terça-feira, dezembro 30, 2008

Today I changed

Se eu pudesse definir esse ano em uma palavra, ela seria: intenso. As coisas aconteciam por vontade própria, meus sentimentos corriam de mim e eu deixava eles circularem, presenteava com carinho e não ligava para o pouco caso. Corria até perder o ar só para deitar na grama depois. Sorria até não sentir a bochecha. E chorava sem medo de molhar o rosto. Deixei tudo simplesmente fluir. Era o fim e o começo de uma nova era.

Talvez esse ano passe devagar, com a calma desse sentimento que me invadiu. Pra você, eu vou sempre ser a memória, talvez volte para onde terminamos e um dia nós cheguemos a conversar sobre isso. Não agora, nesse momento, que não é mais seu. Eu gostaria de te pedir desculpas. Mas, eu não serei jamais a sua inimiga.

É o fim de um ano complexo e doce. É o fim do ano em que eu me (re)encontrei.

Eu só queria agradecer cada abraço dos meus amigos. Cada palavra sincera. Com vocês, eu sinto que posso ser inteira, vocês são meus pedaços todos. Meus melhores pedaços.

Esse fim de ano anuncia um 2009 maravilhoso. Que ele seja doce, cheio de mudanças, em um caminho de certezas, com sorrisos iluminando cada um dos passos. Eu só espero que todos tenham a coragem de se enfrentar. Por mais um ano.



ps. Esse é o último post do ano, estou voltando para a viagem mais divertida dos últimos tempos da última semana. Feliz ano novo, meus especiais e (para os não especiais também). x)

quinta-feira, dezembro 25, 2008

Um ano...



No fim daquela semana que premeditaria o fim de mais um ano e esse foi tão diferente para nós. Um ano distante. Precisávamos nos reconhecer dentro de tanta história pela metade, um ano para escrever nossa própria história, queria ter te ligado tantas vezes, quando eu consegui de uma vez por todas te esquecer, queria ter contado que conheci alguém capaz de me mostrar que existia muita coisa além de tudo que você nunca soube fazer acontecer. Alguém que me deixava a vontade para voltar a ser eu. Teve também aqueles outros dias. Alguns lugares maravilhosos que a sua presença teria iluminado ainda mais. Noites no carro atravessando a cidade numa velocidade muito maior que a permitida e os pensamentos voando baixo. Faz um ano e, o nosso café de aniversário me fez voltar a viver cada dia do ano que acaba na semana que vem.

Nas nossas conversas o seu sorriso davam o tom das palavras. E os meus olhos, fugitivos e infantis, falavam em códigos. Mesmo que nunca tenhamos de fato conseguido entender muito bem o que tenha formado esses momentos. Você tem uma porção de coisas que eu considero insuportáveis. Talvez nunca tenha entendido a forma como me entrego a vida. Quando dizia que precisava estar apaixonada o tempo inteiro e como uma decepção acaba de vez com um sonho. Porque demora demais até confiar e um segundo para desconfiar.

Te contei dos meus dias. De como esse ano me aproximou mais dos meus amigos daqueles tempos de colégio. Porque a nossa vida caminhou em paralelo para o mesmo lugar. Eram meus amigos por não terem medo de viver, de ser feliz, de pular em um montinho, de conhecer a falta de limites quando buscávamos ser feliz. Queria te contar que agora, nesse momento, tenho medo da distância que se aproxima, porque eu não sei como vou lidar com a falta do meu porto seguro, todos poderiam sempre passar, me apaixonar e desapaixonar fervorosamente durante décadas, mas sabia que tinha alguém a distância do meu celular, são cinco anos da melhor amizade que eu tenho na vida, e ainda teremos muitos e muitos, só que esse um ano que se aproxima, me deixa aqui sem saber como lidar com a falta que eu já sinto. Talvez fugir e deixar passar seja um jeito de evitar a dor. Talvez esquecer das despedidas e viver esse último mês, outro. Depois mais doze meses e eu não sei como eu fico aqui. Porque com todo esse pensamento me sinto a mais egoísta, embora por outra lado morra de orgulho de tudo que ela conquista e saiba que conheço a melhor futura advogada desse país. Talvez sejamos isso com quem amamos, egoístas, queremos prender a presença e não lidamos bem com a falta. Queria te contar tudo isso durante o nosso café, mas tem coisas que ficam melhor no silêncio.

Lembra quando te falava do jornalismo? De como é importante estar apaixonada? Você recebeu a notícia da minha nova paixão com espanto. Até eu sorrir e falar que era pelo mesmo, pela profissão que escolhi para doar a minha vida. Finalmente comecei a trabalhar com música, entrei no caminho que quero trilhar, estou feliz e isso me faz acreditar que tudo vai ficar bem.

Esse nosso ano de distância acaba e eu já não sei se cabemos um na vida do outro. Mais um café, outro sorriso, a reconstrução da confiança... Não sei o que se perdeu.

Ouvi mais músicas, fiz outros cds, terminei de ler alguns livros, comecei outros e parei porque eles sufocavam ou não diziam nada. De verdade, não lembro de uma noite inteira e esqueci outras de propósito. Me certifiquei que meu sensor de caráter funciona e quando eu sinto desde o começo que não devo confiar, o mais certo é não confiar, e que tentar mesmo que todos os meus instintos digam não, tem sempre um fim ruim.

Conheci pessoas que escrevem maravilhosamente bem. Ouvi músicas que não imaginei jamais gostar. Fui em festas estranhas. Desconheci o meu passado e sorri com o presente. Mudei...

