sozinha é opção ou falta dela. Não me vejo pronta para tantas coisas na vida e a maior necessidade é respeitar o meu tempo, a minha vida, a minha vontade. Nunca tive problema com o eu nos textos e nunca o tive na vida. Porque é pra mim. É assim que é. Ou alguém acha que eu acordo às 4h15 da manhã, pensando no orgulho que minha mãe tem ao pensar que eu sou batalhadora. Não, não penso. Tem uma coisa lá na frente que eu preciso fazer e é isso o que tem para hoje. Eu prometi, eu prometi para ela, e eu sei que ela ouviu e deve estar esperando lá do lado do Cara, repetindo as frases que ela sempre me dizia. Falando que eu não tenho um 'pingo de juízo'.
Eu sorrio de desespero. Eu sorrio de encontro. Eu sorrio pelo abraço sincero que recebi. Sinceridade é o meu maior combustível e a minha arma contra o mundo. Eu não vou fazer média se não gostei da peça, ou do filme, ou do livro, pouco me importa se eu gosto de você. São duas coisas diferentes. E, eu vou gostar ainda mais de você se no fim você falar: vamos lá falar de outra coisa. Eu acho a compreensão e a sinceridade coisas que deveriam andar juntas. Mas, quase ninguém entende a minha sinceridade e eu acho que deixaram a compreensão na mesinha da sala quando recolheram seus copos e os levaram para vida.
Eu grito aos ventos o meu amor pela música, pela literatura, por algumas pessoas, eu grito porque não vou me sufocar com minha própria voz. E se esse sentimento cheio de abandono e um pouco de paz é o preço, eu pago. No fim, eu sempre pago a conta do bar e da vida.

sábado, novembro 24, 2007

BACK TO BLACK

Eu volto pra onde nunca sai de verdade. Toda complicação esmurra a porta. Os problemas, aqueles que me fazem olhar admirada pra você, menino. Você carrega todos eles no corpo e algumas coisas nas palavras.
Não sei o que há de errado, deve ser defeito de fabricação.Nas palavras da Fernanda: "quanto mais problema, mais esquema". Por aí.

segunda-feira, novembro 19, 2007

FESTA


Porta: R$ 12,00
Lista: R$ 8,00

lista para: contatojukejoint@gmail.com

sábado, novembro 17, 2007

PORQUE

Sentido é muito chato. Houve um tempo que eu procurava sentido atrás da saudades, no fundo dos copos, além dos olhos deles. Por algum motivo, que eu vou ficar devendo a explicação, tudo hoje em dia faz o mínimo de sentido possível. Os fundos dos copos ainda são os mesmos. A saudades continua aqui, e o olhos, esses são mais amigáveis e queridos. É bom trazer pra perto umas coisas que há tempos teimavam em se perder em olhares vagos.
Eu tenho uns desvios de caráter evidentes. Uns livros e filmes imperdoáveis de nunca ter visto. Mas, hoje percebi que de longe o maior deles era esse filme.As lembranças são melhores quando você não precisa lidar com o passado. ôh, se são.

quarta-feira, novembro 14, 2007

PASSA NOITE, CHEGA O DIA, CORRE... CORRE...

Acho que fazia alguns meses que eu não acelerava tanto. Se tivesse um muro na minha frente, eu já teria levado ele junto com o meu carro descarrilado. A montanha-russa. Eu já falei dela. Agora, ela sobe com a velocidade da descida. É aquela coisa que acontece quando surpreendentemente me vem um pressentimento de que tem um turbilhão de coisas importantes esperando os minutos passarem pra chegar. Os minutos estão passando. Eu vou dormir pouco mais de 3h, daí amanhã vai ser um dia insano e promete ser intenso.
E, como confusão é meu nome do meio, eu me fodi de novo. Mas, disso eu vou falar um monte nas próximas entrelinhas dos próximos 577 anos da minha vida.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Das poucas coisas que fazem sentido...

