"Cale-me com um segredo
Que eu não possa ver a cor"
Nunca vou conseguir revelar metade do que senti, talvez porque naquelas horas não senti metade, senti um inteiro novo e desconhecido. Entrei no reino do meu mundo particular. Olhei para dentro e encontrei coisas inexplicáveis.
Senti o meu coração bater enquanto não notava que tinha dedos. Meu corpo solto e minha alma vagando. Meus olhos fechados e a cabeça fazendo uma festa de cores, de sons, de luzes. Foi tudo tanto e tão intenso que só posso dizer... particular.
Mais um momento para o caderno da vida. Meu eu.
domingo, março 28, 2010
domingo, março 21, 2010
(des)Encontro
Apaixonada. Fielmente apaixonada por tudo que tem acontecido nos últimos tempos. Mas, ainda falta a peça que dá um sonífero para a angústia, minha companheira leal. Alguma coisa que falta e não se revela. Um sorriso que não conserta. Uma verdade que não preenche e uma solução definitiva que nunca encontro.
Não existe uma fórmula ou uma certeza que ponha fim nisso. Existem os tratamentos paliativos que me fazem esquecer durante o tempo de uma noite. Os dias de uma viagem. Os minutos de um sorriso importante. As horas de uma conversa relevante. Existem pequenos prazeres que me fazem esquecer o que sempre incomoda.
Já tentei de um tudo. Literatura de todos os espaços. Teorias de vários mundos. Espiritismo, kardecismo, catolicismo, budismo, umbadismo e todos os ismos religiosos. Nada que me dê alguma resposta embora sempre aumente as perguntas. Já vivi de várias formas, visitei vários lugares, conversei com muitas pessoas e poucas me dizem mais do que a programação exige. Todos estão ligados e prontos para falar do simples. Esses dias ganhei uma camiseta em tom de brincadeira que é uma grande verdade. "Clube dos descontentes", eu e Cristina do Woody Allen e uma porção de outras pessoas que fui descobrindo e me identificando pelo caminho. É isso que nós faz crescer, mudar, é o estímulo do desencontro que proporciona pequenos encontros.
Talvez algum dia alguma teoria (me) explique. Mas, agora, vivo do inexplicável (todo o tempo). Sempre assim embora diferente.
Apaixonada. Fielmente apaixonada por tudo que tem acontecido nos últimos tempos. Mas, ainda falta a peça que dá um sonífero para a angústia, minha companheira leal. Alguma coisa que falta e não se revela. Um sorriso que não conserta. Uma verdade que não preenche e uma solução definitiva que nunca encontro.
Não existe uma fórmula ou uma certeza que ponha fim nisso. Existem os tratamentos paliativos que me fazem esquecer durante o tempo de uma noite. Os dias de uma viagem. Os minutos de um sorriso importante. As horas de uma conversa relevante. Existem pequenos prazeres que me fazem esquecer o que sempre incomoda.
Já tentei de um tudo. Literatura de todos os espaços. Teorias de vários mundos. Espiritismo, kardecismo, catolicismo, budismo, umbadismo e todos os ismos religiosos. Nada que me dê alguma resposta embora sempre aumente as perguntas. Já vivi de várias formas, visitei vários lugares, conversei com muitas pessoas e poucas me dizem mais do que a programação exige. Todos estão ligados e prontos para falar do simples. Esses dias ganhei uma camiseta em tom de brincadeira que é uma grande verdade. "Clube dos descontentes", eu e Cristina do Woody Allen e uma porção de outras pessoas que fui descobrindo e me identificando pelo caminho. É isso que nós faz crescer, mudar, é o estímulo do desencontro que proporciona pequenos encontros.
Talvez algum dia alguma teoria (me) explique. Mas, agora, vivo do inexplicável (todo o tempo). Sempre assim embora diferente.
domingo, março 14, 2010
"se você pensa..."