O mais importante é que 2009 chega e, com ele mais uma chance de fazer tudo diferente, agora.


ps. desenho do hermano, Bruno Lazzari.

domingo, dezembro 14, 2008

Os sonhos dessa noite foram tantos e misturados, sensações impressionantes com a pureza desconhecida, carinho de todas as formas. A janela de um apartamento vazio e, só a Cat Power falava frases inteiras para completar a cena... Não enxerguei rostos, talvez fosse um desconhecido ou alguém que não vejo, talvez...


I've got the records
That we used to share
And they still sound the same
As when you were here
The only thing different
The only thing new
Cat Power



Ela cantando lindamente (outra música) perfeita pro meu sonho, haha.
Mulherzinha, também.


Eu posso ser muito tolerante, muito bondosa, ter o coração puro e receptivo, mas eu não suporto o máximo da carência. Não sei como alguém pode gostar de alguém, sem gostar de si, sem se conhecer, sem saber onde moram os seus maiores prazeres. Não por necessidade de autosuficiência, porque é sempre bom ter alguém para dividir, só que antes de dividir é muito mais seguro ser um inteiro.


"E sou feliz assim. Mulherzinha. Mas com bolas."
Clarah e sua frase mais brilhante.



x)



ps. a cariocash maish querida colocou esse post aqui. beijo, pequena.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Incrível

O melhor de ficar feliz é notar que são as pequenas certezas que te deixam assim. São os pequenos gestos e os caminhos mais improváveis. Porque eu procuro na vida o mais incrível, o maior sonho, o melhor beijo, o abraço mais acolhedor, a melhor cabeça pensante. Tudo isso e a certeza de que jornalismo é a única coisa que não muda...


Certeza não muda, eu sei.


ps. parabéns para os caras do "Eu, cuidador", TCC fudido, orientado pela Heidy. Assistido com as melhores companhias. ;)

terça-feira, dezembro 09, 2008

du kannst nicht glauben dass sie bricht

Sempre escrevi os meus limites em linhas tortas, nunca fez sentido se me sentisse presa ou acomodada. Gosto de lugares que estou porque quero estar. Pessoas por quem reviro o mundo para ver. Sorrisos sinceros em noites iluminadas pela nossa vida.

Nunca soube o que era certo ou errado, criei meu próprio código, segui minhas vontades e fui sincera, comigo, acima de tudo. E por mais que minha cabeça não parasse de contestar meus passos eu caminhava mesmo assim. Deixei as pessoas entrarem e serem importantes na minha vida, me mudarem, pequenos gestos e um perfume me lembra alguém só de passar ao meu lado. Uma música distorcida que só eu e alguns poucos amigos gostam, o meu gosto duvidoso que lembra você.

Queria te ligar e falar que passo aí para falar sobre nada como era. Te mostrar a minha vida e como todos os finais de semana fazem sentindo estando com algumas pessoas por perto, mesmo que o sentido sempre falhe quando penso que poderia ter mais um para completar os sorrisos.

E amanhã, seguindo os dias de simplicidade, recomeça o meu paraíso particular. As dúvidas sorriem enquanto esqueço delas. E ele me empresta um abraço para deixar tudo mais calmo. Porque apesar de contestarem os meus passos, eu caminho mesmo assim...


ps. o título é dela, garota alemã.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Remember i'll always be true

Não adianta. Não vou ficar por aqui recolhendo seus pedaços, tentando montar aquilo que conheci, não existe, se perdeu, acabou. Se nem nas coisas banais você consegue mais ser verdadeiro. Se me omite nomes de perguntas diretas. Se guarda de mim tudo que pode ajudar isso a se transformar em nada, é porque já se transformou. Não é fácil olhar o seu rosto se virar sem a cor que eu conheci. Não é bom, perder, se perder, te perder. Mas é de longe, necessário. Acabar com as frases truncadas, os sonhos inacabados. Existe um ponto final em algum lugar aqui, onde?

Não saberia dizer como tudo começou, porque se alongou, como acabou... Talvez tenha sido aquele dia com o karaokê e o jeito todo seu de gostar de Beatles, a coincidência de a primeira música que entendi sem notar que não era minha língua ter sido Help. Os dias se seguiram, as conversas se encontrarem, os segredos se trocarem. Uma ótima companhia para fazer nada. Um lugar para encontrar conforto em silêncio. Quando você não precisa falar nada, quando não precisa ouvir nada, e sabe que não precisa entender porque em algum momento aquilo tudo será ou não, compreendido. É como um estalo no meio da tarde quando procuro paz. Algumas palavras, outras letras, alguns sorrisos.

Talvez você note que eu ando meio perdida. Falando alguns "não sei", mais agitada do que todo o comum, talvez perceba que eu não queira nenhum deles porque não sei mais o que quero. Sair de mim. Me livrar de lembranças de fatos não consumados. De sonhos sonhados até o momento ideal, quando meu edredom amarelo me empurrava para realidade, mesmo que ali, parado. Não sei. Você já me ouviu falar alguns "sei lá". Não sei em que instante as coisas deixaram de ser comuns e se tornaram diferentes. Quando notei que você existia de uma forma diferente dos outros. Mesmo que odeie análises, te vejo de muitas formas, forte e decidido, simples e calmo, complexo e sonhador, uma intensidade omitida. Às vezes, tenho vontade de te pedir para sair na chuva e deixar a água molhar todos seus sonhos. E se com isso, você só ganhar um resfriado, existe aquele chá que minha mãe fazia quando eu era pequena, que seria bom para a sua voz voltar a ser ouvida.

Sabe, tem algumas coisas que eu nunca contei para ninguém, algum detalhe seu, que fez toda a diferença.

Cansei de todo mundo achando o que eu devo fazer. O que eu preciso fazer. Como eu preciso falar. O que eu devo guardar. Cansei de não poder ser feliz do meu jeito. E quem disse que viver ia ter que ser sempre igual?

Ponto, achei.