Faz dias que eu sinto falta de fazer as coisas que me importam. E isso se resume em dar atenção as pessoas que eu gosto, e se eu gosto de alguém, gosto mesmo. Gosto até doer. Gosto a ponto de dar com o muro na cara, só porque eu vou confiar. Não, não são muitas pessoas. Talvez conte nos dedos das mãos. Umas pessoas novas aparecem e me conquistam em questão de segundos. Não saio por aí falando que tenho saudades delas. Mas, eu tenho. E todas as coisas que importam de verdade ficam para amanhã. O sono, a fome, o caos. Tudo para amanhã. Tem dias que só a ponta de qualquer coisa me empresta paz. A ponta queimada de vida na rua que eu sempre jogo minhas verdades e algumas mentiras.
O sorriso dos meus amigos, mundo, me devolve eles?



porque eu não me canso de gostar dele e desse texto:
http://semamorsoaloucura.blogspot.com/2006/09/dama-da-noite.html
Mais, praticamente, do mesmo



domingo, novembro 11, 2007

Hoje...

talvez só eu lembre daqueles dias. Você sempre foi mais esperto, ou sempre trabalhou melhor nessa vida, você atuava e se convencia de que não era com você. E eu parada sentindo tudo sem virar o rosto, porque era comigo. Você mexendo tudo aqui dentro. Mudando as peças. Desfazendo os gostos. Lembra, daquela conversa mais sem pé nem cabeça, e os seus olhos perdidos por causa daquela coisa que você leu e me explicava e falava e eu já tinha desistido de encontrar o seu pensamento. Perdi o meu naquele copo de café. Perdi metade do meu juízo ali. O que aconteceu depois, você sabe, eu sei...


para quem entende:
um dia, depois de ver eles e ela, nada vai ser igual...

sexta-feira, novembro 09, 2007

O SEBO

A idéia é ir para um sebo bem empoeirado e gastar aquele dinheiro do Terra.
O festival.
Eu ando sem saco pra realidade ou a falta dela.
Fica aqui o registro.

quinta-feira, novembro 08, 2007

MONTANHA-RUSSA


Parece que eu desliguei. Todos aqueles dias de planos e vontades, dão lugar a uma calmaria assustadora e sufocante. Como se as noites fossem agora simplesmente dia. E a vida me cegasse. As coisas me cegassem. Os dias me cegam. Meus ouvidos tomam o lugar dos meus olhos. Não há nada aqui. Talvez aquela dor no peito que eu já me acostumei. Uns sentimentos estranhos e ruins. E aqueles dias foram tão bons. Quando eu atravessava a augusta com a certeza de que aqueles carros jamais chegariam a mim. Que as coisas não podiam me afetar porque eu não ligava para elas. Mas, agora eu só queria um cantinho pra observar a alegria alheia. As vontades alheias, os gostos alheios, vontade nenhuma de me envolver nessa dança de solidão que eles representam. Cansei de atuar ou ela cansou da minha atuação. Parece que a vida cansou da minha atuação. E meu corpo se revolta com esse desestimulo todo. Pressão baixa, vertigens, dores monstruosas de estômago. E nada, nada, nada.Vou sentar aqui e ler até que minha cabeça volte para o lugar ou saia dele para sempre.
OS PASSOS

O meu passado é um pêndulo. Vai e volta. Vai e se quase se perde. Volta. Volta e vai. E no fim não sei porque ele vive assoprando minhas feridas. Não deixa cicatrizar. Uma festa e a obrigação de repensar no quanto aquilo ficou para trás. Sempre tenho a certeza que te esqueci, naquele segundo em que te pedi para fechar a porta. Depois noto os meus passos para trás quando zerei o nosso placar já tão alterado pela vida. Não sei o quanto é você e o quanto é a minha imaginação. Sem admiração achei que nada pudesse continuar e continua. Ou não. Talvez seja só esse pedaço que impede de ir para frente. É a minha desculpa para sabotagem. Se amar dói. Prefiro o amor que invento. Prefiro a minha verdade. E se amar for tudo aquilo. Vivo com o que tenho hoje. Algum tipo de amor. Adormecido lá dentro. Envolto em uma barreira intransponível. Tomo banho no escuro para não correr o risco de encontrar minhas lembranças pregadas na parede. Limpo o dia, para contabilizar memórias.
O ontem, passou. O hoje, chega. O amanhã, chegará. E será assim até o dia que alguém tornar meus dias uma sucessão de uma sensação boa. Vou sair da fila do kamikaze e habitar o carrossel. Segura minha mão. Segura minha vida. Me segura.