Noite de sábado e eu estou sóbria depois de uma noite diferente. Sinto muito por não ter terminado a madrugada em um bar da augusta respirando o ar dessa quente da cidade. Mas, aos sábados aquele lugar não parece mais ser o meu, apesar dos meus poucos anos todos os últimos foram passados naquelas calçadas invertendo a ordem do mundo e reescrevendo a ordem das coisas.
Sábado, augusta e os últimos tempos me mostram só pessoas demais, perdidas demais, embora sempre estivéssemos perdidos (também), tínhamos uma busca. Uma busca que transformávamos em palavras nos guardanapos dos botecos ou em histórias para risadas na manhã seguinte. Mas, hoje, só resta uma energia estranha que me toma e me faz viver de um jeito sem manhã seguinte. Não dá. Não quero jogar esse jogo e ser tomada por tanta coisa, sem que elas sejam, ao menos, boas.
Sempre segui experimentando tudo. Enquanto uns brincavam de ligar os pontos até formar um elefante, eu queria as respostas das palavras-cruzadas. Queria o raciocínio do sudoku. Queria muito de tudo só que também queria paz. Me atormenta pensar no desejo reprimido e nessa verdade contida. Não poder falar e tão pouco tocar os seus pensamentos que completam os meus. Que riem em um tom semelhante das regras. Sentir o seu abraço que envolve em respeito as diferenças dos outros. Tocar na sua pele que em brasa espalha o cheiro por onde passa. É o seu cheiro que me persegue.
Você passou de invisível para invencível na luta diária da minha cabeça. E, nela, não existe certo ou errado, forte ou fraco. É só...
Noite de sábado e eu estou sóbria depois de uma noite diferente. Sinto muito por não ter terminado a madrugada em um bar da augusta respirando o ar dessa quente da cidade. Mas, aos sábados aquele lugar não parece mais ser o meu, apesar dos meus poucos anos todos os últimos foram passados naquelas calçadas invertendo a ordem do mundo e reescrevendo a ordem das coisas.
Sábado, augusta e os últimos tempos me mostram só pessoas demais, perdidas demais, embora sempre estivéssemos perdidos (também), tínhamos uma busca. Uma busca que transformávamos em palavras nos guardanapos dos botecos ou em histórias para risadas na manhã seguinte. Mas, hoje, só resta uma energia estranha que me toma e me faz viver de um jeito sem manhã seguinte. Não dá. Não quero jogar esse jogo e ser tomada por tanta coisa, sem que elas sejam, ao menos, boas.
Sempre segui experimentando tudo. Enquanto uns brincavam de ligar os pontos até formar um elefante, eu queria as respostas das palavras-cruzadas. Queria o raciocínio do sudoku. Queria muito de tudo só que também queria paz. Me atormenta pensar no desejo reprimido e nessa verdade contida. Não poder falar e tão pouco tocar os seus pensamentos que completam os meus. Que riem em um tom semelhante das regras. Sentir o seu abraço que envolve em respeito as diferenças dos outros. Tocar na sua pele que em brasa espalha o cheiro por onde passa. É o seu cheiro que me persegue.
Você passou de invisível para invencível na luta diária da minha cabeça. E, nela, não existe certo ou errado, forte ou fraco. É só...
segunda-feira, março 08, 2010
if that's the way it has to be
Alguma coisa fora do lugar. O que e onde deveria estar, não sei. Essa insatisfação permanente, esse espaço sempre me fazendo procurar algo desconhecido. Sinto falta de me apaixonar como antes, sem medo das marcas, sem medo dos tombos, sem medo das pessoas. Diante do passado me protejo no presente. Não me reservo o direito de querer ninguém por mais de alguns segundos. Vivo o efémero e me guardo do cotidiano.
