Zelig
Nos momentos que parecia piada me peguei pensando que Britney Spears entenderia. Um dia ela é vista com a doida que raspa o cabelo e quebra vidros de carro com um guarda-chuva e duas semanas antes era a "princesinha do pop". Normal, só que alguém muito mais exposta as expectativas dos outros.
Todo mundo tem seu dia de não. Um dia de pouco se importar com a humanidade embora viva envolvida em projetos sociais. Um dia que encontra genialidade no acaso e outro que repugna tudo que não consegue controlar.
Todo mundo é milhares sendo apenas um. Quantas pessoas conhecem tudo que você realmente é? Quem conhece a sua intolerância e a sua meiguice? Quem conhece os seus sonhos e os pesadelos? Quem sabe o seu filme preferido e a banda que você não suporta? Quem conhece o seu tom de voz quando está tentando esconder algo? Quem tem as chaves completas do outro? E quem tem o controle absoluto sobre si? Quem recusa as mudanças, dispensa o novo, não desconhece a evolução?
É evidente que os defeitos são exagerados, evidenciados, as consequências escancaradas. Não consigo conviver com "camaleões" que mudam a favor do externo, que se adequam, se encaixam, diminuem ou aumentam conforme a necessidade. Porque como a Anais Nin "ajusto-me a mim, não ao mundo" e sigo no ritmo do Raul quando "prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".