quarta-feira, novembro 07, 2007

SUA VEZ

Não sei, cara. Acho que é a paciência dando sinais de que não tá com vontade de voltar. Ela queimou na ponta de alguma coisa na minha vida e eu nem percebi que ela ia. Eu juro, teria tentado um pouco mais ter deixado ela por perto. É intolerância demais. É vida demais. É alma demais e o demais ainda me mata.
Então, eu falo do jeito que falaria com qualquer um, só que com ela e ela me pedi pra não falar daquele jeito. O pior, pra ela, é me ouvir falar daquele jeito. Soulsister, acho que o problema todo tá aqui. Vou tirar férias de mim e quando estiver longe e com alguma calma, te mando um postal. O postal mais bonito. Sua burra, você é. Eu não vou cansar de dizer que você é a pessoa mais inteligente que eu conheço. Fala inglês como ninguém, conhece tudo de tudo em todos os lugares, é a única no mundo que dividi silêncios. Você é melhor do que tudo que li junto. E eu gosto bastante do que li. Eu gosto bastante de você. Mas, agora larga a mão disso e começar a fazer as coisas direito.Eu queria todo mundo feliz. Eu disse pra ele aquela vez e isso continua aqui: "vai lá cara, não dá para todo mundo ser feliz ao mesmo tempo". Agora vai, pega aquilo que é seu. Sua vez. Vai ser feliz. E depois? Depois, você sabe que eu vou estar aqui. Sempre vou estar.

Obrigada
A direção

NÃO ENTENDO


Talvez seja a coragem falhando, ou as pessoas resolveram fechar os olhos e achar natural as merdas feitas. Não consigo entender, talvez eu vá morrer sem ter conseguido ou quem sabe a vida seja só essa grande incompreensão.

terça-feira, novembro 06, 2007

insuportável

segunda-feira, novembro 05, 2007

LEMINSKI

a noite - enorme
tudo dorme
menos teu nome

Fica...


A única coisa no lugar naquele apartamento vazio eram as suas costas retas enquanto suas lágrimas silenciosas caiam pela janela. Eu sentada no canto esperando as palavras voltarem a escorrer. Mas, um silêncio me deixava aqui dentro. E eu ficava olhando só a suas costas no lugar e um apartamento revirado pelos sentimentos que a gente experimentou. Pelas coisas na mesinha que a gente experimentou. Pelos mãos que a gente soltou. A minha ira toda enrolada nas minhas pernas que eu abraçava com toda minha pouca força.
Eu queria mais daquilo que eu perdi. Eu queria muito mais de vida. Mas, as suas costas no lugar é tudo. O seu olhar é muito pouco. A minha razão ainda é muito pouca então eu só consigo te pedir para ficar.

domingo, novembro 04, 2007

Ahhhhhhhhhhh, nada é melhor do que a sensação de dever cumprido.
Rá.

Já falei que Subways é ótimo?
Falo agora: Subways é ótimo.

sexta-feira, novembro 02, 2007

CHOVE

Chove em São Paulo.
Agora, eu vou descer e vou tomar banho de chuva.
E rodar, chorar, lavar a alma. Lavar o passado e aceitar todo o presente que se anuncia.

quinta-feira, novembro 01, 2007

SOLIDÃO


não sei o que é mais solitário. o escuro do cinema sozinha ou não achar graça quando todo mundo acha. mas, o escuro eu escolhi, as pessoas eu não escolho. elas me escolhem e quando vejo, já aceitei. acentei as condições e os defeitos delas e, essas coisas nunca fazem parte de uma escolha.