Talvez alguém consiga reinventar a rotina e me fazer querer voltar. Cansada de viver (sempre) uma noite qualquer perdida em lugares que me deixam tão pouco além da ressaca na manhã seguinte. Bukowski me entenderia. Mas, não quero me afogar em jogos e apostar em cavalos. Quero achar a minha saída para a insatisfação. Quero andar pelo meu próprio caminho. Quero tantas coisas (que nem sei o nome).
ps. título de Bandoliers do Them Crooked Vultures.
Alguma coisa fora do lugar. O que e onde deveria estar, não sei. Essa insatisfação permanente, esse espaço sempre me fazendo procurar algo desconhecido. Sinto falta de me apaixonar como antes, sem medo das marcas, sem medo dos tombos, sem medo das pessoas. Diante do passado me protejo no presente. Não me reservo o direito de querer ninguém por mais de alguns segundos. Vivo o efémero e me guardo do cotidiano.
Talvez alguém consiga reinventar a rotina e me fazer querer voltar. Cansada de viver (sempre) uma noite qualquer perdida em lugares que me deixam tão pouco além da ressaca na manhã seguinte. Bukowski me entenderia. Mas, não quero me afogar em jogos e apostar em cavalos. Quero achar a minha saída para a insatisfação. Quero andar pelo meu próprio caminho. Quero tantas coisas (que nem sei o nome).
ps. título de Bandoliers do Them Crooked Vultures.
sábado, março 06, 2010
all is love
Os dias corridos tinham me condicionado a viver para fora. Precisava dividir o ar com tantas coisas que pareciam me sufocar. Por mais que tivesse tanto, de tudo, todas as coisas me diziam algo que não me importava. Ficava por várias horas procurando o que de errado havia comigo. Queria entender porque a minha cabeça vive sempre em um ritmo maluco e os sonhos parecem sempre a fuga que a noite me proporciona. Por tanto tempo achei que o erro estava em mim, até perceber que o caminho e o acertos também estarão. Vou ser escrava da minha vontade e refém dos meus desejos. Seguirei por todos os caminhos procurando algum que me diga algo além. Me sinto bem com pessoas que transpiram paixão pelas mesmas coisas que eu. Parte de um todo que me interesse e por mais que o ar seja rarefeito, em uma sala pequena e apertada, não sinto a falta de ar constante. Por um espaço de tempo o oxigênio faz o seu papel essencial e provoca aquelas reações cheia de fórmulas que nunca aprendi.
Caminhei por vários quarteirões na Paulista iluminada e impessoal. Consegui ver sem ser vista. Olhar casais e seus cachorros. Ver crianças segurando a mão dos pais apressados que parecem não terem se desligado do que passou. Sinto compaixão por elas - invisíveis - que crescem em meio a essa selva de pedra. Lembrei da fuga para Bahia nas férias, de andar de bicicleta e brincar de pedrinha (cinco pedras, joga uma pega a outra, joga uma pega duas, joga uma pega três, joga uma e pega as quatro). De subir na laranjeira e ir até o mais alto de uma árvore qualquer. Meu corpo ainda carrega as marcas da infância. Olho para as crianças que serão esquecidas em milhares de aulas que dirão muito pouco. Se vive pela metade nessa cidade e se vive por inteiro. Noite e dia te dão e tiram na mesma proporção. Um eterno perde e ganha.
De tudo que perdi e ganhei, guardo o essencial. Tenho poucos e bons amigos. Vários conhecidos e desconhecidos íntimos. Respiro essa ciranda de sentimentos que poucos devem entender. É estranho ser milhares sendo uma só. Quero ser todas para alguém que não sei. Quero algo que não conheço a forma, não sei a cor, talvez tenha na minha vida ou não tenha encontrado. Quero algo que não sei definir em palavras. Quero muito (e quero menos). A simplicidade de mãos dadas com o acaso me trouxe até aqui e me fez entrar na sala com ar rarefeito.
Quase (...) meses.
Os dias corridos tinham me condicionado a viver para fora. Precisava dividir o ar com tantas coisas que pareciam me sufocar. Por mais que tivesse tanto, de tudo, todas as coisas me diziam algo que não me importava. Ficava por várias horas procurando o que de errado havia comigo. Queria entender porque a minha cabeça vive sempre em um ritmo maluco e os sonhos parecem sempre a fuga que a noite me proporciona. Por tanto tempo achei que o erro estava em mim, até perceber que o caminho e o acertos também estarão. Vou ser escrava da minha vontade e refém dos meus desejos. Seguirei por todos os caminhos procurando algum que me diga algo além. Me sinto bem com pessoas que transpiram paixão pelas mesmas coisas que eu. Parte de um todo que me interesse e por mais que o ar seja rarefeito, em uma sala pequena e apertada, não sinto a falta de ar constante. Por um espaço de tempo o oxigênio faz o seu papel essencial e provoca aquelas reações cheia de fórmulas que nunca aprendi.
Caminhei por vários quarteirões na Paulista iluminada e impessoal. Consegui ver sem ser vista. Olhar casais e seus cachorros. Ver crianças segurando a mão dos pais apressados que parecem não terem se desligado do que passou. Sinto compaixão por elas - invisíveis - que crescem em meio a essa selva de pedra. Lembrei da fuga para Bahia nas férias, de andar de bicicleta e brincar de pedrinha (cinco pedras, joga uma pega a outra, joga uma pega duas, joga uma pega três, joga uma e pega as quatro). De subir na laranjeira e ir até o mais alto de uma árvore qualquer. Meu corpo ainda carrega as marcas da infância. Olho para as crianças que serão esquecidas em milhares de aulas que dirão muito pouco. Se vive pela metade nessa cidade e se vive por inteiro. Noite e dia te dão e tiram na mesma proporção. Um eterno perde e ganha.
De tudo que perdi e ganhei, guardo o essencial. Tenho poucos e bons amigos. Vários conhecidos e desconhecidos íntimos. Respiro essa ciranda de sentimentos que poucos devem entender. É estranho ser milhares sendo uma só. Quero ser todas para alguém que não sei. Quero algo que não conheço a forma, não sei a cor, talvez tenha na minha vida ou não tenha encontrado. Quero algo que não sei definir em palavras. Quero muito (e quero menos). A simplicidade de mãos dadas com o acaso me trouxe até aqui e me fez entrar na sala com ar rarefeito.
Quase (...) meses.
terça-feira, março 02, 2010
time is running out
Quero ouvir as suas razões em silêncio, guardar as suas explicações dadas pelo seu olhar, quero apenas um motivo para ser sua. Para acabar com a espera e consumar esses pecados. A doçura do seu toque e a intensidade do seu desejo trocados em miúdos pela sua forma simples de querer.
Tenho o espaço do vazio. Estou livre do meu passado, tudo foi aberto para um futuro desconhecido enquanto desenho o prazer no presente.
Encontro calma na urgência. Sinto paz nos seus olhos cheios de alma e enxergo suas dores rasbicadas nas paredes da vida. Quero terminar de resolver o que passou e retirar o peso que ficou. Por fim, começar uma nova vida para um novo tempo (agora).
Quero ouvir as suas razões em silêncio, guardar as suas explicações dadas pelo seu olhar, quero apenas um motivo para ser sua. Para acabar com a espera e consumar esses pecados. A doçura do seu toque e a intensidade do seu desejo trocados em miúdos pela sua forma simples de querer.
Tenho o espaço do vazio. Estou livre do meu passado, tudo foi aberto para um futuro desconhecido enquanto desenho o prazer no presente.
Encontro calma na urgência. Sinto paz nos seus olhos cheios de alma e enxergo suas dores rasbicadas nas paredes da vida. Quero terminar de resolver o que passou e retirar o peso que ficou. Por fim, começar uma nova vida para um novo tempo (agora).
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